Tag: Vingadores

  • Review | Gavião Arqueiro

    Review | Gavião Arqueiro

    A série do Gavião Arqueiro, personagem criado por Stan Lee e Don Heck, lida com muitos assuntos: as repercussões de Vingadores: Ultimato, a morte da Viúva Negra, a culpa de Clint Barton em sua fase como Ronin e o treinamento de sua pupila. Por mais que o seriado de Jonathan Igla não seja tão audacioso em seu roteiro, acaba se perdendo em meio a todos esses objetivos.

    De positivo, há o bom ingresso da personagem Kate Bishop, interpretada por Hailee Steinfeld, que faz um bom dueto com Jeremy Renner. Sua personagem tem um passado ligado ao heroísmo do personagem-título, e remonta aos Vingadores de Joss Wheddon, e sua motivação é bem desenvolvida — ainda que apressada —, mas os aspectos de qualidade param por aí.

    Antes da pandemia, quando estavam em produção Wandavision, Falcão e o Soldado Invernal e Loki, havia a promessa por parte de Kevin Feige de que as produções anteriores, comandadas por Jeph Loeb seriam esquecidas, contando aí a subestimada Agentes da SHIELD, como também Demolidor, Jessica Jones, Inumanos, etc. Ainda não se sabe se esse trato foi descumprido, ainda mais após o advento de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa e tudo que o filme trouxe em participações e outras consequências, mas o desenrolar da série abre uma possibilidade mínima de que, ao menos em parte, as outras produções podem alguma influência.

    O drama da série é urbano, mostrando a violência das grandes cidades. Como já se deu em outras séries de heróis urbanos envolvendo a parceria Marvel e Netlix. Além disso, o seriado brinca com os clichês de Nova York, arrumando espaço até para um número musical da Broadway, em um dos momentos mais inspirados em termos de humor na série.

    Outro bom ponto é o drama de Clint, visto no desenrolar das desavenças do procedimento do Ronin, mas a busca frenética prometida na gênese é interrompida para dar vazão a uma enrolação e plots de vingança um pouco redundantes, além de não gerar interesse no espectador.

    Mesmo tendo só seis episódios há muita enrolação, e nem mesmo participações de personagens como o  Espadachim (Tony Dalton) e Yelena Belova (Florence Pugh) salvam a trama. Há um problema claro de ritmo. Metade da temporada é absolutamente parada, não se desenvolve quase nada, no máximo se apresentam easter eggs de personagens cuja aparição deveria ser bem guardada. É muito pouco.

    Gavião Arqueiro não tem uma segunda temporada garantida, embora seus diretores tenham mostrado entusiasmo para um possível retorno. Fora a interação, ao estilo Máquina Mortífera, entre os protagonistas, não há com o que se empolgar. Fica a expectativa de que a série consiga trazer o roteiro de uma segunda temporada que faça jus a construção visual apresentada nessa temporada inicial, visto que o texto está abaixo da mediocridade típica das séries de heróis de quadrinhos recente, tanto em versões da Marvel quanto de suas concorrentes.

     

  • Review | WandaVision

    Review | WandaVision

    No mundo pós-pandemia os seriados televisivos e os serviços de streaming ganharam muita projeção entre o público que consome cultura pop. Pudera, sessões de cinema quando abertas tiveram pouca aderência e bilheteria, estratégias foram feitas algumas com êxito por parte de empresas como Paramount, Disney e Warner Bros, outras tantas deram errado, e em meio a isto, os programas televisivos da Disney Plus tem tido algum acerto, apesar de serem muito poucos. Wandavision surgiu nesse cenário, e trouxe boas surpresas além de ter criado um hype absurdo, gerando nos espectadores um número quase infinito de teorias, tal qual foram os áureos anos de Lost nas pós sessões anos atrás.

    A história se mostrou bem diferenciada. Com direção dos nove episódios assinada por Matt Shakman, que dirige séries desde 2002 contando obras como The Boys, Billions, Game of Thrones e a recente The Great, além de ser criada e roteirizada em sua maioria por Jac Schaeffer, que foi a roteirista de As Trapaceiras e argumentista do novo filme da Viúva Negra, ainda a ser lançado. O formato dos primeiros episódios brinca com a formula de sitcons, os episódios são formatados de forma semelhante ao que era comum TVs dos anos 50 até os 2000, com elementos de clássicos de I Love Lucy até Modern Family, além de outras tantas.

    Um dos pontos mais positivos  ao longo da minissérie – que a princípio, não terá uma segunda temporada embora o produtor Kevin Feige não garanta isso – é romper com o status quo dos filmes da Marvel, ao menos na maior parte de seu início. Essa não é uma mera historia escapista de super heróis, e sim uma reflexão sobre maus sentimentos, isso evidentemente gerou um número de reclamações o que sinceramente é injustificável, já que também há espaço para lidar com questões de bravura e luta, como é típico das fitas antigas de seres super poderosos.

    A série gerou muito burburinho, por conta de possíveis aparições de personagens do universo Marvel, e apesar de ter muitas cameos e aparições breves e outras mais longas, ainda assim ocorreram muitas críticas e reclamações por conta de decepções. Ora, a minissérie se debruça emocionalmente sobre a questão do luto. O modo gradativo como isso é registrado é bem pensado , qualquer reclamação nesse sentido chega a ser ilógica. Além  disso, o programa dá chance de atuações maiores e mais detalhadas não só para Elizabeth Olsen e Paul Bettany, mas também para ótimos atores, entre conhecidos do público nerd e novados. Além disso, ela também conversa com bons e inteligentes momentos do Universo Compartilhado da Marvel, como foi na depressão que fez Thor se descuidar da aparência em Vingadores: Ultimato, o precedente estava ali e poucas pessoas perceberam, ou se perceberam, não reclamaram porque a ação frenética estava lá. Se Homem-Aranha: Longe de Casa não reflete sobre as tragédias pós ataque de Thanos, Wandavision sim. O seriado reflete, repensa e mastiga questões como depressão, vontade de inexistir e até suicídio. É tragédia, com muitas cores e ações heroicas, mas é tragédia, e ainda pega elementos dos quadrinhos, como Dinastia M, Vingadores: A Queda e Visão: Pouco Melhor Que Um Homem.

    Os pretextos de usar clichês de séries antigas para discutir como seria a vida de um casal recém reunido são  inteligentes, uma piscadela para o espectador, além de ser uma versão criativa e bem inventiva dos simulacros, diferente do que foi em Tron: Odisseia Eletrônica e Matrix, mas reunindo elementos desses, e até da recente série Life on Mars. Outra referencia,  é o clássico O Show de Truman: O Show da Vida. Em comum com o filme de Peter Weir há a carga emocional, Truman Burbank e Wanda Maximoff são pessoas que perderam algo, um não tem mais a liberdade, a outra perdeu todos os entes queridos, e ambos lidam com isso em meio a um cenário de ter sua realidade olhada por agentes externos, embora um seja passivo enquanto  a moça é ativa. Ainda assim, a questão de controle da redoma é discutida e desenrolada vagarosamente ao longo dos curtos capítulos (alguns, sem créditos, mal chegam a vinte minutos), o que aliás, favorece as teorias da conspiração que brotaram nas últimas nove semanas.

    Antes da iniciativa de adaptar  histórias de Falcão e Soldado Invernal, Loki e a própria Wandavision, as séries de televisão tinham poucas ou nenhuma ligação com o que ocorria nos cinemas. Agentes da Shield, Manto e Adaga, as séries do Demolidor, Jessica Jones e demais da Netflix, mesmo com produção executiva de Jeph Loeb, tinham alguma participação ou outra de personagens dos filmes, mas sempre com timidez mesmo para citar os heróis dos Vingadores. Esse novo paradigma, de seriados com grandes atores do cinema certamente estão em outro patamar, e dificilmente  teriam continuações, só teriam essas caso o isolamento forçado prossiga por muito mais tempo. Os contratos de atores como Paul Bettany, Liz Olsen e até de Tom Hiddlestone são caros para produções, suas participações certamente ocorreriam em programas como da HBO, Showtime, e não em Tv aberta, onde seriados ainda tem 20 e poucos episódios. A escolha pode ser polêmica e restritiva, mas  dentro de sua proposta, garante uma chance maior de apuro e cuidado.

