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  • Crítica | Velozes e Furiosos 9

    Crítica | Velozes e Furiosos 9

    Velozes e Furiosos 9 tem seu início em 1989, com o patriarca dos Toretto, Jack, correndo em um circuito da Nascar e sofrendo um trágico acidente sob o olhar atônito dos dois filhos. Esse preâmbulo serve para estabelecer que o Dominic Don Toretto de Vin Diesel tem uma ligação emocional com os carros, e ainda introduz Jakob, seu irmão, vivido quando adulto por John Cena, como o novo antagonista.

    Justin Lin retorna a direção e como é visto na introdução esse seria um filme mais dramático que os anteriores. Um dos fatores curiosos da série de filmes era sua capacidade de rir de si mesmo, além de introduzir piadas e memes do público em sua própria história. Fato é que a franquia tinha em seu elenco atores medíocres que repetiam clichês de família para tudo, boas cenas de ação e de carros em velocidade, e invariavelmente se vendia como um filme de assalto ou de conspirações com governos envolvendo carros. Não havia muita preocupação dramática. Muita ação, frases de efeito e diversão, contudo quando a jornada se leva a sério demais, mesmo os defensores mais ardorosos penam na tentativa de justificar toda essa movimentação.

    A fórmula claramente se desgastou, o que sobra é a sensação de que a corda esticou demais. Nem os absurdos e momentos impossíveis funcionam, some-se a isso os adiamentos causados por uma pandemia que matou milhões, e o impacto desse filme beira a zero, nem mesmo o choque de uma revelação familiar dos Toretto quebra essa sensação.

    O filme chegou a ser exibido em grandes festivais, como em Cannes, e teve lançamento de dois cortes, inclusive com uma versão do diretor (com míseros quatro minutos a mais e pouco muda o espírito da obra), fora isso, há conveniências difíceis de engolir, como o retorno de um terceiro irmão Toretto, nunca mencionado. O longa não se contenta em ser um projeto de prequel, como também faz retcons.

    Outra questão foram as brigas das estrelas e a bifurcação do elenco da saga Velozes e Furiosos, com Vin Diesel e Dwayne Johnson não trabalhando juntos dentro desta franquia. Se Hobbs & Shaw é legal, mesmo sem uma bilheteria vultuosa, esse não conseguiu quase nada, foi prejudicado em arrecadação por conta do novo coronavírus e não acerta no quesito escapismo. Parece de fato que algo foi perdido e o apelo a personagens antigos já não é mais o mesmo.

    O longa tem sacadas, ainda que esparsas e meio perdidas no roteiro, como a indagação de um dos personagens ao fato deles terem tantos feitos impossíveis sem nenhuma cicatriz ou perda significativa seja para atrapalhar suas vidas ou como lembranças, mas quando essa sentença é dita pelo ator mais canastrão do elenco, Tyrese Gibson, perde força. A realidade é que mais do que antes, não há nenhum temor pelo destino dos aventureiros.

    Ao terminar de ver Velozes e Furiosos 9 a impressão que fica é que a saga já se esgotou, e que uma trama tão pretensamente adulta que envolve rivalidade entre irmão e até insinuações de parricídio, não deveria se levar tão a sério ou deveria ser introduzido de outra forma. Não após quase duas décadas de duração e dez filmes contando spin offs. É pouco, e nem os retornos forçados do filme compensam suas fragilidades.

  • Crítica | Bloodshot

    Crítica | Bloodshot

    Bloodshot é um filme que adapta os quadrinho de mesmo nome da Editora Valiant. O longa é protagonizado por Vin Diesel, astro de ação de Velozes e Furiosos e Riddick, que interpreta Ray Garrison, um soldado que morreu e foi trazido de volta a vida através de um experimento.

    O início do filme mostra cenas de ação com ângulos bem fechados, imitando o estilo que Paul Greengrass colocou em Ultimato Bourne e Supremacia Bourne, variando entre a ação de Garrison como militar e quando sofre um rapto. Esses momentos não são exatamente ruins, mas carecem de identidade própria, como boa parte da condução do cineasta.

    Há também algumas pitadas do cinema de ação francês recente, influencias claras de Luc Besson (Valerian e Anna), Pierre Morel (Busca Implacável e A Justiceira )  e do espanhol Jaume Collet-Serra (Noite Sem Fim), os cenários e instalações militares parecem demais com as instalações desses filmes, e nisso, acabam pecando por não conter qualquer originalidade, Bloodshot parece uma mistura de todos esses, batido no liquidificador e servido de maneira fria a quem assiste.

    Nenhum dos personagens secundários é digno de maiores menções, nem mesmo o Dr. Emil Harling de Guy Pearce, que até se esforça para não parecer mais um personagem de vídeo game genérico, ou a bela KT de Eiza Gonzalez, que está no elenco aparentemente só para causar alguma espécie no público, que deve lembrar dela de outros filmes e séries de ação recentes.

    O filme tem um visual arrojado, houve um investimento alto nisso e entre seu início e meio, já na trilha sonora há uma mistura estilos bem diferentes, semelhante ao trabalho de Hans Zimmer, com pitadas do que se usa normalmente em ficção científica do começo dos anos 2000, como Gattaca ou AI- Inteligência Artificial. Toda a questão dos melhoramentos cibernéticos é apresentada de maneira nada profunda, não se toca na questão  da humanidade, tampouco nas consequências provenientes desse tipo de intervenção, tudo é tratado como normalidade.

    É fato que a premissa por trás do personagem não é a mais original do mundo, mas o longa de Dave Wilson consegue ser ainda mais derivativo que o produto original. A experiência do diretor é curta, ele conduziu um dos episódios de Love, Death and Robots e era do departamento de efeitos visuais de games e filmes como Vingadores 2 – Era de Ultron.

    O filme é demasiado longo, e se torna pior ao se aproximar do final, onde combates que se valem demais de CGI ocorrem. Wilson, apesar da experiência com efeitos digitais não consegue fazer  esses embates parecerem minimamente reais, tudo tem uma consistência artificial e tosca visualmente. Unindo isso ao fato de não haver qualquer personagem que rompa a barreira do bidimensional, não há muito como se importar com os fatos finais de Bloodshot, pois o produto soa como um episodio ruim de uma série de ação sem audiência ou sem expectativas para algo alem do ordinário, resultando numa obra tão combalida que se fala até em um possível reboot com o filme recém estreado nos cinemas.

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  • Crítica | Vingadores: Guerra Infinita

    Crítica | Vingadores: Guerra Infinita

    Como eu havia escrito no meu texto sobre as expectativas em torno de Vingadores: Guerra Infinita, a hora havia chegado. O filme que marca os 10 anos do conhecido Universo Cinematográfico Marvel – UCM chegou aos cinemas com muitas dúvidas, desde as mais óbvias no que diz respeito ao encaixe de dezenas de heróis e seus coadjuvantes em tela, passando pelas apostas sobre qual herói seria o candidato a morrer e a partir os corações dos fãs, até a pergunta mais óbvia e com extrema relevância para a trama: onde está a Joia da Alma?

    Vingadores: Guerra Infinita entrega aos fãs e ao espectador aquilo que satisfaz desde os mais aficionados até aqueles que não estão tão familiarizados assim com o UCM e melhor, além de encher os olhos daquele que assiste, causando as mais diversas sensações, amarra todo o universo iniciado em 2008 com Homem de Ferro, tendo Pantera Negra como último “representante”, solucionando todas as dúvidas e amarrando todas as pontas soltas no decorrer do caminho, além de jogar no ar muitas outras perguntas que, talvez comecem a ser respondidas nas produções Homem-Formiga e a Vespa, Capitã Marvel e, obviamente, na quarta aventura da equipe que estreará somente em 2019, embora já esteja em estágio final de filmagem.

    Tentando evitar spoilers ao máximo neste texto, Guerra Infinita, como todos já sabem, marca a busca do vilão Thanos (Josh Brolin) pelas Jóias do Infinito e tem como ponto de partida os minutos seguintes da cena pós-créditos de Thor: Ragnarok, quando a nave da nova Asgard é abordada por outra gigantesca nave. Logo em seus primeiros minutos o filme já mostra quem de fato é Thanos e ele é assustador. Assim, deu-se início ao maior filme da curta, porém, de sucesso história da Marvel.

    Logo no início desse texto foi falado que um dos maiores desafios da produção seria encaixar tantos heróis, protagonistas e coadjuvantes em tela, e após o término do filme, tem-se se a sensação que cada um dos milhares de nomes que aparecem nos créditos finais, desde a direção de Joe e Anthony Russo, passando pela história escrita por Christopher Markus e Stephen McFeely, até prestadores de serviço como o “cozinheiro de Robert Downey Jr”, ou o “cabeleireiro de Don Cheadle”, merecem ser aplaudidos de pé. O cuidado com a história é tão minucioso que coisas “bobas”, mas que poderiam ter ficado de fora estão lá. Um pequeno exemplo disso é que devemos lembrar que Bruce Banner (Mark Ruffalo), por exemplo, abandonou o planeta ao final de Vingadores: Era de Ultron e ficou anos fora do ar, enquanto, na Terra, acontecia os eventos de Guerra Civil, Homem-Formiga, Doutor Estranho, Homem-Aranha: De Volta ao Lar e Pantera Negra. Banner acaba sendo atualizado de algumas coisas de uma maneira muito divertida.

