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  • Crítica | Star Wars – Episódio IX: A Ascensão Skywalker

    Crítica | Star Wars – Episódio IX: A Ascensão Skywalker

    Não é de hoje que vinha sendo afirmado que Star Wars: A Ascensão Skywalker seria o último filme da saga da família Skywalker iniciada lá em 1977 com Uma Nova Esperança. Após uma bem sucedida trilogia marcada também por O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi, anos mais tarde, o criador da saga, George Lucas resolveu responder as questões e os por quês de seus filmes anteriores serem os episódios IV, V e VI, numa nova e contestadíssima trilogia, ao final dos anos 90, onde nos foi mostrado o nascimento do Império e de seu mais importante membro, Darth Vader. Os resultados dos episódios I, II e III não foi nada satisfatório. Mas os fãs sempre tinham algumas perguntas em mente: o que aconteceu após a derrota do Império? O que aconteceu com Luke Skywalker, Leia Organa e Han Solo? Essas perguntas foram respondidas por meios de livros autorizados por Lucas, mas nunca chegamos a ver nada na tela do cinema. E essa era a vontade de muitos, porém, não era a vontade do cineasta, que ao deixar essa enorme marca na história do cinema, praticamente parou de produzir e criar, se concentrando somente em seu próprio império, a Lucasfilm e a Industrial Light & Magic, além de empresas menores, todas elas praticamente criadas para Star Wars, pois na época, não havia quem fizesse o que estava arquitetado na mente do diretor. Foi então que em 2012, uma bomba foi anunciada: A Disney comprou a Lucasfilm e, junto do anúncio, trouxe consigo o renascimento da franquia com uma nova trilogia com o episódio VII já programado para 2015 e mais, com o aclamado diretor J.J. Abrams na cadeira de direção e o aguardadíssimo retorno de Mark Hamill, Carrie Fisher e Harrison Ford. Muita coisa aconteceu desde o anúncio até aqui. Prazos curtíssimos, roteiros não aprovados, troca do time de roteiristas e troca de diretores. Após um correto filme (mas que deixou a desejar em alguns pontos), como foi O Despertar da Força, o oitavo capítulo, Os Últimos Jedi dividiu os fãs. Rian Johnson ousou muito trazendo uma visão bem peculiar sobre aquele universo e coube a J. J. Abrams retornar à direção com a clara missão de tentar “salvar” a franquia, buscando trazer  para o lado da luz aqueles fãs que ficaram extremamente descontentes com o filme anterior. É esse o propósito de A Ascensão Skywalker.

    Ao término de Os Últimos Jedi, podemos perceber que a Primeira Ordem dizimou quase que de uma vez por todas a Resistência. Não se sabe exatamente quanto tempo e passou da Batalha de Crait para o início do filme, mas a película já se inicia com um sanguinário Kylo Ren (Adam Driver) indo em busca de uma misteriosa e horripilante pista, enquanto Poe Dameron (Oscar Isaac) e Finn (John Boyega) estão numa perigosa missão para conseguir coletar informações importantíssimas vazadas por um espião infiltrado na Primeira Ordem. Por pouco a missão quase dá errado e Rey (Daisy Ridley) é duramente criticada por Poe, já que ela preferiu ficar em terra em treinamento Jedi sob os olhos da General Leia (Carrie Fisher). Rey está afobada, com sérios problemas de foco, o que interfere diretamente em seu treinamento e no seu julgamento por todo o transcorrer da fita, sendo que as informações coletadas são profundamente aterrorizantes, pois mostram um plano para um retorno triunfal do Império e a destruição de toda a galáxia.

    O Despertar da Força e Os Últimos Jedi tiveram tempo suficiente para trabalhar o desenvolvimento do trio principal e isso não acontece no novo episódio da saga, uma vez que o filme já começa frenético e urgente, sem tempo para que o expectador tenha uma pausa para respirar, até mesmo porque, com o perdão do trocadilho, os momentos de respiro são de tirar o fôlego. A propósito, algumas das teorias apresentadas são verdadeiras, contudo, acontecem de uma maneira diferente que aquele que assiste espera, deixando A Ascensão Skywalker com aquela impressão de ser um filme que busca o sorriso (e o choro) a cada momento.

    O filme é bem diferente de seus antecessores e muito mais em relação ao anterior, principalmente no que diz respeito ao tom e à fotografia. “Skywalker” é um filme bem mais colorido e leve, com vários momentos de humor e, curiosamente, equilibra bem com o contraste da violência, já que, talvez, seja o filme mais violento da franquia. Como dito no início deste texto, Os Últimos Jedi se desviou muito do “caminho” que a franquia costuma percorrer e aqui nos é mostrado as claras intenções de corrigir o curso e muitas vezes chega a soar forçado, sendo que em outras, parece que o filme é um gigante boneco de vodu de Rian Johnson, onde ele é alfinetado vez ou outra. Mas é importante deixar claro que não estraga em momento algum a experiência, e o sentimento, sinceramente, é de sorrir de maneira sádica ao experienciar certas situações lá apresentadas. Importante destacar que Abrams busca corrigir até seus próprios erros cometidos em O Despertar da Força.

    É interessante como J. J. Abrams e Chris Terrio, ao escreverem o filme, se preocuparam em fazer uma história em que o quarteto principal (Rey, Ren, Finn e Poe) seja o destaque. Se o fã tomar a consciência de que o filme é deles e não de Han, Luke e Leia, as coisas fluem com muito mais leveza. Tanto é verdade que, embora tardiamente, se trata da primeira aventura onde Rey, Finn e Poe aparecem em tela ao mesmo tempo, já que Rey só havia conhecido Poe ao final do filme anterior e junto deles estão novos personagens como Zorii Bliss, vivida por Keri Russel e Jannah, vivida por Naomie Ackie. Os droides que ficaram bastante sumidos tiveram participações significativas, principalmente quando se trata de C-3PO, brilhantemente vivido por Anthony Daniels, o único a gravar todos os filmes. Podemos sentir que A Ascensão Skywalker passa a ter novamente aquele aspecto familiar de amigos que se unem na batalha do bem contra o mal, algo que ficou bem definido e muito elogiado na trilogia original. O resgate desse sentimento é extremamente satisfatório.

    É inegável que o filme ainda divide opiniões, principalmente com relação à ameaça do Imperador Palpatine (Ian McDiarmid), em sua presença real e assustadora e os rumos tomados pelos personagens, principalmente o caminho de Rey e Kylo Ren, cuja química estabelecida no filme anterior continua sendo bastante explorada, mas de uma maneira que pode fazer com que o fã mais hardcore não aprecie, mas a questão é que o filme é desenvolvido em terreno seguro, sendo totalmente burocrático e em algumas vezes se espelhando em Vingadores: Ultimato.

    Diversos tipos de emoções definem Star Wars: A Ascensão Skywalker. Um filme que não só fecha a saga da família Skywalker, mas coloca um ponto final, fechando um capítulo importantíssimo na história do cinema e na história da cultura pop mundial. Obviamente a Disney tem planos ambiciosos para a franquia, como o já bem sucedido The Mandalorian, além de projetos futuros como a série de Obi-Wan Kenobi, que será protagonizada por Ewan McGregor, além de novas trilogias de longas metragens que devem focar em épocas como a da Velha República. Star Wars cresceu tanto que quase foi vítima de seu próprio crescimento e a nova trilogia, mesmo dentro de suas próprias limitações, nos permite agradecer e dizer “obrigado” por tudo isso ter existido.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • O que esperar de Star Wars: A Ascensão Skywalker

    O que esperar de Star Wars: A Ascensão Skywalker

    Queridos amigos e fãs de todo o mundo, a espera acabou. Nosso país terá o privilégio de poder assistir Star Wars: A Ascenção Skywalker. Chegando por aqui em 19 de dezembro desta semana, o nono capítulo da maior franquia da história do cinema chegará ao seu fim depois de muita ação, batalhas espaciais, reviravoltas e também muitos pontos controvertidos, e nem estou falando da trilogia prequel e sim do penúltimo capítulo da saga, o polêmico Os Últimos Jedi, que dividiu os fãs ao meio, deixando muita gente desacreditada quanto à conclusão da saga. Mas sempre temos aqueles otimistas que confiam cegamente que o diretor J.J. Abrams possa dar um final digno à uma história criada por George Lucas, lá em 1977.

    De maneira estranha, a expectativa para o Episódio IX é altíssima, contudo, os fãs da franquia já sabem que existe a possibilidade do final não ser como todo mundo espera, como por exemplo como ocorreu e Vingadores: Ultimato que, apesar de duas baixas pesadas, foi algo muito mais que bonito ou épico e sim, justo.

    Falaremos disso mais para frente, depois que o filme for digerido pela maioria das pessoas, mas esse que vos escreve acredita que O Despertar da Força já trilhou um caminho que não deveria trilhar, mas uma vez que esse caminho começou a ser percorrido, não havia como voltar atrás, não com o que Rian Johnson fez em Os Últimos Jedi. O cineasta optou por trazer sua própria visão para a história de Luke Skywalker, recebendo críticas de Mark Hamill (que sempre que tem a oportunidade fala a respeito) e mais recentemente do ator John Boyega, responsável por dar vida a Finn. Assim, sobrou para J.J Abrams dar um final digno a história.

    Nós do Vortex optamos por não nos inteirar com relação às teorias e a história do filme, mas, de qualquer forma, alguma das teorias trazidas aqui por nosso time de redatores podem não fugir do óbvio. Então vamos a elas.

    A HISTÓRIA

    Acredita-se que o começo de A Ascenção Skywalker será uma espécie da caça ao tesouro, onde Rey (Daisy Ridley) e Kylo Ren (Adam Driver) estarão em busca de algo que poderá mudar a história da galáxia. Ren deverá ir atrás deste artefato para ter poder absoluto, enquanto a jovem Jedi (ou aprendiz) tentará impedir que o artefato caia nas mãos erradas.

    Vale destacar que esta é a primeira empreitada que Rey, Finn e Poe (Oscar Isaac) estão juntos, já que até agora, o trio principal nunca foi visto juntos numa aventura.

