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  • Agenda Cultural 35 | Especial: Cinema e Teatro

    Agenda Cultural 35 | Especial: Cinema e Teatro

    Retornando para mais um programa da séries de especiais que vêm sendo feita neste início de ano. Neste podcast, comentamos os principais lançamentos que têm rolado em cinema com a participação de Pablo Grilo (@apgrilo), ouvinte e participante do Cine Masmorra. Além disso, Mario Abbade (@fanaticc) retorna com uma peça de teatro que tem tudo para agradar uma legião de nerds.

    Duração: 116 mins
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Comentados na edição

    Vídeo Comentando GTA V e Max Payne 3
    Mostra de Cinema – Clint Eastwood (RJ)
    Trailer Melhor que o Filme – Os Especialistas
    Cine Masmorra

    Blocos

    CINEMA – Com Flávio Vieira, Rafael Moreira, Jackson Good, Pablo Grilo e Mario Abbade

    • Glee Live
    • Contágio
    • O Palhaço
    • Pronto Pra Recomeçar
    • Pearl Jam 20
    • A Hora do Espanto
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    • Inquietos
    • O Garoto da Bicicleta
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    • Os Especialistas
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    • Noite de Ano Novo
    • Um Dia
    • Missão Impossível 4
    • Roubo nas Alturas
    • Tudo Pelo Poder

    TEATRO – C/ Mario Abbade e Flávio Vieira

    • Capangas

    Camisetas Vortex Cultural

    Loja Vortex Muamba Cultural

  • Crítica | Tudo pelo Poder

    Crítica | Tudo pelo Poder

    Pouco depois do início de Tudo pelo Poder, o personagem Tom Duffy (Paul Giamatti) tenta convencer Stephen Meyers (Ryan Gosling) a mudar de lado na campanha das primárias para escolher o futuro candidato democrata às eleições presidenciais dos Estados Unidos.

    Ambos trabalham para concorrentes dentro do mesmo partido. Impressionado com o carisma do jovem e ambicioso assessor interpretado por Gosling, Giamatti quer contratá-lo a todo custo e, para isso, argumenta que o candidato de quem o jovem é empregado dificilmente vai vencer a disputa.

    “Não posso aceitar a oferta”, recusa o assessor. “Trabalho para Mike Morris (George Clooney). Acredito nas propostas dele. Acredito que ele realmente pode fazer diferença na vida das pessoas. E, além do mais, ele é meu amigo”.

    A resposta do personagem de Giamatti – na forma de uma pergunta – não poderia ser mais direta: “Você quer trabalhar para o seu amigo ou para o futuro presidente?”. A fagulha que incendeia a ambição e a vaidade de Stephen Meyers é lançada aí. As chamas desses sentimentos vão se espalhar e virar sua vida do avesso.

    Na verdade, esse exercício de retórica apenas abre espaço para o assunto sobre o qual George Clooney – que dirige o filme e também interpreta o candidato Mike Morris – quer colocar sua lente de aumento: a perda definitiva da inocência. O personagem de Gosling não é bobo. Sabe que está num jogo. Que todas as palavras de cada discurso, entrevista ou debate são fundamentais para que seu candidato chegue à vitória. No entanto, percebemos que ele possui uma visão limitada da máquina monstruosa da qual faz parte. A realidade é percebida por um filtro de credulidade devotada a seu chefe. Um grande erro, sem dúvida.

    Em pouco tempo, entretanto, ele vai aprender da pior maneira que, dentro do jogo político, não há espaço para sentimentos. Não há espaço para falhas. E também não há espaço para deslealdades, como o chefe da campanha de Clooney, interpretado por Philip Seymour Hoffman, o lembra num momento crucial do filme.

    As campanhas estão acima de tudo. E mesmo supostos inquebráveis laços de amizade podem ser partidos sem maiores preocupações em favor da vitória do candidato defendido. Isso fará toda a diferença ao longo da trama. A inocência do personagem principal será arrancada pedaço por pedaço de forma impiedosa.

    No começo da história, os dois candidatos democratas disputam as primárias no estado de Ohio. A conquista do apoio de um senador de posições radicais é fundamental para saber quem será o vencedor. Clooney, apesar dos esforços de seus dois assessores principais para convencê-lo, não está disposto a aceitar.

    Gosling o olha com respeito e admiração.

    No entanto, o envolvimento romântico que ele terá com a estagiária interpretada por Evan Rachel Wood vai lhe colocar em contato com o choque de realidade que despedaçará sua visão idílica dos fatos. Seus olhos serão abertos à força. Mesmo ídolos aparentemente perfeitos possuem máculas. Algumas delas, bem graves.

    Não há heróis em “Tudo pelo Poder”. Mesmo o protagonista é capaz de mudar radicalmente de posicionamento quando está de posse do principal segredo do enredo. Tudo para obter uma vantagem. Suas convicções iniciais, outrora defendidas com tanta veemência, são descartadas por ele mesmo sem maiores traumas. A mudança de posicionamento é valorizada pela interpretação de Ryan Gosling – a partir desse ponto, sua postura física e olhar mudam visivelmente.

    O diretor faz uma apropriação de termos usados durante a disputa da última eleição para a Casa Branca. O termo “socialistas” usado pelos Republicanos – principalmente pela então candidata à vice-presidência Sarah Palin – para se referirem aos democratas está lá. Até mesmo o “We are ready to lead” proferido por Obama encontrou eco no personagem no representado por Clooney. A incorporação de um dos fatos mais marcantes da gestão Bill Clinton também é visível no roteiro. É impossível não notar a influência de cineastas proeminentes no cinema norte-americano nos anos de 1970, como Norman Jewison e Alan J. Pakula, na estética adotada por Clooney.

    A composição é limpa. Seus planos, na maioria das vezes, são estáticos. A ênfase não é no trabalho de movimentação de câmera, mas na interpretação dos atores. Coerente, uma vez que o próprio Clooney é um ator. Preferências estéticas que já haviam sido evidenciadas em seus trabalhos anteriores: “Confissões de Uma Mente Perigosa” e “Boa Noite e Boa Sorte”.

    Ainda sobre a composição de “Tudo pelo Poder”, os personagens são reduzidos quando comparados ao ambiente que os cerca. O homem aparece sempre pequeno diante de grandes prédios, palcos e salões. A metáfora é clara: dentro da política, o indivíduo é minúsculo. Apenas uma peça frente aos interesses e poderes que o sobrepõem largamente.

    Além disso – e mais uma vez volto a Pakula – luz e sombra são definidos claramente. Em boa parte das cenas, dentro do mesmo quadro, há espaços iluminados e outros sombrios. É o simbolismo do homem dividido entre a luz e a sombra. E que, no final, descobre de forma dolorosa que ter uma visão dualista da vida – e mais especificamente dos bastidos res da política – pode ser limitante e perigoso.

    Vivemos num grande cinza. E na luta pelo poder político, esse cinza é ainda mais intenso. George Clooney sabe disso. Nós deveríamos, também.

    Texto de autoria de Carlos Brito.

  • Resenha | Solaris – Stanislaw Lem

    Resenha | Solaris – Stanislaw Lem

    Já disse aqui algumas vezes que as descrições, por mais enfadonhas ou verborrágicas que possam ser hora ou outra, são partes essenciais da espinha dorsal de uma boa história. São elas que conseguem, tanto quanto plot twists, conflitos e situações-limite, transportar o leitor para dentro da história, fazendo-o enxergar com precisão e vivacidade personagens, atitudes, locais, cenários, batalhas etc.

    Pelo caráter exploratório, especulativo e libertário que possui a Ficção Científica, a descrição muitas vezes tem seu potencial aumentado, representando talvez mais do que em qualquer outro “gênero” um papel primordial na constituição de universos, processos, criaturas e tudo o mais. O planeta Solaris, descrito exaustivamente por Stanislaw Lem no livro homônimo, pode dar uma boa ideia a respeito disso.

    Antes, porém, aos fatos: desde que o planeta Solaris foi descoberto, ele tem sido objeto de muitos estudos, especulações e discussões na Terra. A fortuna crítica que o planeta gerou tem colocado em pauta questões tanto sobre Solaris quanto sobre a própria Terra: especula-se sobre a natureza da descoberta tanto quanto sobre as implicações dela para os descobridores.

    Devido a tudo isso é que uma estação de pesquisa foi construída sobre o planeta, e três pesquisadores foram para lá mandados. Após algum tempo, um quarto pesquisador, Kelvin, o protagonista e narrador da história, é enviado para lá, e acaba descobrindo um cenário desolador: a estação encontra-se revirada, um dos pesquisadores morto, e os outros dois cultivando hábitos muito estranhos. Tão logo chega, Kelvin já é alertado quanto a possível presença de um tripulante a mais, mas não é dito quem ou o que é essa outra presença.

    Assim o autor nos mantém no suspense, esperando encontrar essa outra presença a cada página. Kelvin, que atua como nossos olhos naquele cenário novo, perambula pelos corredores tentando entender a situação encontrada, e depara-se com os mais estranhos indícios de que há algo maior e oculto por trás desse cenário.

    Para surpresa do protagonista (e do leitor) a outra presença se manifesta, e revela-se que se trata da mulher, já falecida, de Kelvin. O susto inicial dá lugar a um sentimento de incompreensão avassalador, já que a presença viva dela contraria boa parte dos princípios e leis nas quais o universo e sua compreensão estão baseados. É dessa intrigante situação que Stanislaw Lem vai mesclando capítulos de trama com capítulos de descrição do planeta de acordo com os “estudos solaristas”.

    Descrevendo com extensivas minúcias toda a constituição do planeta e o que seria a bibliografia a respeito da natureza dele, o autor nos coloca em contato com o imenso ponto de interrogação que representou a descoberta de Solaris, acompanhados das mais diversas especulações da humanidade a esse respeito.

    Solaris é um planeta iluminado por dois sóis. A princípio pensava-se que seria impossível explorá-lo, pois as órbitas eram irregulares, de modo que um erro mínimo de cálculo (ou qualquer contratempo) poderiam representar a morte da tripulação ou destruição das máquinas, seja pela aceleração gravitacional, seja pelo calor gerado por algum dos sóis cuja órbita oscilava. Mais estudos revelaram, entretanto, que o coloide que recobre praticamente toda a superfície do planeta, possuía a peculiaridade de “agir racionalmente”, alterando a gravidade e a órbita do planeta de modo a preservar-se e a seu habitat.