    Aliás, Banner, a julgar pelo que aconteceu nos últimos anos, está mais leve, sem aquela agonia constante que o personagem entregava nos demais filme e isso contribui para alguns momentos de humor serem protagonizados por Mark Ruffalo. Humor esse que está presente em todo o transcorrer da fita, cada um a sua maneira. As partes dos Guardiões da Galáxia são tão autênticas que parecem que foram escritas por James Gunn e isso foi bem acertado no filme, já que aqui, um não invade o território do outro no que diz respeito ao estilo de cada personagem e assim, meio que temos um núcleo de personagens habilidosos com o humor e outro núcleo bem mais sereno. Tudo isso aliado à diversas cenas de luta e ação desenfreada, todas muito bem feitas e bem resolvidas.

    Em Guerra Infinita todo herói tem seu momento de protagonismo. O roteiro e a direção, de maneira habilidosa, cedem espaço para todos, sem exceção, algo que foi muito bem construído por Joss Whedon no primeiro filme, mas totalmente esquecido pelo diretor em Era de Ultron e pelos Irmãos Russo em Guerra Civil, quando há momentos em que Visão (Paul Bettany) e Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), dois dos mais poderosos no campo de batalha, simplesmente desaparecem, buscando de maneira preguiçosa, deixar a batalha mais equilibrada. Aqui, ninguém é esquecido e pra adicionar ainda mais um desafio para produção, ainda temos gratas surpresas, como o retorno de alguns bons personagens, além da inclusão de outros novos. Contudo, com relação ao seu herói preferido, fica o alerta de que você poderá ficar um pouco decepcionado se considerarmos o tamanho de sua expectativa. Guerra Infinita não tem tempo para desenvolver os personagens e as relações entre eles e os motivos são tanto relacionados ao desenvolvimento da produção, como ao desenvolvimento da história, porque Thanos, simplesmente, não deixa. E isso nos leva a dois destaques: o já mencionado titã louco e o deus do trovão, Thor (Chris Hemsworth).

    O Thanos de Brolin é incrível. Ele não é um vilão clássico, megalomaníaco, que busca somente destruir tudo e todos em busca única e exclusiva de poder, desbancando Loki (Tom Hiddleston) do trono de melhor vilão do UCM. Thanos tem um propósito até justificável e percebe-se que ele sofre por carregar esse fardo, tanto que a cada conquista, em vez de comemoração, vemos certo desânimo em seu semblante e chega num determinado momento em que você fala consigo mesmo “vai, Thanos!” tamanha a serenidade do personagem. A clássica vilania fica por conta de seus filhos Fauce de Ébano (poderosíssimo), Proxima Meia-Noite, Corvus Glaive e o brutamontes Estrela Negra.

    Já Thor sofreu mudanças significativas em Ragnarok e o personagem, dentro dos principais, foi o que mais evoluiu se levarmos em conta seus dois primeiros filmes que foram ruins e suas duas participações nos dois primeiros filmes dos Vingadores. E também, o contato junto dos Guardiões, fez com que o semideus se sentisse em casa, se encaixando na equipe como uma luva. Thor sempre foi um herói dotado de extrema arrogância e em Guerra Infinita podemos perceber que ele é um grande guerreiro.

    Muito se especulou sobre a empreitada ser um enorme filme que foi dividido em duas partes, assim como as produções finais de Harry Potter, Crepúsculo e Jogos Vorazes e embora, ambas histórias tenham tido filmagens simultâneas, optou-se por ser duas produções distintas e com títulos próprios e o que se vê em Guerra Infinita é a síntese disso. Um filme próprio, com começo, meio e fim bem distribuídos. Além disso, ao término da produção, fica claro que o filme é sobre Thanos, algo que foi incrivelmente acertado, deixando a entender que o próximo será sobre a equipe.

    O sentimento que Guerra Infinita deixa é de alegria e dever cumprido, o que aumenta ainda mais a expectativa para o próximo filme que chega aos cinemas daqui aproximadamente um ano. Enquanto isso, ficamos no aguardo da San Diego Comic Con em julho, que pode trazer as primeiras imagens e informações da misteriosa conclusão da história.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Vingadores: Guerra Infinita | Teorias e análises sobre o primeiro trailer

    Vingadores: Guerra Infinita | Teorias e análises sobre o primeiro trailer

    As primeiras imagens de Vingadores: Guerra Infinita foram mostradas em julho durante o evento da Disney chamado D23 e causou furor entre os presentes. Os fãs que estavam lá tiveram o “privilégio” de ver que os Vingadores, Guardiões da Galáxia e demais heróis do chamado Marvel Cinematic Universe – MCU terão muito, mas muito trabalho para enfrentar Thanos e seus soldados da Ordem Negra.

    Eis que a espera acabou e o resto do mundo pôde ver o que está por vir com a liberação do primeiro trailer oficial do filme. Informamos que a partir daqui, o texto poderá conter diversos spoilers, assim como teorias que poder ser verdades ou não.

    Logo no início, Nick Fury, Tony Stark, Visão, Thor, Natasha Romanoff proferem aquilo que seria o embrião da Iniciativa Vingadores, iniciada há quase 10 anos com a cena pós créditos de Homem de Ferro, de que havia uma ideia de reunir pessoas incríveis para ver se eles poderiam ser algo mais e que, então, se as pessoas precisassem deles, eles poderiam lutar as batalhas que as pessoas jamais poderiam lutar. Nas imagens já vemos Tony Stark (Robert Downey Jr) completamente acabado em sofrimento, onde se acredita que ele está segurando a mão de alguém que veio a padecer. Vemos também Bruce Banner (Mark Ruffalo) caído e assustado dentro de um buraco, sendo observado pelo Dr. Estranho (Benedict Cumberbatch) e Wong (Benedict Wong), quando a imagem corta para o Visão (Paul Bettany), em sua forma humana, num momento de carinho com Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), ao mesmo tempo em que Thor (Chris Hemsworth) aparece a bordo da Millano.

    As imagens a seguir já mostram Stark junto de Banner e Dr. Estranho dentro do Sanctum Sanctorum, enquanto Peter Parker (Tom Holland), dentro de um ônibus, tem seus pelos do braço completamente arrepiados para, logo após, observar uma enorme máquina circular pairando no céu de Nova Iorque. Embora as imagens sejam rápidas, é possível perceber que Stark tem um novo reator em seu peito e é muito provável que esse reator não seja somente um reator, mas também a fonte de onde sairá a sua armadura, o que remete, de certa forma, à armadura Extremis dos quadrinhos, muito embora, seu design seja bastante inspirado na Bleeding Edge, também dos quadrinhos.

    Temos também imagens de Thanos (Josh Brolin) chegando provavelmente na Terra através de um portal, enquanto o Homem-Aranha, vestindo a sua armadura mais tecnológica apresentada ao final de De Volta ao Lar, procura um jeito de desativar a máquina circular, enquanto T’challa (Chadwick Boseman) ordena que a cidade seja evacuada, que todas as defesas sejam acionadas e que peguem um escudo para o homem que sai das sombras. O homem é nada mais nada menos que Steve Rogers (Chris Evans), que inclusive, aparece em cena segurando uma lança atirada pela vilã Próxima Meia Noite. Vale destacar que esse escudo do qual T’Challa menciona, não deverá ser o tradicional escudo do Capitão América, mas sim um escudo usado em Wakanda, onde o guerreiro possui duas placas retráteis de vibranium nos braços.

    O trailer tem um caráter muito urgente e passa a impressão de que é mais tenso do que o primeiro trailer de Vingadores: Era de Ultron. Nas imagens, ainda podemos ver a Hulkbuster chegando em Wakanda, que inclusive receberá uma enorme batalha, onde Capitão América, Falcão (Anthony Mackie), Viúva Negra (Scarlett Johansson), Soldado Invernal (Sebastian Stan), junto do Pantera Negra, Máquina de Combate (Don Cheadle), Hulk e a líder das Dora Milaje, Okoye (Danai Gurira), liderarão o exército de Wakanda contra o exército do Titã Louco, formado pelos Batedores ou pelos Vrexllnexians que já apareceram na série Agents of S.H.I.E.L.D., o que, de certa forma, causa surpresa, uma vez que a decisão mais óbvia seria usar novamente o exército Chitauri do primeiro filme. O trailer termina com Thor perguntando quem são as pessoas para quem ele está olhando e a imagem aponta para os Guardiões da Galáxia, aqui formados por Senhor das Estrelas (Chris Pratt), ostentando um bigodão setentista, Groot (voz de Vin Diesel), em sua forma adolescente, Gamora (Zoe Saldana), Mantis (Pom Klementieff), Rocket Racoon (voz de Bradley Cooper) e Drax (Dave Bautista).

    No que diz respeito ao enredo propriamente dito, é muito provável que o filme já comece com Thor sendo atropelado junto com outros destroços pelos Guardiões da Galáxia e que, ao ser resgatado pela equipe, começa a contar o que houve com ele, onde a nave contendo a Nova Asgard foi interceptada e destruída pela nave de Thanos. Existe a possibilidade dos Guardiões já estarem numa investigação com o intuito de saberem o que aconteceu com o Colecionador (Benicio Del Toro) e com a Tropa Nova, uma vez que nas imagens do trailer, o vilão possui duas Joias do Infinito e uma delas é justamente o Orbe, que estava sob a posse da tropa, sendo que a outra é o Tesseract, que deve ter sido entregue por Loki (Tom Hiddleston) durante o ataque à nave. E é durante esse ataque que existe a possibilidade de Heimdall (Idris Elba), sob às ordens do Deus do Trovão, enviar Bruce Banner para pedir socorro a Stephen Strange, o que justificaria sua queda exatamente dentro do Sanctum Sanctorum. Banner contacta Tony Stark e eles, provavelmente, serão os primeiros a receberem a investidas de Thanos e sua Ordem Negra. Uma imagem chocante é aquela em que vilão, após colocar a segunda joia em sua manopla, dá um duro golpe que nocauteia o Homem de Ferro de forma muito violenta.

