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  • 10 Séries Canceladas em 2021

    10 Séries Canceladas em 2021

    Já nos habituamos a todo ano receber notícias a respeito do cancelamento de nossas séries. 2021, apesar de completamente atípico, não poderia ser diferente. É verdade que o atual cenário pandêmico mundial mudou consideravelmente a produção do audiovisual, com diversas delas sofrendo interrupções, mas pouco a pouco as gravações foram retomadas. Entretanto, muitas delas foram encerradas prematuramente — ou até que outra emissora ou serviço de streaming decida continuá-la —, apesar de uma boa recepção de público e crítica, por isso, confira a lista de algumas das que tiveram seu desfecho interrompido neste ano.

    Lovecraft Country

    A adaptação do livro homônimo de Matt Ruff chegou na HBO em 2020, recebeu diversos prêmios e ainda assim teve o anúncio de seu cancelamento neste ano sem grandes explicações e causou bastante surpresa após receber mais de 18 indicações ao Emmy. A showrunner Misha Green vinha trabalhando em um roteiro e o elenco da série ainda com agenda reservada para as gravações de uma nova temporada.

    A série se passava nos Estados Unidos dos anos 1950 e mesclava o horror pulp (e extremamente preconceituoso) de H.P. Lovecraft com o segregacionismo racial do país.

    Punky, A Levada da Breca

    Vocês sabiam que Punky, a série de sucesso dos anos 80 teve um revival em 2021? Nem eu. A continuação da série apostou em produções como Três é Demais, que tiveram continuações recentes com boa parte do elenco original e tiveram um sucesso relativo, no entanto, não foi o caso de Punky que teve seu cancelamento anunciado quatro meses após a exibição da primeira temporada com dez episódios.

    Os Irregulares de Baker Street

    O que aparentava se tornar uma série de sucesso no serviço de streaming da Netflix fracassou amargamente e teve sua produção cancelada na primeira temporada. O grupo de jovens detetives sobrenaturais que trabalhavam para Sherlock Holmes parece não ter feito o sucesso esperado e os custos altos de produção cobraram o preço.

    Meu Pai e Outros Vexames

    Produzida e estrelada por Jamie Foxx, a comédia Meu Pai e Outros Vexames foi inspirada na relação entre Foxx e sua filha. O ator surgiu na comédia, mas a péssima repercussão de público e crítica foi o fator primordial para a Netflix cancelar a sitcom, ainda que os envolvidos aleguem que optaram por não renovar em comum acordo. A primeira temporada contou com oito episódios e, aparentemente, não era apenas a filha que ele estava deixando envergonhada.

    Os Eleitos

    A Disney+ anunciou no primeiro semestre de 2021 que Os Eleitos não retornariam para uma segunda temporada. Com essa decisão, a série se tornou a primeira produção do serviço a ser cancelado.

    Os Eleitos é fruto da parceria da Disney+ com a National Geographic e contou a história da corrida espacial norte-americana. Apesar do cancelamento, outras emissoras e serviços tem apontado o interesse em continuar essa história.

    Cursed: A Lenda do Lago

    A série de fantasia medieval teen, Cursed: A Lenda do Lago, foi cancelada pela Netflix em 2021 após a recepção morna do público em relação ao custo da produção. A releitura da lenda arturiana do ponto de vista de Nimue é baseada na graphic novel de Frank Miller e Tom Wheeler.

    O Legado de Júpiter

    A parceria de Mark Millar e Netflix ainda não rendeu nenhuma produção digna de nota, seja nos quadrinhos ou no serviço de streaming. Na esteira do seriado The Boys, Millar e Netflix acreditavam que a desconstrução dos super-heróis seria uma escolha mais do que acertada, no entanto, a escolha por adaptar apenas pouquíssimas páginas do primeiro arco do quadrinho parece ter cobrado seu preço e o cancelamento foi mais que merecido.

    Ainda assim, tanto o autor quanto o serviço já anunciaram que o mundo de O Legado de Júpiter será abordado em outras produções futuras, como a adaptação da mediana Supercrooks, que ganhará uma série em live action e anime.

    Turner & Hooch

    A série Turner & Hooch estrelada por Josh Peck e servia como um reboot da comédia policial com Tom Hanks, Uma Dupla Quase Perfeita, não conseguiu renovação para uma segunda temporada. Apesar do apelo nostálgico, o serviço de streaming encerrou o seriado com apenas uma primeira temporada de doze episódios. Embora a recepção do público parecesse popular, a série recebeu críticas medíocres da maioria dos veículos especializados.

    Y: O Último Homem

    A adaptação da série em quadrinhos de Brian K. Vaughan e Pia Guerra tinha tudo para ter vida longa na TV, mas assim como O Legado de Júpiter, a produção optou por espremer tudo e mais um pouco de poucas páginas de história e entregar nada ao espectador acreditando que teriam mais tempo para desenvolver a trama. Não rolou. Y: The Last Man não tinha ritmo algum e pouco a pouco a audiência foi diminuindo. Os produtores estão buscando uma nova casa para o seriado, mas até agora sem sucesso.

    Cowboy Bepop

    A adaptação em live action de Cowboy Bebop era bastante aguardada, mas como costuma acontecer em adaptações americanas de produções japoneses, o receio do público era grande. No entanto, assim que a primeira temporada foi disponibilizada na Netflix a recepção foi dividida e ainda que tenha atraído uma parcela considerável de espectadores, o serviço optou por cancela-lo semanas depois da estreia, visto que a audiência não justificava os gastos. Para quem esperava uma continuação para saber o final da série, recomendo que procurem o anime.

  • Review | Por Baixo do Capacete: O Legado de  Boba Fett

    Review | Por Baixo do Capacete: O Legado de Boba Fett

    Por Baixo do Capacete: O Legado de Boba Fett é um breve especial da Disney+. O episódio tem pouco mais de vinte minutos, mas fala bastante a respeito do caçador de recompensas mais famoso de Star Wars, mesmo que o caçador de recompensas tenha pouco tempo de tela no seu produto de origem.

    Assinada pelo especialista em obras de making off, Brian Kwan, o filme se inicia com um engraçado relato do designer de som da trilogia clássica, Ben Burtt, assoprando uma pequena corneta para mostrar como ele chegou no som da aeronave pilotada pelo personagem. Ao passo que se valoriza o legado dele, em especial na venda de brinquedos, também não há super valorização de sua participação, que teve apenas quatro linhas de diálogo e seis minutos e meio de tela da obra original.

    A maior riqueza do especial mora nos detalhes a respeito da criação do guerreiro com armadura, em especial no resgate de depoimentos da produção original, como do criador da Milenium Falcon, Joe Johnston (que também ficaria conhecido como diretor de Rocketeer, Jurassic Park III e Capitão América: O Primeiro Vingador), que cita Ralph McQuarrie como um dos responsáveis ao seu lado pelos esboços da armadura e do personagem. Se detalha até a ideia de colocar esporas nos pés dele, para parecer um autêntico caçador do velho oeste.

    Durante o tempo de exibição também se salienta o quão importante era fazer a armadura mandaloriana parecer surrada, mesmo antes de existir uma mitologia em torno dos guerreiros de Mandalore. Também não se furta em falar sobre Star Wars: Holiday Special, com o próprio George Lucas comentando a inserção do personagem na sequência animada, driblando o assunto tabu já que esse especial era assunto proibido até pouco tempo, quando a própria Disney disponibilizou em seu streaming a sequência em que ele aparece, sob o nome A História do Wookie que Acredita com duração de nove minutos.

    Voltado aos fãs, o documentário foca em detalhes de bastidores, conversando com colecionadores de brinquedos e derivados da saga. O objetivo de louvar a memória do personagem é alcançado, e só por isso já valeu a pena ser produzido e apreciado por quem se interessa pelo universo expandido de Star Wars, além de servir de teaser para o seriado O Livro de Boba Fett.

  • Crítica | Raya e o Último Dragão

    Crítica | Raya e o Último Dragão

    Raya e o Último Dragão

    Animação em longa-metragem dos estúdios Disney, Raya e o Último Dragão usa como pano de fundo as múltiplas lendas sobre as criaturas draconianas, entre as presentes no panteão chinês e crenças ocidentais. A trama apresenta o lendário reino de Kumandra, uma terra antes composta de bravos guerreiros que se dividiu após uma briga irracional e gananciosa entre os homens, não restando então qualquer esperança de mudança desse triste cenário, exceção feita a personagem que dá título a obra.

    Há um vácuo de poder e moralidade em Kumandra, já que no evento anteriormente citado boa parte dos cidadãos mais valorosos foram transformados em pedra após o tal embate. Entre os vitimados estão parentes da pequena e destemida Raya.

    A história do filme dá conta da tentativa dela de provar sua coragem e valor reacendendo e reinventado algumas histórias que antes eram encaradas como contos infantis para enfim se tornar realidade. Nesse contexto, a jovem e um grupo de estranhos, porém carismáticos personagens, vão atrás da lenda de um dragão que estaria ainda ao alcance da humanidade.

    A animação é bastante bonita tecnicamente, na introdução já se percebe um mundo colorido, com personalidade e mitologia próprias, além de um claro discurso de  valorização da natureza, mostrando a deterioração desse mundo que se tornou um lugar árido, sem vida e distante do colorido passado glorioso exibido nos primeiros momentos da animação.

    No passado deste universo, a civilização era versada quase na totalidade em artes marciais, e isso é bem mostrado nas coreografias de luta. Há intenção de referenciar os filmes do gênero Wuxia (filmes de época que misturam fantasia com artes marciais), além da clara inspiração em filmes de luta pouco referenciados em animações ocidentais, como Merantau e Ong Bak. Em alguns pontos ele lembra um pouco os filmes antigos de Jet Li, como Era Uma Vez na China, e as produções dirigidas por Jackie Chan, sobretudo 1911 — A Revolução.

    O filme tem condução dupla de Don Hall, do elogiado Operação Big Hero e Carlos Lopez Estrada, do live action dramático Ponto Cego. A mistura de estilos tão díspares ajuda a fortificar uma abordagem diferenciada. Apesar disso, Raya e o Último Dragão tem questões pontuais, como um desfecho apressado, como a recente animação elogiada (e superestimada), Soul, embora a obra de Hall e Estrada não seja tão mal resolvida quanto o filme da Pixar. Fato é que mesmo não sendo perfeita, a trajetória da heroína é simbólica e reflexiva, e que não parecem  forçadas ou sem sentido diante das questões mitológicas reais homenageadas aqui.

  • Especial | Star Wars

    Especial | Star Wars

    Há tempos, pelos idos dos anos setenta, se iniciava no cinema, por meio de um realizador motivado, audacioso e desbravador uma das melhores fantasias em formato Space Opera da história. A saga de Luke Skywalker, Han Solo e Princesa Léia foi expandida para muito além dos três primeiros filmes de Star Wars, e hoje figura no ideário do homem comum ocidental através dos produtos originais, novos lançamentos e materiais que expandem o pensamento idealizado por George Lucas.

    Star Wars é uma franquia lucrativa. Após sua compra pela Disney mais produtos foram garantidos, incluindo novos filmes e derivados. O antigo Universo Expandido que continha produtos antigos, como a trilogia Thrawn de Timothy Zhan e o recente Kenobi, de autoria de John Jackson Miller, além dos quadrinhos da Dark Horse e múltiplos jogos de RPG e videogames foi descontinuado, atribuído ao selo chamado Legends, não sendo mais parte oficial do cânone da saga. Algumas destas ideias foram recicladas e usadas nos roteiros de Lawrence Kasdan em Episódio VIII: Despertar da Força, enquanto o novo material suplementar faz parte necessariamente da história oficial indiscutivelmente, fator que antes Lucas jamais assumiu para sua franquia, mesmo dando aval para a criação da maioria das ramificações da legenda da força.

    Com promessas de novos filmes, incluindo spin offs cinematográficos, mais e mais material serão produzidos, além de reedições de produtos não lançados no Brasil, que finalmente farão parte do catálogo das editoras nacionais. A fim de mapear toda essa gama de material, organizamos este novo universo em textos analíticos e opinativos, desbravando uma galáxia distante, em busca do sentido da religião da Força. Como a própria Disney dividiu o universo de Star Wars na composição do novo cânone, consideramos necessário manter essa divisão pelo didatismo e para aqueles leitores que desejam acompanhar somente um ou outro.