    Essa corrida contra o tempo, colocam os dróides com tempo suficiente em tela e ainda traz novos personagens como Zorii Bliss (Keri Russel) e Jannah, vivida por Naomi Ackie e o retorno de Billy Dee Williams como o homem mais charmoso da galáxia, Lando Calrissian, cuja participação se tornou obrigatória após a morte de Carrie Fischer e da união de Luke Skywalker à Força.

    Por algum motivo que ainda desconhecemos, teremos o aguardado retorno do Imperador Palpatine (Ian McDiarmid), que voltará em grade estilo, liderando uma massiva armada de cruzadores imperiais, com um exército de dar inveja a qualquer um. Com isso, é pouco provável que às antigas naves que aparecem nos trailers sejam descobertas e usadas pelos Rebeldes, como antes se acreditava. Ainda não se sabe se Palpatine estará independente, buscando retomar o controle da galáxia, inclusive acabando com a Primeira Ordem, ou se eles serão aliados.

    Porém, são as atitudes de Palpatine que devem fazer com que Kylo Ren siga os passos de seu avô e retorne para o Lado da Luz, primeiro para salvar Rey e segundo para destruir o maléfico lorde Sith de uma vez por todas. Inclusive, existe a possibilidade deste filme ser mais sobre Kylo Ren do que sobre Rey, cuja jornada, definitivamente será amparada por Luke Skywalker, como fantasma da força.

    RESPOSTAS

    Star Wars: A Ascensão Skywalker deve trazer muitas respostas e sem dúvida, a que mais atiça a curiosidade dos fãs é sobre o parentesco de Rey. Afinal ela é uma Skywalker? Uma Kenobi? Um clone de Anakin Skywalker? Existe a enorme possibilidade de Rey, assim como Kylo Ren já afirmou, ser uma ninguém, uma órfã, abandonada em Jakku. Mas a possibilidade dela ser descendente de Obi-Wan Kenobi é praticamente nula, assim como dela ser uma Skywalker (pelo menos até o final do filme). Uma das teorias mais loucas a respeito, como dito acima, é a da jovem ser um clone de Anakin Skywalker. Ora, em O Ataque dos Clones tomamos conhecimento do maior exército já visto em Star Wars, sendo que, em A Vingança dos Sith, é comprovado que o grandioso exército fez parte de um ambicioso plano de Palpatine para tomar o poder e ainda levou consigo o Jedi mais poderoso da galáxia. Já está comprovado que o exército de cruzadores estará a mando do lorde Sith, devendo ser demonstrado como um plano para um futuro que chegou. Faz bastante sentido ele ter alguém ao seu lado para liderar este novo golpe e esse alguém, poderá ser muito bem Rey (sendo clone ou não).

    MORTES

    Também é possível que tenhamos que nos despedir de personagens queridos, como Chewie (Joonas Suotamo) ou C3PO (Anthony Daniels). O gigante wookie sobreviveu às Guerras Clônicas, foi resgatado por Han Solo e junto de seu amigo ajudou a derrotar o Império. Com a morte de seu querido parceiro, talvez não haja mais nada para ele neste plano, se a hora requerer algum sacrifício de sua parte.

    Embora as imagens dos trailers mostram que C3PO está olhando seus amigos pela última vez, não acho que ele vá morrer ou ser destruído. Em algum momento do filme, talvez seja necessária uma troca de protocolo que talvez faça com que “Threepio” tenha toda sua memória apagada ao voltar ao normal. Obviamente isso o fará esquecer de tudo que passou com seu amigo R2-D2 desde que se lançaram numa cápsula de sobrevivência em Um Nova Esperança, em busca da ajuda de Obi Wan Kenobi

    PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS

    J,J. Abrams tem a missão de agradar os fãs da saga. Então é muito provável que o filme traga rostos conhecidos do público e as participações não devem se contentar somente com o retorno de Luke e Lando. Yoda deve aparecer, assim como Obi-Wan (vivido por Ewan McGregor) e por que não, Anakin Skywalker (vivido novamente por Hayden Christensen)?

    E eu não falo tão somente de personagens dos filmes. Os fãs do universo expandido também terão seus egos inflados, uma vez que já vimos a nave Fantasma de Star Wars: Rebels escoltando a Millennium Falcon para a batalha final. Se a Fantasma está lá, quem a estará pilotando? Assim, é possível que veremos ainda que brevemente algum querido personagem do elenco de Rebels.

    Além disso, devemos ter atores conhecidos vestindo o manto dos Stormtroopers, assim como Daniel Craig, que gravou uma cena com Daisy Ridley em O Despertar da Força e Tom Hardy, juntamente com os príncipes William e Harry, que tiveram suas participações cortadas da edição final de Os Últimos Jedi. Fica aqui uma curiosidade: William e Harry foram cortados por causa da altura de William que era superior à altura padrão dos soldados.

    UM FINAL GRANDIOSO

    O final de A Ascensão Skywalker deve ser grandioso, primeiro por conta da batalha final que deve se assemelhar em escopo à batalha de O Retorno de Jedi ou, ainda mais, como a batalha de Coruscant, no início de A Vingança dos Sith.

    Mas as suas últimas cenas deverão arrancar lágrimas dos fãs.

    O cineasta Kevin Smith (um fanático por cultura pop e Star Wars) passou um dia num dos sets de A Ascensão Skywalker e acompanhou as gravações da famosa cena envolvendo C3PO. Ele disse recentemente que, nesse dia, pessoas da produção falaram para ele de um set de filmagens secreto, um set que estava sendo escondido até de outras pessoas envolvidas na produção. Ao questionar J.J. Abrams sobre o set, o diretor, inicialmente, proibiu que Smith visitasse o local, mas em seguida, concordou com a visita, porém, fazendo uma ressalva: Abrams disse a Smith que o set era o da última cena do filme e que algo especial havia sido preparado. Prontamente Smith desistiu de visitar o local.

    Então é isso, pessoal. Star Wars: A Ascensão Skywalker chega aos cinemas brasileiros em 19/12/2019.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • Star Wars: A Ascensão Skywalker | Comentários Sobre o Trailer Final

    Star Wars: A Ascensão Skywalker | Comentários Sobre o Trailer Final

    E o trailer final de Star Wars: A Ascensão Skywalker, o nono capítulo da maior franquia da história do cinema, finalmente foi ao ar.

    O trailer vinha sendo aguardado com ansiedade pelos fãs após o bombástico teaser especial lançado durante a D-23 deste ano, que trazia uma imagem de Rey usando roupas pretas e portando um sabre de luz duplo de cores vermelhas.

    A expectativa era que esse trailer final mostrasse mais dessa Rey do Lado Negro, ou que de fato, Palpatine desse finalmente as caras.

    Mas, não foi isso o que aconteceu. De qualquer forma, o último trailer da saga que conta a história da família Skywalker foi lindo.

    Logo no início das imagens vemos Rey (Daisy Ridley), deixando no chão um capacete enquanto corre por uma floresta e um droid tenta alvejar suas costas, sem sucesso. O capacete e o droid são muito semelhantes aos usados por Luke no início de seu treinamento. Pelas imagens, podemos perceber que a jovem aprendiz já domina a Força consideravelmente. Chama a atenção uma faixa vermelha que ela usa numa das mãos. Essa faixa já havia sido mostrada no trailer anterior.

    Enquanto ouvimos a voz de Finn, dizendo que “é um instinto, uma sensação” e que a Força os reuniu, vemos Rey dentro de uns escombros, muito semelhantes ao destroyer imperial de Jakku em O Despertar da Força. Muito provável que este seja o interior da segunda Estrela da Morte. Vemos também o próprio Finn (John Boyega) num planeta desértico.

    A imagem corta para uma reunião que provavelmente acontece numa base dos rebeldes que deve ser durante uma pré-batalha, talvez a batalha mais importante do filme. Nesta cena, vemos Lando Calrissian (vivido novamente por Billy Dee Williams), Poe Dameron (Oscar Isaac) e C-3PO (Anthony Daniels) e muitos outros personagens, distribuídos entre pilotos e aparentemente civis. As imagens são rápidas e enquanto ouvimos a voz de Poe, dizendo que eles não estão sozinhos e que as pessoas lutarão se eles as liderarem, podemos ver a primeira aparição de Rose (Kelly Marie Tran), que aparece junto do personagem vivido por Dominic Monaghan, e vemos também, no planeta floresta a nave Tantive IV, além de Chewie (Joonas Suotamo), Poe e Finn, junto de uma X-Wing.

    Vemos novamente um novo trecho de Rey do lado de fora dos escombros da Estrela da Morte, com seu sabre de luz em punho aguardando ansiosamente para batalha, quando vemos pela primeira vez Kylo Ren (Adam Driver) saindo de dentro de uma onda que acabou de quebrar. As belas imagens são embaladas pela voz de Rey dizendo que as pessoas dizem que a conhecem, mas que na verdade, ninguém a conhece, para em seguida a voz de Ren proferir que ele a conhece. Essas falas mexeram com o público, não porque existe a possibilidade dos dois ficarem juntos, mas porque talvez seja do momento de uma possível redenção de Ben Solo em tentar salvar Rey, algo que será abordado em outro texto.

    Aí começam a surgir as novidades, como vários caças Tie se dirigindo a uma monstruosa base que parece que fica em um enorme iceberg. A imagem do gelo refletindo na água é maravilhosa, um grande trono de pedra com vários tentáculos, muito semelhante à tiara usada pelo Máscara da Morte, Cavaleiro de Câncer, de Os Cavaleiros do Zodíaco, e um antigo destroyer imperial saindo de dentro da água. A julgar pelo excesso de raios em tela, tanto pelas claridades na sala do trono, quanto pelas imagens do destroyer, é muito possível que seja o mesmo local onde a base iceberg se encontra. Ouvimos também pela primeira vez a maléfica voz de Palpatine (Ian McDiarmid), que diz que esperou muito tempo e que agora essa união será a destruição. Enquanto ouvimos Palpatine, vemos outras imagens como a Millennium Falcon se juntando e liderando uma gigantesca armada, onde podemos ver naves dos mais diferentes modelos, como naves da antiga Aliança Rebelde, naves separatistas, dentre muitas outras, inclusive a Fantasma, de Star Wars: Rebels, que aparece claramente ao lado da Falcon, pronta para a batalha. A nave que anteriormente havia aparecido como um easter egg de Rogue One, finalmente deu as caras e aumentou consideravelmente a possibilidade de vermos na tela grande, mesmo que por alguns segundos, seus integrantes.