    Wandavision trata de temas muito caros, e por mais que não tenha sido pensado para ser exibido em um tempo tão delicado, aborda temas tristes de maneira inteligente e sentimental na medida. Seus personagens novos são carismáticos, seja a mulher que não tem receio de ser sexual que a personagem de Kathryn Hahn é (em uma releitura bem esperta do clichê das bruxas), ou na impetuosidade de Monica Rambeau de Teyonah Parris. Wanda brilha nesta versão, se expande como personagem e como maga, mas seu encontro com uma condição de ser quase onipotente só ocorre por conta da interferências de outras personagens femininas fortes, e mesmo diante de problemas técnicos, como o uso artificial de computação gráfica em algumas lutas e um último capítulo com furos e que possivelmente foram apressados graças a pandemia, o produto que Schaeffer e Shakman trazem é redondo, não tem receio em ousar e experimentar novos formatos, abrindo novos rumos para o destino da fase quatro do MCU bem ao estilo dos outros produtos dessa saga.

  • Os Personagens em CGI Mais Realistas do Cinema

    Os Personagens em CGI Mais Realistas do Cinema

    Desde que um dinossauro apareceu rugindo na chuva, em Jurassic Park, a porteira nunca mais se fechou. De 1993 pra cá, tudo ficou possível numa tela de cinema, e o velho lema de Stanley Kubrick (“se você imagina, você pode filmar”) virou, finalmente uma verdade, forjada por muitas horas de trabalho, pesquisa e experimentações técnicas. A busca por realismo segue incessante, com Christopher Nolan liderando o grupo de cineastas que evitam a computação gráfica e apostam pesado nos efeitos práticos, que costumam não envelhecer. Mesmo assim, maravilhas já foram criadas numa tela de computador, e seguem impactantes como sempre. Abaixo, uma lista dos dez efeitos de computação gráfica mais realistas de todos os tempos.

    10. Thanos, de Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato (2018 e 2019)

    A Marvel humanizou o tirano Thanos com uma figura totalmente gráfica, em Vingadores: Guerra Infinita, pautada em realismo para que o vilão fosse crível, quase que palpável nas suas rugas e expressões hiper-naturalistas. Um feito extraordinário, também ajudada pelo trabalho de voz e postura do ator Josh Brolin.

    9. Simba, de O Rei Leão (2019)

    Se o filme foi fraco, a savana e seus habitantes criados em computador em O Rei Leão, em 2019, é tão impressionante que lembra um documentário da Discovery Channel. Cada músculo, cada pelo… Simba saiu do desenho e virou um leãozinho tangível, talvez mais real até que o do zoológico.

    8. Ava, de Ex-Machina: Instinto Artificial (2014)

    Ava é a androide mais realista da história do cinema, e perturbadoramente humana em seus trejeitos. Numa combinação perfeita de efeitos práticos, e CGI, a robô de Ex-Machina interage com atores reais, e a excelência da iluminação da textura do metal que substitui boa parte da sua pele não será superada, por muito tempo.

    7. Homem de Ferro (2008)

    Quando o Homem de Ferro chegou nos cinemas, foi difícil acreditar que sua armadura, colorida ou prata, não fosse de verdade. É possível quase que sentir a temperatura do material, a dureza, o som de cada parte que se encaixam… feito esse não repetido com o mesmo realismo nos outros filmes com o herói, desde 2008.

    6. O Urso, de O Regresso (2015)

    Leonardo DiCaprio foi atacado por um urso em O Regresso, e nada me diz que isso é mentira. O nível de veracidade nas imagens é tamanho, que jamais duvidamos que há uma fera bestial em cima do homem, rasgando a sua pele enquanto baba, e ofegante, cheira a sua presa. Pobre DiCaprio. Ele era bonito.

    5. T-1000, de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991)

    O T-1000 de O Exterminador do Futuro 2 é uma força da natureza tecnológica, e até hoje, desde 1992, os efeitos criados em computador pelo genial James Cameron seguem acachapantes. O robô assassino que vira líquido, explode no nitrogênio, que perde suas partes e se recompõe por nanotecnologia, marcou uma geração.

    4. Alienígenas, de Distrito 9 (2009)

    Os alienígenas “camarão” de Distrito 9 naufragaram na África do Sul, e lá, fizeram suas favelas. O diretor Neil Blomkamp conseguiu a proeza de colocar um alien e um humano lado a lado, e em suas diferentes formas físicas, fazer parecer que a imagem do homem é mais falsa que a do extraterrestre. Um uso de efeitos fenomenal.

    3. Richard Parker, de As Aventuras de Pi (2012)

    Se o urso de O Regresso era de verdade, e Simba também (quase…), o que falar do tigre de As Aventuras de Pi? Richard Parker é o animal mais realista da história do cinema, desde que aparece naquela jaula na Índia. Uma pena que a empresa de efeitos especiais que o fez, a Rhythm & Hues, faliu em 2013, mas seu legado é eterno.

    2. Caesar, de Planeta dos Macacos: A Guerra (2017)

    Desde o Senhor dos Anéis, o ator Andy Serkins se especializou em interpretar criaturas na técnica de ‘captura de movimento’, e todo mundo achou que o seu Gollum nunca seria igualado, quiçá superado. Mesmo assim, Cesar, o macaco inteligente de Planeta dos Macacos: Guerra, acabou sendo a criatura mais realista já criada em computador. A segunda, na verdade.

    1. Rachel, de Blade Runner 2049 (2017)

    Um rosto. 100% digital, e 101% real. A Rachel de Blade Runner 2049 não existe, mas ninguém pode confirmar isso antes de ver o making-of do filme. Nele, vemos como foi a construção de sua face, pixel por pixel, cheia de calor, drama, falas, lágrimas, cabelos, e que faz Thanos, o urso e até o T-1000 parecem personagens do Playstation 2. Eis o grande triunfo do CGI. Superá-lo será reinventar a roda. Pago pra ver. #IWantToBelieve

  • Review | The Avengers: United They Stand

    Review | The Avengers: United They Stand

    Em 1999, muito antes da iniciativa de Kevin Feige e companhia que resultariam em Os Vingadores de Joss Wheddon ,antes até Vingadores: Os Super Heróis Mais Poderosos da Terra houve uma animação seriada de apenas 13 episódios, chamada no Brasil de Vingadores: A Série, no original The Avengers: United They Stand, era distribuída pela Sabam, a mesma que empresa que produzia Mighty Morphin Power Rangers pelo mundo, e isso explica o fato de vários personagens usarem armaduras e mudarem de tamanho, como é típico nos Super Sentai que produziam as cenas originais de MMPR.

    A narrativa se inicia com Ultron, o vilão robótico, criando Visão, uma alternativa mecânica de vingança ao seu criador o doutor Henry Pym, o Homem Formiga líder do grupo de heróis. Já nesse inicio ele é mostrado como um sujeito inseguro com a posição de liderança, uma vez que essa era uma formação dos Vingadores da Costa Oeste (a série chegou a ser exibida no Brasil com esse nome também), composta por Vespa, Gavião Arqueiro, Magnum e Feiticeira Escarlate, entrando depois Visão e Falcão.

