Tag: Patty Jenkins

  • VortCast 87 | Mulher-Maravilha 1984

    VortCast 87 | Mulher-Maravilha 1984

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Dan Cruz (@DancruzDm), Thiago Augusto Corrêa, Filipe Pereira (@filipepereiral) e Rafael Moreira (@_rmc) se reúnem para comentar suas impressões sobre o mais recente filme da DC/Warner: Mulher-Maravilha 1984.

    Duração: 92 min.
    Edição: Rafael Moreira e Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Rafael Moreira e Flávio Vieira
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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  • Crítica | Mulher-Maravilha 1984

    Crítica | Mulher-Maravilha 1984

    Mulher-Maravilha 1984 se tornou uma das esperanças da Warner Bros. e DC Comics para retomar o sucesso do universo cinematográfico dos super-heróis da casa, após a recepção morna da Liga da Justiça. Além disso, era também aguardado que, após o fechamento forçado dos cinemas devido a pandemia, o filme, cuja estreia foi programada para dezembro, traria um retorno aceitável de bilheteria, mesmo que sua exibição fosse simultânea com o streaming da HBO Max.

    Novamente conduzido por Patty Jenkins, o início do filme marca um retorno a ilha das amazonas, Themyscera, resgatando boa parte do que deu certo em Mulher-Maravilha em 2017, com o caráter épico do filme solo da heroína. Essa sequencia em particular dura onze minutos, e logo a linha do tempo vai para o presente, os super coloridos anos oitenta do século XX. O segundo filme protagonizado por Gal Gadot faz lembrar seu par da editora concorrente, Capitã Marvel, que brincava com clichês de 1990, mas com diferenças cabais entre as narrativas e a necessidade de se apelar para outra época.

    O elenco é estrelado com destaque especial para Pedro Pascal fazendo o canastrão Maxwell Lord. Nos quadrinhos, surgiu como um ganancioso empresário da Liga da Justiça da fase J.M. Demattheis e Keith Giffen, mas que sempre que vai para outras mídia é retratado como um vilão puro e simples. Os problemas do filme começam justamente na hora de desenvolver as relações entre personagens. O exemplo disso é visto entre a doutora e especialista em geologia Barbara Minerva (Kristen Wiig) e a princesa amazona, uma relação cujo roteiro guarda semelhanças com Batman Eternamente, entre Edward Nygma e Bruce Wayne, mas sem ser tão caricatural. Fora isso, as intimidades dos personagens não parecem realistas, e sim um pastiche do que seriam os relacionamento entre pessoas reais. Ao menos a dinâmica e química entre Gadot e Chris Pine segue bem e firme, as piadas que funcionam são exatamente as que invertem os papeis da pessoa em um mundo novo, que antes contemplava Diana e agora, acometem Steve Trevor.

    Porém, o retorno do par romântico da heroína, ajuda a deflagrar um dos defeitos do filme: a conveniência do roteiro de Geoff Johns, David Callaham e Jenkins. O que incomoda é o apelo a suspensão de descrença. Em alguns pontos é bem comum os exageros nas historias em quadrinhos, mas aqui há também excessos e muita convenviências narrativa. Em especial ao artifício do objeto mágico de desejo, que muda suas regras a todo momento. Além disso, os personagens são quase todos muito genéricos, e as cenas de ação são artificiais e muito mal pensadas. As que ocorrem no deserto variam entre momentos com uma iluminação nada realista, unido a resgate de crianças que são feitas por bonecos tão fajutos quanto os vistos em Sniper Americano.

    Outra questão complicada é a participação da Mulher Leopardo. Sua versão é bem diferente dos gibis, e isso não necessariamente é um fator negativo. O problema mesmo é ela ser cercada de clichês, igual a tantos outros opositores de filmes de herói,  movido por algo maligno e ancestral, representando o esteriótipo de uma pessoa boa mas que é corrompida.