    Depois um momento de partir o coração e que levou a maior dos fãs às lágrimas. C-3PO está sofrendo uma manutenção na região de sua cabeça. Ao ser perguntando por Poe o que ele está fazendo, o robô diz que está olhando para seus amigos pela última vez. Rey, e Finn também estão em cena e todos com cara de tristeza. É muito provável que, por algum motivo “Threepio” precisa alterar seu protocolo diplomático, o que justificaria seus olhos vermelhos mostrados no teaser anterior. Na cena, também vemos pela primeira vez a personagem de Keri Russel, a mascarada Zorri Bliss.

    A trilha sonora maravilhosa explode em tela e vemos mais e mais cenas épicas, como Chewie, Finn e Poe dizimando Stormtroopers, um caloroso abraço de Leia (Carrie Fisher) em Rey, enquanto ouvimos Luke Skywalker dizendo que enfrentar o medo é o destino de um Jedi. Vemos Lando comandando a Falcon ao lado de Chewie, além de trechos da enorme batalha que deve ser tão épica quanto à batalha de Coruscant, em A Vingança dos Sith. Sobre a batalha, como dito anteriormente, poderemos matar a saudade de diversas naves da trilogia clássica, já que veremos Y-Wings, B-Wings, entre outras em tela.

    A imagem corta para Rey e Kylo Ren na sala do trono do Imperador mostrada em O Retorno de Jedi, onde Luke enfrenta Darth Vader, vemos também, numa espécie de contraste os mesmos personagens destruindo um artefato, que provavelmente é o totem onde Kylo Ren mantém o capacete de Vader. Na verdade, não se sabe se eles destruíram o artefato juntos ou se foi Rey, enquanto Ren tentava proteger o totem. Curiosamente, é possível ver Rey empunhando uma adaga em sua outra mão. E vemos também um relance de Palpatine que parece se movimentar em alguma cadeira flutuante em direção à Rey, enquanto novamente ouvimos Luke dizer “a Força estará com você”, enquanto Leia completa com um “sempre”.

    O trailer cumpriu o seu papel: é lindo. O curioso é que mostra tudo, mas, em contrapartida, não mostra nada. As imagens que vemos ali, acabam por colocar uma pá de cal em algumas teorias, mas atiçam a curiosidade dos fãs sobre como será esse desfecho, algo que discutiremos em breve aqui no Vortex Cultural.

    Só sabemos que será grandioso. A impressão que o trailer deixou é que Star Wars: A Ascensão Skywalker será visualmente muito bonito e épico, no sentido de escala. Tudo parece ser enorme, com bastante informação em tela.

    O filme estreia no Brasil em 19/12/2019 e os ingressos já estão à venda.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Star Wars: A Ascensão Skywalker | Comentários do Novo Teaser Trailer

    Star Wars: A Ascensão Skywalker | Comentários do Novo Teaser Trailer

    A semana dos dias 20 a 25 de agosto foi cheio de surpresas para os fãs da cultura pop. Mais precisamente para os fãs da Disney, a realização da D23 deste ano de 2019, em Anaheim, deixará um marco na história da convenção. Englobando todas as empresas da gigante casa das ideias, a convenção praticamente marcou a estreia do ambicioso serviço de streaming da Disney, o Disney+, trazendo muitas novidades (muitas mesmo) do que estará por vir, principalmente quando se trata de produções da própria Disney, além da Marvel a, obviamente, da Lucasfilm.

    Sem dúvida, o momento mais aguardado era o painel de Star Wars: A Ascensão Skywalker, o nono e último capítulo da franquia. Se durante a Star Wars Celebration, realizada em maio, nos foi mostrado o primeiro teaser do filme, a esperança aqui era que o primeiro trailer completo fosse apresentado. Após a produtora e atual presidente da Lucasfilm, Kathleen Kennedy, e o diretor J. J. Abrams darem às boas vindas ao elenco do filme, o que os fãs viram foi um trailer que não tinha nome de trailer propriamente dito, mas sim um “material especial” para os fãs ali presentes. O material foi lançado oficialmente dois dias depois e deixou a internet atônita, como vem sendo feito em todos os trailers lançados desde O Despertar da Força.

    Embora tenhamos aproximadamente dois minutos e treze segundos de imagens, praticamente metade delas são de material inédito. No começo da fita vemos imagens marcantes de toda a história da saga da família Skywalker, desde A Ameaça Fantasma até Os Últimos Jedi. Importante destacar que o trailer respeita a ordem de lançamento dos filmes e não a ordem cronológica da história e novamente ouvimos a fala de Luke Skywalker (Mark Hamill) que diz “passamos adiante tudo que sabemos. Mil gerações vivem em você agora. Mas esta é a sua luta.”

    As imagens inéditas começam com Rey (Daisy Ridley), Finn (John Boyega), Poe Dameron (Oscar Isaac), Chewbacca (Joonas Suotamo) e C-3PO (Anthony Daniels), num planeta desértico observando uma cidade que parece estar comemorando algum tipo de carnaval. Os figurinos de Rey pouco mudaram desde o usado em O Despertar da Força, mas de Finn e Poe Dameron parecem muito bem trajados para uma aventura estilo Indiana Jones, principalmente Poe que parece que saiu direto do jogo Uncharted. Rapidamente temos a General Leia (Carrie Fischer), lembrando que esta é a última vez que a veremos a atriz em tela, sendo que sua participação foi feita por imagens descartadas dos outros filmes, já que infelizmente, Carrie Fisher nos deixou após terminar sua participação nas filmagens de Os Últimos Jedi.

    O trailer continua com uma bela imagem de diversas naves rebeldes pairando no ar pós velocidade da luz e vemos, também uma infinidade de cruzadores imperiais preparados para batalha. A quantidade é tão grande que chega a lembrar a armada de Agamenom, em Tróia. Observando os cruzadores, está Finn juntamente com Jannah, a nova personagem vivida por Naomi Ackie. Após vemos C-3PO com olhos vermelhos e um tipo de raio destruindo o que pode ser parte do planeta desértico do começo do trailer, para então vermos Rey praticando com o sabre de luz de Luke restaurado e Kylo Ren (Adam Driver) saindo furioso de sua nave, empunhando também sua arma. Vale destacar que as imagens não possuem nenhuma relação, porém vemos uma linda imagem dos dois duelando violentamente em cima de uma peça que provavelmente faz parte dos destroços da Estrela da Morte mostrada no primeiro teaser. Enquanto essas últimas cenas enchem os olhos dos espectadores, ouvimos a voz do Imperador Palpatine (Ian McDiamird) que diz “a sua jornada está próxima do fim”. A tela fica totalmente preta para logo então revelar uma maligna Rey, toda trajada de preto, empunhando um sabre de luz de lâmina dupla na cor vermelha, semelhante ao usado por Darth Maul.

    Obviamente, o destaque do trailer ficou por conta de Rey possivelmente flertando com o Lado Negro da Força e isso sugere o que pode ser parte da trama do novo filme, que poderá retratar a queda de Rey e a ascensão de Ben Skywalker, algo que será discutido no texto sobre as expectativas sobre o filme, dias antes do lançamento. Mas também, outras coisas chamaram bastante a atenção. A festa mencionada no início deste texto sugere que possa estar sendo realizada por Maz Kanata, já que o retorno de Lupita Nyong’o está confirmado. A quantidade de naves da Aliança Rebelde é significativa se levarmos em conta que a rebelião foi praticamente extinta no filme anterior. A imagem dos milhares de cruzadores imperiais no meio a uma tempestade de raios é incrível e pode se tratar somente de um desfile militar sob a liderança do General Hux (Domhnall Gleeson), que até agora não apareceu em uma imagem sequer. Os olhos vermelhos de C-3PO pode não ter siginificado algum, uma vez que o robô vem sofrendo trocas de peças constantemente e ele pode estar acordando justamente do procedimento em que seus olhos foram trocados após ser ferido em batalha.

    Aliás, vários personagens confirmados ainda não deram as suas caras. Luke Skywalker e Palpatine, provavelmente são aqueles que causam as maiores expectativas, além deles e de Maz Kanata, não vimos ainda Rose (Kelly Marie Tran) e a nova personagem vivida por Kerri Russel.

    Star Wars: A Ascensão Skywalker chega ao Brasil em 19 de dezembro de 2019.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Resenha | Star Wars: C-3PO – O Membro Fantasma

    Resenha | Star Wars: C-3PO – O Membro Fantasma

    Após a compra que a Disney executou sobre a Lucasfilm, anunciou que todo o antigo Universo Expandido se chamaria agora de Selo Legends, e novos quadrinhos e filmes dariam vazão as historias do filme. A realidade no entanto é que pouco ou nada mudou, as revistas da linha Star Wars e os primeiros números de Darth Vader se passavam entre Uma Nova Esperança e Império Contra Ataca, e o que todos queriam saber estava entre O Retorno de Jedi e O Despertar da Força, e esse pequeno especial envolvendo o androide que Anthony Daniels fazia nas outras trilogias mostra coisas de fato inéditas.

    Este C-3PO: O Membro Fantasma é menor que os arcos de Han Solo, Princesa Leia, Lando etc, foi publicado no Brasil na revista Darth Vader 21, da Panini, em 2017. Seu lançamento original foi um ano antes, nos EUA e com sete capas variáveis. O drama começa colocando o personagem consular lidando com outros droides, onde ele tem que dar ordens porque aparentemente não humanos pelo cenário, nem mesmo os da Resistência.

    O roteiro fica a cargo de James Robinson, um roteirista acostumado a lidar com excluídos (ficou famoso com histórias da DC como Starman e Sociedade da Justiça), e a forma como o robô age é engraçada, tal qual nos filmes, e dramática na medida, ao se ver obrigado a se vangloriar dos feitos que tem como agente de campo. A arte de Tony Harris soa um pouco estranha a primeira vista, a junção com as cores torna as imagens de um tom meio gritante, com tons berrantes demais. A tentativa de emular quadros bonitos não funcionou muito, principalmente por ter resultado num quadro meio feio.