    A trinca Thor, Homem de Ferro e Capitão América é meramente citada, como fundadores da reunião de vigilantes. É lamentável que a adaptação do grupo (que nem era tão popular na época) sem os medalhões. Isso é até abordado no roteiro, com a Vespa falando que Hank é tão importante quanto eles, e isso até é verdade parcialmente, mas fato é que sozinho, ele não segura uma série. Os outros heróis são ainda menos populares, alguns seguem sem serem tão conhecidos até hoje, o motivo para essa escolha de elenco foi por conta da quase falência da Editora no final dos anos 90, quando venderam os direitos dos personagens para estúdios de cinema, só recuperados e bem aos poucos ao longo da década de 2000, portanto, venda de material de merchandising não iriam em totalidade para a Marvel, por isso Hulk, Capitão e cia deveriam aperecer esporadicamente.

    A série é repleta de momentos sentimentais, e seus personagens são pouco melhor desenvolvido que nas séries anteriores da editora. Os heróis tem fragilidades que o tornam bem humanos, mas isso não faz tanta diferença, já que a maioria deles mal tem poderes, exceção a Wanda. Os vilões por sua vez são bastante maniqueístas, Ultron, é o que mais aparece, e ele carrega uma mensagem incomoda de Complexo de Frankenstein, seu embate psicológico com Pym, seu criador contém um diálogo terrivelmente mal escrito, que evoca obviedades envolvendo a possível perfeição do vilão, que obviamente, não existe.

    A serie deixa algumas questões mal resolvidas, como a interferência do presidente na formação do grupo, ou a rápida aceitação de Visão entre os mocinhos a despeito do sumiço de Magnum. Ao menos há alguns sub textos que são sugeridos e que tem potencial, como a intimidade de Sam Wilson como homem preto que tem problemas reais e ligados a cor de sua pele. Por trás da produção estava Ron Myrick na direção, com produção executiva de Avi Arad, Stan Lee e Eric S. Rollman.  A serie foi cancelada com apenas uma temporada e boa parte do insucesso foi apostar em dinâmicas sentimentais e amorosas de personagens pouco conhecidos. Não há muito como se importar com um triangulo amoroso entre Wanda, Simon/Magnum e Visão, afinal, nenhum deles é super conhecido, e não é feito sequer uma introdução mais profunda dos dois primeiros personagens.

    Para o público se importar, ou o texto trabalha esses enlaces, ou se baseia em algo já lugar comum e nenhuma das alternativas é feita, talvez em eventuais episódios de uma nova temporada isso fosse exposto. A fala de Vespa no primeiro capítulo sobre a importância do Formiga se torna profética, mas no sentido inverso. É difícil não encarar Pym como um sujeito tolido por motivos comerciais, e essa versão dos Vingadores trazida como se fossem de fato os maiores heróis reunidos do universo (Marvel) é risível, e nem sequer os roteiros compensam essa sensação de fracasso. Nem as breves aparições de heróis  grandes resgata o programa da mediocridade, em  Os Vingadores: A Série não seha tão execrável quanto a maioria das pessoas afirma atualmente, sendo até superior visualmente a outras animações como X-Men e Homem-Aranha, e além disso termina com um gancho para segunda temporada, envolvendo os novos poderes e composição de Magnum e obviamente novas aventuras dos heróis protetores de Manhattan e que não terão um desfecho.

  • Resenha | Vingadores da Costa Oeste: Melhor Costa

    Resenha | Vingadores da Costa Oeste: Melhor Costa

    Na esteira dos acontecimentos de sua série solo, que antecede este encadernado e espantosamente ainda não foi publicada no Brasil, Kate Bishop tem trabalhado como investigadora particular em Los Angeles, mas no momento em que tubarões terrestres invadem a costa e a Tigresa surge gigantesca e insana diante de toda a cidade, a Gaviã Arqueira precisa reunir forças com improváveis heróis para darem conta desse perigo iminente.

    Nesse intuito, se juntam a Kate seu amigo e mentor Clint Barton, a explosiva Miss America Chavez, a carismática Gwenpool, o infame Quentin Quire e o novo namorado de Kate, o novato Fusão. Em uma aventura tresloucada e pautada pelo nonsense, o grupo encara nessa jornada uma série de vilões de quarta (ou até quinta) categoria, enquanto são filmados e financiados por um reality show televisivo que acompanha suas peripécias pela cidade dos anjos. É isso mesmo que você leu: da efemeridade millenial surge a nova formação dos Vingadores da Costa Oeste!

    Com boas doses de humor e no melhor estilo mockumentary, Kelly Thompson faz dessa série a “continuação espiritual” de seu sensacional trabalho anterior, e algumas das tramas trabalhadas em Vingadores da Costa Oeste fazem mais sentido quando se tem na bagagem a leitura das aventuras anteriores de Kate Bishop, de modo que o leitor que simplesmente caiu de paraquedas e só leu esse encadernado pode acabar se sentindo como quem subiu num bonde em movimento.

    Os diálogos expositivos ao extremo e muitas vezes preguiçosos podem incomodar em algum ponto e tornar a leitura ligeiramente maçante, mas a vibe de série cômica torna possível que esses problemas sejam relevados em prol de um enredo que flerta com os conceitos mais cafonas possíveis de forma despreocupada e orgânica. Os clichês das aventuras super-heroicas são explorados com um excelente timming pela autora, que debocha do gênero enquanto faz referências diversas, tanto ao meio dos quadrinhos quanto à cultura pop em geral. Nesse sentido, são impagáveis e imperdíveis as participações de Gwenpool e Quentin Quire, o inesperado casalzinho da vez, com seus comentários metalinguísticos e tiradas espirituosas.

    As piadas visuais são brilhantemente desenvolvidas pelos desenhistas que acompanham Thompson nessa empreitada, como o grande Stefano Caselli e os pouco conhecidos Daniele Di Nicuolo, Gang-Hyuk Lim e Moy R., em parceria com as cores de Tríona Farrell e do próprio Lim, que trabalha nas duas etapas da narrativa visual. Desse modo, as sequências em off, na qual os membros do grupo dão depoimentos lembram em grande medida séries populares como The Office e Modern Family, o que casa com a proposta de Thompson de fazer do grupo uma equipe de trabalho improvável e unida por laços de amizade.

    A tradução de Dandara Palankof, associada com a adaptação de Mateus Ornellas se destacam sobremaneira, na medida em que as piadas e as referências se tornam palatáveis e fazem o texto ganhar fluidez, apesar da expositividade supracitada.

    Por fim, Thompson entrega um trabalho honesto e bem divertido, mas que não vai muito além disso, resolvendo pontas soltas da série da Gaviã Arqueira e reativando uma equipe carismática da Casa das Ideias desde os tempos em que John Byrne esteve à frente das histórias, há mais de trinta anos.

    Com suas 240 páginas e publicada em capa cartonada, a série tem excelente acabamento e impressão, um formato muito pedido pelo público em geral mas que em diversos momentos é ignorado pela editora Panini, em prol dos encadernados de capa dura, que oneram o preço final para o público e por vezes se tornam menos acessíveis. Fica a esperança de que esse formato faça sucesso e abra caminho para que outras publicações da editora saiam também dessa forma, atingindo ainda mais leitores.

  • Os Vingadores | As Aparições da equipe no Audiovisual

    Os Vingadores | As Aparições da equipe no Audiovisual

    O maior grupo de heróis da Marvel surgiu nas revistas em quadrinhos The Avengers, no ano de 1963, e entre altos e baixos, foram retratados algumas dezenas de vezes nas telas da TV, cinema e outras mídias. Confira nossa lista sobre essas aparições.

    O Incrível Hulk (1966) e Capitão América (1966)

    A primeira aparição do supergrupo se dá em um dos desenhos que adaptavam as histórias clássicas de Jack Kirby e Stan Lee, em especial dois deles, O Incrível Hulk e Capitão América, ambos de 1966. Os heróis se reúnem para discutir ações, em alguns momentos são apenas Capitão, Hulk, Thor e Homem de Ferro (no episódio de Capitão América) e em outro (Hulk) são acompanhados da Vespa e Homem-Formiga, mas o herói bandeiroso não aparece.