    Já o drama de Lord, no final, por mais bizarro que seja, ainda guarda boas surpresas, ao refletir sobre o apego ao poder absoluto, mostra como um homem comum pode se corromper. Os momentos finais guardam momentos grotescos e soluções que não fazem sentido, envolvendo os dois opositores, cujos fins são vergonhosos, assim como a utilização da tão esperada armadura da heroína em O Reino do Amanhã aqui sub aproveitada.

    Apesar de Deborah e Zack Snyder assinarem como produtores executivos, claramente se ignora completamente as falas sobre Diana estar escondida desde a Primeira Guerra Mundial, como é aludido em Batman VS Superman e Liga da Justiça (a saber se no vindouro Snydercut da Liga, haverá alguma explicação a respeito). Na verdade, James Wan já havia ignorado fatos sobre o rei atlante em seu Aquaman, mas aqui não há qualquer pudor da heroína em se expor, mesmo que fiquem dúvidas na imprensa sobre suas intenções e origens.

    Os aspectos visuais também são estranhos. Sai a fotografia super escura para uma clara e esquisita, em um trabalho assinado por Mathew Jansen, bem diferente do que havia feito em Poder Sem Limites, Game Of Thornes e The Mandalorian e até mesmo no primeiro filme. Ao menos a música de Hans Zimmer não interfere tanto na trama como em outros de seus trabalhos.

    Jenkins apresenta um filme desequilibrado, que faz lembrar os momentos mais atrozes de Mulher Gato, A Ascensão Skywalker ou A Torre Negra. Os poucos momentos que são inspirados ficam isolados, como ilhas no meio do oceano, soterradas por uma tempestade marinha capaz devastar tudo, incluindo as boas qualidades. Nem o sacrifício de heroísmo de Diana faz sentido, e a mensagem presente no diálogo entre ela e Lord é tão barata e piegas que faz temer pelos próximos trabalhos dos envolvidos. Naturalmente, já há uma parte três confirmada pelo estúdio.

  • Dia dos Investidores da Disney: Os Principais Anúncios do Universo de Star Wars

    Dia dos Investidores da Disney: Os Principais Anúncios do Universo de Star Wars

    Meus amigos, a Disney não está para brincadeira! A data de dez de dezembro de 2020 poderá entrar para uma das principais da história desta gigante do entretenimento, já que foi o Dia dos Investidores da Disney, onde a “empresa do Mickey Mouse” apresenta para seus investidores seus projetos futuros. Foi uma maneira agradável de dizer que o seu dinheiro será empregado pesadamente em produções audaciosas para o público em geral, que envolve a Disney propriamente dita, a Pixar, Marvel e Lucasfilm com o universo de Star Wars.

    De fato, o que se viu foi que a Disney investirá pesado no seu canal de streaming, o Disney+, demonstrando querer viver não só do passado, mas de um futuro bastante promissor. Inclusive, o evento aproveitou para mencionar o sucesso estrondoso do canal que já está próximo de bater a meta que estava prevista para daqui 4 anos.

    Mas nem tudo são flores, uma vez que diversos projetos poderão sofrer cancelamentos ou mudanças em suas trajetórias. Falaremos isso em um texto mais específico.

    Aqui nós acompanharemos o que vem por aí no mundo criado por George Lucas em Star Wars.

    É inegável o sucesso de The Mandalorian, a série desenvolvida por Jon Favreau e Dave Filoni, que conta a história de um caçador de recompensa mandaloriano que, durante um serviço, resgata um bebê da mesma raça do mestre Yoda e que também é sensitivo na Força. As aventuras de “Mando” são leves, engraçadas, recheadas de ação, possuindo tudo que um velho fã de Star Wars quer. Importante dizer que a série foi o termômetro para diversas outras produções anunciadas.

    ROGUE SQUADRON

    Um dos anúncios mais importantes da noite foi o do tão aguardado novo filme de Star Wars: Rogue Squadron. Seguindo a linha de Rogue One e Solo, Rogue Squadron acompanhará o esquadrão de elite da aviação da Aliança Rebelde. A direção ficará a cargo de Patty Jenkins (Mulher-Maravilha), que disse que gostaria de fazer o maior filme sobre pilotos de guerra já feito. Rogue Squadron tem previsão para chegar aos cinemas em dezembro de 2023.