    Há uma certa graça na mudança de cor de membro, em atenção as lendas que falavam sobre a perna prateada do robô de protocolo no primeiro filme. O fato da perda desse braço ter ocorrido de maneira drástica em meio ao cenário de estar cercado de outros seres autômatos dá muito significado. C-3PO não é como L3-37, personagem de Han Solo: Uma História de Star Wars, mas valoriza igualmente a presença dos seus iguais. Por mais que não seja revolucionário, ele faz presente a memória dos que estavam consigo, e o discurso final da história de Robinson valoriza exatamente isso, as lembranças deles, traçando até um paralelo entre o protagonista, que perdeu suas memórias pós A Vingança dos Sith, com seus companheiros. O final sentimental casa bem com o todo, fazendo dessa Membro Fantasma algo singelo e até tocante.

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  • Crítica | Star Wars – Episódio VIII: Os Últimos Jedi

    Crítica | Star Wars – Episódio VIII: Os Últimos Jedi

    No final de outubro de 2012, a Disney anunciou a compra do grupo Lucasfilm e, de cara, anunciou uma nova trilogia e o retorno do cast original para concluir a saga da família Skywalker criada por George Lucas. Coube a J.J. Abrams a dura tarefa de colocar as primeiras marchas no projeto, dirigindo e escrevendo (aqui, com o auxílio de Lawrence Kasdan), o sétimo episódio da franquia, O Despertar da Força. A dura tarefa da qual me refiro é que, por uma questão de mercado, talvez pura e simplesmente, o Episódio VII, não deveria agradar somente os fãs da saga, que são aqueles que fizeram de Star Wars o maior fenômeno da cultura pop desde o século passado, mas sim, angariar novos fãs, dos mais novos aos mais velhos. Com isso, a decisão de praticamente espelhar O Despertar da Força com Uma Nova Esperança, algo bastante controverso, diga-se, foi a decisão mais acertada. Porque agora faz todo sentido.

    O universo de Star Wars é extremamente rico, e com o novo capítulo entregue e direcionado por Abrams, fez com que o diretor Rian Johnson pudesse explorar uma enorme tela em branco com os pincéis entregues em O Despertar da Força, saindo do usual, entregando um filme diferente, mas que ainda assim, traz aquela sensação de estar em casa.

    Star Wars: Os Últimos Jedi parte exatamente de onde o anterior parou. Poe Dameron (Oscar Isaac) se engaja numa missão quase suicida, liderada pela General Leia (Carrie Fisher), com a finalidade de dar mais tempo para a frota da Resistência fugir da temível Primeira Ordem, que ganhou ainda mais força após a destruição da República no filme anterior. A missão gera o argumento principal da trama e abre espaço para que o elenco principal se separe em suas missões pessoais, assim como O Ataque dos Clones e O Império Contra-Ataca (os segundos capítulos de suas respectivas trilogias), liberando o caminho para as boas participações dos novos personagens, como a Vice Almirante Holdo (Laura Dern, se doando ao máximo), Rose (a simpática Kelly Marie Tran) e DJ (Benicio Del Toro). Enquanto isso, Rey (Daisy Ridley), ainda extremamente preocupada sobre suas origens e parentescos, tenta convencer o recluso e desacreditado mestre Jedi, Luke Skywalker (Mark Hamill), a treiná-la e a ajudá-la a derrotar a Primeira Ordem. Já no lado vilanesco, o cada vez mais caricato, General Hux (Domhnall Gleeson), continua sua rivalidade com Kylo Ren (Adam Driver), que vem sofrendo pesadas retaliações de seu mestre, o Supremo Líder Snoke (Andy Serkis). Importante ressaltar que tanto Driver quanto Gleeson (que tiveram antes suas atuações contestadas) se destacaram em seus papeis, merecendo reconhecimento aqui.

    Obviamente, o retratado no parágrafo acima é apenas uma projeção bem longínqua daquilo que aconteceu no filme, uma vez que o segredo com relação ao enredo e demais tramas paralelas foi tão grande que nem os atores foram a autorizados a revelar qualquer coisa por menor que seja.

    O desejo de Johnson para com esse filme era que o espectador pudesse ter uma experiência total, provando todas as sensações que o filme oferece e causa. E é justamente esse o maior mérito do diretor, que ao escrever uma história, ao longo de suas longas duas horas e meia de fita, focou em conexões muito fortes entre os personagens, dando o destaque individual de cada um de maneira bem justa, além de conseguir fazer com que aquele que assistia experimentasse as mais diversas sensações do primeiro ao último ato. O diretor brinca o tempo todo com o espectador: coloca desconfiança onde se deveria haver confiança, lealdade onde deveria ser o contrário, além de diversas suspeitas com relação às atitudes de diversos personagens, além de plot twists fortes, certeiros e totalmente dentro do contexto, o que faz com que não soem gratuitos em momento algum. Algo que merece uma atenção especial é a atuação de Mark Hamill, já que vemos Luke Skywalker dialogando pela primeira vez desde O Retorno de Jedi. Em muitos momentos é possível viajar no tempo e ouvir a voz do “bom e velho jovem Luke” da trilogia original, contrastando com o homem que se tornou.

    Toda esse mix de experiência faz com que o Episódio VIII tenha, ao menos, cinco ou seis momentos que, se não forem os melhores de toda a franquia, estão entre os melhores. São momentos que vão causar gritos, aplausos, risos (muitos deles) e choros dentro da sala do cinema.

    Além do elenco totalmente entregue ser causador de parte dessas sensações, outras delas são causadas pelas sensacionais batalhas, cenas de luta e diálogos que vão fazer você se arrepiar. Não é a toa que o planeta conhecido como Crait foi o escolhido para ilustrar os temas dos pôsteres de divulgação do filme, sempre vermelhos, contrastando com o branco, o que ilustra de maneira lúdica e abstrata, as “pinturas” de Johnson mencionadas parágrafos acima. Tudo muito bonito e bem feito, juntamente, claro, da fantástica trilha sonora, assinada, mais uma vez, pelo mestre John Williams, que conseguiu cravar em nossas mentes os novos temas apresentados no filme anterior, complementando com os clássicos que já conhecemos desde 1977.

    Star Wars: Os Últimos Jedi é o resultado do cérebro megalomaníaco de Johnson, aliado pelo amor que possui pela franquia e o resultado não poderia ser melhor, uma vez que o filme tem tudo que o gênero precisa, na dose certa. Agora, o desafio maior é preparar o terreno para o encerramento na história que marcará o retorno de J.J. Abrams na direção, após o afastamento de Colin Trevorow. Ainda há muitas pontas soltas e várias perguntas que só serão respondidas em 2019. Até lá olharemos para frente, sempre buscando o horizonte, assim como Luke Skywalker.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Star Wars: Episódio VIII | Comentamos o novo trailer de Os Últimos Jedi

    Star Wars: Episódio VIII | Comentamos o novo trailer de Os Últimos Jedi

    Rian Johnson bem que tentou avisar, mas aposto que ninguém deu ouvidos e muita gente se arrependeu. Quando perguntado no Twitter sobre o novo trailer, o diretor de Star Wars: Episódio VIII – Os Últimos Jedi foi categórico: “estou legitimamente dividido. Se você quiser vir limpo, absolutamente o evite. Mas está booooooooom…”. Ou seja, o fã deveria evitar assistir ao trailer se quisesse ter uma experiência emocional completa. Não adiantou e o trailer, em pouco mais de dois minutos e meio rachou o planeta nas mais variadas sensações. Só nos resta saber se a prévia entregou demais a trama ou, se no fundo, a Lucasfilm estava apenas jogando com as palavras e com as imagens. Nossa aposta é a segunda opção, mas ainda assim, a sensação de cansaço pós trailer existe e perdura.

    Logo de início vemos um plano mostrando Kylo Ren (Adam Driver), de costas, observando as instalações da Primeira Ordem. Nota-se uma estranha semelhança com Anakin Skywalker. Além deste plano, demais imagens, como a primeira aparição dos andadores, que são uma evolução dos AT-AT de O Império Contra-Ataca se preparando pra batalha. Enquanto isso, a voz em off do Supremo Líder Snoke (Andy Serkis) dizendo para alguém que quando encontrou aquela pessoa, viu nela um poder bruto e incontrolável e que além disso, algo verdadeiramente especial. A imagem corta para Rey (Daisy Ridley) acionando o sabre de luz e as imagens a partir daí mostram ela entregado o sabre a Luke Skywalker (Mark Hamill), onde também uma voz em off da personagem ecoa entre as imagens, dizendo que algo esteve sempre dentro dela e que agora essa coisa despertou e ela precisa de ajuda. Enquanto essas palavras são proferidas, vemos imagens de Rey praticando com o sabre e visitando uma árvore, que, aparentemente é uma árvore da Força, algo que já foi discutido em Rebels. Mas o que mais assusta é quando a jovem aprendiz, durante uma meditação, consegue rachar o local de pedra em que Luke e se encontram, deixando o mestre Jedi apavorado.

    Não dá pra saber ao certo em que momento do filme isso acontece e é muito provável que essas cenas não se comunicam entre si, mas Luke, com um olhar preocupante, aparece dizendo que já viu esse poder bruto uma vez, enquanto imagens de flashback do ataque de Kylo Ren ao templo Jedi de Luke aparecem na tela. Skywalker completa dizendo que aquele poder não o assustou na época, mas que agora o assusta. As imagens se voltam para Kylo Ren, onde o jovem, num momento shakesperiano, olha para sua máscara para, imediatamente, destruí-la na parede com todo ódio possível. Enquanto isso, sua voz, também em off, fala sobre deixar o passado morrer, matá-lo se for preciso, sendo o único jeito de cumprir o seu destino. Outro momento assustador é que enquanto Ren profere as palavras, ele aparece pilotando de forma habilidosa seu caça Tie numa incursão contra a Resistência, outro momento que deve ser um dos 3 grandes do filme.