    Homem-Aranha (1981)

    O desenho do Homem-Aranha que começou em 1981 mostrava as aventuras do cabeça de teia pela cidade de Nova York enfrentando seus vilões clássicos. A aparição dos Vingadores é rápida, na verdade é um cameo, uma vez que não há falas para eles. O grupo formado por Feiticeira Escarlate, Homem de Ferro, Thor, Capitão América e Visão aparecem de relance em uma televisão vista por Peter e tia May, e a velhinha destaca que eles são mais respeitáveis que o repulsivo Aranha.

    Quarteto Fantástico: A Série Animada (1996)

    No último capítulo da segunda temporada, Doomsday, há uma aparição do supergrupo no desenho animado do Quarteto Fantástico. O grupo aparece enfrentando o Doutor Destino e depois, reunidos em seu  esconderijo. Os que aparecem são Mulher-Hulk, Homem de Ferro, Hércules, Capitão América, Visão e Cristallys, além de outros tantos personagens da Marvel, como os  Novos Guerreiros.

    X-Men – A Série Animada (1995)

    No episódio, One Man’s Worth: Part 1, há um conflito entre X-Men e Vingadores. Nele, Tempestade e Wolverine acabam sendo pegos por uma anomalia espaço-temporal, indo para um versão alternativa do presente, onde os humanos e mutantes estão em uma guerra franca, e no esforço doa homo sapiens, são utilizados os Vingadores, com versões alternativas do Capitão, Homem de Ferro, Gigante, Vespa e Hulk. Eles sequer possuem qualquer diálogo, e isso só ocorreu por conta de um plano de Bishop de alterar o tempo.

    Os Vingadores (1999)

    Originalmente chamada de The Avengers: United They Stand, foi o primeiro desenho totalmente focado no grupo, ainda que não tivesse seus principais heróis por motivos até hoje não explicados, há rumores de que isso é devido a contratos para o cinema que estavam sendo negociados, mas são apenas boatos. A qualidade era sofrível e reza a lenda que um dos argumentos de Bruce Timm para não trabalhar em um desenho da Liga da Justiça  antes era o exemplo que essa animação dava, bastante confusa e sem o brilho dos principais heróis da Casa das Ideias. Seus dubladores eram Rod Wilson como Homem Formiga, Linda Ballantyne como Vespa, Hamish McEwan como Magnum, Lenore Zann como Tigresa, Martin Roach como Falcão, Ron Rubin Visão, Tony Daniels como Gavião Arqueiro, Stravoula Logothettis como Viúva Negra.

    Os Supremos (2006)

    Esta foi uma tentativa da Marvel Studios de competir com a DC Animated, que havia ido muito bem com Universo DC Animado (DCAU) com Batman – Tas, Superman – Tas e o crossoverde heróis em Liga da Justiça e Liga da Justiça Sem Limites e que passou a fazer filmes em longa-metragem direto para o mercado de home video. Esse longa condensava os arcos de Bryan Hitch e Mark Millar  no Universo Ultimate da Marvel, onde os Vingadores chamavam-se Supremos (ou Ultimates no original) e onde os herois eram menos maniqueístas e mais raivosos, em especial o Capitão América, que estava longe de ser um escoteiro. Nessa versão, conduzida por Curt Geda e Steven E. Gordon os personagens não são tão viscerais, são bem mais comedidos (em especial Hulk e Capitas), mas ainda assim o filme é bem legal. Aparecem nele Homem de Ferro (Marc Worden), Thor (David Boat), Capitão América (Justin Gross), Vespa (Grey Griffin), Viuva Negra(Olivia d’Abo), Gigante/Homem Formiga (Nolan North), Nick Fury (Andre Ware) e Hulk (Fred Tatasciore como o monstro, também dublando Jarvis) e sua contra parte Bruce Banner (Michael Massee).

    Os Supremos 2 (2006)

    Não demorou para ser lançado um segundo filme dos Supremos, e Ultimate Avengers 2 saiu no mesmo ano, em Agosto (o primeiro era de Fevereiro de 2006), e é bem menos inspirado que o primeiro. A equipe de dublagem é praticamente a mesma, com o acréscimo do Pantera Negra, feito por Jeffrey D. Sams.

    Os Novos Vingadores: Heróis do Amanhã (2008)


    Em 2008 foi lançado um longa-metragem diferente, conduzido por  Jay Oliva (o mesmo que viria  a comandar inúmeros longas do universo DC animado recente) e Gary Hartle, onde uma nova geração de heróis surgiriam, os filhos dos Vingadores. Next Avengers: Heroes of Tomorrow como foi chamado originalmente, mostra as crianças decidindo agir para salvar seus pais. São eles James Rogers (Noah Crawford), Torunn (Brenna O’Brien) , Azari (Dempsey Pappion), Henry Pym Jr. (Aidan Drummond) ,Francis Barton (Adrian Petriw). Há aparições breves do Homem de Ferro, Ultron, Visão, Thor, Betty Ross e Hulk.

    Vingadores – Os Maiores Heróis da Terra (2010)

    De 2010 até 2012, foi exibida no canal Disney XD, teve um total de 52 episódios e era bem legal, com um traço bem cartunesco e característico, mas infelizmente foi descontinuada pela época do filme dos Vingadores, o que é uma pena, pois era uma boa rival (ainda que tardia) a Liga da Justiça e Liga da Justiça Sem Limites. A outra animação, que ocupou de certa forma seu lugar é bem mais quadrada que esta, o que é uma pena. Os dubladores eram Eric Loomis como Homem de Ferro, Colleen O’Shaughnessey como Vespa, Brian Bloom como Capitão América, Rick D. Wasserman como Thor, Chris Cox como Gavião Arqueiro, Fred Tatasciore como Hulk, James Mathis III como Pantera Negra, Wally Wingert como Homem Formiga, Jennifer Hale como Ms Marvel, Peter Jessop como Visão e Alex Desért como Nick Fury.

    Os Vingadores (2012)

    E em 2012, também foi lançado o mais óbvio alvo dessa lista, o longa de Joss Wheddon, Os Vingadores, onde os maiores heróis da Marvel lidam com uma invasão Chitauri, comandada por Loki. O grupo é formado por Viuva Negra, Gavião Arqueiro, Capitão America, Homem de Ferro, Thor, Hulk, e foi o fim da fase 1 da Marvel. Obviamente os fãs conhecem de cor o elenco do filme.

    Homem de Ferro a Nova Série Animada (2012)

    No desenho iniciado em 2008, originalmente chamado Iron Man: Armored Adventures, há uma aparição do grupo, num dos ultimos capitulos, e ele é formado pelo heroi protagonista do desenho, Gavião Arqueiro, Fury, Viuva, Máquina de Guerra, Hulk, Pantera Negra, além de Pepper Potts como a heroína Rescue.

    Os Vingadores Unidos(2013)

    Após a injustiça de terem terminado com Os  Maiores Heróis da Terra, Os Vingadores Unidos (Avengers Assemble) chegou, 2013, após o primeiro filme live  action e ainda está em exibição, tendo tido seu ultimo episódio em Fevereiro de 2019. A equipe tem algumas alterações ao longo de suas temporadas, mas tem normalmente Homem de Ferro (Adrian Pasdar, e Mike Wingert), Capitão América (Roger Craig Smith), Hulk (Fred Tatasciore),Thor (Travis Willingham), Gavião (Troy Baker), Viúva ( Laura Bailey), Homem Formiga (Grant George).