    OBI-WAN KENOBI

    Outro ponto alto da noite foi a confirmação oficial da produção da série de Obi-Wan Kenobi, ganhando título oficial, a confirmação do retorno de Ewan McGregor na pele do mestre Jedi, além do grande retorno de Hayden Christensen como Darth Vader. O seriado se passará 10 anos após os eventos de A Vingança dos Sith e, segundo a diretora Deborah Chow, a galáxia se tornou um lugar perigoso com a ascensão do Império e tem pessoas caçando cavaleiros Jedi. Obi-Wan precisará lidar com isso e ainda proteger o jovem Luke Skywalker.

    AHSOKA

    Após aparecer lindamente interpretada por Rosario Dawnson na segunda temporada de The Mandalorian, Ahsoka Tano ganhou uma série para chamar de sua. Assim como em Mandalorian, Ahsoka será capitaneada por Jon Favreau e Dave Filoni e trará novamente Dawson na pele da guerreira Jedi que deve continuar vasculhando a galáxia em busca de seu amigo Ezra Bridger e do Almirante Thrawn, desaparecidos ao final de Star Wars: Rebels.

    RANGERS OF THE NEW REPUBLIC

    Assim como Ahsoka, este outro derivado de The Mandalorian, também contará com a batuta de Favreau e Filoni e como o próprio nome já diz, mostrará os oficiais da Nova República. Em Mandalorian já vimos alguns deles pilotando X-Wings e colhendo informações em terra.

    ANDOR

    Andor é uma série que já está em estágio avançado de produção, tanto que foi divulgado um vídeo com cenas das filmagens e bastidores da produção. No vídeo, podemos perceber que é uma série que está investindo pesado em cenários, figurino e criaturas. Andor é sobre o personagem Cassian Andor, vivido por Diego Luna, que também assina a produção executiva da série. Andor foi o responsável por recrutar Jyn Erso para a Aliança Rebelde nos eventos de Rogue One: Uma História Star Wars.

    LANDO

    Lando Calrissian também ganhará sua própria série, mas não se sabe em qual momento ela se passará e nem se Donald Glover ou Billy Dee Williams, que fizeram o personagem nos cinemas, retornarão.

    THE BAD BATCH

    Se fôssemos traduzir esse nome, poderíamos dizer que um bad batch é um lote com defeito. A nova série animada de Star Wars teve seu primeiro trailer divulgado e se passará durante as Guerras Clônicas e talvez, logo após de A Vingança dos Sith. Bad Batch já teve um arco criado por George Lucas em Clone Wars. Segundo o criador, ele gostaria de explorar a ideia de que alguns dos clones fossem um pouco mais únicos que os outros, com habilidades um pouco mais especiais, formando assim uma unidade de forças especiais de batalha.

    The Bad Batch teve seu primeiro trailer divulgado e o que se pode esperar é muita ação nessa série animada que será a substituta de Clone Wars.

    VISIONS

    Talvez o projeto mais diferente apresentado, Visions explorará o universo criado por George Lucas em curtas animados, sendo que, seu diferencial será a forte influência do anime japonês, com diversos especialistas envolvidos no projeto.

    Para quem quiser pesquisar, num passado não muito distante, um trecho de uma animação japonesa de uma batalha espacial travada entre pilotos do Império e da Aliança Rebelde viralizou nas redes. Existe grandes chances de Visions ter nascido após esse vídeo.

    THE ACOLYTE

    Uma série com pegada de suspense e mistério, desenvolvida por Leslye Headland, responsável pelo ótimo Boneca Russa, e que acompanhará a época final da Alta República, com a ascensão dos poderes do Lado Sombrio. Poderemos ver muitos sabres de luz e diversos embates entre Jedi e Sith.