    Kylo percebe que Leia (Carrie Fisher) está na nave e ela o confronta com a Força. Podemos perceber claramente que o filho da general fica abatido, mas ainda assim, não o suficiente para travar a arma na nave e colocar o dedo sobre o botão de disparo, o que deixa Kylo e Leia agoniados. Vemos em seguida Chewbacca à bordo da Millennium Falcon, fugindo de caças Tie dentro de uma caverna bem apertada (algo já bem estabelecido na franquia) para em seguida vermos imagens de Poe Dameron (Oscar Isaac) provavelmente estando junto da mesma frota em que Leia se encontra, onde o ótimo piloto diz em off que eles são a faísca que acenderá a chama que destruirá a Primeira Ordem e o que vemos a seguir é uma linda imagem onde Finn (John Boyega) e Capitã Phasma (Gwendoline Christie) partem para cima um do outro. A fotografia desse trecho é algo fora do comum.

    O trailer continua com imagens bem mais rápidas da batalha que se dá no espaço, de Rey numa caverna, dentro do refúgio de Luke, além de trechos da batalha no deserto do planeta Crait, onde os AT-AT se preparavam. Podemos ouvir Luke dizendo (provavelmente para Rey) que as coisas não vão acontecer do jeito que ela imagina, para em seguida Snoke aparecer pela primeira vez em carne e osso, enquanto tortura Rey com o uso da Força, dizendo para ela completar seu destino. E aí acontece o que pode ser a maior pegadinha do trailer. Rey diz que precisa de alguém que mostre o lugar dela nisso tudo para Kylo Ren estender a mão para ela.

    De fato, o primeiro trailer completo de Os Últimos Jedi é bastante obscuro e enche a cabeça do fã de dúvidas, anseios e interrogações. Mas, analisando friamente as imagens, a única conclusão é que Rey e Kylo são os dois de suas gerações e ponto. A Força é extremamente poderosa neles e Snoke, por algum motivo, sentiu isso ao descobrir Kylo Ren, remetendo à Rey como algo especial, ou vice-versa, uma vez que Snoke pode ter chegado em Kylo com o único objetivo de chegar, na verdade, em Rey.

    Outro ponto que se deve ter bastante atenção é que Luke parece sim estar assustado com o tamanho do poder de Rey, remetendo, portanto, ao sentimento que teve quando seu templo Jedi foi destruído. É bastante provável que ele estivesse falando de Kylo (naquela altura, Ben, seu sobrinho) e que dali para frente, ao conhecer o poder de Rey, se negar a dar continuidade ao treinamento da aprendiz por ter falhado uma vez. A julgar pelo que Snoke fala sobre o poder bruto e incontrolável que veio com uma agradável surpresa e pelo fato de Luke ter visto tamanho poder duas vezes, se tem a conclusão que Rey e Kylo possuem uma forte conexão um com o outro, o que pode indicar algum possível parentesco.

    No que diz respeito ao emotivo momento entre Leia e Kylo, acredita-se que o jovem cavaleiro, ao hesitar em atirar na nave de sua mãe (sendo que já matou o próprio pai), não tomará ação alguma e isso, de certa forma, poderá permitir que Kylo tenha uma possível salvação para o lado da luz em contrapartida à Rey, que poderá ceder ao lado negro da Força após ser capturada. Mas, ainda assim, com relação ao final do trailer, é muito provável que a jovem estivesse falando com Luke sobre precisar de alguém que mostre o lugar dela nisso tudo, pois podemos perceber que tanto a luz, quanto o cenário em que Kylo Ren aparece estendendo sua mão são levemente diferentes em relação a onde Rey se encontra.

    Como a Lucasfilm tem seguido um padrão com a franquia, acredita-se que um segundo trailer poderá ir ao ar um tempo antes da estreia do filme.

    Star Wars: Episódio VIII – Os Últimos Jedi chega no Brasil dia 14 de dezembro de 2017.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Crítica | Star Wars – Episódio VII: O Despertar da Força (3)

    Crítica | Star Wars – Episódio VII: O Despertar da Força (3)

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    Maior fenômeno da cultura pop, maior franquia da história do cinema e com o filme mais esperado do ano (possivelmente da década), Star Wars dispensa comentários sobre sua importância. A decepção dos fãs com a nova trilogia encerrada em 2005 era nítida. Tamanha expectativa com a estreia de A Ameaça Fantasma em 1999 só foi igualada pelo tamanho da decepção com filmes tão ruins e que desrespeitavam praticamente todas as premissas estabelecidas na trilogia original. É dentro desse turbilhão de emoções que a franquia ganha em 2015 o primeiro de seus novos episódios, chamado “O Despertar da Força”, dessa vez sob o comando da Disney e direção de J.J. Abrams, com roteiro de Lawrence Kasdan, Michael Arndt e do próprio Abrams.

    Atingir uma expectativa tão grande não era tarefa fácil, e ciente da cobrança (provavelmente injusta) em cima de si, Abrams desde o início resolveu focar justamente onde a nova trilogia falhou: o respeito pela saga original, sua mitologia e simbologia. Dentro deste aspecto, o Episódio VII é muito eficiente. O visual se assemelha muito aos filmes originais, tanto nas cores, vestimentas e designs, como nos pequenos detalhes de botões em centros de comandos, luzes de painéis e toda a arquitetura interna e externa da chamada “Primeira Ordem”, que se assemelhava a do Império, quanto do restante da galáxia.

    A história gira em torno basicamente de dois personagens, Rey e Finn. Rey (Daisy Ridley), residente do planeta Jakku e que sobrevive juntando peças de antigas naves caídas em seu planeta, tanto do império quanto da aliança rebelde, em troca de rações de alimento. Dotada de um espírito perseverante e determinado, Rey sofre naquele cotidiano árduo, ela sonha com a volta de sua família para resgatá-la, já que vimos um flashback onde ela é ali abandonada. Finn (John Boyega) é um stormtrooper que deserta por se recusar a cumprir as ordens que recebe para executar habitantes de Jakku em sua primeira missão, que era recuperar o mapa da possível localização do antigo Jedi Luke Skywalker, em posse do piloto rebelde Poe Dameron (Oscar Isaac) e também buscado pelo vilão do filme, Kylo Ren (Adam Driver). Dameron o esconde em uma unidade BB, chamda BB-8, que encontra Rey, que encontra Finn, que encontram a Millenium Falcon, que é encontrada por Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca (Peter Mayhew/Joonas Suotamo), e de onde a história principal se desenvolve como apresentada nos créditos iniciais: o objetivo é encontrar Luke Skywalker. Os rebeldes querem o retorno do antigo Jedi para ajuda-los, e a Primeira Ordem quer encontrar para destruí-lo, afinal enquanto um jedi estiver vivo, é uma ameaça a seus objetivos.

    Um ponto que o novo filme acerta em cheio é na escolha do novo elenco. Daisy Ridley e John Boyega possuem uma química raras vezes vista em filmes do gênero, o que mostra a noção perfeita dos produtores no casting, e como eles sabiam exatamente o que estavam buscando no filme (ponto positivo para escolherem como protagonistas um negro e uma mulher, tentando tornar o universo de Star Wars mais diverso). Atores mais conhecidos como Oscar Isaac e Domhnall Gleeson (General Hux) também agregam um enorme valor devido a seu talento, mas sempre ajudados por cenas construídas especificamente para os atores darem vida a seus personagens da melhor forma possível. Já Harrison Ford não consegue transmitir de novo o mesmo carisma do Han Solo que vimos na trilogia original. Notório carrancudo a respeito de Star Wars, Ford parece a todo tempo estar em modo automático, e apesar de seu papel funcionar bem na maior parte do tempo, parece não ver a hora de tudo acabar, até mesmo seu figurino demonstra essa preguiça, se assemelhando mais a um cosplay de Han Solo do que o legendário piloto. Tanto que seu destino no filme parece até mesmo saído de uma sugestão sua. Também retornam a seus papéis clássicos Carrie Fisher como a agora General Leia Organa e Anthony Daniels como C-3PO, além de R2-D2 (Kenny Baker).

    Star Wars: The Force Awakens Ph: Film Frame ©Lucasfilm 2015

    Porém, se em todo o respeito ao universo o novo episódio é irretocável, onde ele falha é justamente no excesso de cautela na fórmula da franquia. O Episódio VII recicla praticamente inteira a trama principal do Uma Nova Esperança de 1977. De novo vemos planos escondidos em um robô por um membro da resistência que é capturado pelo vilão principal e por ele torturado. De novo (pela terceira vez) temos uma arma grandiosa capaz de destruir planetas usada como forma de impor a força da “Primeira Ordem” no universo. De novo o plano dos rebeldes é montado em um diálogo expositivo rápido em frente a uma projeção. De novo o plano constituído é destruir essa arma com um ataque aéreo. De novo alguém precisa desabilitar um escudo internamente. De novo temos uma sequência aérea com direito a voos em uma trincheira e a arma é explodida. Tudo filmado de forma muito eficiente e empolgante, sem o marasmo dos episódios I, II e III. Porém, que ainda deixa o fã, lá no fundo, um pouco decepcionado, porque parece que tudo em Star Wars gira em torno de uma arma que precisa ser destruída. Se nos primeiros filmes ao menos o desenvolvimento dessa trama seguia um andamento mais lento, neste capítulo da saga o ritmo frenético do filme mal deixa o espectador respirar para absorver tudo o que está vendo na tela. Não há um momento de pausa, e talvez seja sinal dos tempos, mas um equilíbrio maior neste sentido poderia ter dado mais espaço aos personagens para se desenvolverem de forma mais subjetiva.

    Outro ponto também mal explicado é a origem da “Primeira Ordem”, organização que substituiu o antigo Império. Também não é falado nada a respeito de Kylo Ren e sua ordem, assim como seu mestre, Supremo Líder Snoke (Andy Serkis), o que reflete não uma tentativa de não contar muito da história, e sim um certo descuidado com o roteiro, afinal, essa falta de informação faz com que ambos os vilões não representem uma ameaça tão grande quanto Darth Vader no primeiro filme. Porém, a relação entre o braço militar da Primeira Ordem, representado pelo General Hux (em alusão clara ao nazismo) e o braço místico representado por Ren é muito bem construída, e a crescente tensão e disputa entre os dois personagens pela aprovação de Snoke serve como catalisador para diversas situações interessantes no filme, especialmente para Ren, que mostra uma fragilidade interessante ao se dizer tentado pela luz. Mesmo Adam Driver não entregando uma atuação maravilhosa, seus melhores momentos ainda ficam enquanto usa a máscara e entoa a voz mecanizada e assustadora que emula, propositalmente, Darth Vader. Outro personagem muito esperado pelos fãs, a Capitã Phasma (Gwendoline Christie), possui uma participação reduzida no filme, o que se pode extrair daí dois pontos: a menção a Boba Fett, personagem construído pelos fãs e que nunca fez muita coisa nos filmes, e que ela irá voltar nos próximos episódios, possivelmente com um papel maior.