    A estranha condição, de tamanha extensão e potencial, intrigou profundamente os seres humanos, que poderiam estar diante de uma forma de vida inteligente no universo, o que alteraria boa parte das crenças e postulados nos quais se baseiam as próprias existências das pessoas. A distinção do oceano solarista em relação a tudo o que se conhecia somente abriu mais espaço para especulações, que variavam da ciência para a astrologia, da cosmogonia para a religião, espraiando inclusive na filosofia e na metafísica. O ser humano estava diante de uma forma totalmente diferente de vida e, quiçá, de consciência e racionalidade; mas também estava colocando-se diante de si próprio por meio da alteridade proporcionada pela descoberta.

    Voltando agora ao tópico inicial, as descrições: Stanislaw Lem ocupa páginas e páginas descrevendo detalhes ínfimos e curiosos do planeta, tais como os mimóides, os longus, as simetríades, as assimetríadas, a constituição química do oceano colóide, as estruturas “biológicas” que ele possui e os mecanismos de sua existência. O enigma que intriga Kelvin é o mesmo posto a nós em face do outro: constituímo-nos a partir do outro, na alteridade. Postos diante de Solaris, a Terra nunca mais foi a mesma. Apesar de usar as palavras de criação humana “colóide”, “oceano”, “montanhas” ou “ilhas”, o autor faz questão de frisar que são meros comparativos, pois a singularidade do que se vê e experimenta em Solaris é impossível de ser descrita com exatidão pelos termos com os quais estamos familiarizados.

    Stanislaw Lem nos transporta para Solaris, faz-nos tremer e assombrar-nos perante a imensidão dúbia que é o planeta. As hipótese jazem permanentemente abertas na cabeça dos personagens e na do leitor: será que estamos diante de uma criatura? Como essa criatura consegue conhecer nossos segredos mais profundos? E como os reproduz a seu bel prazer? Quer dizer que não estamos, afinal, sozinhos no universo?

    A chave dessas dúvidas nos é desconhecida, mas nos coloca diante de nossa própria existência e subjetividade, afinal, só porque possuímos uma concepção de “vida”, “racionalidade” ou “inteligência”, isso não significa que ela é a única e que deve ser aplicada a tudo e a todos. Ao descrever com tamanha eloqüência e vastidão Solaris, o autor faz-nos questionar a respeito de nossas próprias concepções.

    E ainda tem gente que vê a Ficção Científica como um “gênero” menor…

    Texto de autoria de Lucas Deschain.

  • Agenda Cultural 34 | Especial: Música e Games

    Agenda Cultural 34 | Especial: Música e Games

    Primeiro podcast do ano e o primeiro de uma série de especiais da Agenda Cultural que sairão nas próximas semanas. Nesta primeira edição do mês recebemos Régis Tadeu (@regisstadeu), crítico musical, jurado do programa Raul Gil, radialista, redator e editor do blog Na Mira do Régis do site Yahoo, para um bate-papo sobre o cenário musical e comentar sobre os álbuns mais significativos lançados em 2011. Já em games, Diego (@diegogc) e Fernando(@fernado_x) do Fênix Down comentam sobre aqueles que foram os dois melhores jogos do ano passado.

    Duração: 93 mins.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Comentados na edição

    Na Mira do Régis
    Fênix Down

    Blocos

    MÚSICA – Com Flávio Vieira, Bruno Mira e Régis Tadeu

    • Adelle – 21
    • Charles Bradley – No Time for Dreaming
    • Chickenfoot – III
    • Mastodon – The Hunter
    • Death Cab for Cutie – Codes and Keys
    • Susan Tedeschi and Derek Trucks Band- Revelator
    • Rafael Saadiq – Stone Rolling
    • Paul Simon – So Beautiful or So What
    • James blake – James blake
    • RadioHead – The King of Limbs
    • PJ Harvey – Let England Shake
    • The Quill – Full Circle
    • Jay-Z and Kanye West – Watch The Throne
    • Cee Lo Green – Anyway
    • Danger Mouse and Daniele Luppi – Rome
    • Baranga – O Céu é o Hell
    • Fábio Góes – O Sol no Escuro
    • Fábio Góes – Vestido de Noiva
    • Noel Gallagher’s High Flying Birds – Noel Gallagher’s High Flying Birds
    • Beady Eye – Different Gear, Still Speeding
    • Ry Cooder – Pull Up Some Dust And Sit Down
    • John Bonamassa – Dust Bowl
    • Eric Sardinas and Big Motor – Sticks And Stones

    GAMES – Com Rafael Moreira, Bruno Gaspar (Deusa), Diego Gamecube e Fernando Lion King

    Camisetas Vortex Cultural

    Loja Vortex Muamba Cultural

  • Os Melhores Games de 2011

    Os Melhores Games de 2011

    Eu ainda estou de ressaca pelo final do ano, depois de uns 10 dias de bebedeira, comida, churrasco. Meu estômago grita e meu fígado virou uma geleia disforme. Ainda assim, venho cumprir o meu dever para com o Vortex Cultural, e dizer aqueles que foram para mim os 10 melhores jogos de 2011. Vou começar de baixo pra cima. Porque eu estou com vontade, e não porque é mais legal.

    10. Infinity Blade II

    Simplesmente, precisava ter um jogo de iOS, numa lista de 2011. E além de Angry Birds, que ainda é o mais jogado no meu iPad, eu gostei do Infinity Blade II. Apesar de repetitivo, tanto quanto o I. Os gráficos são bacanas e é bastante viciante.

    Mas, vou falar a verdade, eu não achava o último jogo pra fechar a lista, e resolvi colocar essa joça.

    9. L.A. Noire

    Esse jogo entrou na lista, muito mais pela ambientação, tema, trilha sonora, gráficos e até pela inovação. Porém, o gameplay dele, realmente não me agradou. Achei o jogo facílimo demais, e o lance de interpretar se a pessoa está mentindo ou não é bem bizarro, por ser tão exagerado. Mas toda a ambientação Noir, fizeram valer a pena os 4 dvds pra xbox do jogo.

    8. Gears of War 3 – Leia o review completo – Ouça o podcast

    Acho que Gears of War é o ápice do massavéio no videogame. Mais até do que calófidãti. Principalmente, pelo game play single player, que provavelmente é o mais próximo de Stallone Cobra que o mundo do video game chegou.

    Apesar do jogo ser repetitivo, pouco criativo e bastante nos trilhos. Matar aquele mundaréu de alienígenas escrotos, com armas como a lancer, afinal, uma metralhadora com uma serra elétrica no lugar da faca da baioneta, é foda. Fora os big bosses, que são realmente fodas.

    7. Mortal Kombat – Não sei o número, deve ser 27 – Ouça o podcast

    Não tem nem muito o que falar desse jogo. Ele, tal qual Street Fighter IV, voltou às origens da série, o que é muito bom. Por vários motivos, o primeiro é que sou mesmo um nostálgico, e depois é que aquela fórmula é a que funcionava, então pra que tentar melhorar e cagar tudo?

    Fora toda a violência, o sangue, e em especial os Fatalities. Enfim, um jogo obrigatório, pra quem jogava muito no SNES, e diversão, numa festa com vários jogadores, garantida.

    6. Fifa Soccer 12

    Aqui o motivo é simples, tem que ter um futibas numa listinha de top 10. E eu como antigo fã de PES, admito, que foi pro abraço, Fifa já a algum tempo é superior ao PES. E não vou dar nenhum detalhe mais sobre isso. Apenas precisa ter.

    5. The Elder Scrolls V: Skyrim

    Se essa fosse a lista de mais supervalorizados do ano. Skyrim seria o primeiro. Isso colocando qualquer coisa no meio, filmes, músicas, hq, livros. Fato é que, Skyrim, não é um jogo ruim, de forma nenhuma. Apenas não me pegou o suficiente para dizer que valia o jogo do ano. Inclusive, os gráficos e a beleza do mundo, completamente vivo. É o que colocam Skyrim, nessa posição, porque, se fosse pelo gameplay realmente, talvez sétimo seria o lugar correto. O que mais me incomodou, foi o combate. E também não sou um grande fã dos RPG´s medievais.

    4. Battlefield 3 – Ouça o podcast

    Battlefield no campo dos FPS, não teve pra ninguém. Eu nunca fui um dos maiores fãs da série, sou uma viúva do CS, admito, mas que fique claro, não jogo mais, a não ser para fins nostálgicos. Mas o meu maior problema com o Battlefield, sempre foi, que é muito favorável ao sniper, classe que odeio. Porém, uma inovação ótima, é o fato de podermos ver o reflexo da mira, e ai pelo menos correr do camper maldito, ou tentar pegá-lo por trás, uiiii.
    E o que não pode faltar, é elogios a engine Frosbite 2, e aos gráficos.  O principal mesmo, é que, enquanto eu vejo o COD, sentado no próprio saco, enquanto o Battlefield, inovando e tentando melhorar.

    3. Minecraft

    O jogo mais criativo dos últimos tempos. Falo isso sem dúvida nenhuma.

    Muitas vezes ficamos apenas ressaltando gráficos, um roteiro bom – Esse caso, cada vez mais díficil – quando o que vai mais surpreender é um jogo simples, que só te deixa quebrar e colocar blocos variados. Quase pixels gigantes.

    Fora os vários modos de jogos. Survival, pra ficar matando uns bando de bicho safado, que sempre vão te dar uns sustos fodas. E criativo, que é o meu preferido, que você pode ficar brincando e criando pixel arte. Ou simplesmente gastar um tempo de ócio, ouvindo o relaxante som dos blocos quebrando.

    2. Portal 2 – Ouça o podcast

    Portal 1, foi talvez, tão inesperado quanto Minecraft. Um jogo totalmente despretensioso, vindo de graça com o Orange Box. E simplesmente, foi descoberto e foi um real estouro. Pra mim um dos melhores jogos dos últimos tempos. Tanto pela jogabilidade, quanto pelo humor negro e irônico da sua companheira Glados.

    Portal 2, perdeu o elemento surpresa, afinal, todos estavam esperando e com muita expectativa. E o melhor de tudo, cumpriu as expectativas. O humor da Glados, melhor do que nunca. As inovações dos sistemas de portais. Dos cubos de companhia. Enfim, o único ponto negativo que tenho que ressaltar, é a dificuldade do jogo. Que foi muito baixa, talvez para abrigar os jogadores mais novos, que não vieram de Portal 1.