    Também foi confirmado que Taika Waititi dirigirá um filme inédito, inesperado e único no universo da franquia. O cineasta que cuida dos filmes do Thor no Universo Cinemático Marvel, já dirigiu episódios de The Mandalorian.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Os Esnobados do Oscar 2018

    Os Esnobados do Oscar 2018

    2017 foi um ano fraco pra produção norte-americana de filmes. Isso refletiu num Oscar surpreendentemente com mais justiças que a recorrência anual da premiação, reconhecida por esnobar grandes títulos. Mesmo assim, ótimos títulos ficaram de fora, quase como se fosse inevitável disso acontecer, já que um mesmo filme geralmente é escolhido e recebe inúmeras nomeações. Segue-se abaixo os cinco principais esquecidos e outsiders da maior festa desta safra de premiações.

    Z: A Cidade Perdida (James Gray)

    Provavelmente foi o melhor filme americano exibido no Brasil no ano passado, e de um dos grandes cineastas em atividade na grande indústria do Cinemão, de lá. Após algumas revisões, nota-se Z: A Cidade Perdida como um tributo elementar a um tipo de olhar cinematográfico refinado, entendido por Gray enquanto refinamento histórico e estético ao caso do explorador, diante de um cosmos pelo qual o ‘civilizado’ se deixa seduzir. Um território ímpar para esforços e triunfos narrativos em tela que os prêmios escolheram não ver, ou não apostaram para que suas vitórias não fossem assim unânimes.

    Sem Fôlego (Todd Haynes)

    O diretor do belíssimo Carol voltou com um filme quase tão lindo quanto, e que assim como o trabalho de Gray, conseguiu o feito de passar despercebido pelas premiações e quase que o mesmo se o assunto for a imprensa especializada americana. Em Sem Fôlego, Todd Haynes agora invoca a fabulação típica de uma obra de Brian Selznick, mas bisbilhota, novamente, num filme de aventura e fantasia permanente, os diversos valores da conexão tocante que há entre o uso descritivo das suas imagens, fundindo-as com serenidade numa narrativa visual bem bacana. Merecia atenção.

    Detroit em Rebelião (Kathryn Bigelow)

    Filme policial bastante tenso e nada bonitinho de se ver, daí o desprezo por parte das votações nos prêmios recentes, contando com excelente elenco, majoritariamente negro, e a mesma direção feminina que entrou pra história em 2010 ao deixar James Cameron comendo poeira e permitir também que um Oscar de direção fosse conquistado por alguém de vestido, e salto alto. Detroit em Rebelião, ainda que seja sobre a indigestão civil quanto as instituições que esmagam a identidade do povo, Kathryn Bigelow, branca, não se agoniza, e discursa as tensões raciais da época com tremenda objetividade.

    Bom Comportamento (Ben e Joshua Safdie)

    Não é porque não tem vídeo da reação de Scorsese no YouTube ao assistir Bom Comportamento, que ele não tenha ficado orgulhoso disso. Um filme que revive tão bem a tensão que passa os marginalizados da sociedade que é difícil não invejar o trabalho honesto, pulsante e muito direto dessa dupla de diretores, sobre dois irmãos que tentam sobreviver numa selva de pedra após um assalto a banco de execuções incrivelmente falhas, e consequências imprevisivelmente perigosas. Difícil é esquecer a cena do carro a qual a frase “Lay down! Make yourself invisible!” emblema.

    Mulher-Maravilha (Patty Jenkins)

    E eis que o universo DC brilhou, e sem truques de montagem ou o apelo inadvertido dos fãs. Um cheiro leve e bacana de originalidade, representação da diversidade de gênero (uma possibilidade de abrangência social que os espetáculos vêm usando cada vez mais, inclusive em 2018 com a diversidade racial de Pantera Negra) e um gosto ainda que modesto de novas possibilidades de entretenimento – mesmo que este seja um gosto suave de ‘quero mais’. De história e resoluções narrativas nem tão grandiosas, esse marco cultural de Patty Jenkins foi o filme mais lucrativo de 2017 e merecia ser lembrado pelos icônicos figurinos e a ambientação do mundo da deusa amazona.