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    Mas, mesmo com esses pontos negativos, o principal objetivo do filme é mantido, que era resgatar o espírito da franquia e a magia de se contar uma história dentro da mitologia que cativa tanta gente ao redor do mundo. A excelente cena de Rey tocando no sabre de Luz de Luke e tendo seu primeiro contato com a força utiliza de efeitos especiais como deve ser, em favor de se contar uma história. A Força é explicada a ele na cena seguinte por Maz Kanata (Lupita Nyong’o) relembrando os ensinamentos de Yoda em O Império Contra-Ataca, deixando de lado a bobagem pseudo-científica dos midi-chlorians inventada por Lucas em “A Ameaça Fantasma”. Outras pequenas homenagens ao universo também são feitas, quando Finn enfrenta com o sabre de luz um stormtrooper que empunha uma arma que lembra uma vibroblade em um duelo muito bem construído. A opção de Abrams pelos cenários reais ao invés do tão criticado CGI foi louvada por praticamente todos, e o resultado é nítido. Tudo parece real (e é!), nos fazendo acreditar em todo momento em tudo o que está acontecendo na tela. Em momento algum da projeção a credibilidade do filme é quebrada por conta de algum efeito especial mal acabado. Tanto os monstros mais simples quanto as excelentes e bem trabalhadas sequencias de confronto entre as X-Wings e os TIE Fighters passam um realismo que o fã de Star Wars sempre quis ver novamente, mas devidamente atualizado. A leveza do humor também consegue apagar o marasmo das tramas políticas da nova trilogia, e tanto BB-8 (sabiamente utilizado) quanto Finn (e também várias cenas com os stormtroopers) possuem cenas que tiram risos naturais da platéia.

    As cenas de luta também são outro ponto positivo, sendo muito bem feitas e distantes do balé estéril mostrado na nova trilogia, como o próprio Abrams havia deixado claro que iria fazer. Com pouco treinamento, não seria possível os personagens exibirem tamanha técnica nos duelos, o que torna a emoção e a visceralidade dos golpes e defesas ainda maiores. O duelo entre Rey e Kylo Ren, apesar de causar estranhamento inicial (afinal, como ela empunhando um sabre pela primeira vez iria competir com um mestre da ordem Ren?), consegue transmitir em poucos minutos uma carga dramática muito grande, e a superação de Rey utilizando a Força estabelece-a como o que era desde o início, um campo de energia que depende da pessoa usá-la e canalizá-la corretamente, não importando você ter décadas de treinamento de esgrima. O que importa é a Força, sua vontade, determinação e o quanto você acredita fielmente nela. Neste filme a Força é realmente importante e um de seus maiores méritos é justamente mostrar como ela é poderosa. Kylo Ren parando no ar um raio do blaster de Poe Dameron é fenomenal. O uso que faz da Força a todo momento nos mostra mais detalhes do que a saga havia mostrado até então. O mesmo acontece com Rey conforme ela vai descobrindo seus poderes enquanto vai sentindo-os.

    Portanto, “O Despertar da Força” entrega justamente aquilo que os fãs esperavam tanto. Um filme fiel as suas origens e que tratasse todo o seu legado com respeito. J.J. Abrams se declarou fã da franquia por diversas vezes, e talvez esse excesso de respeito tenha tornado o filme seguro demais, sem praticamente tomar nenhum risco sob o ponto de vista narrativo. Porém, com o tamanho estrago feito pelos três filmes anteriores da franquia, essa escolha é perfeitamente compreensível. O que podemos esperar agora é, com o universo novamente consolidado, que novos objetivos sejam traçados e que possamos ver novas histórias ser contadas de outras formas. O Império Contra-Ataca é o que é justamente porque a sua frente tem alguém que entende a linguagem cinematográfica mais do que entende de Star Wars. Entende a motivação por trás de cada personagem e as ações condizentes que eles deveriam tomar. Entende que pequenos detalhes fazem a diferença entre algo comum e algo fenomenal. Não fosse Irvin Keshner, Han Solo nunca teria dito “Eu sei” ao ouvir que Leia o amava. É isso que a franquia precisa.

    O Episódio VIII já tem seu diretor contratado, o novato e promissor Ryan Johnson, que sempre carrega uma atmosfera noir em seus filmes. Com tempo, um bom roteiro e um pouco de sorte, talvez tenhamos algo novo neste sentido. As expectativas agora estão mais altas do que nunca (ainda mais pela cena final do Episódio VII), pois a comparação da sequência ser melhor que o anterior, relembrando os episódios IV e V, será feita. Ao menos agora estaremos felizes esperando o próximo, e não mais apreensivos.

    Texto de autoria de Fábio Z. Candioto.

  • Crítica | Star Wars: Holiday Special

    Crítica | Star Wars: Holiday Special

    SW Holiday Special 1

    Versão defenestrada por George Lucas,  misturando estilos diversos, Star Wars Holiday Especial teria “tudo” para ser considerado canônico, exceto é claro a qualidade do filme anterior. O elenco que protagonizava todo o filme premiado estava de volta, claro, em cenas isoladas, para compreender a agenda de cada um dos astros, acrescido também das curiosas criaturas, Malla, Itchy e Lumpy, mais tarde apresentados.

    A história começa com Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca (Peter Mayhew) cruzando o espaço, a bordo da Millenium Falcon, para chegar ao planeta Kashyyyk, onde o Wookie comemoraria junto a sua família, o Dia da Vida, um claro equivalente ao natal terráqueo. As mudanças começam pela chamada, que inclui a nomeação do elenco, ator por ator, diferente dos créditos de toda a saga, que só elencava o cast após o término dos filmes, tradição que seria ratificada em 1980 com Império Contra Ataca.

    As criaturas que interpretam os novos personagens, citadas anteriormente, são parte da família de Chewie, e estão ávidas a espera do seu ilustre parente. O trio protagoniza cenas horrendas, na sua casa na árvore, conversando abertamente sem qualquer legenda. O cúmulo ocorre quando elas dialogam através de um holograma com Skywalker (Mark Hammil, com um penteado risível), que deixa claro não entender qualquer palavra daquele balbucio, mas que ao final, percebe que a dupla de caçadores de recompensas eram perseguidos pelo Império, claro, com cenas repetidas do primeiro filme, se valendo do orçamento anterior. O detalhe são os diálogos pífios entre o pretenso Jedi e a Senhora Wookie.

    SW Holiday Special 7

    Os absurdos começam pela programação “televisiva” que os wookies consomem, com programas de dança, de cozinha e musicais, protagonizados por humanos, que produzem cenas vergonhosas, dignas de riso em um primeiro momento, mas que se perdem dentro da sua própria comicidade, podendo causar uma sensação semelhante ao desejo por suicídio no fã mais extremista da saga. Para surpresa geral, o personagem Saun Daunn (Art Carney), o mesmo que comunicou a família que Chewie estava sendo perseguido pelos imperiais, aparece na porta da casa com os presentes natalinos, chegando ao cúmulo de pedir “bons modos” aos wookies. A sequência é fechada com uma situação catastrófica, onde o ancião Itchy (pai de Chewie) assiste a um clipe musical horroso, que seria uma versão de pornografia via hologramas imaginários, suavizados em sensualidade por ser uma produção televisiva.

    Toda a aura tosca de Holiday Special, torna-se curiosa e até charmosa, visto a vergonha que o criador da franquia tem por ela. A cultura de ódio a George Lucas torna a obra uma coqueluche rara e até abraçada por alguns fãs, que veem nela um protótipo da quantidade de absurdos que ocorreram nos filmes dos anos 90 e 2000.

    Há outras cenas com música, que ocorrem em meio a invasão do Império a cada de Chewbacca, além de inserções de cenas animadas, que claramente foram feitas para reunir os personagens dos atores que não puderam participar mais ativamente das gravações, por questões de agenda ou por simples vergonha. A explicação para a mudança de estilo, é a visualização da criança Wookie, em um visor especial, que faz ele enxergar Luke, C3PO (Anthony Daniels) e R2 (curiosamente não creditam o ator)  viajando a bordo de uma Y-Wing (fato jamais ocorrido na saga original) para interceptar a “perdida” Milenium Falcon. É dentro deste segmento que é apresentado Boba Fett, que mais tarde se tornaria em um boneco da Kenner, antes mesmo de sua aparição nos filmes. O tom de obviedade faz o personagem já ser encarado como vilão desde o começo, o que era de se esperar em uma produção tão mal feita.

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    Próximo do final, ocorrem momentos ainda mais toscos, como a ida a cantina de Mos Eisley, em cenas e cenários completamente diferentes do feito no filme original, seguidos da chegada de Han e Chewie a casa do wookies, onde Solo declara a um modo tão vergonhoso, dizendo que o clã é importante para si, que Ford chega a corar de vergonha, situação piorada por não haver qualquer menção anterior a tal família, ratificando que coerência não é um pré-requisito para a produção.

    Mas o melhor certamente foi guardado para o final, onde os wookies usam túnicas vermelhas – evidentemente inúteis, já que os pelos cobrem quaisquer de suas “vergonhas” – pontuada pela chegada de Luke, Leia(Carrie Fischer), os droids e demais personagens, repetindo as músicas de John Williams, executadas ao final de Uma Nova Esperança, para permitir que Leia celebre o tal Dia da Vida, cantarolando no mesmo ritmo das canções tema, para nem meia dúzia de homens fantasiados de macacos gigantes felpudos, com fantasias tão mal feitas que certamente seus interpretes não aguentariam assumir a autoria dos personagens.

    Star Wars Holiday Special tinha um potencial tão destrutivo, que o autor da saga “caçou” todas as cópias deste produto, o que tornou a visualização do filme na íntegra um trabalho árduo, por anos, especialmente para quem não tinha o domínio da língua inglesa. Em sua curta duração, a fita consegue agredir quase todo o cânone da saga e irritar profundamente qualquer pessoa que já tenha gostado da jornada de Luke e dos outros.