    1. Batman Arkham City

    Aqui o bicho pegou, o jogo do morcegão, foi foda, com certeza o jogo que mais joguei em 2011. E vou continuar jogando em 2012. Mundo aberto. História boa. Combates fluídos.  fator replay enorme. Enfim, pra mim, o batman merecia o bi campeonato do GOTY, mas tudo bem, isso não importa. É mais um título do que qualquer coisa.
    Mas enfim, o lance de jogar com a Mulher Gato e Asa Noturna o mais interessante é que mudam os personagens, muda o modo de jogar, isso que eu achei sensacional. Fora a trilha sonora incidental, que beira a perfeição. E o primeiro achievement do jogo, é do caralho.

    0.5. Duke Nukem Forever – A MERDA DO ANOOuça o podcastLeia o Review

    Não poderia faltar, o FDP do jogo mais merda do ano. Da década, da história. Duke Nukem “Forevis”, foi uma das maiores decepções que já tive no mundo gamístico. Já falei pra caramba sobre esse jogo, tanto no podcast, quanto nos comentários no review escrito. Enfim, passe longe, muito longe.

    Gostou? Concorda, discorda? Não gostou da falta dos exclusivos de PS3? Faça a sua ofensa.

  • Top 10 – Melhores Blockbusters de 2011

    Bebida, comilança, promessas, parentes irrelevantes palpitando na sua vida… final de ano é tempo de clichês. Dentre eles, as inúmeras retrospectivas. Como no Vortex não é diferente, eu, o cara do blockbuster, trago os destaques do cinema massa véio em 2011. Foi um ano de muitas decepções, grandes(Lanterna Verde, Conan) ou medianas (Sucker Punch, Piratas do Caribe), e poucas produções se salvaram por uma razão ou outra. Antes de tudo, é bom deixar bem claro: esta NÃO pretende ser uma lista de MELHORES FILMES DO ANO, e sim dos melhores pipocões. Então, galera do tênis verde, vocês não verão Árvore da Vida, Melancolia e similares nesta lista. Vamos a ela, de baixo pra cima porque assim é mais estiloso:

    10. Transformers – O Lado Oculto da LuaOuça nosso podcast sobre o filme
    Franquia com muitos haters, que esquecem que o primeiro filme foi realmente legal. Compreensível, diante da ruindade do segundo. Esse terceiro fica num meio termo, ainda com problemas sérios no roteiro, duração muito além do necessário, mas garante seu lugar no Top 10 pelas ótimas cenas de ação e efeitos visuais, em particular a seqüência do prédio desabando.

    9. O Preço do Amanhã – Ouça nosso podcast sobre o filme
    Comentado no Agenda Cultural 33, o filme estrelado por Justin Timberlake surpreende com conceitos sci fi muito interessantes. Um mundo onde tempo é dinheiro, literalmente: os ricos são eternamente jovens e os pobres correm por suas vidas. O roteiro desanda quando a história se volta pra ação, o que depõe contra a condição de blockbuster do filme, mas não deixa de ser uma boa recomendação.

    8. Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles – Ouça nosso podcast sobre o filme
    Injustamente esquecido lá no início do ano, o longa estrelado por Aaron Eckhart e Michelle Rodriguez é estruturalmente um filme de guerra típico. Ação tensa e constante, patriotismo e exaltação da figura heróica do soldado… com uma invasão alienígena como pano de fundo pra deixar mais massa véio! Pra quem não se incomoda com clichês, diversão garantida.

    7. Missão Impossível: Protocolo Fantasma
    Estréia recente, a quarta aventura do agente Ethan Hunt é bem competente ao entregar cenas de ação divertidamente exageradas (Tom Cruise tem ossos de adamantium, só pode). Porém, perde um pouco do brilho com a história muito genérica, com cara de 007 da era Pierce Brosnan. O terceiro filme continua sendo o melhor da franquia. Deste, vale destacar Paula Patton, lindíssima e chutando bundas.

    6. Os Especialistas
    Jason Statham contra Clive Owen. Precisa dizer mais? Que tal as presenças de Robert De Niro e daquela linda chamada Yvonne Strahovski? Baseada em fatos reais, a trama de espionagem envolve conspirações da Inteligência Britânica durante a Guerra Fria, lembrando muito os romances de Frederick Forsyth (autor de O Dia do Chacal). Indicação merecida.

    5. Planeta dos Macacos – A Origem – Ouça nosso podcast sobre o filme
    A reinvenção deste cult (e não clássico) foi uma das boas surpresas do ano. Mesmo desagradando alguns fãs ao mudar elementos importantes do original, a abordagem mais cientificamente realista rendeu uma ótima história. Destaque óbvio pra atuação por captura de movimentos de Andy Serkis, que vive o protagonista Caesar, levando o estúdio a fazer lobby por sua indicação ao Oscar de melhor ator.

    4. Capitão América – O Primeiro Vingador – Ouça nosso podcast sobre o filme
    Desacreditada por muitos, a última produção da Marvel Studios antes de Os Vingadores tinha a difícil tarefa de apresentar o herói símbolo dos EUA. Apostando no clássico formato “história de origem”, o filme consegue evitar o patriotismo exagerado e estabelece muito bem o personagem Steve Rogers – e o ator Chris Evans se supera. A covardia em não fazer um filme realmente de guerra compromete um pouco, mas eu sou fanboy e tá tudo certo.

    3. Thor – Ouça nosso podcast sobre o filme
    Outro desafio da Marvel Studios, introduzir um personagem (e seu mundo) mágico em seu universo de heróis científicos. Sucesso inegável, mesmo com o roteiro apressando a “jornada do herói”. Cenas de ação e efeitos visuais muito bem feitos, direção competente de Kenneth Branagh e um elenco particularmente inspirado, com Natalie Portman, Anthony Hopkins e os desconhecidos Tom Hidleston e Chris Hemsworth.

    2. X-Men – Primeira Classe – Ouça nosso podcast sobre o filme
    A mãe de todas as surpresas. Ninguém achava que a Fox seria capaz de fazer uma boa adaptação de hqs, ainda mais dos X-Men. Mas este reboot não assumido (tamanhas as contradições em relação à trilogia original) acerta em cheio ao situar a trama nos anos 60, com Guerra Fria, espionagem e movimentos sociais. Cenário perfeito para apresentar o surgimento dos mutantes e a juventude de Xavier e Magneto, com ótimas atuações de James McAvoy e Michael Fassbender. O único ponto fraco são os efeitos visuais levemente toscos.

    1. Gigantes de Aço – Ouça nosso podcast sobre o filme
    A coisa mais importante de todas em um blockbuster é a empolgação provocada por ele. Nesse sentido, nada em 2011 chegou aos pés de jornada de pai filho que caem na estrada e se conhecem enquanto competem em lutas de boxe robótico, com um modelo ultrapassado que vai do ferro velho ao estrelato do esporte. Falcão, o Campeão dos Campeões encontra Rocky Balboa com uma pitada de Transformers. Indicado a todos que têm coração e alma.

    E aí? Concorda? Discorda? Mimimi faltou Super 8? Comentem/ofendam a vontade.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Melhores Animes de 2011

    Melhores Animes de 2011

    Uma vez que o fatídico 2012 em breve estampará os calendários, é chegada a hora de olhar para trás e ponderar sobre o que se sucedeu neste ano que se encerra.  Vendo que uma introdução longa não se mostra necessária, devido talvez ao título do post, segue uma lista daqueles que, em minha simplória opinião, foram os 10 (no caso 11) melhores lançamentos do ano no que diz respeito à animação nipônica.

    10. SKET Dance

    Em um colégio qualquer, palco usual para uma série proveniente da Weekly Shonen Jump, atua um pequeno clube cujo propósito é auxiliar o corpo discente em qualquer empreitada. Em suma, um clube criado para ajudar os alunos. Eis o SKET Dan, entidade composta por três indivíduos que protagoniza esta competente série de humor do Tatsunoko Productions.

    Ponderando situações cómicas, focadas em ocorridos absurdos e personagens caricatos, e doses pontuais de drama, trazendo de forma conveniente e sincera os problemas colegiais à trama, o anime é feliz em conquistar publico com seu formato episódio e descontraído. Muito embora haja um preocupante numero de episódios que não são bem sucedidos em entreter ou cativar o espectador, aqueles que fazem, seja pelo manzai ou pelas lagrimas, tornam-se decididamente memoráveis.

    9. Ano Hi Mita Hana no Namae wo Bokutachi wa Mada Shiranai

    Um grupo de amigos que se distanciou devido um evento traumático; após anos, uma tortuosa reaproximação; o estudo dos desejos e falhas de cada um deles; e, por fim, a redenção. Essa formula resume uma história que há muito vem sendo contada em diversas mídias, e que foi novamente revisitada pela A-1 Pictures no melodramático AnoHana.

    Contando com um roteiro bastante raso que apenas serve como tripé para que sejam expostas as idealizações do público otaku, ao qual o anime  se dirige, AnoHana tem como seu maior mérito, afora os belíssimos cenários e animação, criar situações que, embora previsíveis, capturam a atenção e criam expectativa moderada. Mesmo podendo adivinhar o que está por vir, o espectador é seduzido a continuar assistindo; mesmo que as questões se resolvam de forma abrupta, decepção raramente será uma das emoções provocadas pela série. Contudo, todas as honras devem ser atribuídas ao diretor Tatsuyuki Nagai, também responsável pelo divertido Toaru Kagaku no Railgun e pelo excelente Toradora, cujo toque transformou essa trama sem grandes atrativos em um dos destaques do ano.

    8. Empate:

    Steins;Gate

    Titulo que provém de uma visual novel de grande sucesso, passada num universo que já conta com uma fanbase leal, sendo, portanto, uma animação voltado a um publico especifico e já cativado, mas que conseguiu novos fãs nesta boa adaptação do promissor estúdio White Fox. É uma ficção cientifica passada na atualidade, abordando viagem no tempo para camuflar, de forma realmente convincente, sua natureza de dramédia romântica harém, na qual um cerco de garotas se fecha em torno do carismático protagonista Hououin Kyo… digo, Okabe Rintarou, que se vê tragado para uma envolvente e desesperadora jornada. Steins;Gate é um thriller envolvente, driblando as inconsistências do roteiro e o ritmo lento para entregar um anime que, tal como comprovado pelo anuncio de um filme horas após o termino da série, ainda dará muito o que falar.