    Podcasts

    VortCast 50 | Star Wars: Os Últimos Jedi
    VortCast 51 | Star Wars e as Polêmicas do Novo Filme (Ou Procurando Pelo em Ovo)

    Artigos

    Os Bastidores, Detalhes e as Mudanças de George Lucas em Star Wars
    Star Wars: Episódio VIII | Comentamos o novo trailer de Os Últimos Jedi
    Star Wars Celebration | O painel de Os Últimos Jedi, o primeiro pôster e o primeiro teaser  
    Sobre Ascensão Skywalker
    : Comentários do teaser, Comentários sobre o trailer final ,O que esperar
    Dia dos Investidores

    Novo Cânone

    Filmes
    (1977) Star Wars: Uma Nova Esperança
    (1980) Star Wars: Império Contra Ataca
    (1983) Star Wars: O Retorno de Jedi
    (1999) Star Wars: Ameaça Fantasma
    (2002) Star Wars: Ataque dos Clones
    (2005) Star Wars: A Vingança dos Siths
    (2015) Star Wars: O Despertar da ForçaCrítica 2 e Crítica 3
    (2016) Rogue One: Uma História Star Wars
    (2017) Star Wars – Episódio VIII: Os Últimos Jedi
    (2018) Han Solo: Uma História Star Wars
    (2019) Star Wars – Ascensão Skywalker 
    (2020) LEGO Star Wars: Especial de Festas

    Seriados
    (2008) Star Wars – Clone Wars
    (2014) Star Wars: Rebels – 1ª Temporada 
    (2019) The Mandalorian 1ª Temporada

    – Chapter One :The Mandalorian
    Chapter Two: The Child
    Chapter Three: The Sin
    Chapter Four: The Sanctuary
    Chapter Five: The Gunsliger
    Chapter Six: The Prisioner
    Chapter Seven: The Reckoning
    Chapter Eight: The Redemption  
    (2020) The Mandalorian 2ª Temporada

    Literatura
    (2014)
    Tarkin – James Luceno
    (2015) Star Wars: Lordes dos Sith – Paul S. Kemp  
    (2015) Star Wars: Estrelas Perdidas – Claudia Gray

    Quadrinhos
    (2014) Darth Maul – Filho de Dathomir
    (2015)
    Darth Vader #01-12
    (2015) Star Wars #01-12
    (2015) Princesa Leia
    (2015) Império Despedaçado
    (2015) Vader Down
    (2015) Lando
    (2015) Star Wars: O Diário do Velho Ben Kenobi

    (2016) Han Solo
    (2016) C-3PO – O Membro Fantasma
    (2016) Star Wars: Prisão Rebelde

    (2016) Star Wars: O Último Voo do Harbinger

    Linha Infantil

    Livros

    (2012) Star Wars: Darth Vader e Filho
    (2013) Star Wars: Academia Jedi
    (2013) Star Wars: Academia Jedi – O Retorno de Padawan
    (2015) Star Wars: A Princesinha de Vader

    Selo Legends

    Filmes:
    (1978) Star Wars – Holiday Special
    (1984) Caravana da Coragem: Uma Aventura Ewok
    (1985) Caravana da Coragem: A Batalha de Endor

    Seriados
    (2003) Star Wars – Guerras Clônicas

    Literatura
    (1991) Herdeiro do Império – Timothy Zhan
    (1992) Ascensão da Força Sombria – Timothy Zhan
    (1993) O Último Comando – Timothy Zhan
    (2014) Star Wars : A Trilogia – Special Edition

    Quadrinhos
    (1992) Império do Mal (trilogia)
    (2005) Jango Fett: Temporada de Caça
    (2010) Star Wars: Boba Fett – Laços de Sangue

  • Os Personagens em CGI Mais Realistas do Cinema

    Os Personagens em CGI Mais Realistas do Cinema

    Desde que um dinossauro apareceu rugindo na chuva, em Jurassic Park, a porteira nunca mais se fechou. De 1993 pra cá, tudo ficou possível numa tela de cinema, e o velho lema de Stanley Kubrick (“se você imagina, você pode filmar”) virou, finalmente uma verdade, forjada por muitas horas de trabalho, pesquisa e experimentações técnicas. A busca por realismo segue incessante, com Christopher Nolan liderando o grupo de cineastas que evitam a computação gráfica e apostam pesado nos efeitos práticos, que costumam não envelhecer. Mesmo assim, maravilhas já foram criadas numa tela de computador, e seguem impactantes como sempre. Abaixo, uma lista dos dez efeitos de computação gráfica mais realistas de todos os tempos.

    10. Thanos, de Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato (2018 e 2019)

    A Marvel humanizou o tirano Thanos com uma figura totalmente gráfica, em Vingadores: Guerra Infinita, pautada em realismo para que o vilão fosse crível, quase que palpável nas suas rugas e expressões hiper-naturalistas. Um feito extraordinário, também ajudada pelo trabalho de voz e postura do ator Josh Brolin.

    9. Simba, de O Rei Leão (2019)

    Se o filme foi fraco, a savana e seus habitantes criados em computador em O Rei Leão, em 2019, é tão impressionante que lembra um documentário da Discovery Channel. Cada músculo, cada pelo… Simba saiu do desenho e virou um leãozinho tangível, talvez mais real até que o do zoológico.

    8. Ava, de Ex-Machina: Instinto Artificial (2014)

    Ava é a androide mais realista da história do cinema, e perturbadoramente humana em seus trejeitos. Numa combinação perfeita de efeitos práticos, e CGI, a robô de Ex-Machina interage com atores reais, e a excelência da iluminação da textura do metal que substitui boa parte da sua pele não será superada, por muito tempo.

    7. Homem de Ferro (2008)

    Quando o Homem de Ferro chegou nos cinemas, foi difícil acreditar que sua armadura, colorida ou prata, não fosse de verdade. É possível quase que sentir a temperatura do material, a dureza, o som de cada parte que se encaixam… feito esse não repetido com o mesmo realismo nos outros filmes com o herói, desde 2008.

    6. O Urso, de O Regresso (2015)

    Leonardo DiCaprio foi atacado por um urso em O Regresso, e nada me diz que isso é mentira. O nível de veracidade nas imagens é tamanho, que jamais duvidamos que há uma fera bestial em cima do homem, rasgando a sua pele enquanto baba, e ofegante, cheira a sua presa. Pobre DiCaprio. Ele era bonito.

    5. T-1000, de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991)

    O T-1000 de O Exterminador do Futuro 2 é uma força da natureza tecnológica, e até hoje, desde 1992, os efeitos criados em computador pelo genial James Cameron seguem acachapantes. O robô assassino que vira líquido, explode no nitrogênio, que perde suas partes e se recompõe por nanotecnologia, marcou uma geração.

    4. Alienígenas, de Distrito 9 (2009)

    Os alienígenas “camarão” de Distrito 9 naufragaram na África do Sul, e lá, fizeram suas favelas. O diretor Neil Blomkamp conseguiu a proeza de colocar um alien e um humano lado a lado, e em suas diferentes formas físicas, fazer parecer que a imagem do homem é mais falsa que a do extraterrestre. Um uso de efeitos fenomenal.

    3. Richard Parker, de As Aventuras de Pi (2012)

    Se o urso de O Regresso era de verdade, e Simba também (quase…), o que falar do tigre de As Aventuras de Pi? Richard Parker é o animal mais realista da história do cinema, desde que aparece naquela jaula na Índia. Uma pena que a empresa de efeitos especiais que o fez, a Rhythm & Hues, faliu em 2013, mas seu legado é eterno.

    2. Caesar, de Planeta dos Macacos: A Guerra (2017)

    Desde o Senhor dos Anéis, o ator Andy Serkins se especializou em interpretar criaturas na técnica de ‘captura de movimento’, e todo mundo achou que o seu Gollum nunca seria igualado, quiçá superado. Mesmo assim, Cesar, o macaco inteligente de Planeta dos Macacos: Guerra, acabou sendo a criatura mais realista já criada em computador. A segunda, na verdade.

    1. Rachel, de Blade Runner 2049 (2017)

    Um rosto. 100% digital, e 101% real. A Rachel de Blade Runner 2049 não existe, mas ninguém pode confirmar isso antes de ver o making-of do filme. Nele, vemos como foi a construção de sua face, pixel por pixel, cheia de calor, drama, falas, lágrimas, cabelos, e que faz Thanos, o urso e até o T-1000 parecem personagens do Playstation 2. Eis o grande triunfo do CGI. Superá-lo será reinventar a roda. Pago pra ver. #IWantToBelieve

  • Review | The Mandalorian – 2ª Temporada

    Review | The Mandalorian – 2ª Temporada

    Depois de uma temporada inicial apoteótica, The Mandalorian retorna em 2020 repleta de expectativas por parte dos espectadores e da crítica. O destino do caçador de recompensas e da criança que lhe serve de parceiro e pupilo é explorado em cenários que lembram os bons momentos dos western spaghetti, e claro, aventuras de ficção científica.

    Em menos de dez minutos do primeiro episódio, Din Djarin se mete em um cenário de luta livre com diversos personagens alienígenas já conhecidos, inclusive os “suínos” gamorreanos que serviam de guardas de Jabba brigando e arrumando confusão. A sensação de que se expandiu o mundo introduzido em Uma Nova Esperança na cantina de Mos Eisley segue viva, claro, com pitadas do novo cânone e muitas referências a The Clone Wars e Rebels.

    Jon Favreau sempre disse que era um apaixonado pela trilogia clássica e tudo que foi produzido a respeito da saga, e isso se vê tanto na escolha de estender essa parceria com Dave Filoni, responsável pelas séries animadas em 3D que se localizavam entre os filmes, como também no retorno aos cenários clássicos e no uso de feitos visuais práticos, como era nos longas dos anos 70 e 80. O cuidado em dar volume e substância aos confins e subúrbios da galáxias fomenta a importância da jornada estabelecida entre o Mandaloriano e a criança, resultando numa boa releitura dos mangás do Lobo Solitário.

    A estrutura dos episódios segue a mesma da primeira temporada: há uma linha guia, mas alguns episódios são ligados a questões pontuais. A presença de velhos conhecidos dos fãs permanece neste ano, ainda que ocorra de forma breve. Essas aparições garantem fôlego a série e dão um pouco da dimensão do quanto o antigo universo expandido maltratou os personagens, especialmente Boba Fett, embora haja um resgate de elementos de quadrinhos antigos do selo Legends como em  Boba Fett: Engenhos da Destruição e Jango Fett: Temporada de Caça.

    Entre os diretores dos oito episódios, há de destacar Bryce Dallas Howard, que rege de maneira ainda mais firme do que havia sido na primeira temporada em The Sancturay, e também Robert Rodriguez, que produz um capítulo curto, mas repleto de ação e diversão, fato que rendeu ao diretor de Alita: Anjo de Combate a produção executiva da nova série da Disney +, The Book of Boba Fett. A presença de Rosario Dawson também é ótima, finalmente trazendo à luz um personagem que só tinha aparecido em versão animada.

    Os dois episódios finais são frenéticos, mostram boa parte dos personagens secundários com muito destaque, além de conter boas referências ao cinema recente, como uma clara alusão a cena do jogo de adivinhação em Bastardos Inglórios, e claro, o resgate a um conceito do universo expandido, os robôs de combate Dark Troopers. Para quem gosta de Star Wars, The Mandalorian é um prato cheio. Simples, direta, divertida e cheio de personagens carismáticos.

  • Crítica | O Corcunda de Notre Dame

    Crítica | O Corcunda de Notre Dame

    A versão da Disney para o clássico O Corcunda de Notre Dame de Victor Hugo começa dramático, com uma tela preta, acompanhada de sinos franceses badalando. Depois do anúncio estilizado (belíssimo por sinal) a “câmera” sobrevoa a capital da França, onde o Arlequim Clopin faz as vezes do Gênio da Lâmpada como em Aladdin, no sentido de descrever a historia principal de maneira lúdica e quase literária. A narrativa  envolve  Quasímodo, o jovem deformado responsável pela manutenção dos sinos da catedral que descobrirá que o mundo é bem maior que as aparências arrotam, além de apresentar ao espectador uma lição moral bastante profunda.