  • Crítica | Star Wars – Episódio VII: O Despertar da Força

    Crítica | Star Wars – Episódio VII: O Despertar da Força

    kylo

    Após um recomeço informal mas ainda assim acertado na franquia Missão Impossível e misturar novidade e reverência a um seriado laureado em Star Trek, J. J. Abrams finalmente dá vazão ao objeto que era seu sonho e o de muitos aficionados. Star Wars – O Despertar da Força começa tradicional, acompanhado do famoso letreiro vertical, iniciando sua trama novamente com uma perseguição espacial desigual, atendendo finalmente ao anseio de uma legião de seguidores, após péssima última trilogia.

    A condução do filme beira a excelência. Se em Star Trek os exageros de Abrams fez torcer o nariz de grande parte dos fãs, em Despertar da Força as injeções de adrenalina funcionaram muito bem. A começar pelo fato de o projeto nascer a partir de um roteiro de Lawrence Kasdan, que também escreveu os textos de O Retorno de Jedi, Império Contra Ataca e Os Caçadores da Arca Perdida, além do trabalho de Michael Arndt.

    O produto final também contou com a colaboração do diretor, que conseguiu imprimir um equilíbrio visual pontual, dando destaque para os restos do império, sobrevoando Star Destroyers caídos sobre a areia, usando o cenário como elemento da narração, e não despiste como nos últimos filmes de George Lucas. O diretor é equilibrado, emulando uma escola de cinema americana clássica, a um estilo semelhante de Clint Eastwood e John Ford, claro, guardadas as devidas proporções ao gênero blockbuster, trazendo harmonia entre visual e textual, fugindo de o histrionismo imagético  que povoou o cinema recente de Star Wars.

    SW Despertar da Força 5

    O argumento trata de um período complicado politicamente, claramente não explicitado em detalhes minuciosos, possivelmente para exploração do novo Universo Expandido autorizado pela Disney, que, a priori, considerará tudo como canônico. As lacunas temporais servem de estofo para o mistério, fomentando a curiosidade de público e de personagens com o paradeiro de Luke Skywalker (Mark Hammill). A história dessa vez é contada a partir do olhar de Finn (John Boyega), um personagem repleto de carisma e ligado ao lado negro. Sem demora, seu destino é entrelaçado com o do exímio piloto Poe Dameron (Oscar Isaac), e de seu “mascote” BB8, em Jakku, um planeta arenoso, como Tatooine. Nesses momentos, são introduzidos também o vilão Kylo Ren (Adam Driver), em cenas belíssimas e repletas do massa véio fan service esperado da parte de um diretor que um dia já foi também um fanboy da saga de Lucas.

    Apesar de Finn  unir o alívio cômico a uma personalidade valente, é a jornada de uma personagem feminina a de maior destaque. A Rey composta pela até então desconhecida Daisy Ridley é a heroína, sendo esta a principal semelhança entre todos os espelhamentos deste roteiro ao de Nova Esperança, já que ela também é orfã,  de profissão simplória (catadora de sucata), habitante de um lugar desolado e sem esperança e que ainda assim, insiste em ter sonhos e anseios. Além das óbvias referências a Luke, lhe cabe também o intervencionismo da antiga princesa Leia e o caráter voluntarioso de Mara Jade, a jedi do lado sombrio introduzida em Herdeiro do Império. Seus enfrentamentos e as surpresas do roteirosão de encher os olhos e a composição de suas características são pontuais, acentuadas pelos closes que Abrams usa em suas cenas, que invadem sua psique e revelam pouco a pouco o seu ideário, além  de claro, trazer uma história detalhada em imagens.

    Talvez o problema mais flagrante – e não o maior – em Despertar da Força seja o cenário político. Nos filmes, a apresentação da sociedade era maniqueísta: existia o Império, malvado e cruel, em contraponto ao mambembe grupo de revolucionários da Rebelião. Quando Lucas tentou tornar complexo, soou pueril, e nesta, os detalhes são muito mais sugeridos do que trabalhados,  soando mais rico do que qualquer filme tocado por seu criador. O pouco que se sabe é que Nova República foi instaurada e sofreu um duro golpe a partir de um traidor que se alistou aos resquícios do Império Galáctico, unidos sobre o nome da Primeira Ordem, que tem no General Hux (Domhall Gleeson) um líder ideológico, e em Kylo Ren a figura religiosa, reprisando a dupla Tarkin/Vader, ainda que bem menos inspirados. Os mistérios ao redor do tal líder supremo Snoke, dublado e executado por Andy Serkis são tão grandes quanto o entorno de Luke, e parecem só ser revelados ao longo desta nova saga.

    As referências ao III Reich são ainda mais escrachadas com a Primeira Ordem do que eram com o Império, com cenas de discursos inflamados que soaram tão semelhantes a persona de Hitler em A Queda: As Últimas Horas de Hitler que pareciam inclusive serem pronunciados no idioma alemão. Apesar da distância ideológica, há uma intimidade implícita entre os distintos lados, com uma revelação familiar revelada logo de início, fugindo da possibilidade de gerar um burburinho de uma cópia do impacto ocorrido no episódio V.

    SW Despertar da Força 4

    A participação dos personagens clássicos varia entre momentos épicos e futuros plausíveis, mas um pouco decepcionantes. Han Solo finalmente retornaria a pele de Harrison Ford, que consegue com maestria expressar sentimentos de remorso e culpa, pelos rumos que a galáxia e que sua vida pessoal tomaram, mas seu ofício atual é muito pouco para o potencial que sempre apresentou, ainda assim, é menos incoerente que os rumos do antigo Universo Expandido. Leia Organa interpretada por Carrie Fischer consegue equilibrar o papel de líder político resignada e mulher forte que sobreviveu a tantas mágoas. Chewbacca (Peter Mayhew) tem menos momentos de ação e mais de comédia, bem como C3PO (Anthony Daniels), que se destaca em uma engraçada cena para os fãs que conheciam a lenda da perna dourada, que permeou os filmes originais. Nenhum destes ofusca a trajetória de Rey, Finn, Dameron e BB8.

    A edição de som é primorosa em mais um trabalho dedicadíssimo de Ben Burtt, que dá consistência e volume a todo o aspecto mecânico da obra, incluindo até sons da fuselagem da Milenium Falcon e outras naves. O equilíbrio entre efeitos práticos também ajuda a textura do filme em relação aos produtos antigos e a propensão de easter eggs soa interessante também.

    J. J. Abrams usa extensivamente planos longos, ao estilo de Terence Malick, ainda que os significados sejam diferenciados, já que os cenários não são exatamente personagens da trama, e sim complementos de um ambiente já vasto. As ligações com o antigo Universo Expandido servem para inserir no antigo fã algum consolo pela destituição de todo o ideário construído por anos e consumido por muitos. A estrutura social que deverá ser explorada em livros e spin-offs tem em sua base o conceito pensado por Timothy Zhan em sua trilogia Thrawn e eventos posteriores, especialmente na figura de Kylo Ren, ainda que sua concepção encontre alguns problemas, não da sedução para o lado da força, e sim por detalhes que precisavam de uma minúcia maior. Ainda assim, nas cenas em que revela seu rosto, Adam Driver consegue soar dúbio e cruel.

    Apesar de não ter uma batalha tão equilibrada quanto em Yavin ou Endor, os momentos finais são carregados de emoção, em especial nas cenas de ação. O final, com clima de cena pós-crédito, sobra em emoção e edificação, trazendo um nostalgia semelhante a vista em toda a postura do Ben Kenobi de Alec Guiness. A ideologia e espiritualidade da força retorna como nunca, repleta de alma, nostalgia e aura lendária, finalmente revivida após trinta e dois anos sem qualquer resquício do rastro dos bravos jedi, da aliança rebelde – chamada agora de resistência – e de todo o ideário que geraram sonhos em tantas gerações. Um capítulo primordial do que pode ser uma saga tão clássica quanto a primeira.

     

  • Crítica | Star Wars – Episódio VI: O Retorno de Jedi

    Crítica | Star Wars – Episódio VI: O Retorno de Jedi

    Retorno de Jedi - Star Wars

    (Este texto usará como fonte a versão do filme lançada no Blu-ray em 2011, que somou as alterações feitas em 1997 e 2004 na obra original. Essas mudanças no episódio VI podem ser vistas com detalhes neste video)

    O Retorno de Jedi foi lançado em 1983 com grandes expectativas após O Império Contra-Ataca, de 1980, que é considerado pela maioria dos fãs da saga como seu melhor filme. Tamanha qualidade atingida por seu antecessor colocou em cima de “Jedi” uma enorme pressão, já que tal acerto dificilmente se repetiria.

    Dirigido por Richard Marquand, com roteiro de Lawrence Kasdan e George Lucas, e contando com todo o elenco original (Mark Hamill como Luke Skywalker, Harrison Ford como Han Solo, Carrie Fisher como Leia Organa, Anthony Daniels como C-3PO, Billy Dee Williams como Lando Calrissian, Peter Mayhew como Chewbacca, etc), Jedi muda significativamente o legado de Império ao mexer em pontos chave da saga, como motivações e personalidades de personagens, além de inserir outros elementos na história. Não à toa é o filme mais criticado da saga original.

    A obra começa com a busca por Han Solo, ainda congelado em Carbonite e mantido no palácio de Jabba. Toda essa sequência inicial que nos mostra um Luke Skywalker amadurecido também causa um certo estranhamento, pois não é de fato necessária a trama da saga, ou mesmo deste capítulo dela. Com duração de aproximadamente 37 minutos, parece alongada demais se comparada à sequência inicial de Império, criada com o propósito de explicar as marcas no rosto de Luke Skywalker, já que Mark Hamill havia se acidentado gravemente algum tempo antes. Neste filme aliás, Hamill entrega uma atuação não excelente por causa de suas limitações enquanto artista, mas muito melhorada em relação aos primeiros filmes, enquanto Harrison Ford parece estar a todo tempo brincando de atuar, não parecendo querer estar ali.