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  • Crítica | Mulher-Maravilha

    Crítica | Mulher-Maravilha

    A expectativa em relação ao universo cinematográfico da DC Comics passou a importar ainda mais nos últimos tempos, seja pelos contratempos que fizeram Zack Snyder delegar a Joss Whedon a função de conduzir as cenas adicionais de Liga da Justiça, bem como as expectativas do último filme solo de herói antes da tão aguardada reunião do panteão de deuses da editora. Com uma responsabilidade enorme sobre si, Mulher-Maravilha causava uma espera enorme por parte dos fãs de quadrinhos, em especial depois dos fracassos de Batman vs Superman: A Origem da Justiça e Esquadrão Suicida, e seu resultado final é muito satisfatório.

    Patty Jenkins é uma diretora que começou muito bem. Seu primeiro filme, Monster: Desejo Assassino, foi premiado e muito bem falado, mas de lá para cá passaram-se treze anos, e muitas contribuições em séries de TV. A espera, ao se perceber um filme conduzido por ela era de um produto com muito girl power e referências ao feminismo, e há um bocado de ambos, ainda que esse não seja um filme categoricamente feminista, fato que não chega a ser demérito, uma vez que grande parte das histórias clássicas de William “Charles” Moulton Marston eram o oposto disso, abusando do sexismo e soando fetichista em alguns momentos. O roteiro de Allan Heinberg erra em alguns pontos, mas não na argumentação pró-igualdade entre os sexos.

    O filme começa com uma bela introdução da parte mitológica de origem de Diane Prince, com uma Gal Gadot que aparece somente com algum tempo de tela, e cada vez mais à vontade em seu papel. Themyscira é mostrada como um paraíso, repleto de belas paisagens e governado por mulheres, em especial pela Rainha Hipólita (Connie Nielsen) e sua irmã Antíope (Robin Wright). A primeira, governa a política da ilha, enquanto a outra serve de guarda e prepara a defesa do local. Entre ambas há a preocupação com o futuro de Diana, que tem sobre si uma promessa, de ser ela a chave para acabar com os resquícios do deus da Guerra, Ares.

    O chamado à aventura ocorre quando Steve Trevor (Chris Pine) cai acidentalmente através do disfarce geral do arquipélago, causando na herdeira do trono uma curiosidade atroz pelo mundo externo, lançando-se assim ao mundo dos homens, apesar das reprimendas de seus parentes, e a partir daí começa uma jornada com um humor afiado, ao estilo dos melhores filmes da Marvel Studios.

    Nota-se um uso grande do artifício do slow motion, semelhante aos filmes dirigidos por Snyder, ainda que aqui seja utilizado de maneira mais funcional, e não tão corriqueira. O filme é pontual e econômico, e não abusa da fotografia escurecida de outros produtos do DCEU. A escala das cenas é grandiosa e os personagens secundários acrescentam a trama, sem precisar de um tempo demasiado para desenvolver origens ou ligações com a heroína.

    Jenkins acerta no tom, produzindo um filme que consegue ao mesmo tempo agradar plateias mais progressistas e interessadas em analisar personagens femininas fortes e independentes, sem descuidar do público nerd desejoso por uma aventura escapista. A química entre Gadot e Pine é muito bem aproveitada, bem como o potencial de piadas com os conhecimentos que a amazona passa a ter no novo mundo a ser explorado. De negativo, há uma utilização pouco proveitosa do vilão, que tem um plano mirabolante para arredar a personagem principal, fato que evidentemente não dá certo, uma vez que todos os eventos posteriores ocorrem quase cem anos após essa aventura, mais ainda assim, nada que tire o brilho desta Mulher-Maravilha, fato este que faz ter curiosidade por mais exemplares na filmografia cinematográfica da diretora, bem como também uma avidez por mais participações da mesma nesse universo compartilhado com Batman, Superman e cia.

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