    A adaptação é bastante suavizada e mesmo assim é bem dramática, desde o começo ela trata de juízes poderosos cumpridores da lei, e receio religioso. A escolha de Gary Trousdale e Kirk Wise é por usar o romance para discutir a dicotomia entre aparência e conduta de caráter, reunindo elementos fabulescos, típicos dos clássicos da Disney, cheio de personagens que servem de alívio cômico, e que fazem perguntar se a solidão do zelador do campanário não enlouqueceu devido ao isolamento social que é obrigado a viver, portanto, tanto a vida dos objetos inanimados quanto os fatos que ocorrem consigo, podem ser apenas uma fantasia de uma de suas brincadeiras com as miniaturas que ele talha em madeira.

    A persona do juiz eclesiástico Frollo é cruel, manipuladora, mentirosa e dominadora, ele é um homem injusto e vaidoso, tão arrogante que não se enxerga como o vilão que é. Impressiona como o culto e louvor típico dado aos vilões da Disney normalmente não o inclui como figura importante, apesar dele ser um sujeito ligado a igreja, é bem próximo do diabo que tanto renega. Sua trajetória, de encarcerar e julgar pelas aparências encontra muitos paralelos com a hipocrisia infelizmente comum a maioria dos religiosos.

    Já a mentalidade de Quasímodo é bela e ingênua, fantasiando sempre com o convívio social comum. Apesar de ouvir tantos impropérios de seu mestre ele sonha com a liberdade, com o transito sem restrições pelas ruas francesas, mesmo que corra o risco de sofrer rejeição por conta de sua má formação estética. O conjunto de personagens é rico, e o roteiro trata de abordar um de cada vez, primeiro Frollo, depois o corcunda e logo depois o militar Phoebus e a bela e voluptuosa Esmeralda.

    Apesar do texto ser rápido, há espaço para mostrar que é exatamente a personagem mais perseguida que pioneiramente trata o personagem bem. A música de Alan Menken com letras de Stephen Schwartz ajuda a aplacar bastante essa sensação, de modo que mal se percebe que algumas sub tramas são mostradas de maneira muito rápida. O filme utiliza bem demais os efeitos em 3d, semelhante ao clássico da Dreamworks O Príncipe do Egito, quase sempre para evidenciar a imponência das figuras autoritárias francesas.

    Os momentos do Festival dos Tolos são repletos de cores e músicas animadas, em meio a um filme onde os momentos cantados são normalmente pesados. No entanto, mesmo este termina tranquilo. Quasímodo parece fadado a ser humilhado e destratado, e por mais que ele seja inocente até certo ponto, é impossível não notar o simbolismo, de que setor jurídico, representado por seu mestre não cuida dele, enquanto a figura cigana e perseguida o enxerga bem, em paralelo  que varia entre o desejo carnal e a figura materna, dada que Esmeralda é bem parecida com a mãe do personagem principal. Para um desenho animado dos estúdios Disney, o subtexto é bem adulto e pesado.

    O estado melancólico de Quasímodo contém um simbolismo poderoso. O rapaz de boa índole, praticamente sem pecados se vê tão sem graça que não consegue enxergar a luz celestial sobre si, apesar dos muitos talentos artísticos como sineiro e escultor, apesar da boa forma atlética. A lógica de auto louvor é totalmente invertida na obra, pois o sujeito da vilania extrema se enxergar como um homem justo e bom, quando é podre e volúvel, incrivelmente, essa hipocrisia é facilmente vista na realidade, os poderosos normalmente são carregados desses falsos moralismos que consomem Frollo e perseguem o herói da jornada.

    A trinca de animações conduzida pela dupla por Wise e Trousdale tem uma temática comum, tanto este quanto A Bela e a Fera e Atlantis: o Reino Perdido são historias sobre excluídos que são diferentes e bondosos apesar da aparência ou origem diferente do comum, ainda que cada uma dessas seja diferente entre si, tanto em tons quanto em humor e acidez narrativa.

    O Corcunda de Notre Dame possui músicas  apoteóticas, que dão a obra um caráter semelhante ao das óperas, na violência, truculência e apelos leves a fantasia. Tudo é muito bem medido, até a dualidade com relação a vida das gárgulas, que servem a maior parte do tempo a função de fazer rir, mas que tem um papel até aterrador, no destino do Juiz Frollo. Este é um clássico mundial da animação muito  subestimada, ainda mais se comparada com os outros  filmes da renascença da Disney.

  • Crítica | A Oficina do Papai Noel

    Crítica | A Oficina do Papai Noel

    Os anos 1930 foram bastante prolíficos para Walt Disney e seus estúdios. Foi nessa época que estrearam nos cinemas O Flautista Encantando (1933), Flores e Árvores (1932), A Tartaruga e A Lebre (1935), O Velho Moinho (1937) e tantos outros posteriores a O Vapor Willie. Entre esses, um dos mais lembrados e até então raro em lançamentos de mídia física, foi o especial de natal da série Silly Symphonies, A Oficina do Papai Noel, cuja sinopse inclui um dia do distribuidor de presentes sendo ajudado por seus duendes antes é claro da grande entrega de presentes.

    O filme se passa durante a preparação para o passeio de trenó no dia 24, na véspera do feriado natalino. O filme tem apenas 7 minutos, é dirigido por Wilfred Jackson, começa com um número musical divertido dos ajudantes do bom velhinho alimentando, limpando as renas e lidando com o trenó. O filme lançado em 1932 dá conta das leituras das cartinhas do Papai Noel e a conferência se as crianças cumpriram com suas obrigações antes de terem seus desejos atendidos.

    O diretor entraria para a história dos estúdios, participando da produção de inúmeros longas e curtas, sendo diretor ou codiretor de clássicos como A Dama e o Vagabundo, Cinderela, Alice no País das Maravilhas e As Aventuras de Peter Pan. O tom super otimista e fabuloso é bem empregado, e mesmo sem ter os personagens mais famosos da Disney contém em si a essência de tudo aquilo que faria as demais produções audiovisuais tão especiais.

    Jackson emprega sua experiência muito bem, por mais que o traço dos personagens no Polo Norte seja simples, os movimentos são fluídos e há algo de realmente mágico na construção dos brinquedos e bugigangas que viajarão o mundo. A Disney com o tempo lançaria outros especiais de natal, sendo os mais conhecidos Aconteceu no Natal do Mickey e O Conto de Natal do Mickey, e por mais que a proposta aqui seja muito mais simples, se notam claras referências desse trabalho em obras futuras.

  • Dia dos Investidores da Disney: Os Principais Anúncios do Universo Marvel

    Dia dos Investidores da Disney: Os Principais Anúncios do Universo Marvel

    Meus amigos, a Disney não está para brincadeira! A data de dez de dezembro de 2020 poderá entrar para uma das principais da história desta gigante do entretenimento, já que foi o Dia dos Investidores da Disney, onde a “empresa do Mickey Mouse” apresenta para seus investidores seus projetos futuros. Foi uma maneira agradável de dizer que o seu dinheiro será empregado pesadamente em produções audaciosas para o público em geral, que envolve a Disney propriamente dita, a Pixar, Marvel e Lucasfilm com o universo de Star Wars.

    De fato, o que se viu foi que a Disney investirá pesado no seu canal de streaming, o Disney+, demonstrando querer viver não só do passado, mas de um futuro bastante promissor. Inclusive, o evento aproveitou para mencionar o sucesso estrondoso do canal que já está próximo de bater a meta que estava prevista para daqui 4 anos.

    Mas nem tudo são flores, uma vez que diversos projetos poderão sofrer cancelamentos ou mudanças em suas trajetórias. Falaremos isso em um texto mais específico.

    Aqui nós acompanharemos o que vem por aí no mundo dos heróis da Marvel.

    Enquanto a Lucasfilm aposta em lançamentos inéditos, trazendo pouquíssimos rostos conhecidos, a Marvel opta por um caminho totalmente oposto, usando e abusando dos rostos que conhecemos nos últimos 12 anos de seu universo cinematográfico, porém, ousando um pouco mais.

    WANDA VISION

    Embora a produção de Wanda Vision não fosse novidade pra ninguém, já que a bizarra série estrelada por Elizabeth Olsen e Paul Bettany já teve diversos trailers lançados, o anúncio serviu apenas para informar a data de sua estreia no Disney+, que será logo no começo de 2021, em 15 de janeiro.

    THE FALCON AND THE WINTER SOLDIER

    A série do Falcão e do Soldado Invernal, embora já estivesse em estágio avançado de produção, buscou esconder ao máximo imagens oficiais e detalhes da trama. Estrelada por Anthony Mackie e Sebastian Stan, ambos retornando aos seus papeis, The Falcon And The Winter Soldier teve divulgado seu primeiro e lindo trailer recheado de ação e com uma bela fotografia. A produção também ganhou uma data de estreia para 19 de março de 2021.

    LOKI

    Épico e louco. Essa é a definição para a série de Loki que teve seu primeiro trailer divulgado. Loki mostrará o que aconteceu com o personagem após os acontecimentos de Vingadores: Ultimato, e trará novamente o querido Tom Hiddleston na pele do Deus da Trapaça.

    WHAT IF…?

    What if…? já tinha sido anunciada anteriormente, mas assim como The Falcon And The Winter Soldier, a animação que ficou em segredo finalmente ganhou seu primeiro trailer e nele podemos ver que Peggy Carter foi quem recebeu o soro de super soldado do Capitão América, além de vermos T’Challa como Senhor das Estrelas.

    QUARTETO FANTÁSTICO

    Talvez a maior novidade nos anúncios da Marvel. Com a compra da Fox pela Disney tivemos o retorno dos direitos sobre o Quarteto Fantástico e dos direitos sobre os X-Men. Porém, é com a equipe de cientistas que a Marvel resolveu arriscar primeiro. O filme será dirigido por John Watts que é o responsável pelos filmes do Homem-Aranha da fase Tom Holland. Vale lembrar que será a terceira tentativa de fazer o quarteto vingar nas telas.

    INVASÃO SECRETA

    Talvez a maior surpresa da noite. Teremos a adaptação do arco Invasão Secreta e ela será estrelada nada mais nada menos por Samuel L. Jackson, como Nick Fury e Ben Mendelsohn, como o Skrull Talos que apareceu em Capitã Marvel e Homem-Aranha: Longe de Casa.

    SHE-HULK

    A série da Mulher Hulk contará com o retorno de Mark Ruffalo na pele do Gigante Esmeralda e ainda terá o retorno de Tim Roth como o vilão Abominável, que apareceu no filme O Incrível Hulk estrelado por Edward Norton. Não é a primeira vez que personagens deste filme retornam em filmes do MCU, já que William Hurt, que viveu o General Ross, apareceu em filmes como Capitão América: Guerra Civil, além de ter presença garantida em Viúva Negra.

    A protagonista será vivida pela atriz Tatiana Maslany.

    ARMOR WARS

    Armor Wars será estrelada por Don Cheadle, o Máquina de Combate. Após a morte de Tony Stark, James Rhodes luta para que as invenções de seu melhor amigo não caiam nas mãos erradas.

    IRONHEART

    Mais uma série que buscará manter o legado do Homem de Ferro. De acordo com a própria Disney, veremos Riri Williams (vivida por Dominique Thorne) criando a armadura mais tecnológica desde as armaduras criadas por Tony Stark. É muito provável que na série, Riri se torne a heroína Coração de Ferro.

    THE GUARDIANS OF THE GALAXY HOLIDAY SPECIAL

    Um anúncio que faz o fã cair na gargalhada, depois colocar a mão na consciência e chegar na seguinte conclusão: James Gunn é um gênio. Todos sabem do famigerado Star Wars Holiday Special e aquela discussão de ser cânone ou não, depois de total constrangimento ao término da fita. Pouco importa. Mas será lindo ver uma sátira promovida pelos Guardiões da Galáxia. Ah, roteiro e direção de Gunn, e sim, será em live action.

    I AM GROOT

    O querido Groot também ganhou uma série para chamar de sua. Aqui a estrela será sua versão bebê apresentada em Guardiões da Galáxia Vol. 2, numa série de curtas animados.