    Ultimate Homem Aranha (2014)

    Ultimate Spider-Man foi descontinuada, em nome da nova animação do Cabeça de Teia, Spider-Man, mas antes de terminar, no começo da terceira temporada, os Vingadores aparecem com o mesmo elenco de Vingadores Unidos, em The Avenging Spider-Man: Part 1 em 2014, basicamente para interromper os planos de Loki e Doutor Octopus que se juntaram para fazer o mal.

    Vingadores Confidencial: Viúva Negra & Justiceiro (2014)

    Outro longa da lista, de nome original Avengers Confidential: Black Widow & Punisher foi lançado em 2014, dirigido por Kenichi Shimizu, e é focado basicamente no Justiceiro e Viuva Negra, feitos por Brian Bloom e Jennifer Carpenter. Castle faz uma ação com tecnologia da SHIELD, e para ter perdão, Fury (John Eric Bentley) propõe que ele faça um serviço para a organização. Apesar de ter os Vingadores no nome do filme, o grupo aparece bem brevemente, entre eles, Hulk, Homem de Ferro,

    Marvel Disk Wars: The Avengers (2014)

    Esta é uma aparição curiosa, por se tratar de um anime em parceria entre Walt Disney Japan  com a Toei Animation. O seriado teve 27 capítulos. A formação é curiosa, tem muitos personagens dos X-Men (Homem de Gelo, Dentes de Sabre, Magneto, Deadpool), além de Nick Fury, Wolverine, Homem de Ferro, Vespa, Gavião, Capitão America, Máquina de Guerra.

    Super Aventuras Marvel: Batalha Gelada (2015)

    Este foi um filme em longa-metragem, lançado em 2015, que mostra os herois agindo na época natalina, onde Homem de Ferro, Thor, Capitão, Hulk e cia tentam deter Loki, que por sua vez, quer pegar os poderes do Papai Noel. Há também participação do Rocket Raccon e Groot.

    Vingadores: A Era  de Ultron (2015)

    A continuação de Joss Wheddon empolgou muita gente (incluindo esse que vos fala), mas não sobreviveu bem a revisão, apesar disso, Vingadores 2 pega emprestado um pouco da historia da Saga A Era de Ultron, traz um bom vilão mas que é sub aproveitado, e insere novos elementos, como Visão e Feiticeira Escarlate, além dos já citados anteriormente. Foi a última colaboração de Wheddon na Marvel Studios, depois ele foi para a DC para realizar Batgirl (projeto engavetado até o momento) e refilmou boa parte das cenas de Liga da Justiça.

    Capitão America: Guerra Civil (2016)

    Para muitos, esse foi o Vingadores 2.5, dado que apesar de um filme solo, havia um número enorme de heróis, mais até que em Capitão América 2: O Soldado Invernal. Brincadeiras a parte, o grupo de super seres é de certa forma dissolvido aqui, na briga entre Tony Stark e Steve Rogers a respeito do registro de heróis. É um bom filme de ação, principalmente pelo embate que existe entre os heróis, além de ser conduzido pelos irmãos Russos, que fariam Vingadores 3 e 4.

    Guardiões da Galáxia (2017)

    Guardiões tem um seriado animado, com três temporadas até agora, e foi no começo da Segunda  Temporada que os Vingadores apareceram, com os mesmos dubladores e equipe de Vingadores Unidos, sendo que aqui, apareciam
    Homem Formiga, Capitão, Capitã Marvel, Hulk, Homem de Ferro.

    Marvel Future Avengers (2017)

    Mais um anime japonês, dessa vez do Estúdio Madhouse, o programa acompanha a história de Makoto, um jovem que ganhou poderes após um experimento da HYDRA, até que ele decide mudar seu destino se unindo aos maiores heróis da Terra, os Vingadores, Hulk, Homem de Ferro, Capitão, Vespa, Thor etc. A série ainda está sendo exibida e já teve duas temporadas.

    Vingadores: Guerra Infinita (2018)

    Guerra Infinita foi talvez o momento mais épico do grupo no audio visual. O evento reuniu não só a equipe clássica, como praticamente todos os personagens que tiveram filmes solos e de equipe, como Pantera, Dr Estranho e os Guardiões, tudo para enfrentar a chegada de Thanos, o Titã Louco. Baseado na trilogia de Jim Starlin, Desafio Infinito, Guerra Infinita, Cruzada Infinita , ainda que tenha mais elementos da primeira historia citada. O hype foi tanto que gravamos um podcast, sobre Guerra Infinita, e a expectativa por sua continuação é enorme.

    Capitã Marvel (2019)

    Na cena pós crédito de Capitã Marvel, os Vingadores aparecem, tentando descobrir do que se trata o pager que Nick Fury segurava. Entre eles, há o Capitão América, Viuva Negra e Máquina de Guerra, em trajes civis, que assistem atõnitos a chegada de Carol Danvers entre eles, basicamente como um prelúdio para o esperado Vingadores: Ultimato.

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  • O Que Esperar de Vingadores: Ultimato

    O Que Esperar de Vingadores: Ultimato

    Queridos amigos, no meu texto de expectativas sobre Vingadores: Guerra Infinita, fiz uma grande introdução enaltecendo a Marvel e todo seu vitorioso universo cinemático – UCM, criado há pouco mais de uma década. Quando falei sobre o filme em si, enalteci também a produção que se propôs a um dos maiores desafios a serem vistos na história do cinema, dada a complexidade que a produção enfrentaria, tanto no que diz respeito ao roteiro, quanto no que diz respeito à quantidade de personagens em tela, e na química que esses dois núcleos deveria ter para um grande resultado, que, de fato, foi acima do esperado, como podemos ver na crítica do filme.

    Quando se trata de Vingadores: Ultimato, podemos dizer que o desafio aumentou pelo sucesso que foi Guerra Infinita e também pelo seu impactante final, fazendo com que fãs do mundo todo ficassem atônitos, tentando descobrir como os Seis Originais, vividos por Capitão América (Chris Evans), Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Thor (Chris Hemsworth), Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), juntamente com Máquina de Combate (Don Cheadle) e os Guardiões da Galáxia, Rocket Racoon (voz de Bradley Cooper) e Nebulosa (Karen Gillan) sairão dessa situação atribuída ao estalar de dedos de Thanos (Josh Brolin).

    Às vésperas da estreia do filme, vamos tentar entender um pouco sobre como será o enredo sendo que é provável que possamos estar errados, assim como certos. Vale destacar que estamos livres de todas as milhares de teorias e spoilers apresentados e vazados na internet nos últimos meses.

    Capitã Marvel e o resgate de Tony Stark e Nebulosa.

    Durante a cena pós-créditos de Capitã Marvel, podemos perceber que a heroína vivida por Brie Larson chega à Terra pouco tempo após o estalar de dedos de Thanos. Talvez algumas semanas depois, se levarmos em conta o tempo que os sobreviventes encontrarão o pager de Nick Fury. Assim, deve ser ela quem sairá numa side quest para resgatar Tony Stark e Nebulosa, que juntos, conseguirão sair do planeta Titã, mas ficarão à deriva no espaço.

    Além disso, a participação da Capitã Marvel no filme deve sofrer uma considerável diminuição. Embora ela possa ter muito tempo de tela, o fato de ela ser extremamente poderosa, pode prejudicar sua participação no filme. Todas as vezes que vimos Visão e Feiticeira Escarlate em algum filme, pudemos perceber que eles simplesmente desaparecem por serem fortes demais. Isso aconteceu em parte de Era de Ultron e em Guerra Civil. Conseguiram, de certa forma, ajustar isso em Guerra Infinita, quando um foi tirado do combate e o outro entrou para ajudar mais para o final, o que foi motivo de piada entre os personagens.

    O retorno de Clint Barton e Scott Lang.