    Vale destacar que o filme deve possuir alguns núcleos separados e somente em certo momento que o Capitão América, Falcão e Viúva Negra irão para Wakanda requerer auxílio ao Pantera Negra e ao Soldado Invernal. Antes disso, o grupo deve estar junto de Visão e Feiticeira Escarlate que sofrem um ataque da Proxima Meia Noite e de Corvus Glaive e é nesse momento que deve acontecer a primeira baixa da equipe, quando o sintetizoide possivelmente terá a jóia que carrega em sua cabeça extraída por Glaive.

    E deve ser Bruce Banner e o Coronel Rhodes que farão o elo de ligação entre os dois fronts de batalha, o de Nova Iorque com o de Wakanda. Por isso, acredita-se que é Banner quem pilota a Hulkbuster, que fará o transporte do cientista até o país africano. Curiosamente, a gigante armadura também aparece na batalha. Se for realmente Banner dentro dela, a teoria é que o herói esteja inseguro em se transformar em Hulk novamente, temendo que o Gigante Esmeralda tome por completo sua consciência, o que faz sentido, contudo, não vale de nada, uma vez que o monstro também aparece nas imagens.

    Obviamente, tudo isso se trata de suposições, afinal, alguns personagens e heróis ainda não apareceram, como o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Homem-Formiga (Paul Rudd) e a Nebulosa (Karen Gillan), além do fato dos trailers serem montados de maneira aleatória. De qualquer forma, as primeiras imagens de Vingadores: Guerra Infinita fizeram tanto sucesso que bateram recorde de visualizações em menos de 24 horas de seu lançamento.

    O filme estreia dia 26 de abril aqui no Brasil.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Crítica | Guardiões da Galáxia: Vol. 2

    Crítica | Guardiões da Galáxia: Vol. 2

    O cinema que James Gunn executa tem uma identidade própria e muito bem definida. Seus filmes atravessam multi-gêneros, variando entre o humor, a aventura escapista e até mesmo ao gore. Foi assim no terror de invasão alienígena Seres Rastejantes, filme que faz rir e constranger graças as nojeiras estabelecidas ao longo de sua duração, e foi assim também com seus dois filmes anteriores, Super e Guardiões das Galáxia que, a sua maneira, trataram de reformular o modo de contar histórias audiovisuais com elementos do universo dos quadrinhos.

    Guardiões das Galáxia Vol. 2 repete tudo que dá certo no primeiro exemplar, conseguindo através dos esforços de seu diretor e elenco superar os detalhes que já eram bons. Os principais expoentes cômicos certamente são o brucutu Drax, de Dave Bautista, que finalmente encontrou seu timing de comédia, e a pequena animação gráfica do Baby Groot, dublado por Vin Diesel.

    As promessas de expansão são cumpridas, em especial no clima aventuresco, que se torna ainda maior do que toda a disputa que havia ocorrido no volume um contra Ronan, O Acusador. Dessa vez, se explora o passado de Peter Quill (Chris Pratt), mostrando um preâmbulo ainda na Terra durante os anos 1980, onde é mostrado o personagem de Kurt Russell, Ego, fazendo às vezes do Starman, de John Carpenter, reutilizando de maneira cômica alguns dos elementos vistos até em Prometheus, ainda que o tom aqui seja completamente outro. A relação estabelecida entre Star-Lord e o personagem novo abre uma nova gama de assuntos, dando até uma inteligência emocional poucas vezes vista em filmes de super-heróis, uma vez que não se abre mão de toda a diversão típica da trupe centrada, assim como não há qualquer artifício que subestime o espectador.

    Além de explorar bem o background de Gamora (Zoe Saldana) – em especial no que diz respeito a sua irmã adotiva, Nebula (Karen Gillan) – sendo este também um enorme acerto do roteiro, ainda há um crescimento de importância para outros personagens secundários, como ocorre com Yondu, que por sua vez é interpretado pelo amigo de longa data de Gunn, Michael Rooker. O ator sempre causou nos espectadores de seus filmes e séries um incomodo tremendo, uma vez que sempre foi medíocre, além de normalmente encarnar personagens sem carisma ou sem predicados que tornassem a associação dele a uma figura minimamente simpática. Dessa vez tudo que o que ocorre com ele ganha uma importância enorme, em especial por sua ligação com Stakar Ogord (Sylvester Stallone) e com Peter. Em poucas oportunidades se viu uma transformação tão boa de uma figura de ódio para um mentor, ainda mais em tão pouco tempo.

    A trilha sonora continua repleta de hits de qualidade indiscutível, bem como continua muito interessante a participação de Rocket Racum (Bradley Cooper) como o rabugento carente que guarda consigo as sacadas cujo humor é mais refinado, ainda que certamente sejam de Drax os momentos mais escandalosamente hilários. Apesar de pouco acrescentar a mitologia da saga e franquia – ao menos se contar apenas elementos estruturais – há um salto de qualidade em níveis de escala, sendo esta a continuação da Marvel que mais se permite experimentar, sem abrir mão das marcas registradas de Gunn, que são a mistura de humor rasgado com crises existenciais, a edição videoclipe, e claro, um gore que apesar de não incomodar uma parcela do público, ao menos faz referência aos seus produtos mais antigos. Nesses quesitos, Guardiões das Galáxias prossegue como uma franquia quase irrepreensível, com histórias ainda caras e pungentes e uma visão de cinema bastante peculiar e diferenciada.

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  • Crítica | Velozes e Furiosos 8

    Crítica | Velozes e Furiosos 8

    A coisa que mais chamou atenção quando o primeiro teaser de Velozes e Furiosos 8 surgiu ao mundo foi o fato de Dominic Toretto, ser, aparentemente, o vilão da nova empreitada. Uma decisão ousada, extremamente arriscada e que perdeu sua originalidade no mesmo dia com a apresentação do teaser do quinto filme dos Transformers, intitulado de O Último Cavaleiro, onde o líder dos autobots, Optimus Prime, também se rebela contra seus amigos. No caso de Toretto, os trailers seguintes só confirmavam o antagonismo do anti herói, atraindo a curiosidade até daqueles que conhecem, mas não são tão fãs da multimilionária franquia.

    Há tempos, Velozes e Furiosos deixou de ter como tema principal as corridas de carros “tunados”, equipados com dezenas de contadores, caixas de som e muita, muita velocidade. Saiu o tunning e entrou o gênero de assalto, com as mais diversas e loucas perseguições de carro, o que dá espaço para os produtores fazerem o que bem entendem com a franquia, sem se preocupar muito com o roteiro e com os destinos dos personagens. Afinal, o vilão de outrora é o herói de agora e vice-versa, sendo que a mesma regra vale para personagens mortos ou desaparecidos. Essa loucura desenfreada e permitida pelos executivos faz com que os produtores se espelhem em Missão: Impossível, por exemplo, onde, na verdade, se busca colocar Tom Cruise em alguma cena insana que supere sempre a do filme anterior. Velozes e Furiosos 8 possui 3 dessas cenas e é por isso que divido o filme em três grandes terceiros atos.

    Após uma breve introdução para lembrar que a franquia ainda tem a ver com corridas de rua, Dominic Toretto (Vin Diesel) é escalado por Luke Hobbs (Dwayne Johnson) para uma missão super secreta em Berlim, onde sua equipe deveria recuperar um dispositivo de pulso eletromagnético. A equipe composta pelos rostos já conhecidos de Letty (Michelle Rodriguez), Roman (Tyrese Gibson), Tej (Chris “Ludacris” Bridges) e que ganhou a adição de Ramsey (Nathalie Emmanuel), do filme anterior, obtém sucesso na recuperação do artefato, mas logo é traída por Toretto, que foge com o dispositivo. Por conta do ocorrido, Hobbs é detido numa prisão federal de segurança máxima, enquanto o restante da equipe passa a figurar dentre os 10 mais procurados da lista da Interpol. Com essa premissa, o que se vê daqui pra frente é um filme louco, oitentista e que não se preocupa muito com a qualidade em termos de cinema. Aparentemente, a intenção era somente entreter o público e nada mais. Conseguiram.

    Ainda que o filme tenha como objetivo trazer cenas de ação megalomaníacas, o roteiro de Chris Morgan (que assina seu sexto Velozes e Furiosos) se preocupa em amarrar a “nova fase” da franquia iniciada no quarto filme com os acontecimentos que culminaram com o final de Velozes e Furiosos 7. Com isso, muito se especulou sobre o que teria feito Toretto mudar de lado e trair sua própria família e a resposta daqueles que se arriscavam a responder era sempre a mesma: ele está sendo chantageado, o que, de fato é até meio óbvio. E ainda bem que o que motiva Toretto a tomar atitudes drásticas é algo que NINGUÉM esperava.