    Dantalian no Shoka

    Produzido pelo já lendário estúdio GAINAX, porém sem nem sombra do brilho de suas maiores obras, Dantalian no Shoka foi praticamente ignorado pelo publico; desinteresse que se refletiu nas vendas baixíssimas e poucos comentários acerca da animação, ainda que a light novel original seja bastante popular. Entretanto, tal título renegado revelou-se como uma das mais bem trabalhadas sagas do ano, e uma das poucas a apresentar evolução constante.

    Assim sendo, esta fantasia gótica inicialmente morna progride de forma belíssima, fazendo uso de seu formato episódico mas correlacionado para culminar em uma experiência estranhamente proveitosa, que patina entre o casual e o intimista. Magistralmente ambientado por uma equipe mais do que competente e dignamente conduzido por um diretor estreante, Dantalian no Shoka é certamente o mais injustiçado dos nomes desta lista.

    7. Fate/Zero (season 1)

    Originário dos textos do respeitável idealizador Gen Urobuchi – também roteirista do top 2 da lista –, o prequel de Fate/Stay Night, uma das Visual Novels com maior repercussão global em toda a história e que foi terrivelmente adaptada para televisão anos atrás pelo estúdio DEEN, veio ao ar nos últimos meses do ano e rapidamente se consolidou como um arrasa quarteirão, desta vez tendo o confiável Ufotable em sua produção.

    Abordando com uma ótica mais nebulosa a Guerra do Santo Graal, na qual sete magos e seus respectivos servos devem batalhar pela posse do objeto sagrado, esse “prelúdio” é mais centrado e, ouso dizer, maduro que o “evento principal”  –  o que pode ser facilmente constatado após notarmos que a maioria dos personagens são adultos, ao contrário do que vemos no pilar da franquia. Como anime de ação e fantasia, Fate/Zero impressiona não só em cada uma de suas frenéticas batalhas, espantosamente bem animadas, mas também em seus diálogos bem encaixados, apesar de não gozarem do mesmo primor técnico reservado às cenas de combate. Impressionante talvez seja a palavra que melhor define a primeira metade de Fate/Zero, junção de episódios que, como esperado, deixou no ar a apreensão necessária para que a metade final, que será exibida a partir de Abril de 2012, seja ainda mais visada.

    6. Chihayafuru

    A maioria das pessoas tem objetivos de vida, e boa parte dessas metas está relacionada à grandeza.  Mesmo que esses anseios nunca venham a se realizar ou que os abandonemos no meio do caminho, algumas vezes por pouca perseverança, outras por falta de aptidão, é natural para o ser humano almejar o topo no que quer que faça. A caminhada rumo à glória, apontada por muitos como tema saturado, é focada também em Chihayafuru, um suave e peculiar drama esportivo.

    Abordando o pouco conhecido karuta, jogo japonês – mas de origem portuguesa – que requer uma exaustiva atividade física, um gritante esforço mental e conhecimento prévio da poesia clássica daquelas terras, essa agradável série narra os esforços cotidianos dos praticantes do esporte, tendo como epicentro Ayase Chihaya, uma garota que encontra nesse universo sua razão de ser. Fazendo do roteiro um suporte para as personalidades que o protagonizam, o anime acompanha os personagens desde sua infância, enveredando-se por suas nuances e processo de autoconhecimento. Baseado no ovacionado mangá homônimo de Yuki Suetsugu, Chihayafuru é o gol de honra do estúdio Madhouse em um ano permeado pelo fracasso decorrente de suas infelizes adaptações de obras americanas, como títulos da Marvel e a série Supernatural.

    5. Nichijou

    O termo “Nichijou” pode ser literalmente traduzido como “Cotidiano” e, como impresso no título, retrata a passagem de um grupo de indivíduos pele conjunto de banalidades que é a vida. Esta introdução resumiria a ultima série do Kyoto Animation, estúdio responsável pelos maiores hits otakus do século (Suzumiya Haruhi, Lucky Star, Clannad, K-On), não fosse pelo fato de que os indivíduos apresentado neste pretenso slice of life são absolutamente anormais, resultando nas situações surreais de uma comédia sem par.

    Os episódios, divididos em sketches numeradas e nomeadas, são de um humor ágil e bastante visual, características amplamente trabalhadas pela direção, que não falhou em pontuar as piadas com expressões faciais, ângulos elaborados e jogadas de cena, a fim de gerar o mais marcantes e engraçado dos resultados. Em suma, o humor visto em Nichijou não vem de hoje, mas este jamais foi exibido com tamanho cuidado e detalhismo, destacando-o como uma das melhores comédias da década; de certo a melhor de 2011.

    4. Usagi Drop

    Responsabilidade é de fato algo capaz de transformar as pessoas. Tendo tal ideia como sua pedra fundamental, Usagi Drop faz um estudo acerca das transformações infligidas ao cotidiano, hábitos e personalidade de alguém praticamente desprovido de responsabilidades uma vez que, de repente, ele toma para si um dos maiores fardos que o ser humano pode carregar: criar uma criança. O anime se empenha em contar uma história realística; um drama suave, de fácil assimilação, levantando, por meio de personagens gostáveis e críveis, diversas questões que envolvem não só a educação de uma criança, mas também a arbitrariedade dos relacionais filiais, conjugais e da sociedade como um todo.

    Apontamentos pertinentes, afiados, são aqui passados por uma trama que oferece muito além de diversão, mas que não a deixa de lado por nenhum instante. Como o publico ocidental pôde constatar na maravilhosa sequência animada de Kill Bill Volume 1, o Production I.G, responsável pela produção, ostenta qualidade acima da média.

    3. Natsume Yuujinchou San

    Após dois anos na geladeira, a ótima série Natsume Yuujinchou, que amalgama drama, comédia e aventura no bem executado formado de caso da semana, volta ao ar em sua terceira temporada. Seguindo o solitário Natsume Takashi e suas desventuras com youkais – criaturas místicas do folclore japonês–, o talentosíssimo diretor Takahiro Omori, que também assina títulos de destaque como Baccano!, Durarara!!, e Kuragehime, trás de volta exatamente o mesmo clima das temporadas anteriores, mergulhando o espectador no reflexivo e relaxante contexto que poderia ser embalado apenas pelas maravilhosas composições de Makoto Yoshimori, proporcionando a doce melancolia que a obra exige.

    Aos cuidados do Brain’s Base, um dos mais distintos e interessantes estúdios da atualidade, Natsume Yuujinchou parece ter voltado de forma triunfal, e, conquistando crítica e despontando nas vendagens, já garantiu nova temporada para o primeiro mês de 2012. Trazendo episódios sempre agradáveis, e alguns de fato extraordinários, Natsume Yuujinchou San é um retorno digno do nome que carrega.

    2. Puella Magi Madoka Magica

    Com nomes de peso a frente da direção, roteiro, character design e trilha sonora, Madoka Magica é sensivelmente o mais visado e comentado anime do ano, adornado por todos os lados, com os devidos méritos, como divisor de águas por descontruir e reinventar o gênero mahou shoujo. Logo a principio, vale ressaltar que tal gênero jamais fora tão infantil e estagnado como se tem pintado desde a exibição de Madoka, ainda que, inegavelmente, os títulos mais conhecidos deem base a tal afirmação.

    Todavia, a série pode ser dividia em três pontos: o principio ilusório, no qual são apresentados os moldes usuais de um anime do gênero; a espiral de desespero firmada pelo meio da série, na qual todos os clichês mostrados nos episódios iniciais são mutilados; e a conclusão impactante, dúbia, ainda que otimista. Principio, meio e fim; simples, atrativo e convincente. Abusando de um jogo de cores invejável, alguns bons personagens, diálogos bem escritos e cenas de ação deslumbrantes, Puella Magi Madoka Magica é um dos maiores nomes da longa lista de destaques do estúdio Shaft, quiçá o maior.

    1. Mawaru Penguindrum

    O retorno de Kunihiko Ikuhara como diretor de uma obra original, passados 15 anos desde Utena, um dos mais saudosos títulos da década de 1990, gerou resultados além do que o mais otimista dos fãs poderia prever qualitativamente falando, é claro. Mawaru Penguindrum, embora não tenha causado nenhum frisson, também não passou batido pelo publico, enquanto a crítica, em sua maioria, só tem elogios a tecer àquele que é apontado por muitos, parcela na qual me incluo, como mais bem estruturado, crítico e relevante anime do ano de 2011.

    Em um misto de gêneros e situações, a série explana sobre a construção e manutenção de uma família, utilizando de um tema tão abrangente para abordar a sociedade e seus julgamentos, o embate entre fanatismo e ceticismo, e mesmo a criminalidade, mais especificamente o terrorismo, e suas implicações o que se torna bastante evidente aos olhos mais atentos nas diversas citações e paralelos respeitosos traçados entre o ataque com gás sarin ao Metrô de Tóquio, ocorrido em 1995, e um certo evento ao qual todos os personagens estão intimamente ligados.

    Embora o paragrafo acima tente sobrevoar todos os pontos abordados na trama, isto se mostra impossível não só pela vastidão de interpretações possíveis para cada pequeno gesto realizado, como também e principalmente pela forma intercortada como a história é contada e pelas muitas mudanças de espirito que assolam o roteiro. Por vezes voltando-se para a comédia sem deixar de passar informações vitais para a compreensão, os realizadores arriscaram-se ao extremo e certamente conseguiram que um numero considerável de pessoas abandonasse essa jornada “sem nexo” prematuramente.

    Seja qual for o intuito da citação, é necessário sempre fazer ressalvas ao se falar de  Mawaru Penguindrum. É um anime difícil. É cult. É complexo. E é, acima de tudo, genial.

    Texto de autoria de Alexandre “Noots” Oliveira.

  • Resenha | Superman: Entre a Foice e o Martelo

    Resenha | Superman: Entre a Foice e o Martelo

    Superman - Entre a Foice e o Martelo

    E se Hiroshima e Nagazaki nunca tivessem acontecido?
    E se o Brasil não fosse colônia de exploração? E se a Guerra Fria durasse até o século XXI?
    E se o Mickey fosse um gato, ou um boneco de posto, ao invés de um rato? E se… ? E se…??
    Todas essas perguntas possivelmente fazem mais sentido do que a questão que trouxe este post até o Vortex Cultural:

    “E se a nave do Kryptoniano mais famoso de todos, Todos, TODOS, tivesse caído na União Soviética, ao invés de cair nos Estados Unidos da América?”