    Na análise do segundo trailer do filme, podemos ver Clint Barton treinando sua filha com o arco e flecha. Importante lembrar que o personagem cumpre prisão domiciliar pelos fatos ocorridos em Guerra Civil. E é muito provável que o herói perca toda sua família com o estalar de dedos, o que faz com que ele acabe virando algum tipo de mercenário sob o nome de Ronin. Natasha Romanoff será a responsável por fazê-lo retornar e provavelmente, os Vingadores já teriam um plano para derrotar Thanos, o que obriga Barton a voltar para a equipe.

    Já com relação ao Homem-Formiga, Scott Lang, vivido por Paul Rudd, fica claro que o herói conseguirá escapar do Reino Quântico, porém, não se sabe em que momento isso vai acontecer e nem como. A julgar pelas imagens do trailer, é muito provável que o personagem só consiga retornar anos depois do acontecido, sendo que, ou ele ficará preso por anos no reino ou ele conseguirá sair pouco tempo depois, mas numa relatividade que possa ter passado anos na Terra.

    A relação de Bruce Banner com o Hulk

    Guerra Infinita foi praticamente um filme sem o Hulk. Após vermos o gigante esmeralda tão somente na primeira cena, onde Thanos o coloca literalmente para dormir, Bruce Banner passa a ter uma difícil relação com sua outra metade, já que o Hulk, de jeito nenhum, quer sair e ajudá-lo na batalha.

    Sem dúvida veremos ver mais dessa relação em Ultimato e o retorno praticamente certo do Hulk e de uma maneira que poderá ser surpresa pra muita gente, já que uma das teorias do filme é sobre como isso vai acontecer.

    Três horas de filme, três filmes em um

    Foi amplamente divulgado que a duração da fita será de pouco mais de três horas. Portanto, muito provável que os três atos sejam divididos em três pequenos filmes e que teremos pelo menos duas linhas temporais diferentes, podendo ter uma terceira ou até mais.

    Por enquanto, conforme as imagens oficiais, enxergamos duas dessas linhas, sendo uma delas o período seguinte ao estalar de dedos de Thanos e o anos que se passam após o drástico evento. Mas, uma das Joias do Infinito é a Joia do Tempo, certo?

    O retorno dos heróis mortos e mais mortes

    Infelizmente, não é possível esconder tudo, afinal a indústria do cinema não pode parar. Já temos trailer de Homem-Aranha: Longe de Casa, e produções confirmadas como as continuações de Pantera Negra e Doutor Estranho, além dos seriados para o serviço de streaming da Disney e que envolvem alguns dos heróis. Então, assim como nos quadrinhos, podem se preparar porque eles irão voltar. Mas isso não significa que alguns deles não poderão morrer novamente. Inclusive, quem ainda não morreu, poderá morrer.

    Muita emoção e um ritmo menos acelerado que Guerra Infinita

    O filme deverá ter várias cenas que causarão diversas emoções nos espectadores. Com as cabines de imprensa sendo realizadas, a Marvel permite que jornalistas e diversos influenciadores digitais dissertem em pouquíssimas linhas impressões sobre o filme e essas impressões são unânimes: muito choro e muito riso. Se prepare!

    É provável que o filme seja mais calmo que Guerra Infinita no que diz respeito ao ritmo. Em Guerra Infinita, tivemos vários fronts de batalha e diversos side quests espalhados pela galáxia e isso não deve ocorrer muito em Ultimato, que deverá sim ter várias cenas de ação, mas não do começo ao fim como foi seu antecessor.

    Cenas emblemáticas

    Pessoalmente, gostaria de ver a reedição de duas cenas já mostradas em filmes anteriores. A primeira seria a reedição de uma cena de Os Vingadores, onde os Seis Originais formam um círculo se preparando para batalha. Será que teremos a tão sonhada cena envolvendo todos os heróis lado a lado?

    Outra coisa que gostaria de ver é um momento como o dos heróis comendo num restaurante após a batalha de Nova Iorque do primeiro filme, ou como a festa realizada em Era de Ultron. Muito provável que esse momento tenha sido gravado no último dia de filmagens, com os atores se divertindo como se estivessem na famosa festa da firma.

    Agora é só aguardar a estreia do filme mais esperado de 2019.

    Vejo vocês no cinema.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • Vingadores: Ultimato | Comentários sobre o novo Trailer

    Vingadores: Ultimato | Comentários sobre o novo Trailer

    Finalmente o novo trailer de Vingadores: Ultimato chegou à internet. Após pequenos teasers e um trailer que não forneciam muitas informações e aumentavam ainda mais as expectativas. Esperava-se que o trailer pudesse nos colocar mais a par do que Steve Rogers, Tony Stark, Bruce Banner, Thor, Natasha Romanoff, James Rhodes, Scott Lang, Clint Barton, Rocket, Nebulosa, e agora, Carol Danvers, fariam para derrotar Thanos. Porém, qualquer trecho ou diálogo sobre Ultimato é considerado um spoiler em potencial e o que se viu foi um trailer justo, honesto, tenso, intrigante e que traz diálogos e cenas inéditas, mas que não entrega absolutamente nada, sendo que, no máximo, confirma algumas teorias e levanta outras possibilidades, deixando claro que a surpresa, ficará para a tão aguardada estreia nos cinemas.

    Nas linhas abaixo analisaremos o trailer e faremos alguns comentários sobre o que achamos de importante.

    O trailer de Vingadores: Ultimato é recheado de cenas em preto e branco (com leves detalhes em vermelho) de flashbacks de seus principais heróis somando com cenas que estão em colorido e que representam a nova aventura. Temos uma narração em off onde Tony Stark (Robert Downey Jr.), aparentemente, está gravando aquela triste mensagem de despedida para Pepper Potts (Gwyneth Paltrow), enquanto a nave dos Guardiões da Galáxia está à deriva no espaço.

    Os flashbacks se alternam o tempo todo com cenas do filme e vemos Clint Barton (Jeremy Renner) treinando sua filha com o arco e flecha. Aqui, a julgar pelo corte de cabelo do personagem, é muito possível que seja uma cena minutos antes do estalo de dedos de Thanos, onde existe a possibilidade de que o Gavião Arqueiro tenha perdido toda sua família mostrada em Vingadores: Era de Ultron.

    O trailer continua com outra narração em off que parece ser a voz da Nebulosa (Karen Gillan), dizendo que tudo que pode ser feito é dar o melhor que puder e que as vezes o melhor é recomeçar. Difícil crer que essas palavras possam vir da Nebulosa. Imagino que a personagem cresça demais nesse filme e deixe de ser a irritada e acéfala que sempre foi, afinal, ela e Tony tem muito trabalho pela frente. Comentários na internet dizem que a voz possa ser de Peggy Carter.

    A voz em off de Thor (Chris Hemsworth) diz que o personagem viu todos morrerem em sua frente e Steve Rogers (Chris Evans) aparece sentado numa mesa com Nat (Scarlett Johansson) dizendo que fala para todas as pessoas superarem o que aconteceu e que algumas até superam mas que eles (os Vingadores), não deviam superar. Aqui, Rogers aparece já sem a barba apresentada em Guerra Infinita e o cabelo de Nat está comprido e ruivo novamente, somente com as pontas loiras. Esses pequenos detalhes sugerem que o filme terá, ao menos, duas épocas temporais: as semanas seguintes ao estalo dos dedos de Thanos e anos à frente. Existe ainda uma possibilidade de uma terceira época temporal, mas que não foi apresentada no trailer e que, portanto, ficará para outro texto. Acredita-se que as semanas pós-estalo servirão apenas para apresentar a Capitã Marvel ao que sobrou da equipe, vide a cena pós-créditos do filme da heroína, e que boa parte do filme se passará alguns anos após os eventos de Guerra Infinita. E talvez, o principal motivo para que isso aconteça seja por causa de Scott Lang, o Homem-Formiga (Paul Rudd).