    Por conta de tais acontecimentos, se descobre que Toretto está trabalhando com uma ciber terrorista conhecida como Cipher (Charlize Theron) e se Dwayne “The Rock” Johnson já havia trazido fôlego à franquia como a montanha de músculos, ignorância e carisma, conhecida como Hobbs, agora, outro personagem ganha não só espaço, mas também o público: Deckard Shaw, o temido vilão do filme anterior e novamente vivido por Jason Statham, que pode ter cravado seu lugar como personagem fixo. Por serem rivais e se odiarem, Hobbs e Shaw possuem uma dinâmica e uma química interessante em tela que vai muito além das diversas e incessantes provocações que um tem para com o outro, tirando risadas do público em praticamente todos os momentos em que trocam “carícias verbais”. Aliás, esse filme é de longe aquele que possui mais humor. Roman, como sempre, sofre com as piadas dos colegas e o personagem se assemelha mais ainda com o Roman de Mais Velozes e Mais Furiosos, com sua predileção por veículos chamativos. Kurt Russel também retorna como o Sr. Ninguém, trazendo para o time o personagem de Scott Eastwood, carinhosamente apelidado pela equipe de Sr. Ninguenzinho, um agente novato que acha que sabe tudo, mas que não passa de um menino bobo que cheira a fraldas e que sofre muito bullying dos personagens.

    No que diz respeito à justa direção, F. Gary Gray, que tem em seu currículo bons filmes, ousa apenas nas principais cenas de ação, apostando sempre naquilo que já deu certo em algum outro lugar. Portanto, será fácil perceber que muitas das cenas já foram vistas em algum outro filme. Outra coisa que fica clara é a dificuldade que o diretor teve de contar a história em locais onde há muita população ou pouco espaço físico, como é o caso das cenas rodadas em Nova Iorque, onde boa parte dos carros da cidade é controlada remotamente por Cipher. Ironicamente, os fracos acontecimentos na metrópole americana preparam o filme para uma grandiosa cena num mar congelado na Islândia. Se você gosta de Mad Max: A Estrada da Fúria, perceberá que Gray, trouxe toda a loucura no deserto de George Miller para o gelo, não poupando gastos e fazendo tudo com efeitos práticos.

    Respondendo o que deve ser a maior dúvida de todas, a ausência de Paul Walker não é sentida. Provavelmente, esse é o maior trunfo do filme, o que faz com que o legado do ator seja mantido, mas também, seguindo em frente com a história, dando lugar a novos personagens e permitindo, também, o retorno de outros. Possivelmente, isso também explica as quase inexistentes referências a Brian O’Conner no filme.

    De fato, Velozes e Furiosos 8 aposta na vitória jogando em casa contra o lanterna do campeonato, o que injeta ânimo (e dinheiro) para o nono e o décimo filme que já estão em fase de desenvolvimento. O único problema fica por conta dos problemas entre Vin Diesel e The Rock, publicamente admitidos nas redes sociais, o que alimenta ainda mais a expectativas (mais uma vez, de novo e de novo).

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Crítica | O Gigante de Ferro

    Crítica | O Gigante de Ferro

    Brad Bird é um dos diretores mais bem quistos em Hollywood, em especial no circuito comercial, e certamente O Gigante de Ferro foi o produto primordial para essa boa aceitação de seu cinema. O longa-metragem de 1999 é narrado a partir da vivência do menino Hogarth Hughes (Eli Marienthal), que vive nos anos cinquenta e que tem um olhar bastante inocente e sonhador a respeito da turbulenta situação sócio político e econômica pela qual passa o mundo, com a corrida espacial a pleno vapor e acirrando os ânimos entre Estados Unidos e soviéticos.

    A carência do menino, que mora apenas com a mãe faz ele querer desesperadamente ter um animalzinho de estimação, para lhe fazer companhia nas noites vazias. A curiosidade do rapaz o faz explorar a parte florestal do Maine, onde ele encontra uma criatura robótica enorme, de origem desconhecida, que mistura em si elementos visuais distintos, primeiro com notáveis semelhanças aos filmes de monstros da Universal, no tocante a atitude e a musica da trilha, além de obviamente tocar no assunto do atomic horror, tema recorrente no clássico. Mais tarde, se nota também uma influência dos seriados tokusatsus, na confecção e design do ser agigantado.

    A figura de Sean (dublado por Vin Diesel) rapidamente faz ganhar a simpatia de Hogarth, que começa a entende-lo como um ser amigável e não bélico. O roteiro de Tim McCanlies e Brad Bird (baseado no livro de Ted Hughes) prima pela simplicidade dramática, que utiliza da inocência juvenil para vociferar contra o preconceito, ao mesmo tempo em que faz um comentário sobre as dificuldade de driblar a natureza, já que o robô age de maneira hostil quando vê um armamento.

    Como era de se esperar, levando em atenção os anos cinquenta e a recente guerra mundial que ocorreu contra o Eixo nazi-fascista, o exercito americano passa a perseguir o ser extra-terrestre, primeiro através do relato do agente Kent Mansley (Christopher McDonald), um sujeito paranoico, arredio e desconfiado, um retrato do cidadão médio americano em tempos de conflitos da Guerra Fria, depois passam a querer destruir Sean  com todo o armamento aéreo e terrestre possível. A reação do robô é a de fugir e evitar o confronto, uma vez que ele percebe ter sentimentos e sensações fortes o bastante para não querer travar guerra com os homens.

    Após perceber estar sozinho  o gigante larga seu intuito pacifista, já que pensava ter perdido a única pessoa que o compreendia como ele era e que julgava além exterior. A percepção de que não é possível negar a própria natureza revela uma trama ainda mais adulta do que o pressuposto pelo público, além de pavimentar a história rumo aos emocionantes acontecimentos finais, onde finalmente o gigante se assume como um herói, indo em direção ao sacrifício, se entregar para que seu amigo não perecesse. O Gigante de Ferro ainda possui algumas cenas antes de se encerrar, deixando um restante de esperança, relembrando o escapismo típico dos filmes infantis, sem descuidar das mensagens adultas, que serviriam para pavimentar o futuro da Pixar Animations e demais animações que fariam sucesso por volta das décadas de noventa e 2000, junto a Toy Story e outros.

  • Crítica | Triplo X

    Crítica | Triplo X

    Começando sua ação em uma região do Leste Europeu, misturando manobras radicais e heavy metal, Triplo X surfa no gênero dos filmes de espiões – lançado alguns meses após Identidade Bourne, de Doug Liman – o longa de Rob Cohen começa como inúmeros filmes de James Bond, com um agente de terno e gravata fracassando em uma missão envolvendo o vilão do filme, Yorgi (Marton Csokas).

    A passo seguinte é o de apresentar a versão do super agente moderno, caindo de paraquedas, como em 007: A Serviço Secreto de Sua Majestade. Cohen retornaria a sua parceira começada com Velozes e Furiosos com Vin Diesel, que teria em Xander Cage uma versão tatuada, rebelde sem causa e mais tagarela e canastrona de Toretto, trocando o amor exclusivo por carros por manobras radicais, que eram transmitidas via internet, muito tempo antes da febre que se tornaria o paradigma do youtuber. O roteiro de Rich Wilkes é simples e sua proposta é banal e infantil, como a maioria das comédias onde trabalhou anteriormente, e consiste basicamente em renovar os alistados, usando o bad boy metido a anti-herói para cumprir uma missão suicida.

    Xander passa por maus bocados, mas mesmo entre eles, consegue deixar claro seu caráter espirituoso e péssimo timing para piadas, em meio a cenas de ação genéricas, que servem para mostrar que ele é um homem honrado e preocupado com a vida das pessoas, em especial de desconhecidos, o que faz dele o oposto do que seria um candidato ideal. Misteriosamente ele atrai a atenção de Yorgi, e consegue enfim cumprir as ordens de seu mandatário o deformado Augustus Gibbon, vivido por Samuel L. Jackson, que faz questão de repetir todos os trejeitos de seus personagens canastrões, sendo diferenciado unicamente pela ferida que tem no rosto, soando genérico no restante.

    Cage se aproxima do antagonista, seduzido por sua namorada Yelena (Asia Argento), que guarda uma verdade bastante intrigante. Enquanto prepara sua infiltração ele recebe o auxílio de Toby Lee Shavers (Michael Roof), que serve como análogo a personagem Q de 007. O modo de agir do agente X envolve subornos, chantagens e mais um conjunto de corrupções, que servem para esconder seu estreito senso de justiça, que passa a ficar mais intenso ao perceber o drama de Yelena.

    O agente interpretado por Diesel é uma versão de Bond igualmente mulherenga, mas com muito menos escrúpulos, já que era esse um anti-herói, motivado por um código ético capaz de se corromper em pequenos delitos – uma vez que ele é um fora da lei no início – mas também capaz de rompantes moralistas que condenam o simples fato de um dos coadjuvantes fumarem, mostrando que a construção do personagem não envolve só palavras de ordem retiradas de letras de harcore e punk, mas também aparenta uma caretice típica dos adultos que o mesmo combate. O mais curioso é que o argumento faz questão de introduzir um sem número de personagens que aparentam ter alguma importância, mas que se mostram um completo desperdício de tela e cachê, uma vez que não tem qualquer ação que não envolva uma frase de efeito ou uma sequência de gírias datadas da década de noventa.

    O paraíso para o grupo de vilões é uma mansão onde há espaço para jogar boliche (com obras de arte clássica) além de quartos suntuosos, onde há mulheres sensuais a espera de seus pares. A construção do cenário íntimo é risivel, com dezenas de velas armadas, capazes de causar um incêndio que consumiria o castelo em segundos, e mulheres dançando no mastro da luxuosa cama que aguarda a ação. Esta sequência é um bom resumo da artificialidade do filme. 