    Logo após, o filme se divide entre a jornada de Luke voltando para Dagobah a fim de terminar seu treinamento com Yoda, e lá interage novamente com Obi-Wan Kenobi (Alec Guiness) a respeito da revelação do filme anterior de que Vader é seu pai. Ao mesmo tempo, a Aliança Rebelde prepara um novo plano de ataque à nova Estrela da Morte que o Império está construindo em Endor. Este ponto vai atrair as duas maiores falhas do filme. O primeiro é reciclar a história de A Nova Esperança, onde o clímax também envolvia destruir a mesma arma do Império em um ataque espacial. O outro ponto é a inserção dos tão mal falados “ewoks” (nome nunca citado no filme) como coadjuvantes no ataque.

    Originalmente a ideia era realizar esta sequência em Kashyyk com os wookies, mas a opção pelos ewoks já mostra alguns sinais de onde George Lucas estava indo. Os ewoks são uma tentativa clara de infantilizar a trama e torná-la mais leve e palatável às crianças, grande nicho consumidor de produtos da franquia. A captura dos membros da Aliança pelos ewoks e seu ataque contra as tropas do Império que guardavam o gerador do escudo da nova Estrela da Morte é definitivamente o ponto mais baixo da trilogia. Os ataques de paus e pedras contra soldados de armaduras parece um esquete de programa de comédia da TV, tornando a ameaça representada pelo Império mais diluída e enfraquecida frente a sua magnanimidade apresentada no filme anterior.

    Porém, o que salva é toda a sequência entre Luke Skywalker, Darth Vader e o Imperador, que, ciente de tudo o que estava acontecendo, arma um engenhoso plano para tentar trazer Luke ao lado sombrio da Força. Se na luta de Império Luke era um brinquedo na mão de Vader, aqui é o contrário, e assim consegue vencê-lo de forma brutal, flertando com o lado negro. Mas ao perceber o quanto se parece com seu pai, o poupa da destruição total, frustrando os planos do Imperador, que decide então eliminar sua maior ameaça, com “force lightning”, até ser salvo por Vader, que se redime (cena estragada na edição especial, que adiciona dois “No” ditos por Vader, como se essa cena precisasse de algo além). Apesar de na cena final estarmos lidando com três sequências diferentes ao mesmo tempo (Endor, batalha espacial e Luke x Vader), não se torna confuso como no Episódio I, que possui quatro.

    Em perspectiva, a luta final entre Vader e Luke, apesar de curta, se mostra intensa, ao contrário dos balés estéreis dos novos filmes. O sabre é apenas uma ferramenta de um jedi (fato afirmado pelo Imperador, que não o utiliza); a Força é algo subjetivo; as batalhas espaciais são bem filmadas, bem colocadas e possuem propósito claro. Apesar de seus defeitos, é uma produção de qualidade, ainda mais se vista a versão lançada no cinema (com Sebastian Shaw na cena final dos “force ghosts”, e não a cabeça digitalmente inserida de Hayden Christensen, a alteração mais polêmica e preguiçosa da saga, já que Luke nunca conheceu ou viu seu pai mais novo, não podendo assim reconhecê-lo). A inserção de outros planetas comemorando uma suposta queda do Império é também questionável, afinal como todos esses planetas ficariam sabendo disso tudo em questão de horas? E, mesmo se soubessem, como iriam desmobilizar as forças remanescentes do Império em tão pouco tempo?

    Retorno de Jedi foi considerado por muito tempo o ponto mais fraco da saga. Porém, a nova trilogia, de tão absurdamente ruim, fez com que ele fosse redimido. Causa um certo desconforto ver os desajeitados ewoks lutando contra o Império, mas a batalha espacial e o confronto dos Skywalkers dentro da estrela da morte acabam pesando a balança a favor da produção, que, se não encerra com chave de ouro a maior saga da história do cinema, ao menos dá a seus protagonistas um desfecho digno, já que ela ainda possui vários elementos dos filmes anteriores, com seus pequenos toques e características que transformaram a franquia em algo tão grande. Além, é claro, de ainda contar com a sorte de um George Lucas não tão egomaníaco.

    (Para ver todas as mudanças feitas em Star Wars desde seu lançamento, acesse aqui – Em Inglês)

    Texto de autoria de Fábio Z. Candioto.

  • Crítica | Star Wars – Episódio V: O Império Contra-Ataca

    Crítica | Star Wars – Episódio V: O Império Contra-Ataca

    Star Wars - Episódio V - O Imperio Contra-Ataca

    Há muito tempo, em uma galáxia
    muito, muito distante…

    Episódio 5
    O Império Contra-Ataca

    É um período crítico para as
    Forças Rebeldes. Embora a
    Estrela da Morte tenha sido
    destruída, as Tropas Imperiais
    conseguem expulsar os
    Rebeldes de sua base
    secreta e os perseguem por
    toda a galáxia.

    Fugindo da terrível Frota
    Imperial, um grupo de
    rebeldes chefiados por Luke
    Skywalker, estabelece uma
    nova base secreta no remoto
    mundo gelado de Hoth.

    O senhor do mal, Lorde Darth
    Vader, obcecado pela idéia de
    encontrar o jovem Skywalker,
    enviou milhares de sondas
    remotas para os pontos mais
    longínquos do espaço…

    Assim são as letras amarelas que fazem a introdução da sequência de Star Wars – Uma Nova Esperança. Tive uma certa dificuldade para criar uma introdução decente para essa crítica, então resolvi apelar um pouco. A primeira parte da saga, com toda a sua aventura e sensacionais batalhas especiais estabeleceu um patamar alto de qualidade, o que gerou uma expectativa do tamanho de uma galáxia para esta segunda parte. Geralmente, sequências no máximo conseguem se equiparar ao seu predecessor. Em casos raríssimos, conseguem superar o original. Este O Império Contra – Ataca é um desses casos raríssimos.

    George Lucas contratou a escritora de ficção científica e roteirista Leigh Brackett, tida na época como a “a rainha da space opera”. Durante algum tempo, os dois discutiram ideias sobre como deveria ser o roteiro. Entretanto, Lucas não gostou do rumo que a história estava tomando e pegou para si a responsabilidade de criar o argumento para o filme. O diretor não teve tempo de discutir com Brackett sobre as novas idéias, pois a diretora morreu de câncer pouco depois. Desenvolvendo sua nova história, Lucas teve a ideia de estabelecer Darth Vader como o pai de Luke Skywalker, num dos plot twists mais chocantes da história do cinema. Alguns outros esboços depois, George Lucas pediu que Lawrence Kasdan desse um trato final no argumento. Juntamente com Gary Kurtz e Irwin Kershner (diretor contratado porque o criador da saga não queria acumular funções) o roteiro adquiriu um tom mais sério, adulto e mais escuro, em oposição ao tom solar do Episódio IV.

    É interessante observar o desenvolvimento do filme. Tudo é muito redondo desde o início, com eventos sucessivos que não deixam espaços para pontas soltas. A partir da espetacular batalha de Hoth, duas vertentes são estabelecidas. Um tom aventuresco e eletrizante com a fuga de Han Solo, Leia e Chewbacca da frota do Império e um tom intimista e quase psicológico com Luke indo treinar com o Mestre Yoda no Sistema Degobah. Aqui, vemos um prosseguimento da saga do herói, ao passo que Luke deixa de ser um garoto mimado e hesitante em sua liderança para assumir o seu papel de símbolo da Aliança Rebelde e principal arma contra Darth Vader e o Imperador Palpatine. Além de Luke estar mais maduro, maturidade é algo evidente em Han Solo e Leia, pelo menos no que diz respeito às suas responsabilidades dentro da Aliança, ainda que Han seja relutante e queira abandonar tudo para limpar a sua barra com Jabba The Hutt e voltar a sua vida de aventuras. Porém, no que tange a sentimentos mútuos, os dois são imaturos, indo das rusgas até um momento romântico impagável antes de Solo ser congelado.

    Kershner se mostra um grande maestro de cenas de ação e aventura na sequência de batalha inicial e na já referida fuga desesperada da Millennium Falcon. Só que mais importante que isso, é o fato do diretor conseguir captar a essência do roteiro e conferir profundidade dramática a todos os personagens, coisa que George Lucas nunca conseguiu. O canastrão Mark Hamill tem aqui o seu melhor momento como Luke Skywalker, possivelmente por influência de Kershner. Outro ponto positivo do diretor Irwin é a ótica dele sobre cada ambiente. Ele consegue transmitir toda a imensidão e a frieza de Hoth, a opressão que Dagobah exerce sobre Luke e a arquitetura labiríntica dos corredores de Bespin.

    Com relação ao trabalho técnico, mais uma vez foi sensacional. Há de se destacar os efeitos criados pela Industrial Light & Magic. Se no primeiro filme a empresa criou eletrizantes batalhas de larga escala, aqui ela compreendeu todo o conceito de dogfight (batalhas aéreas de curta distância – Top Gun explica bem do que se trata) e criou momentos fantásticos como a batalha de Hoth e a fuga da Millennium Falcon através do campo de asteroides. O som e os efeitos sonoros ajudam a envolver o espectador no clima do filme.

    Nas atuações, há uma clara evolução do trio principal. Mark Hamill está bem mais à vontade no papel de Luke Skywalker, transmitindo a maturidade que o personagem adquiriu com o passar do tempo. Isso inclusive ajuda a torná-lo mais carismático. Carrie Fisher continua competente como a Princesa Leia e a faz ainda mais decidida e impetuosa. Porém, o destaque novamente é Harrison Ford. Sua interpretação para Han Solo é brilhante, uma vez que o ator consegue compreender todas as nuances do personagem, sejam suas qualidades ou falhas de caráter. Ele é responsável por um dos grandes momentos do filme, quando Solo está para ser posto em animação suspensa num esquife de carbonita. O ator resolveu improvisar após repetir várias vezes um momento romântico entre Han e a Princesa Leia e terminou por criar algo memorável. Com relação aos novos e importantes personagens introduzidos no filme, Billy Dee Williams conseguiu o tom certo para seu Lando Calrissian, um antigo conhecido de Han Solo e o Yoda mecânico de Frank Oz é excepcionalmente bem manipulado, com expressões faciais muito críveis.

    Tentando resumir em poucas palavras após essa quase monografia: O Império Contra-Ataca é sensacional, supera e muito o original e merece ser reconhecido como um dos grandes filmes da história do cinema, tal como já é feito por inúmeras publicações e críticos.