    A próxima e importante cena que está no trailer mostra um Scott Lang atordoado, num bairro residencial (que deve ser onde mora), olhando para um poste recheado de cartazes de pessoas desaparecidas. Obviamente, ele escapou do Reino Quântico e existe uma possibilidade enorme de ele ter tido contato com o que aconteceu somente anos depois do estalar de dedos de Thanos. Das duas uma, ou ele ficou preso por anos no Reino Quântico (o que lhe permite aprender muito sobre o submundo), ou ele acabou viajando sem querer para o futuro, conseguindo escapar de lá numa linha temporal que demorou minutos para ele e anos para a humanidade.

    A voz em off de Nat diz que mesmo que a chance seja pequena, os heróis sobreviventes devem tudo àqueles que morreram e aí temos início a algumas cenas de ação, onde vemos Clint Barton trajado como Ronin, Rocky (Bradley Cooper) montado em cima do Máquina de Combate (Don Cheadle), ambos prontos para a briga, Nebulosa enfurecida partindo pra cima de alguém, Capitão América, também enfurecido, cerrando os dentes e afivelando as tiras de couro de seu escudo em seu braço (uma cena linda) e o Homem-Formiga diminuto correndo para lá e para cá desativando algum dispositivo.

    Durante esse trecho de ação ouvimos pela voz de Steve Rogers a fala mais dita no trailer: custe o que custar. E ela vem sendo repetida por Nat, Clint e Tony. Imaginamos que essa frase repetida por estas pessoas não estão no trailer por acaso, uma vez que existe a possibilidade de todos eles morrerem, um deles, ou alguns deles. E talvez esse também possa ser o destino da Nebulosa, que com certeza tentará se vingar da morte dos Guardiões da Galáxia e vingar a si mesma após anos sendo torturada por Thanos.

    O trailer se encerra com os heróis caminhando pelo hangar da base dos Vingadores para a missão mais importante de suas vidas. Além disso, todos eles estão usando um belo uniforme branco. Importantíssimo perceber que Tony Stark e Nebulosa estão junto deles, confirmando, portanto, que a dupla conseguirá se safar da deriva no espaço.

    E ainda temos um trechinho muito bom, onde Thor caminha em direção à Carol Danvers (Brie Larson). Os dois se encaram e o Deus do Trovão ergue seu braço e o Rompe Tormentas vem em sua direção, zunindo pelo ouvido da Capitã Marvel, que nem se mexe. Ela sorri de maneira irônica procurando deixar claro que ela não se assusta com nada e Thor sorri de volta. Imediatamente ele se vira para Nat e diz “gostei dessa aí”. Vale lembrar que essa cena deve acontecer logo no começo do filme, após a chegada de Danvers ao nosso planeta C-53.

    Vingadores: Ultimato estreia no Brasil dia 25 de abril.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • Resenha | Dinastia M

    Resenha | Dinastia M

    Quando Brian Michael Bendis assumiu o título dos Vingadores em 2004, havia a intenção de trazer um novo vigor para Os Maiores Heróis da Terra. Ao invés de reestruturar aos poucos cada elemento que considerava dissonante, fez da saga A Queda uma mudança radical para a equipe, promovendo a dissolução do grupo.

    Conforme compunha sua fase, o roteirista selecionou diversos heróis do panteão da Marvel para se tornarem representantes chaves em suas tramas. Na revista Os Novos Vingadores, como no primeiro arco, Motim, selecionou tanto pesos pesados queridos do público, como Wolverine e Homem Aranha, como heróis que realizavam pequenas participações especiais em poucos arcos, como Luke Cage e Sentinela. Com liberdade criativa tanto em seu título quanto para fundamentar uma linha narrativa em parceria com outros roteiristas, parte do Universo Marvel se alinhava em boas tramas.

    Dinastia M foi a primeira saga do autor ao envolver o universo como um todo. A motivação da trama segue os acontecimentos da saga A Queda que revelou uma desequilibrada Feiticeira Escarlate como a responsável pelo pior dia dos Vingadores, e também pelo fim do grupo. Levada pelo pai, Magneto, a Genosha para que Charles Xavier ajude-a a retomar o equilíbrio mental. Até que o próprio Professor X desaparece e uma equipe formada tanto por X-Men como Vingadores vão até o local investigar.

    Abordar a Feiticeira Escarlate, seus poderes mutantes de manipular a realidade e sua instabilidade emocional não é um fato inédito em sua trajetória. Composta com uma infância traumática, nascida como vilã na Irmandade de Mutantes e decidida a fazer o bem ao lado dos Vingadores, a heroína já havia manipulado a realidade para dar origem a dois filhos gêmeos que se revelaram fragmentos da alma do demônio Mephisto. Devido ao trauma, teve a mente apagada para não lembrar desse fato e, por isso, sempre teve períodos de instabilidade mental. Ao se descontrolar na saga A Queda, surgia uma nova preocupação para os heróis: como lidar com uma heroína poderosa mas instável?

    A trama de Dinastia M parte de um universo em que a realidade foi reconstruída. Mesmo que o tema tenha sido abordado em outras histórias, principalmente nos X-Men com o incrível Dias de um Futuro Esquecido ou no massavéio A Era do Apocalipse, a trama evita apresenta um O Que Seria Se… situando os heróis em um mundo diferente mas que reconhecem que há algo errado.

    Embora a narrativa se contenha na própria mini-série, lançada na época em sete edições e depois relançada em encadernado, tanto pela Panini Comics como na Coleção Marvel Graphic Novels da Salvat, algumas revistas mensais apresentaram uma história nesse mundo reconstruído em que os heróis vivem seu mundo dos sonhos. Mesmo que a temática seja repetida, devido a tensão desde o fim dos Vingadores, é notável como cada divergência em cena causa uma tensão maior. Acontecimentos que culminariam em um futuro próximo na saga Guerra Civil.

    Como fator comum em muitas sagas ou mega sagas dos heróis, há dois acontecimentos reveladores nesta série. O primeiro se apresenta ao descobrirmos quem foi que incentivou Wanda a manipular a realidade para esta projeção perfeita. A segunda, diante da tensão da Feiticeira e de todo o ódio com a humanidade, promove mais uma modificação no universo quando a Feiticeira decide que o mundo não precisa mais de mutantes, deixando apenas 118 deles ilesos ainda com seu gene X. Possibilitando que as revistas do X-Men discutam sobre a própria sobrevivência mutante.

    Mesmo trabalhando um tema visto em tramas anteriores, a série apresenta mais um passo estrutural de condução da Marvel na época, tanto iniciando novas fases para grupos distintos como apresentando as tensões de herói contra herói que pontuou a tônica de reconstrução do Universo Marvel a partir de Bendis e seus Vingadores nesse primeiro momento.

    Compre: Dinastia M (Marvel Deluxe).

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  • VortCast 57 | Vingadores: Guerra Infinita

    VortCast 57 | Vingadores: Guerra Infinita

    Bem-vindos a bordo. A pedido dos ouvintes, Flávio Vieira (@flaviopvieira), Filipe Pereira (@filipepereiral), David Matheus Nunes (@david_matheus) e Jackson Good (@jacksgood) se reúnem para comentar sobre o filme Vingadores: Guerra Infinita.

    Duração: 103 min.
    Edição: Julio Assano Junior
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner: 
    Bruno Gaspar

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    Vingadores: Guerra Infinita

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  • Crítica | Vingadores: Guerra Infinita

    Crítica | Vingadores: Guerra Infinita

    Como eu havia escrito no meu texto sobre as expectativas em torno de Vingadores: Guerra Infinita, a hora havia chegado. O filme que marca os 10 anos do conhecido Universo Cinematográfico Marvel – UCM chegou aos cinemas com muitas dúvidas, desde as mais óbvias no que diz respeito ao encaixe de dezenas de heróis e seus coadjuvantes em tela, passando pelas apostas sobre qual herói seria o candidato a morrer e a partir os corações dos fãs, até a pergunta mais óbvia e com extrema relevância para a trama: onde está a Joia da Alma?