    Incrivelmente Yorgi consegue ser o entusiasta de bandas metal, pretenso revolucionário com armas biológicas e perfeito vilão de filmes dos anos trinta, maniqueísta em todas as manifestações de sua alma. A tentativa de dar importância para seu conjunto de ideias esbarra nas péssimas coincidências e conveniências de roteiro, e tornam-se piores se somadas as cenas de ação na neve, com efeitos em CGI terríveis mesmo para os idos de 2002.

    Apesar do início frenético e da trilha sonora repleta de sucessos roqueiros da época, Triplo X passa por sérios problemas de ritmo, soando lento demais, apesar da gravidade e da urgência  das situações mostradas, especialmente no que tange a questão das bombas e foguetes de destruição em massa. Mesmo o desfecho é bastante semelhante aos momentos finais de 007: Um Novo Dia Para Morrer, que também era lançado naquele mesmo ano, mostrando que o inconsciente coletivo dos produtores de filmes de espião estavam no mesmo deserto de ideias que gerou filmes de ação terríveis. Exceto pela musicalidade, não há personalidade ou identidade dentro do filme, somente um arremedo, tanto de clichês de action-movies, quanto de referências a principal personagem de Ian Fleming, em uma repaginação nada inspirada do mito.

  • Crítica | xXx: Reativado

    Crítica | xXx: Reativado

    Uma década e meia depois do início da franquia, o terceiro episódio de Triplo X troca a base de suas referências, saindo das homenagens à 007 para reverenciar Ethan Hunt, em especial os filmes Missão Impossível, de Brian de Palma, e o recente Missão Impossível: Nação Secreta, de Christopher McQuarrie. O diretor de Eu Sou o Numero 4 e O Quarto dos Esquecidos,  D.J. Caruso toma um cuidado especial para em seu xXx: Reativado renovar também o mote das aventuras mentirosas que usaria de inspiração, fazendo um compilado honesto de quase todos os produtos de ação que fizeram sucesso pós 2002, ano do primeiro filme da série.

    O preâmbulo do filme é diferente da parte um e do malfadado Triplo X – Estado de Emergência, com o recrutador Gibbons (Samuel L. Jackson) fazendo seu trabalho, ao conversar com o jogador de futebol brasileiro Neymar, sendo esse somente um dos muitos famosos que fazem ponta no filme. Uma trama misteriosa se apresenta, pondo ingredientes de mistério, conspiração e quebra de segredos de Estado em pauta. A crise faz Jani Marke (Toni Collette) – a nova mandatária do projeto Triplo X – tentar recrutar Xander Cage (Vin Diesel), a fim de tentar reaver um artefato que controla os satélites em volta do globo terrestre, bem como informações básicas de espionagem internacional.

    Esses satélites são usados como armas, por um grupo terrorista, que as faz cair sobre a superfície do planeta, fato que faz um número grandioso de vítimas. As coincidências de roteiro (cujo texto está a cargo de John D. Brancato e Michael Ferris) tratam não só de repetir os clichês e frases de efeito do primeiro filme, como também põe a frente duas equipe de agentes, uma de heróis e outra de antagonistas, composta por outros astros, como Donnie Yen, que faz Xiang, Tony Jaa (Talon) e pela voluptuosa Serena (Deepika Padukone). Aos poucos é revelado que a origem dos vilões e mocinhos não são tão diferentes, e esse fato serviria como a gênese de um dos muitos plot twists do texto.

    Há ainda espaço para banalidade na discussão a respeito da paranoia extrema do mundo atual, como o momento em que Serena e Cage discutem os significados de suas tatuagens, mas incrivelmente há uma conexão com o cinema de ação atual que não foi vista em filmes que deveriam ser mais inspirados, a exemplo de 007 Contra Spectre e Jason Bourne.

    Os exageros típicos dos filmes de super espiões não chega a ser incômodo, uma vez que Reativado mergulha tão bem dentro de seu escapismo que até a subversão da suspensão de descrença não soa tão pueril e infantil quanto nos outros dois capítulos. Toda a pretensão de parecer um panfleto adolescente e pseudo revolucionário típica da primeira história escrita por Rich Wilkes dá lugar a um filme de ação divertido e que não tenciona ser mais inteligente do que realmente é. Até os efeitos de Deus ex machina são críveis dentro do produto final, uma vez que fazem troça com o clichê das histórias de ação, que resgatam personagens secundários com uma facilidade atroz.

    Caruso não ignora sequer os defeitos de seus antecessores, mostrando em uma das cenas finais uma explosão que faz lembrar os piores momentos dos filmes de Rob Cohen e Lee Tamahori, referenciando isso sem perder a espontaneidade ou identidade do seu próprio filme.

    Se Diesel peca por não ter qualquer presença visual ou carisma, seus coadjuvantes ajudam a manter a atenção do espectador em alta, especialmente na atuação de Yen, que se demonstra um anti-herói com muitas camadas apesar de seu pouco tempo de tela. Mais do que isso, as sequências de ação fazem lembrar as que Paul Greengrass começou a fazer em A Supremacia Bourne e o suspense do longa emula a boa construção que Christopher Nolan deu a trilogia Batman. O cineasta consegue resgatar os bons momentos de sua própria carreira, quando dirigia episódios de The Shield, conseguindo enfim harmonizar a questão do Grande Irmão presente em 1984 sob uma roupagem mais moderna, que explora evidentemente só a superfície do conceito mas que não soa estúpida para as plateias mais ansiosas por boas tramas. No quesito ação, xXx: Reativado é um surpresa muitíssimo agradável, mesmo para quem não é aficionado por Vin Diesel ou Xander Cage.

  • Crítica | O Último Caçador de Bruxas

    Crítica | O Último Caçador de Bruxas

    O Ultimo Caçador de Bruxas 1

    De começo promissor, apesar de todos os avisos contrários ligados à filmografia pouco prolífica de Breck Eisner – diretor que também brindou o mundo com Saara e Epidemia, remake de O Exército de Extermínio de George A. Romero -, O Último Caçador de Bruxas surpreende pela construção de cenários, figurinos, fotografia e ambientação, trazendo um ambiente que emula a Idade Média e elementos da mitologia nórdica de maneira tão pontual, que quase faz esquecer que o filme é protagonizado por Vin Diesel.

    O nano ator careca vive Kaulder, um antigo predador de bruxas, que na primeira parte do filme tem um embate mortal com a Rainha Feiticeira (voz de Julie Engelbrecht) das criaturas maléficas, sofrendo a maldição de viver pela eternidade, a custo de conviver em um mundo com as criaturas que sempre odiou. Para azar seu e do público, as portadoras da magia passam a conviver pacificamente com os humanos, estabelecendo normas e um conselho controlador de seus atos. Ao lado de Kaulder há uma organização, da Cruz e Machado, que auxilia o homem bruto em sua caçada, designando sempre um “Dolan” para auxiliá-lo, focando neste momento na transição entre as figuras de Michael Caine e Elijah Wood.

    É curioso notar como um pretenso sidekick pode se tornar a figura de um mentor, como ocorre com o Dolan de Caine, o único dos homens que “tocou” o coração duro do imortal.  Outro ponto positivo é a harmonia dos detalhes mágicos com a modernidade, bem como a apresentação dos antagonistas.

    Há uma forte aproximação da fita de algo minimamente aceitável em matéria de filme pipoca que trata de setores de fantasia, com uma direção de arte que faz até se relevarem alguns clichês narrativos incômodos, mas ao se aproximar do final, todo o drama passa a ser genérico, mesmo com o aporte de Chloe (Rose Leslie), que é uma personagem que tem um pouco de substância, mas que é desnecessariamente associada a par romântico do herói. As soluções em relação ao desfecho são muito fáceis, desembocando em um deboche bobo do próprio texto.

    Após o embate entre os inimigos mortais, há um vergonhoso apelo a uma possível continuação, tornando fracos até os pontos positivos no drama de Kaulder, um espécime que até então era carismático e que cede aos apelos esdrúxulos de um personagem caça-níquel, cujo retorno é esperado para possíveis continuações. O Último Caçador de Bruxas chega muito perto de ser o melhor blockbuster de Breck Eisner, mas cai em erros primários de concepção, sendo ao final só mais um filho do meio, com um fechamento genérico e que não condiz com a trajetória que ensaiava ser interessante.

  • Crítica | Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio

    Crítica | Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio

     Velozes e Furiosos Desafio em Toquio 1

    Sean Boswell (Lucas Black) nem precisa sair de seu país para demonstrar o quanto é deslocado. Nas primeiras cenas, no trabalho que ocupa como mecânico de carros, ele olha impassível para um ato de bullying, mas é incapaz de agir contra aquilo, como se não houvesse em seus atos força de caráter o suficiente para estabelecer a justiça. Seu ânimo é mostrado antes da primeira corrida, ao aceitar as provocações de um valentão, que além de o agredir, ainda põe a própria namorada como prêmio pela disputa.

    Os prejuízos à propriedade pública fazem o garoto problema viajar para o outro lado do mundo, no filme mais difuso da franquia Velozes e Furiosos, sem qualquer dos personagens antes mostrados. A rebeldia de Sean é um pouco explicada pela presença de sua voluptuosa mãe, que usa da própria sensualidade para aplacar os erros do filho. Cansada de tentar mudá-lo sempre, é ela quem decide enviar o rapaz para Tóquio para morar com seu pai, sendo assim transferido o problema para o pai relapso, que o esquece no aeroporto.