    Esta é a questão central do arco supermanzístico Superman – Red Son, uma história pensada por Mark Millar na década de 70 e que foi publicada em abril de 2003. O arco, publicado em 3 edições, conta a história do herói-vitrine da DC caso sua nave tivesse caído, em território ucraniano, durante a guerra fria. Nesta estória, o homem de aço é criado e educado no regime comunista de Stálin e passa a defender, de todas as maneiras possíveis, os ideais igualitários promovidos pelo Estado Social.

    Com este poderoso “camarada” a seu lado, o regime de Stalin prospera e toma conta de praticamente todo o mundo, sendo os Estados Unidos e o Chile os únicos países do planeta a recusarem o Estado Social e a ajuda de Superman.

    Acho que o que ainda posso contar sobre esta HQ, sem estragar a experiência de quem ainda não leu, é que os ideais comunistas colocados em prática reduzem a um nível microscópico todos os problemas da humanidade. Sob o comando de Superman (que assume como uma espécie de “Presidente do Planeta” depois da morte de Stalin) o mundo utópico proposto pela teoria finalmente vira realidade, mas ainda existem pessoas muito poderosas que não vêem a influência alienígena de Superman com bons olhos, e farão de tudo para derrubar o sistema.

    Neste que é um dos arcos mais famosos de todo o Multiverso, Superman – Red Son é um excelente exemplo de como nosso mundo poderia ser totalmente diferente (não melhor, e nem pior) do que é hoje em dia.

    Millar personifica todos os ideais da Mãe Rússia na figura de um alienígena semi-deus e coloca a doutrina comunista em prática em um âmbito global. A brilhante visão de Millar, sobre o comunismo aplicado, deixa bem claro todos os pontos positivos e negativos de cada um dos modelos econômicos e dá uma nova visão de mundo aos leitores, além de servir como uma excelente aula de história.

    Em minha opinião, a DC nunca lançou algo tão bom em sua história quanto Red Son. Apesar de eu ser marvete (admito sem nenhum pudor que os personagens da Marvel e suas histórias fazem muito mais o meu estilo), conheço muita coisa da DC.

    Acho que o universo regular de todos os heróis de ambas as editoras é lugar-comum para qualquer pessoa que goste de quadrinhos. Salvo os novíssimos leitores de HQ (a quem, obviamente, não se dirige essa história), todos sabem qual é a pegada dos principais heróis da DC. Creio que o maior mérito da história é justamente mostrar um universo totalmente alternativo mantendo completamente intactas as características de cada personagem.

    Assim, em Superman: Entre a Foice e o Martelo, temos um Superman que luta com todas as forças e abdica de sua vida pessoal para defender seu ideal e fazer aquilo que ele acha que é certo, temos um Batman que luta sozinho para combater a tirania e um Lex Luthor que enxerga em Superman o único adversário a sua altura, e que ignora todo o mundo ao seu redor para vencer o homem de aço. Estes personagens principais mantém todas as características particulares que lhes deram vida. Diferente de outros arcos da própria Elsewords, estes são completamente os mesmos personagens dos universos regulares, porém com motivações diferentes.

    Em toda minha história com as HQs americanas (que não é assim tão longa) posso afirmar com 200% de certeza que jamais li uma revista com roteiro tão brilhantemente elaborado e com tamanha competência em construir um universo que, apesar de fictício, é tão crível e filosófico. Uma excelente história que envolve praticamente todo o universo DC em uma trama que não é galhofa (considerando-se o tipo de publicação), que não utiliza nenhuma desculpinha “Deus ex machina” para explicar qualquer coisa e que mostra realmente do que os personagens são capazes.

    A revista foi publicada no Brasil, em 2006, pela Panini, com o nome “Superman: Entre a foice e o martelo” mas hoje em dia é bem difícil de conseguir um impresso desse material. A boa notícia para quem é Macfag  é que a DC publicou as três edições em seu aplicativo oficial e apesar de estar bem carinha (US$ 3,00 cada) vale a pena dar uma conferida(se você for fluente na língua capitalista, obviamente). Caso você não seja um i-adopter, tenho certeza que é bem esperto e vai dar o seu jeitinho para ler a história, não é mesmo? 😉

    Com roteiro de Mark Millar e traço de Dave Jhonson, “Superman – Red Son” é leitura OBRIGATÓRIA… Vou repetir: OBRIGATÓRIA, para todos os leitores de HQ, sejam eles DCnautas ou Marvetes.

  • 10 Álbuns Essenciais de 2011

    10 Álbuns Essenciais de 2011

    Diferente do que as pessoas têm falado, 2011 se mostrou um excelente ano para a música. Basta procurar nos meios corretos. (Ou vocês ainda contam com a televisão e o rádio pra isso?). Tive um certo trabalho para fazer essa lista e acabei deixando muita coisa bacana de lado. Acabei focando em artistas que não tinham tanto apelo na mídia. Por isso, confiram o post e corram atrás dessa galera.

    Graveyard – Hisinger Blues

    Hisinger Blues é o segundo álbum desta banda formada em 2006. O Graveyard é uma daquelas bandas que tem uma sonoridade calcada nos anos 70, com influências de Led Zeppelin, Sabbath, Grand Funk, só que, diferente da maioria, os caras conseguem imprimir originalidade e o clima que os anos 70 tinham, seja tocando hard rock, blues ou baladas. O segundo álbum consolida a carreira da banda e cala a boca daqueles que dizem que não se faz mais rock and roll como antigamente.

    The Quill – Full Circle

    The Quill é uma banda sueca, assim como o Graveyard, mas com uma pegada bem diferente e com um som mais pesado, voltado para o Stoner rock e Stoner Metal. Diferente do álbum anterior, Full Circle é mais pesado e mais maduro, talvez a entrada do novo vocalista Magnus Arnar, com um vocal mais rasgado e agressivo, tenha sido fator primordial para essa guinada na carreira da banda.

    Kamchatka – Bury Your Roots

    A Suécia tem exportado excelente bandas, pesquisando sobre a origem do Kamchatka, descobri que eles também são de lá. O som dos caras é uma mistura de hard rock com black music. Li no Collector Rooms que “o Bury Your Roots é tudo que o Black Country Communion queria ser e não conseguiu”. Assino embaixo.

    Noel Gallagher’s High Flyng Birds – Noel Gallagher’s High Flyng Birds

    Esse é pra gerar polêmica mesmo, mas enfim, vamos lá. Desde o fim do Oasis, os irmãos Gallagher decidiram seguir caminhos opostos, Liam se reuniu com o resto do Oasis e formou o Beaddy Eye (que por pouco não foi listado aqui com o excelente Different Gear, Still Speeding) e o Noel partiu para a carreira solo. O álbum de estreia é excelente, diferente dos últimos trabalhos do Oasis. Álbum honesto, com Noel voando alto, como sua banda.

    The Pepper Pots – Train To Your Lover

    Saindo um pouco do Rock and Roll, vamos falar das beldades do Pepper Pots, uma banda que acabei conhecendo por acaso em uma dessas buscas e me surpreendeu. Train To Your Lover é o quarto álbum e é uma viagem ao passado, reunindo todo o grude que a Motown tanto difundiu décadas atrás. Canções soul, extremamente melodiosas, com uma banda de primeira.

    Ry Cooder – Pull Up Some Dust And Sit Down


    O cara é simplesmente um dos guitarristas mais influentes da atualidade e está na estrada há mais de quatro décadas. Em seu último álbum, Cooder reúne vai do Blues ao Country texano e tudo isso fazendo uma forte crítica à política norte-americana. DISCAÇO!

    The Black Keys – El Camino

    Dan Auerbach e Patrick Carney  continuam mais experimentais do que nunca. O novo álbum do Black Keys traz toda a pegada de Blues Moderno que os dois costumam fazer, só que desta vez o rock and roll está muito mais presente. El Camino tem o clima de uma grande jam despretensiosa, com músicos inspirados fazendo o que gostam.

    The Decemberists – The King Is Dead

    Depois do péssimo Hazards of Love, os Decemberists resolveram colocar a mão na consciência e deixar toda a pretensão de lado para fazer um grande álbum folk. The King is Dead é muito mais direto do que os trabalhos anteriores, deixando de lado a veia mais progressiva para cair de cabeça no country norte-americano. Fizeram muito bem.

    The London Souls – The London Souls

    Power trio nova-iorquino que lança seu álbum de estreia embasado na influência dos anos 70. Diferente das bandas que pipocam hoje em dia, abusando de efeitos e pirotecnias, os caras do London Souls fazem um som cru, como todo bom rock and roll deveria ser. Um dos grandes destaques de 2011.

    Tedeschi Trucks Band – Revelator

    Susan Tedeschi decidiu se reunir com seu marido, Derek Trucks, e montar o Tedeschi Trucks Band. Os dois fizeram um dos melhores álbuns (senão o melhor) de 2011. Blues, folk, country, jazz, rock… Fazia tempo que não ouvia um álbum tão interessante.

  • Agenda Cultural 33 | Aquela de Final de Ano

    Agenda Cultural 33 | Aquela de Final de Ano

    Bem Vindos à bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Levi Pedroso (@levipedroso), Rafael Moreira (@_rmc), Jackson Good (@jacksgood), Mario Abbade (@fanaticc) e Bruno Gaspar retornam para o último podcast de 2011. Boas Festas à todos e até o ano que vem!

    Duração: 108 mins.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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  • Resenha | Coringa

    Resenha | Coringa

    Coringa - Brian Azzarello

    É possível medir a relevância de uma obra pelo seu impacto em outras mídias. O filme Cavaleiro das Trevas, dirigido por Christopher Nolan, é um bom exemplo disto. A visão de Nolan, sobre o universo de Batman nos cinemas, influenciou o mundo dos quadrinhos. Brian Azzarello e Lee Bermejo trouxeram elementos visuais e de desenvolvimento de personagens que foram claramente inspirados no universo do Morcego de Nolan até mesmo pela atuação de Ledger como Coringa.

    Nesta graphic novel, a história é contada sob a ótica de Johnny Frost, um bandido menor que acaba de entrar para o “bando” do Coringa. De alguma forma, que não é explicada muito bem (e que não interessa também), o Coringa consegue provar que está curado, e com isso consegue seu passe livre para fora do Arkham. Só que as coisas não saem como ele espera.