    ANT-MAN AND THE WASP: QUANTUMANIA

    Também foi anunciado o terceiro filme do Homem-Formiga. E pelo título, além de dar a entender que o filme será focado no mundo quântico, está mais que claro que a Vespa ganhou o público e os executivos dividindo o protagonismo. Embora tenhamos o retorno de Peyton Reed na cadeira da direção e o retorno de Paul Rudd e Evangeline Lilly, Cassie Lang será vivida por Kathryn Newton.

    E ainda tivemos alguns anúncios interessantes, como o anúncio do novo filme da Capitã Marvel, que trará a Ms. Marvel (que também ganhou um seriado protagonizado), além de uma adulta Monica Rambeau. Teremos também a continuação de Pantera Negra com o devido respeito ao legado deixado por Chadwick Boseman que faleceu há pouco tempo, não escalando um novo T’Challa e o bombástico anúncio de que Christian Bale estará em Thor: Love And Thunder, como o vilão Gorr, o Carniceiro dos Deuses.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Dia dos Investidores da Disney: Os Principais Anúncios do Universo de Star Wars

    Dia dos Investidores da Disney: Os Principais Anúncios do Universo de Star Wars

    Meus amigos, a Disney não está para brincadeira! A data de dez de dezembro de 2020 poderá entrar para uma das principais da história desta gigante do entretenimento, já que foi o Dia dos Investidores da Disney, onde a “empresa do Mickey Mouse” apresenta para seus investidores seus projetos futuros. Foi uma maneira agradável de dizer que o seu dinheiro será empregado pesadamente em produções audaciosas para o público em geral, que envolve a Disney propriamente dita, a Pixar, Marvel e Lucasfilm com o universo de Star Wars.

    De fato, o que se viu foi que a Disney investirá pesado no seu canal de streaming, o Disney+, demonstrando querer viver não só do passado, mas de um futuro bastante promissor. Inclusive, o evento aproveitou para mencionar o sucesso estrondoso do canal que já está próximo de bater a meta que estava prevista para daqui 4 anos.

    Mas nem tudo são flores, uma vez que diversos projetos poderão sofrer cancelamentos ou mudanças em suas trajetórias. Falaremos isso em um texto mais específico.

    Aqui nós acompanharemos o que vem por aí no mundo criado por George Lucas em Star Wars.

    É inegável o sucesso de The Mandalorian, a série desenvolvida por Jon Favreau e Dave Filoni, que conta a história de um caçador de recompensa mandaloriano que, durante um serviço, resgata um bebê da mesma raça do mestre Yoda e que também é sensitivo na Força. As aventuras de “Mando” são leves, engraçadas, recheadas de ação, possuindo tudo que um velho fã de Star Wars quer. Importante dizer que a série foi o termômetro para diversas outras produções anunciadas.

    ROGUE SQUADRON

    Um dos anúncios mais importantes da noite foi o do tão aguardado novo filme de Star Wars: Rogue Squadron. Seguindo a linha de Rogue One e Solo, Rogue Squadron acompanhará o esquadrão de elite da aviação da Aliança Rebelde. A direção ficará a cargo de Patty Jenkins (Mulher-Maravilha), que disse que gostaria de fazer o maior filme sobre pilotos de guerra já feito. Rogue Squadron tem previsão para chegar aos cinemas em dezembro de 2023.

    OBI-WAN KENOBI

    Outro ponto alto da noite foi a confirmação oficial da produção da série de Obi-Wan Kenobi, ganhando título oficial, a confirmação do retorno de Ewan McGregor na pele do mestre Jedi, além do grande retorno de Hayden Christensen como Darth Vader. O seriado se passará 10 anos após os eventos de A Vingança dos Sith e, segundo a diretora Deborah Chow, a galáxia se tornou um lugar perigoso com a ascensão do Império e tem pessoas caçando cavaleiros Jedi. Obi-Wan precisará lidar com isso e ainda proteger o jovem Luke Skywalker.

    AHSOKA

    Após aparecer lindamente interpretada por Rosario Dawnson na segunda temporada de The Mandalorian, Ahsoka Tano ganhou uma série para chamar de sua. Assim como em Mandalorian, Ahsoka será capitaneada por Jon Favreau e Dave Filoni e trará novamente Dawson na pele da guerreira Jedi que deve continuar vasculhando a galáxia em busca de seu amigo Ezra Bridger e do Almirante Thrawn, desaparecidos ao final de Star Wars: Rebels.

    RANGERS OF THE NEW REPUBLIC

    Assim como Ahsoka, este outro derivado de The Mandalorian, também contará com a batuta de Favreau e Filoni e como o próprio nome já diz, mostrará os oficiais da Nova República. Em Mandalorian já vimos alguns deles pilotando X-Wings e colhendo informações em terra.

    ANDOR

    Andor é uma série que já está em estágio avançado de produção, tanto que foi divulgado um vídeo com cenas das filmagens e bastidores da produção. No vídeo, podemos perceber que é uma série que está investindo pesado em cenários, figurino e criaturas. Andor é sobre o personagem Cassian Andor, vivido por Diego Luna, que também assina a produção executiva da série. Andor foi o responsável por recrutar Jyn Erso para a Aliança Rebelde nos eventos de Rogue One: Uma História Star Wars.

    LANDO

    Lando Calrissian também ganhará sua própria série, mas não se sabe em qual momento ela se passará e nem se Donald Glover ou Billy Dee Williams, que fizeram o personagem nos cinemas, retornarão.

    THE BAD BATCH

    Se fôssemos traduzir esse nome, poderíamos dizer que um bad batch é um lote com defeito. A nova série animada de Star Wars teve seu primeiro trailer divulgado e se passará durante as Guerras Clônicas e talvez, logo após de A Vingança dos Sith. Bad Batch já teve um arco criado por George Lucas em Clone Wars. Segundo o criador, ele gostaria de explorar a ideia de que alguns dos clones fossem um pouco mais únicos que os outros, com habilidades um pouco mais especiais, formando assim uma unidade de forças especiais de batalha.

    The Bad Batch teve seu primeiro trailer divulgado e o que se pode esperar é muita ação nessa série animada que será a substituta de Clone Wars.

    VISIONS

    Talvez o projeto mais diferente apresentado, Visions explorará o universo criado por George Lucas em curtas animados, sendo que, seu diferencial será a forte influência do anime japonês, com diversos especialistas envolvidos no projeto.

    Para quem quiser pesquisar, num passado não muito distante, um trecho de uma animação japonesa de uma batalha espacial travada entre pilotos do Império e da Aliança Rebelde viralizou nas redes. Existe grandes chances de Visions ter nascido após esse vídeo.

    THE ACOLYTE

    Uma série com pegada de suspense e mistério, desenvolvida por Leslye Headland, responsável pelo ótimo Boneca Russa, e que acompanhará a época final da Alta República, com a ascensão dos poderes do Lado Sombrio. Poderemos ver muitos sabres de luz e diversos embates entre Jedi e Sith.

    Também foi confirmado que Taika Waititi dirigirá um filme inédito, inesperado e único no universo da franquia. O cineasta que cuida dos filmes do Thor no Universo Cinemático Marvel, já dirigiu episódios de The Mandalorian.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Resenha | Peninha: Coleção Completa das Histórias Feitas por Seus Criadores – Volume 1 de 2

    Resenha | Peninha: Coleção Completa das Histórias Feitas por Seus Criadores – Volume 1 de 2

    Se Hollywood hoje aposta tudo e mais um pouco em caríssimos derivados de sagas consolidadas, os quadrinhos já fazem isso desde o início dos tempos, e talvez o super carismático Peninha seja um dos exemplos mais bem sucedidos. Para quem não sabe, um derivado (ou spin-off, no termo original) é aproveitar um personagem que deu certo em uma franquia, como Star Wars e Harry Potter, e colocá-lo em arcos próprios de histórias em que finalmente pode ser o protagonista. Para as icônicas criações de Carl Barks, todas dentro do universo do Pato Donald na sua bela cidade de Patópolis, a Disney sempre tentou expandir a família, dando prioridade para o Tio Patinhas, o professor Pardal, Gastão e cia., sempre sob o ponto de vista de uma família divertida, e mais ou menos tradicional. Não havia nenhum elemento estranho na mesa. Não havia nenhum, digamos, subversivo na mais famosa árvore genealógica dos gibis.

    Mas o mundo muda, e encontrar uma fórmula para agradar a todos os tipos de públicos sempre foi prioridade nos quadrinhos que, nas suas historinhas irreverentes, conseguiam dialogar entre gregos e troianos nessa tão ampla linguagem universal da diversão. Confiantes disso nos anos 1960, o roteirista Dick Kinney e o desenhista Al Hubbard ajudaram a Disney a criar personagens para o mercado internacional, com atenção especial para a Europa e América Latina. É claro que o amalucado Peninha foi o primeiro a cair no gosto de todos, pois era o símbolo catártico do anticonvencional que já começava a surgir com força nas sociedades dos anos 60. Aquele parente típico que chega para fazer tudo virar de perna para os ares, revolucionar, revirar, e ir embora após servir a seu motivo de desestabilizar a normalidade. Peninha vestia esse manto junto dos seus inconfundíveis suéter e gorrinho vermelhos, e através de suas invenções doidas que faziam o pobre pato Donald e seu gatinho Ronrom querer escapar de Patópolis – sem olhar para trás.

    Ninguém está seguro com o primo Peninha por perto, ele e suas “geniais” ideias mirabolantes. Tal qual um Professor Pardal imaturo e inconsequente, quando ele não chega para fazer magia e apavorar geral no mais banal dos dias, Peninha se mete na carreira de costureiro, de taxista, de advogado, e bota tudo a perder – ou a explodir. O engraçado é que ele sempre convence Donald a participar de suas loucuras, pois como bom malandro, Peninha é um manipulador nato. Assim, ele faz seu reservado primo mergulhar em mil confusões na cidade, na praia e no campo, sendo que sua primeira aventura publicada no Brasil em 1965 foi justamente um corre-corre danado no velho-oeste americano, com direito a chapéu de cowboy e uma inesperada perseguição cheia de perigos. E Donald achou que aquele seria um passeio calmo e tranquilo. Seria mais fácil esperar isso junto de Huguinho, Zezinho e Luisinho. Afinal de contas, Peninha não é para amadores, e mesmo assim o amamos como qualquer outro parente da família dos patos.

    De qualquer forma, em uma visão mais aprofundada às histórias coloridas e eletrizantes de Kinney e Hubbard, nota-se o quanto Peninha representa o futuro caótico que é sempre especulado pelo público mais saudosista e conservador, de cada época. A dupla de artistas criou um personagem que é a causa da insegurança das pessoas, uma vez que o amanhã é imprevisível e causa desconforto para quem não gosta nem de pensar em mudanças. Em outra análise deste compilado de histórias do Peninha, publicadas entre 1964 e 1965 em um belíssimo trabalho gráfico da editora Abril, evidencia-se que, mesmo visando (e talvez exatamente por isso) o público fora dos Estados Unidos, em um período pré-globalização na indústria do entretenimento, a glorificação da cultura dos EUA se intensificou em seus processos de exportação, em algo que pode ser chamado de “imperialismo cultural”, um conceito que o país do Capitão América sabe reproduzir como nenhum outro. E Peninha foi um dos veículos perfeitos para isso já que todo mundo tem um parente maluquinho desses para amar, mesmo após tantas ciladas homéricas. Família é família.

    Compre: Peninha – Volume 1 de 2.

  • Resenha | Ducktales: Os Caçadores de Aventuras (2)

    Resenha | Ducktales: Os Caçadores de Aventuras (2)

    Originalmente concebido como uma telessérie em 1987, Ducktales: Os Caçadores de Aventuras foi uma estratégia da Disney para popularizar seus famosos personagens que, nos anos 80, já não tinham mais um grande apelo com o público. Agora, junto do quaquilionário tio Patinhas, o sovina mais adorável e detestável de toda a Patolândia, e seus sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luisinho, a TV ficaria pequena para tanto corre-corre ao redor do mundo – quase sempre motivado no começo por dinheiro, e no final, pelo amor que Patinhas sente por seus sobrinhos, sempre metidos em mil e uma peripécias. A série foi um enorme sucesso nos Estados Unidos, e logo retornou para os quadrinhos, agora com o grupo de aventureiros mais unidos do que nunca, enfrentando velhos e novos inimigos, e contando com novas caras para figurar uma nostalgia e uma diversão que Walt Disney criou e tanto priorizou, junto do seu lendário time de talentos herculanos.