    Não demora muito para Sean encontrar problemas, se afeiçoando pelos poucos personagens não asiáticos presentes em tela, como o negro falastrão e muambeiro Twinkie (Bow Bow) além da bela Neela (Nathalie Kelley), que namora outro superficial garoto problema, D.K. (Brian Tee), que teria envolvimento com a Yakuza. Para que haja uma disputa de egos machões, há uma outra intervenção, do único oriental que não é retratado de modo xenofóbico. Han é um rapaz comedido e sábio, afeito a paz mesmo sendo um contraventor, o que faria do seu intérprete Sung Sang, uma persona frequente na franquia.

    É o carro de Han que Sean usa para disputar seu primeiro drift, e, ao ser derrotado, o americano é cooptado pela lábia do rapaz, semelhante à relação em VF 1, de Dom e Brian. A partir daí, Boswell começa a dever favores, fazendo um sem número de deveres esquisitos, como ser o seu chofer, e ser expulso de uma sauna vestindo roupas, mesmo que em poucos instantes estivesse semi-nu.

    Ainda que o roteiro de Chris Morgan seja ruim e apesar de Sean não ter metade do carisma ou talento com o carro dos outros protagonistas, é neste filme em que é apresentado o primeiro personagem tridimensional da franquia. Han não é puro magnetismo visual, tanto é verdade essa afirmação que é a partir dele que Sean começa a mudar seu ímpeto e enxergar no seu pai semelhanças consigo, como o amor pelos carros. Boswell vai morar com seu mestre para aprender melhor a arte do drift, tornando o que antes era só entusiasmo em algum tipo de evolução, tanto de conduta quanto de corrida.

    Ao menos em adrenalina e edição, Desafio em Tóquio retoma o que deu certo em Velozes e Furiosos, muito por mérito de Justin Lin, que mesmo à frente do mais diferenciado espécime da franquia, conseguiu ser o diretor dos próximos três filmes, sendo o mais frequente e único cineasta que repetiu o feito, até então.

    Após o “acidente” que encerrou os dias de Han, Sean busca força no que lhe restou de família, em seu pai e nos remanescentes da oficina de seu antigo mestre. Mesmo com as sabotagens e a aparente rejeição da donzela que o acompanhava, o garoto prossegue trabalhando, para poder desafiar D.K. na frente do seu tio mafioso, a bordo do seu Ford Mustang. A vitória do herói restabelece a honra e o eleva a um novo nível, sendo assim apto a disputar um pega com o Dodge Charger dos personagens mais marcante da franquia, na maior inserção possível dentro daquele universo, o que reafirma a necessidade da presença de Vin Diesel.

  • Crítica | Velozes e Furiosos 4

    Crítica | Velozes e Furiosos 4

    poster FF4

    Surgido da experiência internacional de Dominic Toretto (Vin Diesel) em terras estrangeiras, com sua amada Letty (Michelle Rodriguez), Velozes e Furiosos 4 retorna finalmente ao sub-gênero de filmes de assalto, pondo a dicotomia entre ser fora da lei e o modo assertivo de vida mais uma vez em pauta, com cenas estapafúrdias que aumentam exponencialmente o escapismo, capaz de mostrar um caminhoneiro pular de um veículo em alta velocidade e sair sem um arranhão, ao mesmo tempo que encerra a participação de um dos heróis da jornada já no início.

    O recém viúvo Dom não consegue lidar bem com sua perda. Mesmo nas cenas antes da perda de sua amada, já parece resignado, arrependido por não dar ouvidos à companheira, que queria ir para o Rio de Janeiro. Paralelamente, Brian O’Conner, vestindo trajes sociais, corre atrás de um bandido, utilizando todo seu talento em parkour, mais tarde visto em 13º Distrito. Seu retorno à ação policial praticamente ignora Mais Velozes e Mais Furiosos, já que lá o personagem não mais trabalha como tira.

    O reencontro dos dois aliados quase ocorre quando no sepultamento de Letty, mas estão longe pelos lados distintos da lei e por alguns quilômetros de moral. A fila de carros coloridos quase quebra o clima de luto que as personagens tentam preservar. De volta ao território estadunidense, Toretto vai atrás de quem possivelmente tem informações sobre o assassinato de sua amada, buscando vingança. No mesmo encalço, Dom e Brian vão servir Braga, acompanhados por sua assistente Gisele (Gal Gadot), que os instrui nos diversos serviços que prestam.

    Justin Lin acaba abusando demais das cenas em CGI, especialmente nas subterrâneas, onde já em 2009 notava-se uma abrupta diferença, uma tecnologia ultrapassada atualmente. Outro defeito latente é o ritmo do filme. Há uma gigantesca falha de roteiro que faz denegrir muito o resultado final da película. Em alguns pontos, parece que o foco narrativo se confunde, como se emulasse a dificuldade de O’Conner em finalmente se definir e assumir a sua tomada de decisão, sem temer mais nada.

    O vagar do vilão pelas sombras também atrapalha a empatia do público com os personagens. A unidade existente em Velozes e Furiosos não habita nesse. Como se cada um dos personagens vivesse em seu microuniverso, e esses lugares tornam-se intocáveis, graças ao distanciamento que cada um deles permitiu, problemas causados especialmente pela fuga de Toretto e pela saída de Brian do oikos familiar. Aos poucos, os mundos se aproximam para causar finalmente a interseção que fariam do grupo unido novamente, e isso tudo começa com a lenta reconciliação dos dois personagens masculinos, que não conseguem ficar separados um do outro por muito tempo.

    As perseguições finais sempre garantiam bons momentos aos filmes da franquia, mas a repetição do pior cenário possível de Velozes e Furiosos denigre seu resultado final. Com ares de refilmagem de Velozes e Furiosos, claro, se levando bem mais a sério, quase logra êxito ao mostrar um final mais condizente com o real, onde os personagens são julgados finalmente pelas leis que quebraram, além de retornar a jornada ao estado original da Califórnia, explorando seus meandros.

    O recomeço seria bem mais sóbrio do que anteriormente. Conduzido pela dupla Justin Lin e Chris Morgan – que retorna aos roteiros – e reativando rivalidades e amores antigos, o filme faz uma espécie de reboot sem descontinuar todos os eventos anteriores. O tom sério não fica tão caricato quanto se previa, mas os pecados da edição não permitem ao filme cumprir todo o seu potencial positivo, ficando apenas no quase.

  • Crítica | Velozes e Furiosos 7

    Crítica | Velozes e Furiosos 7

    Velozes e Furiosos 7 A

    De começo intimista, focando uma conversa do personagem de Jason Statham, Deckard Shaw – finalmente nominado depois da cena pós-crédito do capítulo seis – ao visitar seu irmão no hospital já demonstra seu potencial incendiário, o mesmo ímpeto de violência extrema visto no incidente da última cena pós-crédito da franquia. Logo após o acontecido, ocorre uma corrida ao estilo do filme original, inclusive com resgate a personagens chave do início da jornada, como Letty (Michelle Rodriguez), que finalmente retorna à sua rotina de adrenalina e perigo em alta velocidade. Após vencer o certame, diante dos olhos de seu amado Dominic Toretto (Vin Diesel), ela surta, pondo à prova sua recuperação pós-trauma. É nesta tônica em que a direção de James Wan se baseia, rediscutindo toda a trama da franquia Velozes e Furiosos com um estilo mais certeiro e visualmente mais belo.

    Mesmo ao retratar as cenas com certo exagero visual, há um refino bem mais extenso do que o da quadrilogia de Justin Lin. É na alteração da rotina que se concentra a maior mudança dramática, concentrada em demasia na nova trajetória de Brian, transformado no pacato motorista de seu filho. Mais uma ação terrorista de Shaw interrompe sua rotina, consistindo basicamente em um chamado à aventura, não só dele e de Torretto, mas também do ferido Hobbs (Dwayne Johnson). Em um hospital, Dom e Hobbsem se encontram, mais uma mostra de como os paradigmas estão diferentes, já que os antes inalcançáveis super-heróis já não são mais tão indestrutíveis. A partir deste momento, hematomas e ferimentos ficariam em suas carnes, músculos, ferindo tendões e especialmente seus orgulhos.

    O cuidado em reunir os laços de uma franquia de seis filmes é muito bem executado, com retornos de quase todos os aventureiros que acrescentaram qualquer aspecto minimamente interessante à longa estrada percorrida pelos membros da família, com austeridade suficiente de um diretor que até então não tinha participado da série de filmes, sob os cuidados do escritor Chris Morgan. A atmosfera mais séria não invalida qualquer possibilidade de escapismo visual, unindo verossimilhança pautada na sobriedade e manifestada na personagem de Kurt Russell, Mr. Nobody, designado para apontar possíveis alvos e aliados de Shaw, sendo o novo contato deste com a lei. Hobbs permanece hospitalizado, servindo como orelha ao explanar os outros contatos terroristas.

    Através de seus contatos, Shaw reúne o resto do time – Tej (Ludacris), Roman (Tyrese Gibson) e, claro, Brian e até Letty – sem que Dom soubesse, unindo-os sob sua tutela em uma repaginada fase, baseada agora na lei, pervertendo ainda mais o código ético anti-heroico. O tom não é exatamente de sobriedade, mesmo porque nos trailers já se revelava que o céu seria o lugar de onde muitos carros brotariam, como em pancadas de chuva, causando um temporal metálico no Azerbaijão. No entanto, mesmo os arroubos e falácias visuais servem melhor aos esforços da trupe de velocistas.