    Ao chegar em Gotham, Coringa encontra seus negócios tomados e divididos entre seus antigos asseclas, desta forma, decide se aliar a algumas figuras conhecidas do universo do morcego. É o caso de Croc, aqui retratado praticamente como um soldado, o músculo da célula chefiada pelo Coringa; já o Pinguim dá as caras de forma mais tímida e ainda assim acertada. Retratado como um mafioso, responsável pelo comando de uma grande fatia do crime organizado de Gotham, e neste contexto, Azzarello mostra o quão sem controle é a personagem do Coringa, já que mesmo para o Pinguim, uma figura importante no submundo da cidade, não há outra alternativa senão a de ajudar o Coringa sendo o cérebro da organização. Arlequina também participa do enredo. Apesar de ser uma participação menor, chega a ser poética a instabilidade que sua personagem contém, algo que para quem conhece sua origem é também outra forma de expressão do caos do próprio Coringa, e de sua influência nefasta, capaz de apodrecer os que se aproximam dele.

    O ponto forte é, sem dúvida, Johnny Frost. O narrador da história anseia por ser alguém, fica evidente a sua busca pelo respeito daqueles que nunca acreditavam nele, tudo isso através de uma via rápida. E eis que sua chance de ascensão se transfigura através do Coringa e por ele percebemos também que está traçada a sua rota para a queda. Você só não sabe bem quando. É uma sensação que remete ao clássico de Martin Scorsese, Os Bons Companheiros. Qualquer semelhança não pode ser mera coincidência, já que a temática “máfia” está muito presente nesta HQ.

    A narrativa de Azzarello é perfeita para a trama apresentada aqui. Pra quem é leitor de suas obras, fica evidente que o autor se sente muito mais a vontade escrevendo histórias “sujas”, com uma estética de tonalidades noir retratando o submundo, a podridão da cidade e uma visão cínica das pessoas, como em 100 Balas, Batman: Cidade Castigada, do que escrevendo algo mais heroico e idealizado como em Superman: Pelo Amanhã. Em Coringa, nem mesmo a presença do Batman é muito evidente, sendo mais uma presença a ser mencionada e percebida como um ser mítico da cidade, quase uma lenda. O desenrolar da história se desenvolve pouco a pouco, o que nos remete a um conto policial escuro e doentio.

    Outro ponto forte é o trabalho gráfico de Bermejo. O design das personagens, criadas pelo artista, é muito interessante. Sua arte mescla o estilo tradicional dos quadrinhos americanos com uma pintura mais realista, tudo isso sem perder o dinamismo, algo bastante comum nesse tipo de traço. A cidade nos remete a um filme noir, uma percepção de estética que deveria ter acontecido com a série noir da Marvel mas não aconteceu.

    E nesta mistura de Martin Scorsese, Dashiel HammettQuentin Tarantino e Nolan que Coringa nos apresenta o antagonista do morcego em sua versão mais doentia e insana. Uma obra que tem tudo pra se tornar um clássico das histórias em quadrinhos.

    Compre: Coringa.

  • VortCast 10 | Mad Max

    VortCast 10 | Mad Max

    Liguem os motores. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Levi Pedroso (@levipedroso), Rafael Moreira (@_rmc), Mario Abbade (@fanaticc) e os convidados Felipe Nunes (@felipe_nunes) do Mitografias e Ivan Motosserra (@ivanmotosserra) do Rock Trinta discutem sobre um dos totens sagrados do Vortex Cultural, Mel Gibson e a trilogia que o consagrou: Mad Max.

    Duração: 82 mins.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Papo Lendário

    Filmografia

    Crítica Mad Max
    Crítica Mad Max 2 – A Caçada Continua
    Mad Max Além da Cúpula do Trovão

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    The Mad Max Movies – Adrian Martin (livro sobre a crítica dos filmes)
    Video – Mario “The Humungus” Abbade
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    Video de fã fantasiado – “The Humungus” 2
    SNL faz Homenagem a Mad Max 2
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    Coletânea com os 3 filmes em DVD
    Fallout

  • Resenha | Manicômio do Coringa

    Resenha | Manicômio do Coringa

    O Manicomio do Coringa

    Recentemente andei relendo algumas histórias voltadas ao arqui-inimigo do morcego, uma delas foi o Manicômio do Coringa, que eu conferi na época do seu lançamento, aproximadamente dois anos atrás e me decepcionei bastante. Relendo a hq dias atrás, minha opnião não foi muito diferente, o roteiro é um misto de altos e baixos durante toda a história.

    A revista traz 5 contos, cada um deles protagonizada por uma personagem da galeria de vilões do Batman. O interessante é que em cada uma das histórias o Coringa surge como um apresentador e contador da história, uma clara referência aos quadrinhos de terror de antigamente e até mesmo aos programas onde eram transmitidos filmes de terror, onde tínhamos como apresentadores a clássica Vampira (nome da atriz), que teve seu visual chupinhado pela atriz que interpretou Elvira (Vai me dizer que você não se lembro dos peitos do filme dela?), nos anos 80. Outro apresentador que ficou muito conhecido apresentando esse tipo de programas é o cineasta José Mojica, ou simplesmente, Zé do Caixão. Enfim, o Coringa tem esse papel na hq, sempre tecendo comentários ácidos e de humor negro no início e fim de cada conto. Mas deixando as inutilidades de lado, vamos as histórias.

    Nosso palhaço “querido” protagoniza a primeira delas, onde ele invade uma emissora de televisão e decide brincar um pouco com os telespectadores. Uma história interessante e traz uma crítica um tanto estranha para um personagem “anárquico” como o Coringa, pois ele mostra até que ponto os produtores das emissoras de tv podem chegar por audiência. Como eu disse, uma história interessante mas um pouco difícil de encaixar na personalidade do vilão, já que a violência pela violência sempre foi algo inerente ao personagem e ao usar um tom de denúncia, isso perde um pouco o sentido. Os desenhos dão um tom insano peculiar.

    A próxima história é a melhor de todas elas. Protagonizada pelo Pinguim, nos deparamos com o passado da personagem, seus traumas de infância, seu declínio à loucura e sua ascensão ao crime. A trama tem um desenrolar fatídico onde o Pinguim encontra uma possibilidade de redenção ao se apaixonar, contudo, culmina em um triste fim. Ponto forte para o roteiro e desenho, que estão excelentes.

    No terceiro conto temos Hera Venenosa como protagonista e sem muito acrescentar, uma história que não adiciona e nem subtrai nada do produto final. Ponto forte para o desenhista e colorista que conseguem expor toda a sensualidade da personagem com traços fortes e um trabalho de cor excepcional.

    Espantalho chega com a penúltima história da hq e de longe é a pior de todas. Trama digna dos piores filmes de terror que você já assistiu. Clichê atrás de clichê. A arte é interessante, porém, não casa bem com um personagem que lida com o medo, como é o caso do Espantalho. A última delas é protagonizada pelo Duas-Caras e sua dualidade sempre presente. Os desenhos são de muito bom gosto e o roteiro redondinho.

    Manicômio do Coringa cumpre sua proposta de divertir e o preço convidativo colabora com isso. Vale a pena uma conferida despretensiosa se encontrá-la por aí.

  • Crítica | Os Infiltrados

    Crítica | Os Infiltrados

    Infiltrados 1

    Martin Scorsese é um dos maiores cineastas da história e Os Infiltrados (The Departed, 2006) já reservou seu espaço entre as obras-primas da sétima arte. São 152 minutos de pura técnica e beleza. A história é baseada no eletrizante Conflitos Internos (2002), sucesso de Hong Kong. Mesmo não sendo material original dele, o diretor extrai originalidade, na maneira sempre cheia de frescor com que trabalha seus temas preferidos, como os conceitos de culpa, redenção e violência na sociedade norte-americana.

    Personagens solitários procurando uma saída em um mundo corrompido, muitas vezes encarando seus pecados através de uma “crucificação” sanguinária, no plano metafórico. Tudo isso tangenciado com uma forte presença da religião católica, em termos de Scorsese sempre de forma conturbada, e a sombra discreta em citações de Joyce, Freud, Shakespeare e John Ford (cenas de O Delator em uma TV).

    O elenco traz interpretações impecáveis, liderado por Jack Nicholson em uma atuação anti-realista, quase demoníaca, própria para emoldurar o dualismo espiritual e físico por parte da polícia e gangsteres protagonizadas, respectivamente, por Leonardo DiCaprio e Matt Damon. Isso é exemplificado na cena em que os dois são refletidos de forma fragmentada. Um espelho nefasto emprestado do universo de Hamlet.

    Tecnicamente a produção reafirma, com primor, todas as idéias sugeridas pela orientação de Scorsese. Cada cena tem uma função na narrativa, sedimentando as nuances da trama. A fotografia de Michael Ballhaus enriquece cada plano com uma cor sombreada sugerindo ambigüidade em diversos personagens. A edição de Thelma Schoonmaker corrobora essa premissa com uma série de eventos que por nenhum instante deixa o espectador confuso. Os cenários de Kristi Zea nos levam para uma selva urbana e atmosférica pela dualidade de comportamento dos personagens.

    Modernidade e retro se completam. Mesmo sendo encenado nos dias de hoje, sentimos um certo clima de produção ambientada nos anos 70. Época em que os filmes retratavam pessoas amorais e ambíguas sem muita preocupação com o politicamente correto. Tudo isso embalado por uma mistura de rock e ópera na trilha sonora. Os Infiltrados também marca a volta de Scorsese ao caos urbano, gênero em que ele é um mestre. Depois de realizar filmes grandiosos e de época, ele volta suas lentes para o mundo do crime repleto de gangsteres trágicos. Mas dessa vez a ação também é concentrada no dia-a-dia dos policiais. Pois “ratos” não são um privilégio exclusivo dos bandidos.

    Texto de autoria de Mario Abbade.

  • Crítica | O Fim da Escuridão

    Crítica | O Fim da Escuridão

    Fim da Escuridão 1

    Que Mel Gibson não vai bem das pernas todo mundo sabe, um bom sinal disso foi sua volta aos cinemas atuando, já que desde Sinais não atuava, em 2010 ele retornou com O Fim da Escuridão, filme que passou batido pelos cinemas sem nenhum alarde. Nem mesmo as polêmicas de Gibson salvou o filme.

    Neste longa, Gibson retorna com um personagem polêmico e longe dos maniqueísmo que estamos acostumados da indústria de cinema. Interpretando Thomas Craven, um policial de Boston do departamento de homícidios, víuvo e pai de uma única filha, Emma (Bojana Novakovic), uma estagiária de uma grande companhia.