    Temos em mãos uma trinca de aventuras á lá Indiana Jones inesquecíveis, para todas as idades, em um belíssimo encadernado que a editora Abril lança no Brasil, em um trabalho gráfico caprichado para todos os gostos, em especial dos colecionadores, com uma bela capa dura e um relevo impressionantes. Neste encadernado, as histórias selecionadas fazem justiça ao título da coletânea, ao invocarem principalmente no primeiro e segundo arcos toda a chama e a graça de uma ação sem fôlego que o muquirana tio Patinhas, seus sobrinhos e o atrapalhado capitão Boing sempre se metem, hora para salvar a pele da jovem Patrícia (sua nova sobrinha, criada para a série) de um grande e perigoso sequestro, hora arriscando tudo e mais um pouco para conquistarem um meteoro de ouro maciço que caiu numa floresta, e agora é mais cobiçado que água no deserto. Nisso, é claro que o vilão MacMônei, ainda mais ganancioso que Patinhas, fará todo o necessário para chegar ao meteoro primeiro.

    Reviravoltas dão o tom das histórias, em tramas de narrativa super ágil que remetem a dinâmica eletrizante dos desenhos animados, e aprendemos que a verdadeira piscina de ouro se faz presente para o tio Patinhas na forma de seus sobrinhos, por mais que ele jamais admita isso, uma vez que ele troca até sua moeda da sorte para recuperar Patrícia das garras da cruel bruxa Patalójika – outra antiga antagonista do ícone mais rico do mundo da ficção. Aqui, nota-se a homenagem as clássicas HQ’s escritas pelo mestre Carl Barks do Tio Patinhas, e companhia, na maravilhosa saga A Odisseia do Ouro, de 1991, na qual os heróis e vilões reconhecem que o céu não é o limite para suas confusões. Dividida em sete capítulos como foi publicada no original, a saga se destaca entre Em Busca da Número Um e Legítimos Donos por ser um exemplar perfeito do mais puro e sagaz entretenimento, abrangendo do polo norte aos confins do espaço todo o potencial que existe em uma aventura com essas figuras emblemáticas da cultura pop universal.

    Se a palavra-chave na série era “revitalização” desses personagens, a ausência de Donald e Margarida em Os Caçadores de Aventuras, nesse retorno aos quadrinhos dos anos 80, é justificada pela necessidade de se introduzir uma novidade bem-sucedida as tramas, mas sem perder a irreverência das primeiras histórias ancestrais. No caso, nos é apresentado o hilário capitão Boing, um garanhão que se acha o máximo e sempre comete os maiores erros no céu, no mar, ou em alguma ilha misteriosa. São estes e muitos outros elementos que tornam esta leitura bem mais que um mero passatempo, mas um atestado colorido do que há de melhor na alma das criações atemporais de Walt Disney. Reverenciadas por um sem-número de brilhantes roteiristas e ilustradores a carregar, com absoluto êxito, o legado do mestre através de uma mitologia absolutamente cativante para pais e filhos, ao longo dos séculos.

  • Resenha | Tio Patinhas por Carl Barks: A Coroa Perdida de Gengis Khan

    Resenha | Tio Patinhas por Carl Barks: A Coroa Perdida de Gengis Khan

    Após a saída dos quadrinhos Disney da editora Abril Jovem, ficou a dúvida entre os leitores se as coleções dedicadas a Carl Barks e Keno Don Rosa teriam continuação em alguma outra editora, uma vez que a Culturama assumiu apenas as edições mensais das revistas. A aflição passou quando a editora Panini anunciou ter assumido a publicação dessas e de outras séries em capa dura da Disney. Assim, continuando de onde a editora anterior parou, a Panini lança Tio Patinhas por Carl Barks: A Coroa Perdida de Gengis Khan primeiro volume da série a abordar o tio do Pato Donald tanto no título quanto nas histórias. Embora tenha Tio Patinhas no título e no conteúdo, não se trata de uma nova série, e sim do volume 16 da chamada “Coleção Carl Barks Definitiva”, que não é publicada em ordem cronológica.

    Para uma edição de estreia na casa, a Panini acertou em cheio na escolha do material. O livro traz as histórias publicadas originalmente em Uncle Scrooge nos anos de 1956 a 1961, e apresenta verdadeiros clássicos que já foram revisitados por outros artistas e outras mídias. Além da história que dá nome ao volume (que aliás, é uma história bem pequena se compararmos a outros épicos da edição), temos vários clássicos de Barks que valem a pena serem lidos.

    Fabricantes de terremotos é um desses clássicos que atingiram outras mídias. Além da excelente adaptação no desenho Duck Tales de 1987, os habitantes rechonchudos do subterrâneo de Patópolis apareceram em videogames (no antigo Nintendinho e na remasterização para PlayStation 3) e no reboot dos Caçadores de Aventuras de 2017. Na história, Patinhas descobre uma civilização responsável pela criação de terremotos, e teme pela sua caixa-forte.

    Em Qual o mais rico do mundo? vemos a primeira aparição do Pão-Duro Mac Mônei, o “duplo do mal” do Tio Patinhas. Diferente de suas aparições em Duck Tales, Mac Mônei é originalmente sul-africano, e não escocês (algo que o reboot de 2017 resolveu de forma inteligente). Essa história é bem interessante por mostrar que, apesar de tudo, Patinhas não é inescrupuloso e mantém ainda alguns princípios morais – coisa que seu rival não apresenta nem de longe.

    A edição ainda conta com pérolas como O elemento mais raro do mundo e A fantástica corrida de barcos, mas talvez a melhor ou mais importe história seja Os índios Nanicós. Nela, Patinhas demonstra que nem tudo deve ser lucro – embora seu espírito capitalista mantenha-se presente o tempo todo, o velho rico percebe que, embora possa extrair recursos naturais de uma reserva florestal, talvez ele não deva fazê-lo. Talvez hoje a história traga alguns problemas com a retratação estereotipada dos nativos-americanos, mas a mensagem final é boa, num saldo geral. Vale notar o cuidado que o tradutor Marcelo Alencar teve ao adaptar a fala dos índios, que no original é toda rimada como num poema de Henry Wadsworth Longfellow – diferente do que a tradução da Abril havia feito em sua continuação na coleção de Don Rosa.

    Ainda sobre tradução, um ponto a se destacar é a decisão da editora de manter alguns termos que talvez não façam mais sentido nos dias de hoje. Traduzir dólar por “pataca” talvez fizesse sentido décadas atrás, quando as revistas eram regionalizadas e nosso dinheiro mudava de nome como o Donald muda de emprego, mas hoje com internet e tudo mais, podemos esperar que as crianças entendam que Patópolis não fica no Brasil e sim nos Estados Unidos. Da mesma forma, manter o sobrenome de Tio Patinhas como “Mac Patinhas” ao invés de “McPato” é uma decisão um tanto polêmica, já que o segundo se assemelha mais ao original. Além disso, o personagem é chamado de Patinhas McPato nas duas séries animadas de Ducktales, nos quadrinhos da Culturama e até mesmo nas próprias novas publicações da Editora Panini. O tradutor Marcelo Alencar explicou em suas redes sociais que manteria Mac Patinhas apenas nas coleções de Barks e Rosa, por se tratarem de continuações da outra editora e que, em possíveis reedições da série completa, haverá alteração nesse detalhe. Outra mudança significativa na troca de “casa” foi o letreiramento, que passa a ser de responsabilidade do Studio Animatic. Nas edições da Abril as letras ficavam a cargo da veterana Lilian Mitsunaga, sempre extremamente competente e que faz falta nessa nova empreitada. Ainda sobre os diálogos, chega a incomodar muito os erros de revisão dos textos, que não são poucos.

    O formato do álbum se mantém o mesmo, e o padrão de qualidade gráfica não se altera, o que nos dá uma sensação tranquila de continuidade. Para o fã de quadrinhos Disney e, mais especificamente, de Barks, fica o alívio de não ter sua coleção definitivamente interrompida, mas também a esperança de vê-la, num futuro próximo, em uma nova reedição, com formato maior e mais parecido com o original da Fantagraphics.

    Compre: Tio Patinhas por Carl Barks: A Coroa Perdida de Gengis Khan.

  • Resenha | Donald Jovem

    Resenha | Donald Jovem

    O Pato Donald é um dos mais populares personagens dos Estúdios Disney, ofuscando até mesmo o camundongo mascote do conglomerado – principalmente quando pensamos no legado deixado pelas histórias em quadrinhos. São 86 anos desde a criação do personagem até os dias de hoje, e sua trajetória passa por desenhos animados, videogames, álbuns de figurinha e toda e qualquer mídia imaginável. Porém, diferente de seu tio ricaço e avarento, não temos muito material considerado “definitivo” sobre seu passado. Não existe nada equivalente à Saga do Tio Patinhas, de Keno Don Rosa, para contar como e por quê Donald é o que ele é hoje. O personagem vive num eterno presente, sendo um homem comum, vivendo uma vida comum – ou ao menos tentando. Ainda assim, existem diversas pistas, mesmo que algumas sejam contraditórias, sobre partes de seu passado. Sabemos, por exemplo, que ele cresceu no campo, conforme mostrado em seu curta animado de estreia, A galinha sábia, de 1934. Várias hqs fazem referência à essa época, e mesmo desenhos animados das década de 1930 e 1940, bem como um especial do programa Disneylândia, que inclusive mostra a Vovó Donalda. Também podemos dizer que é canônico o fato de Donald ter crescido sem conhecer o seu Tio Patinhas, criação de Carl Barks na história em quadrinhos Natal nas montanhas, de 1947.

    Tomando essas e mais algumas pistas deixadas por roteiristas do pato durante décadas, Donald Jovem é uma minissérie em oito partes publicada no Brasil pela Culturama em um volume único de capa dura. Escrita por Francesco Artibani e Stefano Ambrosio, a série tenta preencher esse espaço de tempo em que Donald deixa o sítio da Vovó para estudar na cidade e acaba conhecendo seus amigos mais famosos. Porém, diferente do que Don Rosa fez na Saga do Tio Patinhas, aqui não vemos um período histórico acurado com todo o repertório anterior. Ao contrário, o pato adolescente vive suas aventuras nos dias de hoje, jogando videogames e salvando músicas em pendrives.

    O primeiro capítulo mostra justamente elementos de sua primeira aparição em Silly Symphonies, como o clubinho-barco no riacho e seu amigo Porcolino – que na hq é mais um espertalhão do que o preguiçoso do desenho. A dupla passa todo o tempo jogando videogame e aprontando confusões, que levam a um desastre ambiental no campo, o que faz com que Donald seja obrigado a deixar a vida na roça e ir para a cidade. Assim, Patinhas garante a caríssima mensalidade que permite ao seu sobrinho estudar em um colégio interno de Ratópolis. Duas coisas são interessantes de se notar: a primeira é a forma como Patinhas McPato monitora a vida de seu sobrinho remotamente sem que Donald saiba – afinal, eles apenas se conheceriam em Natal nas Montanhas. A segunda curiosidade é ver que, nessa edição, Ratópolis é uma cidade diferente de Patópolis, visto que nas traduções nacionais da Editora Abril ambas eram uma só cidade – mas pode ter sido apenas um deslize da tradução.

    No colégio, Donald conhece seu colega de quarto: ninguém menos que o próprio Mickey Mouse, em uma versão de franjinha emo que já nasceu datada (ainda existem emos hoje em dia?). Mickey parece ser o personagem mais descaracterizado de todos. Ao invés do jovial ratinho aventureiro, mostrado nas tiras de Floyd Gottfredson, aqui ele é tímido e inseguro. Afinal, o foco da história, pelo que os roteiristas deixam claro, deve ser unicamente o Pato Donald. Conhecemos também o Pateta, em uma versão também de franja, porém mais voltado para o estilo nerd/hipster. Causa estranhamento ver essa versão mais “inteligente” do Pateta, que curte ficção e mestra RPG para seus amigos. As meninas estão presentes também, sendo que Margarida é uma esportista que a princípio ignora Donald, que se apaixona por ela à primeira vista, e Minnie mantém um crush secreto pelo Mickey – que é recíproco, mas ambos não percebem.