    Qualquer construção de realidade é prontamente debochada pelo exacerbado escapismo da fita, em cenas em que carros atravessam três prédios, entre janelas e buracos onde armazenam-se aparelhos de ar condicionado, destruindo pilastras e artefatos artísticos antigos. Uma metalinguística mensagem de Wan, que tenta superar a pretensa falta de valor artístico de blockbusters como os da franquia, convencendo os críticos ranzinzas, seja pelo amor ou pela dor.

    Brian volta a ter uma importância indispensável na trama, justificando todo o seu treinamento como agente do FBI ao ser o responsável pelo resgate da misteriosa Ramsey (Nathalie Emmanuel), enfrentando o personagem de Tony Jaa em uma curta porém interessante luta, mais bem construída do que todas as porradarias anteriores. Ainda que prossiga relegado a ser um coadjuvante de luxo, seu papel no enredo acaba bastante valorizado, mesmo em comparação com Dominic.

    Velozes e Furiosos 7 é um capítulo bastante diferente de seus antecessores, deixando o conceito de filme de assalto de lado para se tornar um filme de super agente, como na Trilogia Bourne, especialmente as películas de Paul Greeengrass. A qualidade das sequências de ação evoluiu de uma forma absurda, com uma crescente de qualidade e conseguindo quebrar o estigma de involução em continuações, fazendo deste o melhor da franquia, semelhança vista nos clássicos de James Cameron: Exterminador do Futuro 1 e 2.

    Mesmo com um elenco enorme e recheado de personas famosas, com celebridades que teriam segundos em tela, há um equilíbrio narrativo, sem desperdícios de talentos. A obra pontua o epitáfio de Paul Walker, equilibrando emoção, sentimento e lágrimas contidas. Por mais que sobre pieguice, a decisão do roteiro foi a mais acertada possível, especialmente ao dedicar o filme à memória e fechar o sétimo episódio em uma estrada bifurcada, que honraria a trajetória de ambos os personagens, os quais seguiriam em frente diante da irônica tragédia que tirou Paul Walker de cena. Velozes 7 consegue elevar o nível da franquia, aumentando qualquer expectativa do futuro. Tudo graças à direção de James Wan, que superou o receito de mudar da praça dos filmes de terror para os de ação desenfreada.

  • Crítica | Velozes e Furiosos

    Crítica | Velozes e Furiosos

    Velozes e Furiosos A

    Rob Cohen segue na esteira da moda do começo dos anos 2000, variando entre o exploitation dos pegas e corridas ilegais de carro, passando pela base do roteiro tosco de redenção x contravenção vista em Caçadores de Emoção. David Ayer,  Erik Bergquist e Gary Scott Thompson conseguem conceber o roteiro de um filme que virou uma mania, mais vazio e mais cheio de personagens estereotipados que os péssimos seriados americanos infanto-juvenis da Discovery Kids e Disney XD. Velozes e Furiosos apresenta caretas, brigas impensadas, rap datado e uma plataforma que faz de Dominic Toretto um homem bem mais alto que seu intérprete Vin Diesel.

    Apesar do nome semelhante ao de um serial killer, Brian Earl Spilner (do saudoso Paul Walker) consegue ter a atenção e a boa vontade de Toretto, mesmo com o começo atrapalhado na relação de ambos. Atrás do cabelo desgrenhado e da aparência parafinada, Brian esconde um segredo terrível, quase tão aterrador quanto os passinhos de dança injustificados nos arredores das corridas ilegais, e os diálogos babacas de afeição quase instantânea, que envolvem os corredores.

    A entrada triunfal da gangue de Toretto, próximo de uma avenida movimentada, com cada máquina apresentando uma cor diferente, faz lembrar as triunfais aparições dos Power Rangers pela Alameda dos Anjos. Até as personalidades das personagens secundárias têm muito a ver com as do seriado nipo-americano, com Petty (Michelle Rodriguez), fazendo a latina mal encarada que namora o líder dos bandidos, o nerd – e hacker – de compleição física mirrada, Jesse (Chad Lindberg), e o mal encarado – e desconfiado – braço direito do chefe Vince (Matt Schulze), que se vê enciumado com o acréscimo de mais um fator na equação, especialmente por ele chamar a atenção da irmã de Toretto, Mia (Jordana Brewster).

    Os outros personagens periféricos basicamente apresentam um show de horrores e de péssima construção de personagens, com Ja Rule fazendo o negro pró-poligamia, zoado por seus iguais. Mas sua vergonha não se compara a do asiático, que não tem nome, e que joga videogame antes da corrida. As esferas de inverossimilhanças pioram depois das falas de Toretto após vencer, inflamando a multidão com ideias tão profundas como as letras de Charlie Brown Jr., e que funcionam como a cereja do bolo presente na estranha armadilha policial que envolve o racha. O findar da perseguição é conveniente, unindo Brian e Dom no mesmo carro de fuga, gerando uma dívida dupla.

    Johny Tran (Rick Yune) consegue interceptar o personagem calvo, logo após a fuga, mostrando que a pressa não é só uma característica dos corredores, como também dos roteiristas do filme. A fúria de Domic ocorre por ele ser interrompido e importunado pela cobrança de uma dívida, e só não é maior que a decepção de ter sido abandonado por seus chegados.

    Sem qualquer cerimônia, Brian revela-se um policial infiltrado, o que faz se perguntar como é injusto o investimento de dinheiro do contribuinte americano. O absurdo é quase tão gritante quanto as preces em forma de oração que Jesse faz à divindade que cuida das peças de carros.

    Apesar de datado, e da eterna predileção pelas corridas, Velozes e Furiosos é, em essência, um filme que discute a necessidade do maniqueísmo, fazendo uma ode ao anti-heroísmo. A obra inclui mais semelhanças com o clássico da Sessão da Tarde de Kathryn Bigelow do que com o filme original de 1955, com pouca substância do drama apresentado, sejam os arquétipos dos protagonistas, seja a tênue linha entre a vida bandida e o cumprimento ético de carreira do personagem infiltrado, pervertido pelas velhas tentações carnais e pela necessidade de adrenalina.

    A rivalidade entre Tran e Toretto piora muito depois da invasão ao domicílio do asiático, algo que se agrava pela aposta com Jesse, que finalmente dá um motivo para o personagem, que mais chega perto de ser um vilão, atacar o protagonista fora da lei. O show de trapalhadas piora na cena da ação contraventora em meio a um dia ensolarado, sem qualquer planejamento de que o caminhoneiro roubado poderia retribuir a violência a ele e à empregada.

    A revelação da verdade do disfarce se dá ao modo do clássico de Tarantino, Cães de Aluguel. Repentina e abrupta, a descoberta ocorre através de uma ligação para salvar o personagem que menos se afeiçoou por Brian, e que tinha total razão para duvidar de sua índole. Mesmo com todas as incongruências de roteiro, a evidente mensagem edificante consegue funcionar pela junção de fatores, a trilha sonora, o cenário arenoso, a tentativa de vingança e o assassinato do mais frágil membro do quinteto de foras da lei.

    Em algum momento, o revide torna-se justificável, e toda a irregularidade fica plausível diante do compromisso do personagem de ser um pária social. O sucesso posterior prova que algo a mais causou a popularidade no telesseriado. Talvez a culpa seja das variações das máquinas e a ode ao Dodge Charger 70 do protagonista. O sucesso foi tanto que a partir de Velozes e Furiosos, surgiram inúmeros sub-produtos, inclusive provenientes de refilmagens, como na mini franquia Corrida Mortal, igualmente baseada nos filmes de Roger Corman.

    A corrida que Toretto e O’Connor fazem rumo ao infinito reafirma a necessidade por adrenalina, além de extravasar a testosterona de duas figuras que se assemelham em espírito, e que devem muito mais um ao outro do que se aparentava antes. Apesar de toda a cópia da história de Caçadores de Emoção, o diferencial é a relação dos dois personagens masculinos, que não se permitem maiores afiliações sentimentais de ordem sexual, uma vez que o vínculo deles é exclusivamente de amor aos carros e às pessoas que os envolvem. A transformação em franquia fez bem ao filme de Cohen, já que ele é muito menos execrado do que deveria, visto os seus defeitos de concepção atenuados pelo conceito de representar como poucos a época em que foi realizado.

  • Crítica | Guardiões da Galáxia

    Crítica | Guardiões da Galáxia

    guardiões da galáxia

    Os filmes de super-heróis se consolidaram com um gênero cinematográfico de tal maneira, que os vídeos estão cada vez mais parecidos com os quadrinhos. Não no sentido de fidelidade nas adaptações, mas em estruturas que podem ser reconhecidas em ambas as mídias. Temos continuações, cronologias confusas, reboots, e no meio desse emaranhado, fãs discutindo qual é o melhor. Agora, realizadores tentam faturar um pouco mais com personagens de baixo escalão. O segredo, nesses casos, parece ser a pouca pretensão por parte de quem produz e as baixas expectativas por parte de quem consome. Guardiões da Galáxia partiu da desconfiança total para uma leve curiosidade, e acabou se revelando mais um acerto do Marvel Studios.