    O Fim da escuridão retrata um dia na vida do agente Craven (nome maneiro, hein?) em busca de vingança. Não entrarei muito na história, senão o spoiler será necessário. O filme tem o objetivo de ser um thriller dramático, muito parecido com Busca Implacável com Liam Neeson, que é magistral, porém, enquanto Busca Implacável é ação frenética com algumas cenas de drama, O Fim da Escuridão vem como o oposto, talvez por isso tenha sido tão criticado, o filme não é extraordinário, mas talvez tenham entendido errado o que ele estava proposto a mostrar. O Fim da Escuridão não era pra ser um filme de ação frenético como Máquina Mortífera, como algumas pessoas reclamaram por aí.

    Gibson está muito bem em seu papel, não achei nada que o desfavorecesse, e discordo de muitos que o chamam de ator de um só filme. Martin Campbell (Cassino Royale) é o responsável por dirigir o acerto de contas do personagem interpretado por Mel Gibson. Em algumas cenas, Campbell acaba abusando do sentimental, o que incomoda um pouco, mas que no somatório geral, não chega a prejudicar. Vale resaltar a presença de Ray Winstone na trama, com excelentes atuações.

    Apesar de estar longe de ser um grande filme, O Fim da Escuridão cumpre bem seu papel e merece um olhar mais atento do espectador.

  • Anotações na Agenda 06 | Eita, Podcast da Bexiga

    Anotações na Agenda 06 | Eita, Podcast da Bexiga

    Sincronizem suas Agendas. Flávio Vieira (@flaviopvieira), André Kirano (@kiranomutsu), Jackson Good (@jacksgood) e a lenda viva dos comentários, Aoshi-Senpai (@aoshi_senpai). Além dos citados, contamos com a presença momentânea de Levi Pedroso (@levipedroso), Rafael Moreira (@_rmc) e Mario Abbade (@fanaticc) para comentar o que rolou nas últimas edições do podcast.

    Duração: 71 min.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Podcast’s comentados na edição

    Anotações na Agenda 05 – DoRgas, Manolo!
    Agenda Cultural 30 – Os Mastodontes na Terra da Árvore Melancólica Esmeralda
    VortCast 08 – Planeta dos Macacos
    Agenda Cultural 31 – No Inferno Sem o Bátema
    VortCast 09 – Batman: Ano Um

    Demais Links

    Pauta Livre News 44 – Com Grandes Poderes, Gravamos um Podcast
    ComboCast 33 – Papo de Bar: Séries 2011
    [+18] Foto do Levi com “Garota de utilidade pública”
    Farrazine 24
    Ilustração de DaveTheSodaGuy do Mario como William Wallace
    Podtrash
    Manolagem Interativa – Celebridades da Internet

    Playlist da Edição

    Ramones – Sheena is a Punk Rocker
    The Kilborn Alley Blues Band – Nothin’ Left To Stimulate
    Albert King and Stevie Ray Vaughan – Pride & Joy
    Lenny Kravitz – Come On Get It
    Then Crooked Vultures – No One Loves Me
    Faith No More – Epic
    Arch Enemy – Dead Inside
    Fallen Within – I Am Hate
    Jota Quest – Carta de Amor
    Ayreon – Time Beyond Time
    Craddle of Filth – One Foul Step From the Abyss
    Opeth – Bleak
    Black Rebel Motorcycle Club – Feel It Now
    Black Rebel Motorcycle Club – Love Burns
    Johnny Cash – Let The Train Blow The Whistle
    Xuxa – Parabéns da Xuxa
    M. Garrison – Merry Fucking Christimas

  • Review | Steins;Gate

    Review | Steins;Gate

    Steins;Gate

    Alô? Sou eu. Mudança de planos a Organização descobriu tudo. Temos que começar a operação Yggdrasil.

    É mais ou menos alguma coisa assim que Okabe Rintaro fala ao seu celular quando é pego de surpresa por algo, ou em momentos aleatórios. Okabe é um estudante universitário e se auto-proclama um cientista louco que combate uma organização que pretende dominar o mundo. E esse é o personagem principal de Steins;Gate, um anime com o diferencial de ter sido produzido por dois estúdios, um de games e outro de desenhos.

    Steins;Gate acompanha Okabe em seu “laboratório” criando invenções sem sentido de uso, até que uma dessas se mostra um protótipo de máquina do tempo que pode mandar SMS’s pro passado e junto disso você vê tudo acontecendo segundo a perspectiva de Okabe, já que ele é o unico que consegue manter as memórias do passado alterado, isto é, se ele altera o passado pra conseguir algo, todos esquecem que ele não tinha aquilo, exceto ele. Com esse plot, a história se desenvolve repleto de conspirações, paradoxos e muitas outras coisas ligadas a viagens no tempo.

    Com uma narrativa um pouco mais lenta que de costume, a história vai passando e jogando informações vitais pouco a pouco na sua mente. O fato é tal que o primeiro episódio é cheio de informações que serão uteis para o fechamento da série. A história em si é fantástica, caindo poucas vezes em clichês mal utilizados e com isso o ritmo da narrativa aumenta pouco-a-pouco, tornando quase imperceptível o tempo gasto assistindo os episódios, já que a maneira angustiante como ele dita a narrativa, você acaba sempre querendo mais. O grande problema é que o anime só começa a pegar ritmo depois de 3 ou 4 episódios.

    Em termos de personagens, infelizmente o anime peca, as personagens são muito caricatas e pouco críveis, salvo exceções, você não sente aquele carisma emanando deles, eu acabei me amarrando no Okabe pelo seu jeitão e na Makise Kurisu também pelas situações que ela passa, mas de resto você não consegue ver motivação ou desenvolvimento de algumas personagens dentro da história. Porém a narrativa acaba fazendo você não sentir falta disso enquanto assiste, só comecei a perceber esses detalhes quando a série e passei a refletir sobre ela.

    A animação é muito competente e condizente com a história. Não há cenas de ação e quando elas acontecem são “paradas”, pois esse não é o foco do anime, ali o foco é a história do efeito que o “Telefone-Microondas (com nome sujeito a mudança)” altera a vida de todos ali e como isso reflete no mundo. Assim como em Death Note, em que o embate era mental, aqui o que importa é o desenrolar e a compreensão dos mistérios. E a animação cumpre isso muito bem.

    O final, embora não fuja de alguns clichês, é um tanto quanto inesperado. Embora muita coisa você consiga deduzir, o fechamento não te decepciona, na verdade você fica bastante contente com o final digno que teve. Eu tenho um pequeno trauma com finais de séries e desenhos, nunca acho que aquele final é compatível com a experiência que tive inicialmente com a série, mas Steins;Gate consegue fechar com chave de ouro.

    Com tudo isso, aqui fica a recomendação de um anime. Vejam Steins;Gate com uma história sensacional que faz você pirar.

    Texto de autoria de André Kirano.

  • Review | Injustice

    Review | Injustice

    injustice poster

    James Purefoy, conhecido pelo seu papel como Marco Antônio no seriado Roma e mais recentemente por interpretar Solomon Kane nos cinemas, retorna na minissérie jurídica Injustice, atuando como um renomado advogado criminalista repleto de traumas e dúvidas quanto ao sistema judiciário inglês.

    A trama de Injustice é bastante intrigante, trazendo dois personagens centrais, o primeiro dele é William Travers (James Purefoy), um homem de meia idade que parece ter tudo o que precisa, formado em Cambridge, é um advogado de defesa brilhante, possui uma família adorável, uma linda casa no interior da Inglaterra e trocou a vida agitada da cidade para a calmaria do campo. Mas nem tudo é o que parece, Travers está a beira de um colapso nervoso, principalmente quando reconhece um homem na plataforma de uma estação de trem, o mesmo homem que em breve terá seu sangue decorando a parede de seu quarto em uma fazenda não muito longe dali.

    Com isso conhecemos a outra personagem, Mark Wenborn (Charlie Creed-Miles), um desagradável detetive responsável pela investigação do assassinato do misterioso homem. Wenborn é o típico policial durão com um olhar branco e preto do mundo, onde não acredita no trabalho dos advogados, e provavelmente acredita que o mundo seria um lugar muito mais seguro sem eles. Tudo piora quando um de seus colegas tenta impugnar um crime através de evidências falsas contra um homem negro, e Travers consegue provar a corte do ocorrido, resultando na demissão desse amigo.

    injustice_purefoyA história é apresentada em conta-gotas, pouco a pouco vamos conhecendo o passado das personagens centrais. A mulher de Travers, Jane (Dervla Kirwan), vive um dilema, entre escolher entre seu trabalho e sua família, pois abandonou sua carreira como editora literária para ficar ao lado de seu marido, porém, recebe uma oportunidade promissora ao analisar um livro escrito por um jovem detento, onde ela trabalha como professora de Inglês em uma instituição para jovens infratores. Wenborn vai se mostrando um homem cruel e vingativo, seja com sua esposa ou com sua obsessão em encontrar algo que incrimine Travers.

    No meio disso tudo, Travers é procurado por um velho amigo para defendê-lo no tribunal de acusações de assassinato de sua secretária e conspiração contra sua empresa. Contudo, ao aceitar o caso, ele terá que retornar a cidade e enfrentar o passado que deixou para trás.

    O roteiro de Anthony Horowitz é complexo, cheio de camadas e não recorre a clichês do gênero, os dramas se encaixam de maneira coesa à história, mesmo personagens menores têm um papel importante na trama. A direção de Colm McCarthy (The Tudors) é fundamental num thriller psicológico como o apresentado aqui. A minissérie conta apenas com 5 episódios. Nem tudo é o que parece.

  • O Fim do Metal Nacional?

    O Fim do Metal Nacional?

    Gostaria de sugerir um exercício de criatividade aos leitores deste blog, imaginem aquela cena enfadonha de terapia de grupo do tipo Alcoólicos Anônimos, onde um sujeito se levanta e diz:

    – Oi, meu nome é Fulano, e eu sou Alcoólatra. Com este pano de fundo eu começo dizendo:

    – Meu nome é Bruno, eu sou mais um brasileiro, ex-guitarrista, ex-vocalista, de uma ex-banda de Metal brasileira. Todos os dias bandas de Metal começam e acabam no Brasil seja numa garagem, ou em salas de estúdios de ensaio ou gravação, e ou até mesmo nos escritórios de gravadoras, ou revistas especializadas no gênero.