    Uma personagem que aparece de forma um tanto surpreendente é a Tudinha, que nos quadrinhos italianos é a parceira romântica de João Bafo de Onça, mas na série é uma garota que sofre bullying de seus colegas de escola por gostar de coisinhas fofas, como uma mochila de coala. Bafo, por sinal, não aparece e, pra dizer a verdade, faz falta na história. Ao invés disso, temos um valentão genérico na escola chamado de Nero, que poderia muito bem ser Bafo. Foi mesmo uma oportunidade perdida.

    As histórias têm vários furos de roteiros, personagens  mal construídos e inconsistências que saltam aos olhos. Como Donald conhece Mickey, Pateta e a turma toda no colégio que deveria ser de ultra-ricaços? Seriam eles também de famílias de milionários? Por onde anda Dumbella, irmã gêmea de Donald? Eles não deveriam ter crescido juntos? Jamais saberemos…

    Para leitores mais puristas, a série pode não agradar por fugir muito de algo que se possa considerar canônico, além do design “moderno” dos personagens que reflete o que pessoas de meia idade imaginam que seja a representação do jovem de hoje. Para leitores mais jovens, por outro lado, pode ser uma excelente leitura, pois o texto flui com o dinamismo sempre presente nas hqs Disney italianas, com quadros grandes e balões de fala enxutos. A arte varia bastante do bom para o médio, mas as cores vivas (mas não saturadas) e o “movimento” das cenas a torna bastante agradável. Algumas piadas parecem um tanto forçadas e até escatológicas (Donald parece não se importar com a limpeza do banheiro ao dividir o quarto com Mickey), outras até mesmo previsíveis. Donald Jovem pode não ser a Saga definitiva do pato encrenqueiro, mas serve como uma boa diversão – principalmente para crianças na faixa dos dez anos de idade. O que acaba sendo uma vantagem, no fim das contas, pois serve para apresenta-las ao incrível mundo dos quadrinhos Disney.

    Compre: Donald Jovem.

  • VortCast 70 | Todo Mundo Gosta… Menos Eu!

    VortCast 70 | Todo Mundo Gosta… Menos Eu!

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Bernardo Mazzei, David Matheus Nunes (@david_matheus), Jackson Good (@jacksgood), Julio Assano Júnior (@Julio_Edita) e Filipe Pereira abrem o coração e revelam os filmes que são amados pelo público e crítica, menos por nós. Venha conosco nessa polêmica e compartilhe sua lista de filmes.

    Duração: 117 min.
    Edição: Julio Assano Júnior
    Trilha Sonora: Julio Assano Júnior
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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  • Crítica | Mulan (1998)

    Crítica | Mulan (1998)

    Baseado na lenda chinesa e no poema A Balada de Mulan, o épico produzido pela Disney se inicia com uma belíssima música instrumental, acompanhado de um desenho no papiro que emula a arte dos antigos contadores de histórias envolvendo a cultura milenar chinesa. Rapidamente, a ação em Mulan se torna frenética, e não se demora a introduzir o vilão Shan Yu, um sujeito de compleição mal encarada e intenções vis.

    No salão imperial, há urgência para agir e para fortalecer as fronteiras, enquanto na casa da família Fa, Mulan acorda para se preparar no sentido de impressionar a casamenteira, em uma demonstração do quão conservadora e presa a formulas era a sociedade chinesa e ao mundo.

    O filme de Tony Bancroft e Barry Cook  se vale demais de mascotes animais, contando com um cachorrinho que ajuda a protagonista nas tarefas, um grilo chamado Gri-Li que a avó da mocinha carrega e que supostamente dá sorte, o cavalo Khan e um pouco depois se introduz o dragãozinho Mushu, a rebaixada criatura que só toca o gongo, para acordar os verdadeiros guardiões da família.

    Mulan se interesse por exercícios físicos, por jogos lógicos normalmente exercidos por homens e não gosta de maquiagens ou roupas mais elaboradas, ela teme que não agrade um alguém, pede aos ancestrais que ajude ela a ser uma pérola para honrar seu clã. Obviamente ela não alcança êxito, mostrando ela como mais uma das protagonistas femininas dos filmes da renascença da Disney, onde são fortes, decididas e não se prendem ao arquétipo de meninas indefesas ou garotas refém. A cena em que ela tem dividida a face entre a maquiagem branca e sua pele limpa representa de maneira sui generis a confusão mental e ideológica da garota, em uma representação bem rica do choque de expectativas e realidade.

    O modo como lida com os ancestrais/espíritos é leve e engraçada. Apesar de curto, o filme consegue passar bem pelos cenários, seja os arredores da muralha, seja o acampamento em Whu Zong ou na mata e na neve, aliás, poucos filmes desta época usaram tão bem as cores. Quando as criaturas mágicas despertam a cena é belíssima, misturando efeitos tridimensionais e bidimensionais.

    As cenas de batalha são muito boas, onde os efeitos são mais utilizados, e de maneira bastante sábia. O escopo épico aumenta demais da metade para o final e casa bem com toda a jornada de identidade da personagem, que se mostra mais hábil e poderosa que os homens do exército chinês, ela não só não deve nada aos alistados, como é mais competente e forte até que seu instrutor, Chang.

    Os números finais, com Yao, Ling e Chien Po se travestindo é uma boa inversão de valores com apelo para o visual. Aliás, os aspectos visuais e multicoloridos compõe com a bela trilha tornando o espetáculo bastante semelhante aos musicais da Broadway. Os valores traduzidos em Mulan são nobres e desconstroem alguns mitos tradicionais tacanhos, embora se mire ainda na obediência e servidão a monarquia.

  • Resenha | Os Anos de Ouro de Mickey: 1930-1931 – Mickey na Ilha Misteriosa e Outras Histórias

    Resenha | Os Anos de Ouro de Mickey: 1930-1931 – Mickey na Ilha Misteriosa e Outras Histórias

    É dito que abrir um livro reitera não só a magia da experiência puramente imersiva de se voltar no tempo, e acompanhar aqui as primeiras aventuras de Mickey Mouse ainda sem a sua turma, logo quando foi criado, como também reforça a importância da literatura, no caso a mídia dos quadrinhos, em emoldurar e artisticamente simbolizar a época em que se está presente, e faz retratar. Seja por meio da arte das gags, em que se provoca o riso e a descontração por meio da irreverência de piadas visuais, ou por evidenciar um zeitgeist, em certos momentos, que nos parece totalmente ultrapassado, com suas normalidades e seus preconceitos, é indiscutível o prazer de viajarmos a idos mais simples, em que o humor ainda tinha na sua simplicidade histriônica, suas cores, sua diversão e nas suas onomatopeias os seus principais triunfos de grande e duradoura paixão.

    Os Anos de Ouro de Mickey – Volume 1 chegou tal um monumento da nostalgia para conservar o encanto (e a importância para a cultura pop) de um dos personagens norte-americanos mais populares e amados do século XX, sendo este a criação máxima tanto do famoso Walt Disney, quanto de seu co-criador, o igualmente genial Ub Iwerks. Diz-se também que a genialidade apenas surge através do trabalho duro, e desde 1929, ambos trabalharam juntos na sementinha de um império que, em 2019, se consolida como uma das dez maiores marcas do mundo. Ainda nos primórdios de um entretenimento já muito remodelado, Disney e Iwerks foram parceiros por poucos anos nos estúdios Disney, antes do segundo seguir seu rumo. Contudo, a breve combinação de talentos deixou sua marca histórica em tiras de quadrinhos que serviram de base do que chamamos de cultura popular. Mickey já passou pelas mãos de diversos artistas, cada um com seu traço e sua visão de mundo, mas nunca com o mesmo senso de forte liberdade criativa que o começo dos anos de 1930 tão bem permitiam.

    Isso porque a Disney não se orgulha, hoje, de certos desenhos ou tiras ancestrais cujos temas são percebidos como polêmicos e até mesmo ofensivos, sendo parte então de sua extensa cronologia, e mesmo que representativos a mentalidade de uma época que ficou para trás. As primeiras histórias de Mickey, por outro lado, usam e abusam de outras características relativas ao tempo que foram criadas, tais como a crise na economia dos EUA após o grande desastre na bolsa de valores de Nova York, em 1929, e a hostilidade entre as pessoas que deixam de se respeitar, muitas vezes, para conseguirem sobreviver no cenário da Grande Depressão, em que muitos cidadãos americanos estavam literalmente passando fome. Sem achar graça deste contexto, mas aproveitando-se do drama da situação, vemos neste primeiro volume dos seus Anos de Ouro o valente e astuto Mickey enfrentando problemas e caindo em artimanhas que muitos dos seus leitores também passavam, mas achando no poder do riso o melhor remédio para se enfrentar uma dura realidade, impossível de se ignorar.

    Afinal, como representar melhor a sensação de desespero das pessoas diante da miséria financeira, na primeira grande crise do capitalismo, do que colocar Mickey sendo cozinhado num caldeirão de canibais, como vemos na ótima história Mickey na Ilha Misteriosa, ou ainda, sendo enganado de várias formas, junto de sua namorada Minnie, pelo cafajeste Chico Charlatão, no delicioso conto homônimo de 1930? Isso porque a arte não precisa ser óbvia ou apolítica, e seus leitores tampouco ingênuos. Assim, acompanhamos os primeiros passos de um rato desde sempre visto como um jovem adulto ultra curioso, e que se mete em mil confusões para tentar se livrar delas logo em seguida com seu grande coração, e a esperteza que os destemidos sempre carregam mundo afora. Em uma coletânea primorosa neste primeiro volume da editora Abril, lançado no Brasil em 2017, notamos o quanto o personagem, seus amigos e vilões, todos icônicos o suficiente para serem amados por todos os públicos, e gerações, leva consigo também a essência da empresa Disney, e de tudo o que viria em quase cem anos de história a ser produzido, e aprimorado, por uma marca brilhante o bastante para habitar os corações do passado, presente e futuro.

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  • Crítica | Star Wars – Episódio IX: A Ascensão Skywalker

    Crítica | Star Wars – Episódio IX: A Ascensão Skywalker

    Não é de hoje que vinha sendo afirmado que Star Wars: A Ascensão Skywalker seria o último filme da saga da família Skywalker iniciada lá em 1977 com Uma Nova Esperança. Após uma bem sucedida trilogia marcada também por O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi, anos mais tarde, o criador da saga, George Lucas resolveu responder as questões e os por quês de seus filmes anteriores serem os episódios IV, V e VI, numa nova e contestadíssima trilogia, ao final dos anos 90, onde nos foi mostrado o nascimento do Império e de seu mais importante membro, Darth Vader. Os resultados dos episódios I, II e III não foi nada satisfatório. Mas os fãs sempre tinham algumas perguntas em mente: o que aconteceu após a derrota do Império? O que aconteceu com Luke Skywalker, Leia Organa e Han Solo? Essas perguntas foram respondidas por meios de livros autorizados por Lucas, mas nunca chegamos a ver nada na tela do cinema. E essa era a vontade de muitos, porém, não era a vontade do cineasta, que ao deixar essa enorme marca na história do cinema, praticamente parou de produzir e criar, se concentrando somente em seu próprio império, a Lucasfilm e a Industrial Light & Magic, além de empresas menores, todas elas praticamente criadas para Star Wars, pois na época, não havia quem fizesse o que estava arquitetado na mente do diretor. Foi então que em 2012, uma bomba foi anunciada: A Disney comprou a Lucasfilm e, junto do anúncio, trouxe consigo o renascimento da franquia com uma nova trilogia com o episódio VII já programado para 2015 e mais, com o aclamado diretor J.J. Abrams na cadeira de direção e o aguardadíssimo retorno de Mark Hamill, Carrie Fisher e Harrison Ford. Muita coisa aconteceu desde o anúncio até aqui. Prazos curtíssimos, roteiros não aprovados, troca do time de roteiristas e troca de diretores. Após um correto filme (mas que deixou a desejar em alguns pontos), como foi O Despertar da Força, o oitavo capítulo, Os Últimos Jedi dividiu os fãs. Rian Johnson ousou muito trazendo uma visão bem peculiar sobre aquele universo e coube a J. J. Abrams retornar à direção com a clara missão de tentar “salvar” a franquia, buscando trazer  para o lado da luz aqueles fãs que ficaram extremamente descontentes com o filme anterior. É esse o propósito de A Ascensão Skywalker.

