Crítica | Bloodshot
Bloodshot é um filme que adapta os quadrinho de mesmo nome da Editora Valiant. O longa é protagonizado por Vin Diesel, astro de ação de Velozes e Furiosos e Riddick, que interpreta Ray Garrison, um soldado que morreu e foi trazido de volta a vida através de um experimento.
O início do filme mostra cenas de ação com ângulos bem fechados, imitando o estilo que Paul Greengrass colocou em Ultimato Bourne e Supremacia Bourne, variando entre a ação de Garrison como militar e quando sofre um rapto. Esses momentos não são exatamente ruins, mas carecem de identidade própria, como boa parte da condução do cineasta.
Há também algumas pitadas do cinema de ação francês recente, influencias claras de Luc Besson (Valerian e Anna), Pierre Morel (Busca Implacável e A Justiceira ) e do espanhol Jaume Collet-Serra (Noite Sem Fim), os cenários e instalações militares parecem demais com as instalações desses filmes, e nisso, acabam pecando por não conter qualquer originalidade, Bloodshot parece uma mistura de todos esses, batido no liquidificador e servido de maneira fria a quem assiste.
Nenhum dos personagens secundários é digno de maiores menções, nem mesmo o Dr. Emil Harling de Guy Pearce, que até se esforça para não parecer mais um personagem de vídeo game genérico, ou a bela KT de Eiza Gonzalez, que está no elenco aparentemente só para causar alguma espécie no público, que deve lembrar dela de outros filmes e séries de ação recentes.
O filme tem um visual arrojado, houve um investimento alto nisso e entre seu início e meio, já na trilha sonora há uma mistura estilos bem diferentes, semelhante ao trabalho de Hans Zimmer, com pitadas do que se usa normalmente em ficção científica do começo dos anos 2000, como Gattaca ou AI- Inteligência Artificial. Toda a questão dos melhoramentos cibernéticos é apresentada de maneira nada profunda, não se toca na questão da humanidade, tampouco nas consequências provenientes desse tipo de intervenção, tudo é tratado como normalidade.
É fato que a premissa por trás do personagem não é a mais original do mundo, mas o longa de Dave Wilson consegue ser ainda mais derivativo que o produto original. A experiência do diretor é curta, ele conduziu um dos episódios de Love, Death and Robots e era do departamento de efeitos visuais de games e filmes como Vingadores 2 – Era de Ultron.
O filme é demasiado longo, e se torna pior ao se aproximar do final, onde combates que se valem demais de CGI ocorrem. Wilson, apesar da experiência com efeitos digitais não consegue fazer esses embates parecerem minimamente reais, tudo tem uma consistência artificial e tosca visualmente. Unindo isso ao fato de não haver qualquer personagem que rompa a barreira do bidimensional, não há muito como se importar com os fatos finais de Bloodshot, pois o produto soa como um episodio ruim de uma série de ação sem audiência ou sem expectativas para algo alem do ordinário, resultando numa obra tão combalida que se fala até em um possível reboot com o filme recém estreado nos cinemas.
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