    O fato de uma banda que para ser reconhecida no Brasil precisa antes ser reconhecida fora do país, é um sintoma desse público de Metal que só respeita uma banda pelo sucesso no exterior, o famigerado público “Paga-Pau-de-Gringo”. O que é óbvio, e tanto as bandas quanto as gravadoras (do estilo) não vêem, é que este não é um bom público. É limitado, preconceituoso e radical nas suas opiniões, nunca está aberto às bandas novas, ou ao trabalho da uma determinada banda, ou até a fim de amadurecer com ela. Só consome os “clássicos” ou “medalhões”, ou seja, só consome marcas já consagradas. Em termos de público afirmo sem medo de errar que as bandas estão investindo no público errado, porque este tipo de público é teleguiado e não é formador de opinião, por mais que critiquem, o comportamento e o tipo de consumo dessas pessoas só comprova isso.

    Outro problema do Metal é a segmentação, pseudo-nichos que ao invés de direcionar segregam e rotulam, vendendo de forma incoerente e equivocada os trabalhos dos artistas. Tem espaço na arte para tudo: disco opereta, disco conceitual, disco histórico, disco autobiográfico, disco-épico, disco-fantasioso-folclórico, mas ninguém faz isso voltado para o Brasil (público brasileiro). Quem no mundo vai querer consumir a cultura brasileira além do brasileiro? Este que sempre foi carente de cultura, principalmente da sua própria, o brasileiro não conhece o Brasil!

    O símbolo mais emblemático disso é um Mameluco (mistura de Índio com Negro, cerca de 70% da população brasileira possui uma dessas duas heranças genéticas) fã de “Power-Viking-Nordic-Mother-Fucker-Metal” (IRONIA), analfabeto funcional (vítima do nosso fatídico investimento público em educação), que vive em negação da sua própria cultura e etnia. É o ápice da nossa esquizofrenia enquanto cultura colonizada. O metal tem de se abrir pro público brasileiro, e parar de usar a música brasileira de forma pseudo-intelectual só pra vender discos lá fora como world-music.

    Um amigo meu teceu um comentário sobre o vídeo do Edu Falschi que eu achei muito bom e vou reproduzi-lo:

    Muito bonito o que ele disse, mas acho que ele deveria ter gravado em inglês em respeito ao público dele.

    Eu respeito o fato de existirem bandas que escrevem em inglês, mas isso não é uma crítica a elas diretamente, contudo é preciso entender que o mercado dessas bandas é o externo, essas bandas não querem ser uma “banda brasileira”, elas querem ser uma “banda gringa” cosmopolita, “do mundo”, porque sabem que aqui o som deles não tem espaço. Todas essas bandas têm a ilusão de que podem competir com os gringos no próprio território deles, e ainda ter respaldo no Brasil com a cultura do metaleiro brasileiro de valorizar mais o que vem de fora. Todos vocês estão equivocados! Vocês vão ter de fazer sucesso fora pra poder ter um bom público aqui, e viver de música, que é o sonho de toda banda independente. O que é mais bizarro é que às vezes pra você conseguir alguma realização fora do país é preciso mostrar algo diferente pros gringos, o que invariavelmente acaba sendo a nossa própria cultura, exemplos: Sepultura e Angra.

    Mas esses casos são únicos, e não podem ser aplicados a nossa realidade, o André Matos tinha os contatos, dinheiro e o projeto certo para aquele momento do Metal nacional, foi o casamento perfeito entre estar no lugar certo, na hora certa e estar preparado para isso. Mas isso não se aplica a nenhum modelo, é imponderável o que aconteceu, e de resto o que temos além de nós mesmos para mudar esse cenário?

    Gostaria que vocês reparassem que quando penso em Brasil não penso apenas em Sudeste, e nem tento elitizar o meu mercado em potencial, falta essa ambição às bandas e as empresas que pretendem explorar esse mercado, falta arrojo comercial. Outro equívoco comercial é quando as bandas que ao invés de oferecerem trabalhos ARTÍSTICOS com mensagens, conceitos, valor cultural e etc, só vendem técnica, ou seja, música de músico pra músico. Um público altamente “especializado”, que na minha opinião de merda seria melhor rotulado como específico demais, e só! Quem vive de técnica, vive de depreciar a técnica alheia pra promover a sua própria, e o marketing negativo é o único retorno da sua marca que você ganha investindo nesse nicho.

    Bom músico, bom instrumentista é força de trabalho e não “O Trabalho”, quem vende técnica uma hora cansa o mercado com a sua fórmula, como as já cansadas bandas de Prog-Metal. As pessoas ouvem música pra se divertir, se entreter, se relacionar com o trabalho de alguma forma, mas quando se oferece isso tudo, e ainda alguma profundidade é que se tem um grande produto que qualquer consumidor vai querer conhecer. É patético um músico reclamar do público (Não é senhor Edu?), isso é uma democracia ou não? O público sempre foi o termômetro do trabalho dos artistas. O mais irônico é que esses músicos de Metal Melódico, que parecem presos à Idade Média nas suas temáticas, esquecem que o público daquela época atirava objetos nos artistas dependendo de sua aceitação ao espetáculo.

    Nesse mercado todos são culpados, as bandas com seu trabalho mal elaborado e mal vendido, o público, que como é um problema sócio-cultural levará anos até poder ser amenizado, e as gravadoras, produtoras e afins, pela falta de investimento, apoio, incentivo e arrojo comercial. Porém não posso deixar de falar de um dos grandes culpados: A Mídia! A culpa da mídia é que ela não faz mais reportagens, não vai mais atrás de bandas, como os repórteres de campo da Rollingstone que descobriram o Black Sabbath e Led Zeppelin ainda excursionando. Hoje a maioria dos jornalistas sentam em suas redações e esperam o disco do interesse editorial da redação (Jabá) chegar pra elaborarem suas resenhas. Existem milhões de bandas boas de Metal no Brasil, outras muito originais, e muitas já acabaram por falta de incentivo e apoio, bandas diferentes que poderiam fazer mais pela música brasileira do que o próprio Angra.

    A única coisa que posso afirmar com uma segurança quase que espiritual é que o Metal nacional só vai acabar quando não existir mais fã do estilo no Brasil, seja levando um cover despretensioso no fim de semana numa garagem da vida, ou com projetos mais ambiciosos engavetados em corredores sem fim dos prédios das corporações imperialistas que exploram o nosso mercado fonográfico, viva la revolución! (IRONIA).

    Outra informação muito instrutiva é sobre a origem da banda Angra, bem no finalzinho desta crítica aos shows e CD’s da mesma: http://whiplash.net/materias/opinioes/139412-angra.html

    Texto de autoria de Bruno Mira.

  • Agenda Cultural 32 | Desculpa aí, Galera…

    Agenda Cultural 32 | Desculpa aí, Galera…

    Bem Vindos à bordo. Rafael Moreira (@_rmc), Flávio Vieira (@flaviopvieira), Amilton Brandão (@amiltonsena), André Kirano (@kiranomutsu) e Jackson Good (@jacksongood) recebem Joh do Descontrole Podcast (@descontrolepod) para uma conversa sobre quadrinhos nacionais, séries investigativas, pseudo-documentários e muito mais. E como não poderia deixar de ser, recheado de muita polêmica.

    Duração: 91 mins.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Comentados na edição

    Descontrole Podcast

    Games

    The Witcher 2

    Cinema

    Terror sem Limites (A Serbian Film)
    Amizade Colorida
    Catfish
    Gigantes de Aço
    Entre Segredos e Mentiras
    Os Três Mosqueteiros

    Séries

    Persons of Interest

    Música

    Beastieboys – Hot Sauce Committee Part Two

    Literatura

    O Andar do Bêbado: Como o Acaso Determina Nossas Vidas – Leonard Mlodinow
    AK-47: A Arma que Transformou a Guerra – Laryy Kahaner

    Quadrinhos

    Tex Gigante 25 – Na Trilha do Oregon
    Vendetta
    Asterios PolypResenha
    A Boa Sorte de Solano DominguezResenha

    Produto da Semana

    Ovelhinha Inflável

  • Resenha | Asterios Polyp

    Resenha | Asterios Polyp

    Asterios Polyp - Mazzucchelli

    Em seu quinquagésimo aniversário um homem está em seu bagunçado apartamento, assistindo vídeos, quando seu prédio é atingido por um raio e assim se inicia  um incêndio e no pouco tempo que ele tem para sair de casa, ele pega apenas poucos itens. Assim começa Asterios Polyp, uma história que vai contar a trajetória deste homem pela sua vida, com sua ascensão, queda e redenção.

    É difícil eu conseguir me deparar com algo e dizer que aquilo é genial, mas Astérios é genial. Esta Graphic Novel criada inteiramente, roteiro e arte, por David Mazzucchelli não pode receber outro adjetivo senão genial. Tudo que está presente foi pensado, cada forma, traço ou palavra. De início  pode até gerar estranheza a forma como é  o traço dos personagens, quase cartunescos, mas depois você vai entendendo o motivo dele ser assim.

    Como dito, a história conta a vida de um homem comum, Asterios Polyp, porém é narrada pelo irmão gêmeo, que não conseguiu nascer, Ignazio. A narrativa não é linear, ela é traçada entre o presente e o passado. É partindo daí que vem a construção do personagem, Asterios é um arquiteto renomado, com desenhos incríveis, mas nenhum construído. Com uma visão forte do mundo, formado por linhas retas e dualidade.  E tudo isto é mostrado não somente na narrativa, quanto na arte, em determinados quadros Mazzucchelli “desconstrói” o personagem à um desenho de formas geométricas retas. Pode parecer chato você acompanhar a vida de uma pessoa comum, mas não é, é divertido e fascinante.

    E a narrativa é sensacional, não é complicada como algumas outras histórias em quadrinhos autorais, mas sai do comum, são usadas formas diversas de expressar o que o autor quer e você consegue entender perfeitamente o que ele quis com aquilo. A obra tem referências à diversos mitos, Odisseia, Orfeu, Eurídice e muitas outras são exemplos disso. Tudo isso torna a obra mais completa, embora não seja necessário conhecer essas referências para entender a história, eles servem apenas para complementá-la.

    Em termos de arte, como já dito anteriormente, é de se estranhar no início, mas depois que você se acostuma dá pra perceber que cada linha foi pensada, do traço as cores. Não há mais de 2 ou 3 cores por página, raras exceções, e mesmo assim não fica em excesso uma cor, fica no tom perfeito.

    Por fim, Asterios Polyp demorou 10 anos para ser feito e você vê que esse tempo foi bem empregado em cada página. Uma história simples e empolgante, uma narrativa diferente e uma arte pensada nos mínimos detalhes, isso faz com que este quadrinho seja altamente recomendável para qualquer pessoa ler e se divertir, seja fã de quadrinhos ou não.

    Texto de autoria de André Kirano.