    Ao término de Os Últimos Jedi, podemos perceber que a Primeira Ordem dizimou quase que de uma vez por todas a Resistência. Não se sabe exatamente quanto tempo e passou da Batalha de Crait para o início do filme, mas a película já se inicia com um sanguinário Kylo Ren (Adam Driver) indo em busca de uma misteriosa e horripilante pista, enquanto Poe Dameron (Oscar Isaac) e Finn (John Boyega) estão numa perigosa missão para conseguir coletar informações importantíssimas vazadas por um espião infiltrado na Primeira Ordem. Por pouco a missão quase dá errado e Rey (Daisy Ridley) é duramente criticada por Poe, já que ela preferiu ficar em terra em treinamento Jedi sob os olhos da General Leia (Carrie Fisher). Rey está afobada, com sérios problemas de foco, o que interfere diretamente em seu treinamento e no seu julgamento por todo o transcorrer da fita, sendo que as informações coletadas são profundamente aterrorizantes, pois mostram um plano para um retorno triunfal do Império e a destruição de toda a galáxia.

    O Despertar da Força e Os Últimos Jedi tiveram tempo suficiente para trabalhar o desenvolvimento do trio principal e isso não acontece no novo episódio da saga, uma vez que o filme já começa frenético e urgente, sem tempo para que o expectador tenha uma pausa para respirar, até mesmo porque, com o perdão do trocadilho, os momentos de respiro são de tirar o fôlego. A propósito, algumas das teorias apresentadas são verdadeiras, contudo, acontecem de uma maneira diferente que aquele que assiste espera, deixando A Ascensão Skywalker com aquela impressão de ser um filme que busca o sorriso (e o choro) a cada momento.

    O filme é bem diferente de seus antecessores e muito mais em relação ao anterior, principalmente no que diz respeito ao tom e à fotografia. “Skywalker” é um filme bem mais colorido e leve, com vários momentos de humor e, curiosamente, equilibra bem com o contraste da violência, já que, talvez, seja o filme mais violento da franquia. Como dito no início deste texto, Os Últimos Jedi se desviou muito do “caminho” que a franquia costuma percorrer e aqui nos é mostrado as claras intenções de corrigir o curso e muitas vezes chega a soar forçado, sendo que em outras, parece que o filme é um gigante boneco de vodu de Rian Johnson, onde ele é alfinetado vez ou outra. Mas é importante deixar claro que não estraga em momento algum a experiência, e o sentimento, sinceramente, é de sorrir de maneira sádica ao experienciar certas situações lá apresentadas. Importante destacar que Abrams busca corrigir até seus próprios erros cometidos em O Despertar da Força.

    É interessante como J. J. Abrams e Chris Terrio, ao escreverem o filme, se preocuparam em fazer uma história em que o quarteto principal (Rey, Ren, Finn e Poe) seja o destaque. Se o fã tomar a consciência de que o filme é deles e não de Han, Luke e Leia, as coisas fluem com muito mais leveza. Tanto é verdade que, embora tardiamente, se trata da primeira aventura onde Rey, Finn e Poe aparecem em tela ao mesmo tempo, já que Rey só havia conhecido Poe ao final do filme anterior e junto deles estão novos personagens como Zorii Bliss, vivida por Keri Russel e Jannah, vivida por Naomie Ackie. Os droides que ficaram bastante sumidos tiveram participações significativas, principalmente quando se trata de C-3PO, brilhantemente vivido por Anthony Daniels, o único a gravar todos os filmes. Podemos sentir que A Ascensão Skywalker passa a ter novamente aquele aspecto familiar de amigos que se unem na batalha do bem contra o mal, algo que ficou bem definido e muito elogiado na trilogia original. O resgate desse sentimento é extremamente satisfatório.

    É inegável que o filme ainda divide opiniões, principalmente com relação à ameaça do Imperador Palpatine (Ian McDiarmid), em sua presença real e assustadora e os rumos tomados pelos personagens, principalmente o caminho de Rey e Kylo Ren, cuja química estabelecida no filme anterior continua sendo bastante explorada, mas de uma maneira que pode fazer com que o fã mais hardcore não aprecie, mas a questão é que o filme é desenvolvido em terreno seguro, sendo totalmente burocrático e em algumas vezes se espelhando em Vingadores: Ultimato.

    Diversos tipos de emoções definem Star Wars: A Ascensão Skywalker. Um filme que não só fecha a saga da família Skywalker, mas coloca um ponto final, fechando um capítulo importantíssimo na história do cinema e na história da cultura pop mundial. Obviamente a Disney tem planos ambiciosos para a franquia, como o já bem sucedido The Mandalorian, além de projetos futuros como a série de Obi-Wan Kenobi, que será protagonizada por Ewan McGregor, além de novas trilogias de longas metragens que devem focar em épocas como a da Velha República. Star Wars cresceu tanto que quase foi vítima de seu próprio crescimento e a nova trilogia, mesmo dentro de suas próprias limitações, nos permite agradecer e dizer “obrigado” por tudo isso ter existido.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • O que esperar de Star Wars: A Ascensão Skywalker

    O que esperar de Star Wars: A Ascensão Skywalker

    Queridos amigos e fãs de todo o mundo, a espera acabou. Nosso país terá o privilégio de poder assistir Star Wars: A Ascenção Skywalker. Chegando por aqui em 19 de dezembro desta semana, o nono capítulo da maior franquia da história do cinema chegará ao seu fim depois de muita ação, batalhas espaciais, reviravoltas e também muitos pontos controvertidos, e nem estou falando da trilogia prequel e sim do penúltimo capítulo da saga, o polêmico Os Últimos Jedi, que dividiu os fãs ao meio, deixando muita gente desacreditada quanto à conclusão da saga. Mas sempre temos aqueles otimistas que confiam cegamente que o diretor J.J. Abrams possa dar um final digno à uma história criada por George Lucas, lá em 1977.

    De maneira estranha, a expectativa para o Episódio IX é altíssima, contudo, os fãs da franquia já sabem que existe a possibilidade do final não ser como todo mundo espera, como por exemplo como ocorreu e Vingadores: Ultimato que, apesar de duas baixas pesadas, foi algo muito mais que bonito ou épico e sim, justo.

    Falaremos disso mais para frente, depois que o filme for digerido pela maioria das pessoas, mas esse que vos escreve acredita que O Despertar da Força já trilhou um caminho que não deveria trilhar, mas uma vez que esse caminho começou a ser percorrido, não havia como voltar atrás, não com o que Rian Johnson fez em Os Últimos Jedi. O cineasta optou por trazer sua própria visão para a história de Luke Skywalker, recebendo críticas de Mark Hamill (que sempre que tem a oportunidade fala a respeito) e mais recentemente do ator John Boyega, responsável por dar vida a Finn. Assim, sobrou para J.J Abrams dar um final digno a história.

    Nós do Vortex optamos por não nos inteirar com relação às teorias e a história do filme, mas, de qualquer forma, alguma das teorias trazidas aqui por nosso time de redatores podem não fugir do óbvio. Então vamos a elas.

    A HISTÓRIA

    Acredita-se que o começo de A Ascenção Skywalker será uma espécie da caça ao tesouro, onde Rey (Daisy Ridley) e Kylo Ren (Adam Driver) estarão em busca de algo que poderá mudar a história da galáxia. Ren deverá ir atrás deste artefato para ter poder absoluto, enquanto a jovem Jedi (ou aprendiz) tentará impedir que o artefato caia nas mãos erradas.

    Vale destacar que esta é a primeira empreitada que Rey, Finn e Poe (Oscar Isaac) estão juntos, já que até agora, o trio principal nunca foi visto juntos numa aventura.

    Essa corrida contra o tempo, colocam os dróides com tempo suficiente em tela e ainda traz novos personagens como Zorii Bliss (Keri Russel) e Jannah, vivida por Naomi Ackie e o retorno de Billy Dee Williams como o homem mais charmoso da galáxia, Lando Calrissian, cuja participação se tornou obrigatória após a morte de Carrie Fischer e da união de Luke Skywalker à Força.

    Por algum motivo que ainda desconhecemos, teremos o aguardado retorno do Imperador Palpatine (Ian McDiarmid), que voltará em grade estilo, liderando uma massiva armada de cruzadores imperiais, com um exército de dar inveja a qualquer um. Com isso, é pouco provável que às antigas naves que aparecem nos trailers sejam descobertas e usadas pelos Rebeldes, como antes se acreditava. Ainda não se sabe se Palpatine estará independente, buscando retomar o controle da galáxia, inclusive acabando com a Primeira Ordem, ou se eles serão aliados.

    Porém, são as atitudes de Palpatine que devem fazer com que Kylo Ren siga os passos de seu avô e retorne para o Lado da Luz, primeiro para salvar Rey e segundo para destruir o maléfico lorde Sith de uma vez por todas. Inclusive, existe a possibilidade deste filme ser mais sobre Kylo Ren do que sobre Rey, cuja jornada, definitivamente será amparada por Luke Skywalker, como fantasma da força.

    RESPOSTAS

    Star Wars: A Ascensão Skywalker deve trazer muitas respostas e sem dúvida, a que mais atiça a curiosidade dos fãs é sobre o parentesco de Rey. Afinal ela é uma Skywalker? Uma Kenobi? Um clone de Anakin Skywalker? Existe a enorme possibilidade de Rey, assim como Kylo Ren já afirmou, ser uma ninguém, uma órfã, abandonada em Jakku. Mas a possibilidade dela ser descendente de Obi-Wan Kenobi é praticamente nula, assim como dela ser uma Skywalker (pelo menos até o final do filme). Uma das teorias mais loucas a respeito, como dito acima, é a da jovem ser um clone de Anakin Skywalker. Ora, em O Ataque dos Clones tomamos conhecimento do maior exército já visto em Star Wars, sendo que, em A Vingança dos Sith, é comprovado que o grandioso exército fez parte de um ambicioso plano de Palpatine para tomar o poder e ainda levou consigo o Jedi mais poderoso da galáxia. Já está comprovado que o exército de cruzadores estará a mando do lorde Sith, devendo ser demonstrado como um plano para um futuro que chegou. Faz bastante sentido ele ter alguém ao seu lado para liderar este novo golpe e esse alguém, poderá ser muito bem Rey (sendo clone ou não).

    MORTES

    Também é possível que tenhamos que nos despedir de personagens queridos, como Chewie (Joonas Suotamo) ou C3PO (Anthony Daniels). O gigante wookie sobreviveu às Guerras Clônicas, foi resgatado por Han Solo e junto de seu amigo ajudou a derrotar o Império. Com a morte de seu querido parceiro, talvez não haja mais nada para ele neste plano, se a hora requerer algum sacrifício de sua parte.

    Embora as imagens dos trailers mostram que C3PO está olhando seus amigos pela última vez, não acho que ele vá morrer ou ser destruído. Em algum momento do filme, talvez seja necessária uma troca de protocolo que talvez faça com que “Threepio” tenha toda sua memória apagada ao voltar ao normal. Obviamente isso o fará esquecer de tudo que passou com seu amigo R2-D2 desde que se lançaram numa cápsula de sobrevivência em Um Nova Esperança, em busca da ajuda de Obi Wan Kenobi

    PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS

    J,J. Abrams tem a missão de agradar os fãs da saga. Então é muito provável que o filme traga rostos conhecidos do público e as participações não devem se contentar somente com o retorno de Luke e Lando. Yoda deve aparecer, assim como Obi-Wan (vivido por Ewan McGregor) e por que não, Anakin Skywalker (vivido novamente por Hayden Christensen)?

    E eu não falo tão somente de personagens dos filmes. Os fãs do universo expandido também terão seus egos inflados, uma vez que já vimos a nave Fantasma de Star Wars: Rebels escoltando a Millennium Falcon para a batalha final. Se a Fantasma está lá, quem a estará pilotando? Assim, é possível que veremos ainda que brevemente algum querido personagem do elenco de Rebels.

    Além disso, devemos ter atores conhecidos vestindo o manto dos Stormtroopers, assim como Daniel Craig, que gravou uma cena com Daisy Ridley em O Despertar da Força e Tom Hardy, juntamente com os príncipes William e Harry, que tiveram suas participações cortadas da edição final de Os Últimos Jedi. Fica aqui uma curiosidade: William e Harry foram cortados por causa da altura de William que era superior à altura padrão dos soldados.