    Embora exista há décadas e tenha passado por várias reformulações, o grupo nunca foi muito conhecido, nem mesmo entre os leitores de HQ. Até porque, a parte cósmica do Universo Marvel sempre foi um nicho dentro de outro. Entretanto, isso permitiu grande liberdade na hora da transposição para a telona: ainda que os personagens sejam, em sua maioria, fiéis às atuais versões dos gibi, o tom do filme vai por outro caminho. O humor sempre foi parte marcante nas produções do estúdio, mas Guardiões da Galáxia é, de longe, a que mais se assume como comédia. Ou melhor dizendo, uma aventura que não se leva a sério, com cara e alma de anos 80. Não à toa, a cultura pop dessa época é reverenciada ao longo de todo o filme, como por exemplo, a citação, gritantemente óbvia a Star Wars.

    Nessa linha descompromissada, o diretor James Gunn (co-roteirista ao lado de Nicole Perlman) não se preocupa em construir um plot elaborado, ou mesmo em estabelecer os detalhes do cenário em que a história se passa. Temos a sutil noção de uma história que se passa em um universo grande, multicultural, e com narrativa pregressa. Em um canto limitado desse universo, uma arma poderosa ameaça, não apenas a frágil paz entre duas civilizações, mas também todos os seres do cosmo. Argumento inegavelmente clichê, mas que não se mostra um problema, justamente por se apresentar-se desde o início, como uma justificativa para juntar uma galerinha do barulho que vai se meter em altas confusões – e garantir uma diversão insana durante a jornada.

    Os aspectos técnicos são irrepreensíveis, principalmente a trilha sonora, inspirada e perfeitamente conectada com a narrativa. Mas a chave para o filme funcionar é a maravilhosa interação entre os protagonistas. Todos têm espaço para se diferenciar enquanto indivíduos, ganhando um carisma que só aumenta conforme o grupo vai se formando. A união pode até ser rápida, mas convence. Em comum, eles são anti-heróis imperfeitos que, por baixo da pose, escondem traumas verdadeiros. Seres solitários que, mesmo sem entender ou admitir, são tocados por uma amizade que surge de forma natural, porém nada piegas, já que, como amigos de verdade, eles vivem zombando uns dos outros, comprovando que a zoeira não tem limites.

    Nessa conexão com a loucura espacial está o terráqueo Peter Quill, abduzido quando criança, logo após perder a mãe, e criado por saqueadores espaciais. Ele se torna um aventureiro canastrão que se autodenomina Senhor das Estrelas. O ator Chris Pratt começa atuando com um ar abobalhado, o que soa muito forçado, mas se recupera brilhantemente, conforme novas camadas são adicionadas ao personagem: um malandro que mostra ter bom coração e ser capaz de atos heroicos de pura abnegação, embora, logo em seguida, exija ser reconhecido e louvado por isso. As cenas são tão impagáveis quanto sua visão de Footloose e Kevin Bacon, que simplesmente valem o ingresso.

    Zoë Saldana como Gamora, repete com qualidade o papel que já representou várias vezes (Avatar, Star Trek, Os Perdedores, etc), a durona que esconde uma certa fragilidade. O conceito da “mulher mais perigosa do universo”, presente nos quadrinhos, foi levemente ignorado, mas o resultado foi uma personagem menos unidimensional e mais interessante. Drax, o Destruidor, encenado pelo competente Dave Bautista, seguiu um caminho parecido. Entretanto, seu background mostra-se denso e sombrio, o que destoa um pouco do contexto.  A solução para encaixá-lo foi manter sua postura séria e criar um humor involuntário em cima disso, como pode ser notado em suas sensacionais interpretações literais das gírias de Peter.

    Os membros mais estranhos do grupo são também os mais marcantes. É impressionante o carisma conseguido por Groot, uma árvore humanoide que só repete uma mesma fala. O personagem, (na voz de Vin Diesel) tem sido comparado a uma versão muito mais simpática de Chewbacca. E por fim, Rocket, o célebre Guaxinim com Trabuco que ganhou a voz, quase irreconhecível de Bradley Cooper, mostrando a versatilidade do ator nesse trabalho. Rocket é um gênio tecnológico e planejador, irônico, mordaz, sacana, carente e raivoso; mais um caso em que as camadas compõem um ótimo personagem.

    O restante do elenco conta com nomes notáveis em participações discretas, como Glenn Close (líder da Tropa Nova), John C. Reilly (oficial da mesma Tropa), Djimon Hounson (capanga do vilão) e Benicio Del Toro (mais uma vez como o afetado Colecionador, já visto na cena pós-créditos de Thor – O Mundo Sombrio). Michael Rooker se destaca um pouco mais, como o divertido Yondu, “pai adotivo” de Peter e Lee Pace se encaixa perfeitamente no estilo religioso fanático do vilão Ronan, o Acusador, personagem visualmente interessante, mas pouco desenvolvido. Karen Gillan também faz um bom trabalho, irreconhecível como a ajudante de Ronan, Nebulosa. O pai da moça, ninguém menos do que Thanos, aparece rapidamente, e ainda que seu interesse pelas Joias do Infinito seja citado explicitamente, sua sombra ameaçadora permanece apenas nas margens do filme, de forma que somente os bons amantes da Marvel entenderão.

    A conexão com o restante do universo cinematográfico da Marvel é tímida. A cena pós-créditos, por sinal, é tão desconexa quanto a de Homem de Ferro 3. Disso, porém, resulta algo de positivo. Guardiões da Galáxia mostrou potencial para ser uma franquia com identidade e atrativos próprios, e não apenas um laboratório para apresentar e testar conceitos a serem utilizados nos filmes dos astros do estúdio. A sequência, já anunciada, prova não apenas o conhecido planejamento da Marvel Studios, mas também sua capacidade de continuar expandindo e explorando novas propriedades.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Crítica | Velozes e Furiosos 6

    Crítica | Velozes e Furiosos 6

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    Era uma vez uma franquia cinematográfica na qual roteiro e até mesmo cenas de ação eram apenas uma “costura” pra exibir veículos tunados em corridas clandestinas pelas ruas. Após um primeiro filme interessante, vieram dois abaixo da crítica, que agradaram apenas os aficionados por masturbação (visual ou não) com carros super estilizados. A bem-vinda virada veio a partir do quarto filme, quando as tramas passaram a mostrar uma equipe de ladrões gente boa promovendo assaltos em alta velocidade. Os carros continuam lá, lógico, mas a ação deixou de focar tanto nos rachas e abraçou o estilo “massa véio” com explosões e até porradaria.

    Os “puristas” podem até reclamar, mas é inegável que Justin Lin (diretor) e Chris Morgan (roteirista) souberam revitalizar a série Velozes e Furiosos, consolidando-a como o maior sucesso da Universal Pictures nos últimos anos. Não é à toa que um sétimo filme está confirmado – e já para 2014! Porém, os produtores poderiam fazer uma mudança. Ao invés de no final exibir o tradicional aviso alertando para não tentar reproduzir as cenas etc., seria mais válido mostrar no começo uma mensagem do tipo “Atenção: desligue seu cérebro antes de assistir. Bom entretenimento”.

    Nesta sexta aventura, Toretto (Vin Diesel) e sua turminha do barulho estão espalhados pelo mundo, curtindo os milhões que roubaram no Rio de Janeiro. Eis então que ressurge o o agente Hobbs (Dwayne “The Rock” Johnson, cada vez mais determinado a interpretar o Hulk sem precisar de CGI), pedindo ajuda da gangue para capturar um perigoso grupo de criminosos/terroristas internacionais. Além de prometer perdão total para todos os crimes cometidos pelo bando – sabe-se lá como ele teria poder pra isso –, Hobbs revela a Dom que Letty (Michelle Rodriguez) está viva e trabalhando com o vilão da vez, Owen Shaw (Luke Evans).

    Se alguém ainda tinha dúvidas sobre Velozes e Furiosos se passar em um universo paralelo, onde até as leis da Física são diferentes (como esquecer o cofre de várias toneladas sendo arrastado por dois carros como se fosse aquelas latinhas de recém-casados?), este sexto filme acaba com elas. Um tanque de guerra andando numa rodovia a uns 180 km/h; Toretto VOANDO a la Superman pra salvar sua amada – e capôs de carros amortecem quedas, lembrem-se disso; uma pista de aeroporto com no mínimo uns 100 km de extensão… Impossível levar qualquer coisa a sério. Seja pela empolgação visual das cenas ou pelo humor involuntário, é diversão garantida.

    Outro fator a ser louvado é o respeito pela própria mitologia. Nesse mundo de tantos remakes, reboots, prequels e o diabo a quatro, é muito legal ver uma franquia chegar ao sexto capítulo como uma única história em progressão, refereciando o tempo todo os filmes anteriores (sim, é vital ter assistido aos outros para se situar no que está acontecendo). Tudo bem, a história não é nenhum primor e os personagens são caricatos e rasos, mas ei, é o que tem pra hoje. Paul Walker ainda está lá, mas perdoemos a produção por isso. Um filme que nos brinda com Michelle Rodriguez vs. Gina Carano certamente tem crédito.

    E até mesmo o complicado terceiro filme, Tokyo Drift, finalmente é encaixado na cronologia. A cena pós-créditos cuida disso e já apresenta o próximo vilão, ninguém menos que O ATOR MAIS LEGAL DO MUNDO. Mesmo com Justin Lin fora da direção, Velozes e Furiosos 7 já é o melhor da série.

    Texto de autoria de Jackson Good.