    UM FINAL GRANDIOSO

    O final de A Ascensão Skywalker deve ser grandioso, primeiro por conta da batalha final que deve se assemelhar em escopo à batalha de O Retorno de Jedi ou, ainda mais, como a batalha de Coruscant, no início de A Vingança dos Sith.

    Mas as suas últimas cenas deverão arrancar lágrimas dos fãs.

    O cineasta Kevin Smith (um fanático por cultura pop e Star Wars) passou um dia num dos sets de A Ascensão Skywalker e acompanhou as gravações da famosa cena envolvendo C3PO. Ele disse recentemente que, nesse dia, pessoas da produção falaram para ele de um set de filmagens secreto, um set que estava sendo escondido até de outras pessoas envolvidas na produção. Ao questionar J.J. Abrams sobre o set, o diretor, inicialmente, proibiu que Smith visitasse o local, mas em seguida, concordou com a visita, porém, fazendo uma ressalva: Abrams disse a Smith que o set era o da última cena do filme e que algo especial havia sido preparado. Prontamente Smith desistiu de visitar o local.

    Então é isso, pessoal. Star Wars: A Ascensão Skywalker chega aos cinemas brasileiros em 19/12/2019.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • Resenha | Manual do Prof. Pardal

    Resenha | Manual do Prof. Pardal

    Para o adorável professor Pardal, há magia na tecnologia, sendo que ambas não tem muita diferença para o inventor que faz acontecer, e traz a sua imaginação mirabolante para uma realidade utilitária. Pardal é a versão infantil de Da Vinci, Santos Dumont e Benjamin Franklin, que aliás são lembrados neste Manual do Prof. Pardal junto de muitos outros gênios da humanidade que, um dia, já viveram sob a alcunha de “malucos”. Se já acharam que era impossível o homem ganhar os céus, se comunicar a grandes distâncias, e ter uma chama eterna em cada casa, chamada de eletricidade (é só pagar a conta, todo mês), alguém precisava ser ‘doido’ o suficiente para tornar tudo isso tangível, e patentear as utopias que já foram impossíveis. Algo que, para nosso personagem, um dos melhores já criados por Walt Disney, sempre faz parte da rotina.

    É por isso que, em Monotonópolis, o povo não se acostumou com as grandes invenções revolucionárias da família Pardal – uma vertente criadora herdada desde o vovô Pardal, quando este já deixava a cidade inteira maluca de tanto dançar com seu “dançofone”, um instrumento que emitia sons irresistíveis! Anos depois, em Patópolis (a família foi expulsa de Monotonópolis, porque será?), Pardal cresceu sabendo que atrapalhar os outros com suas invenções não era nem um pouco legal. Portanto, para ajudá-lo a trazer seus projetos para o dia a dia das pessoas, ele logo tratou de montar um ajudante com suas próprias mãos: o Lampadinha, um mini robô tão inteligente que, quando sua lâmpada queima um fuzil, ele mesmo troca sua “cabeça”. Papo de louco? Não, apenas mais um dia no laboratório do bom e velho Pardal.

    Disney também sonhava com um mundo melhor, e mais fácil, e nos convida ao mesmo com uma graça ímpar. Um pó que faz chover, um carro que pula para escapar do trânsito local de Patópolis, um destorcedor de ciclones (um objeto que inverte a direção dos ventos de um furacão, acabando assim com o fenômeno)… Tudo isso e muito mais podemos desfrutar neste Manual do Prof. Pardal, um verdadeiro tesouro criativo que permite, a todos os públicos e idades, viajar pela história dos grandes inventos, indo do telefone ao foguete, da luneta ao submarino. O livro, dotado de um texto delicioso e irreverente, e desenhos coloridos mais que divertidos, nos instiga a pensar e achar soluções graciosas para os problemas do nosso dia a dia, da mesma forma como os grandes inventores do passado um dia também se questionaram. Isso explica porque o primeiro mandamento do inventor, segundo Walt Disney, é: “Preocupar-se com seus semelhantes, a fim de descobrir quais são suas necessidades”.

    Mas Pardal e Lampadinha não estão cercados apenas de máquinas malucas, e tubos de ensaio, não. Eles dividem suas aventuras com o pato Donald e seus três jovens sobrinhos, afinal de contas, em Patópolis moram todos eles – para o stress de Donald, sempre ranzinza. Ou melhor, quase sempre: um dia, para ajudar um navio que naufragou na cidade, os sobrinhos de Donald deram ao tio um grande motivo de orgulho, usando bolinhas de tênis para puxar o navio de volta à superfície. A ideia não só deu certo nas histórias em quadrinhos de 1952, como em 1964, quando o Al Kuwait realmente afundou, usaram essa ideia para trazê-lo à tona com bolinhas de plástico, ainda mais leves… e não é que deu certo?! Donald deve estar até hoje contando essa história para todo mundo em Patópolis, a cidade oficial dos grandes criadores. Quem não estaria? A editora Abril acertou em cheio em republicar o Manual do Prof. Pardal em 2016, apresentando-o para uma nova geração de leitores a ser os nossos Pardais, de amanhã.

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  • Star Wars: A Ascensão Skywalker | Comentários Sobre o Trailer Final

    Star Wars: A Ascensão Skywalker | Comentários Sobre o Trailer Final

    E o trailer final de Star Wars: A Ascensão Skywalker, o nono capítulo da maior franquia da história do cinema, finalmente foi ao ar.

    O trailer vinha sendo aguardado com ansiedade pelos fãs após o bombástico teaser especial lançado durante a D-23 deste ano, que trazia uma imagem de Rey usando roupas pretas e portando um sabre de luz duplo de cores vermelhas.

    A expectativa era que esse trailer final mostrasse mais dessa Rey do Lado Negro, ou que de fato, Palpatine desse finalmente as caras.

    Mas, não foi isso o que aconteceu. De qualquer forma, o último trailer da saga que conta a história da família Skywalker foi lindo.

    Logo no início das imagens vemos Rey (Daisy Ridley), deixando no chão um capacete enquanto corre por uma floresta e um droid tenta alvejar suas costas, sem sucesso. O capacete e o droid são muito semelhantes aos usados por Luke no início de seu treinamento. Pelas imagens, podemos perceber que a jovem aprendiz já domina a Força consideravelmente. Chama a atenção uma faixa vermelha que ela usa numa das mãos. Essa faixa já havia sido mostrada no trailer anterior.

    Enquanto ouvimos a voz de Finn, dizendo que “é um instinto, uma sensação” e que a Força os reuniu, vemos Rey dentro de uns escombros, muito semelhantes ao destroyer imperial de Jakku em O Despertar da Força. Muito provável que este seja o interior da segunda Estrela da Morte. Vemos também o próprio Finn (John Boyega) num planeta desértico.

    A imagem corta para uma reunião que provavelmente acontece numa base dos rebeldes que deve ser durante uma pré-batalha, talvez a batalha mais importante do filme. Nesta cena, vemos Lando Calrissian (vivido novamente por Billy Dee Williams), Poe Dameron (Oscar Isaac) e C-3PO (Anthony Daniels) e muitos outros personagens, distribuídos entre pilotos e aparentemente civis. As imagens são rápidas e enquanto ouvimos a voz de Poe, dizendo que eles não estão sozinhos e que as pessoas lutarão se eles as liderarem, podemos ver a primeira aparição de Rose (Kelly Marie Tran), que aparece junto do personagem vivido por Dominic Monaghan, e vemos também, no planeta floresta a nave Tantive IV, além de Chewie (Joonas Suotamo), Poe e Finn, junto de uma X-Wing.

    Vemos novamente um novo trecho de Rey do lado de fora dos escombros da Estrela da Morte, com seu sabre de luz em punho aguardando ansiosamente para batalha, quando vemos pela primeira vez Kylo Ren (Adam Driver) saindo de dentro de uma onda que acabou de quebrar. As belas imagens são embaladas pela voz de Rey dizendo que as pessoas dizem que a conhecem, mas que na verdade, ninguém a conhece, para em seguida a voz de Ren proferir que ele a conhece. Essas falas mexeram com o público, não porque existe a possibilidade dos dois ficarem juntos, mas porque talvez seja do momento de uma possível redenção de Ben Solo em tentar salvar Rey, algo que será abordado em outro texto.

    Aí começam a surgir as novidades, como vários caças Tie se dirigindo a uma monstruosa base que parece que fica em um enorme iceberg. A imagem do gelo refletindo na água é maravilhosa, um grande trono de pedra com vários tentáculos, muito semelhante à tiara usada pelo Máscara da Morte, Cavaleiro de Câncer, de Os Cavaleiros do Zodíaco, e um antigo destroyer imperial saindo de dentro da água. A julgar pelo excesso de raios em tela, tanto pelas claridades na sala do trono, quanto pelas imagens do destroyer, é muito possível que seja o mesmo local onde a base iceberg se encontra. Ouvimos também pela primeira vez a maléfica voz de Palpatine (Ian McDiarmid), que diz que esperou muito tempo e que agora essa união será a destruição. Enquanto ouvimos Palpatine, vemos outras imagens como a Millennium Falcon se juntando e liderando uma gigantesca armada, onde podemos ver naves dos mais diferentes modelos, como naves da antiga Aliança Rebelde, naves separatistas, dentre muitas outras, inclusive a Fantasma, de Star Wars: Rebels, que aparece claramente ao lado da Falcon, pronta para a batalha. A nave que anteriormente havia aparecido como um easter egg de Rogue One, finalmente deu as caras e aumentou consideravelmente a possibilidade de vermos na tela grande, mesmo que por alguns segundos, seus integrantes.

    Depois um momento de partir o coração e que levou a maior dos fãs às lágrimas. C-3PO está sofrendo uma manutenção na região de sua cabeça. Ao ser perguntando por Poe o que ele está fazendo, o robô diz que está olhando para seus amigos pela última vez. Rey, e Finn também estão em cena e todos com cara de tristeza. É muito provável que, por algum motivo “Threepio” precisa alterar seu protocolo diplomático, o que justificaria seus olhos vermelhos mostrados no teaser anterior. Na cena, também vemos pela primeira vez a personagem de Keri Russel, a mascarada Zorri Bliss.

    A trilha sonora maravilhosa explode em tela e vemos mais e mais cenas épicas, como Chewie, Finn e Poe dizimando Stormtroopers, um caloroso abraço de Leia (Carrie Fisher) em Rey, enquanto ouvimos Luke Skywalker dizendo que enfrentar o medo é o destino de um Jedi. Vemos Lando comandando a Falcon ao lado de Chewie, além de trechos da enorme batalha que deve ser tão épica quanto à batalha de Coruscant, em A Vingança dos Sith. Sobre a batalha, como dito anteriormente, poderemos matar a saudade de diversas naves da trilogia clássica, já que veremos Y-Wings, B-Wings, entre outras em tela.

    A imagem corta para Rey e Kylo Ren na sala do trono do Imperador mostrada em O Retorno de Jedi, onde Luke enfrenta Darth Vader, vemos também, numa espécie de contraste os mesmos personagens destruindo um artefato, que provavelmente é o totem onde Kylo Ren mantém o capacete de Vader. Na verdade, não se sabe se eles destruíram o artefato juntos ou se foi Rey, enquanto Ren tentava proteger o totem. Curiosamente, é possível ver Rey empunhando uma adaga em sua outra mão. E vemos também um relance de Palpatine que parece se movimentar em alguma cadeira flutuante em direção à Rey, enquanto novamente ouvimos Luke dizer “a Força estará com você”, enquanto Leia completa com um “sempre”.

    O trailer cumpriu o seu papel: é lindo. O curioso é que mostra tudo, mas, em contrapartida, não mostra nada. As imagens que vemos ali, acabam por colocar uma pá de cal em algumas teorias, mas atiçam a curiosidade dos fãs sobre como será esse desfecho, algo que discutiremos em breve aqui no Vortex Cultural.

    Só sabemos que será grandioso. A impressão que o trailer deixou é que Star Wars: A Ascensão Skywalker será visualmente muito bonito e épico, no sentido de escala. Tudo parece ser enorme, com bastante informação em tela.

    O filme estreia no Brasil em 19/12/2019 e os ingressos já estão à venda.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.