    Vingadores: Guerra Infinita entrega aos fãs e ao espectador aquilo que satisfaz desde os mais aficionados até aqueles que não estão tão familiarizados assim com o UCM e melhor, além de encher os olhos daquele que assiste, causando as mais diversas sensações, amarra todo o universo iniciado em 2008 com Homem de Ferro, tendo Pantera Negra como último “representante”, solucionando todas as dúvidas e amarrando todas as pontas soltas no decorrer do caminho, além de jogar no ar muitas outras perguntas que, talvez comecem a ser respondidas nas produções Homem-Formiga e a Vespa, Capitã Marvel e, obviamente, na quarta aventura da equipe que estreará somente em 2019, embora já esteja em estágio final de filmagem.

    Tentando evitar spoilers ao máximo neste texto, Guerra Infinita, como todos já sabem, marca a busca do vilão Thanos (Josh Brolin) pelas Jóias do Infinito e tem como ponto de partida os minutos seguintes da cena pós-créditos de Thor: Ragnarok, quando a nave da nova Asgard é abordada por outra gigantesca nave. Logo em seus primeiros minutos o filme já mostra quem de fato é Thanos e ele é assustador. Assim, deu-se início ao maior filme da curta, porém, de sucesso história da Marvel.

    Logo no início desse texto foi falado que um dos maiores desafios da produção seria encaixar tantos heróis, protagonistas e coadjuvantes em tela, e após o término do filme, tem-se se a sensação que cada um dos milhares de nomes que aparecem nos créditos finais, desde a direção de Joe e Anthony Russo, passando pela história escrita por Christopher Markus e Stephen McFeely, até prestadores de serviço como o “cozinheiro de Robert Downey Jr”, ou o “cabeleireiro de Don Cheadle”, merecem ser aplaudidos de pé. O cuidado com a história é tão minucioso que coisas “bobas”, mas que poderiam ter ficado de fora estão lá. Um pequeno exemplo disso é que devemos lembrar que Bruce Banner (Mark Ruffalo), por exemplo, abandonou o planeta ao final de Vingadores: Era de Ultron e ficou anos fora do ar, enquanto, na Terra, acontecia os eventos de Guerra Civil, Homem-Formiga, Doutor Estranho, Homem-Aranha: De Volta ao Lar e Pantera Negra. Banner acaba sendo atualizado de algumas coisas de uma maneira muito divertida.

    Aliás, Banner, a julgar pelo que aconteceu nos últimos anos, está mais leve, sem aquela agonia constante que o personagem entregava nos demais filme e isso contribui para alguns momentos de humor serem protagonizados por Mark Ruffalo. Humor esse que está presente em todo o transcorrer da fita, cada um a sua maneira. As partes dos Guardiões da Galáxia são tão autênticas que parecem que foram escritas por James Gunn e isso foi bem acertado no filme, já que aqui, um não invade o território do outro no que diz respeito ao estilo de cada personagem e assim, meio que temos um núcleo de personagens habilidosos com o humor e outro núcleo bem mais sereno. Tudo isso aliado à diversas cenas de luta e ação desenfreada, todas muito bem feitas e bem resolvidas.

    Em Guerra Infinita todo herói tem seu momento de protagonismo. O roteiro e a direção, de maneira habilidosa, cedem espaço para todos, sem exceção, algo que foi muito bem construído por Joss Whedon no primeiro filme, mas totalmente esquecido pelo diretor em Era de Ultron e pelos Irmãos Russo em Guerra Civil, quando há momentos em que Visão (Paul Bettany) e Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), dois dos mais poderosos no campo de batalha, simplesmente desaparecem, buscando de maneira preguiçosa, deixar a batalha mais equilibrada. Aqui, ninguém é esquecido e pra adicionar ainda mais um desafio para produção, ainda temos gratas surpresas, como o retorno de alguns bons personagens, além da inclusão de outros novos. Contudo, com relação ao seu herói preferido, fica o alerta de que você poderá ficar um pouco decepcionado se considerarmos o tamanho de sua expectativa. Guerra Infinita não tem tempo para desenvolver os personagens e as relações entre eles e os motivos são tanto relacionados ao desenvolvimento da produção, como ao desenvolvimento da história, porque Thanos, simplesmente, não deixa. E isso nos leva a dois destaques: o já mencionado titã louco e o deus do trovão, Thor (Chris Hemsworth).

    O Thanos de Brolin é incrível. Ele não é um vilão clássico, megalomaníaco, que busca somente destruir tudo e todos em busca única e exclusiva de poder, desbancando Loki (Tom Hiddleston) do trono de melhor vilão do UCM. Thanos tem um propósito até justificável e percebe-se que ele sofre por carregar esse fardo, tanto que a cada conquista, em vez de comemoração, vemos certo desânimo em seu semblante e chega num determinado momento em que você fala consigo mesmo “vai, Thanos!” tamanha a serenidade do personagem. A clássica vilania fica por conta de seus filhos Fauce de Ébano (poderosíssimo), Proxima Meia-Noite, Corvus Glaive e o brutamontes Estrela Negra.

    Já Thor sofreu mudanças significativas em Ragnarok e o personagem, dentro dos principais, foi o que mais evoluiu se levarmos em conta seus dois primeiros filmes que foram ruins e suas duas participações nos dois primeiros filmes dos Vingadores. E também, o contato junto dos Guardiões, fez com que o semideus se sentisse em casa, se encaixando na equipe como uma luva. Thor sempre foi um herói dotado de extrema arrogância e em Guerra Infinita podemos perceber que ele é um grande guerreiro.

    Muito se especulou sobre a empreitada ser um enorme filme que foi dividido em duas partes, assim como as produções finais de Harry Potter, Crepúsculo e Jogos Vorazes e embora, ambas histórias tenham tido filmagens simultâneas, optou-se por ser duas produções distintas e com títulos próprios e o que se vê em Guerra Infinita é a síntese disso. Um filme próprio, com começo, meio e fim bem distribuídos. Além disso, ao término da produção, fica claro que o filme é sobre Thanos, algo que foi incrivelmente acertado, deixando a entender que o próximo será sobre a equipe.

    O sentimento que Guerra Infinita deixa é de alegria e dever cumprido, o que aumenta ainda mais a expectativa para o próximo filme que chega aos cinemas daqui aproximadamente um ano. Enquanto isso, ficamos no aguardo da San Diego Comic Con em julho, que pode trazer as primeiras imagens e informações da misteriosa conclusão da história.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • O que esperar de Vingadores: Guerra Infinita

    O que esperar de Vingadores: Guerra Infinita

    Queridos amigos, finalmente a hora chegou. O filme mais aguardado de 2018 e, talvez, da década, aqueleque celebra os 10 anos do Universo Cinemático Marvel – UCM, chega aos cinemas nesta semana. Vingadores: Guerra Infinita marca o final da “primeira perna” iniciada lá em 2008 com Homem de Ferro e desde então, o UCM trilhou um caminho de extremo sucesso com mais altos do que baixos, consagrando-se com filmes como o já citado Homem de Ferro, a primeira aparição dos Vingadores em tela, a grata surpresa chamada Guardiões da Galáxia, o ótimo Capitão América: O Soldado Invernal e, por último, Pantera Negra, o maior sucesso do estúdio.

    O objetivo da Marvel, desde o início, foi criar um universo coeso, dando espaço aos seus principais heróis, mas colocando algo maior como pano de fundo. E agora, olhando para trás, fica mais que claro que o plano era esse desde o início. E é isso que pode fazer com que Guerra Infinita seja considerado em breve o maior filme da história do cinema, tanto em termos de bilheteria quanto em termos de importância para a cultura pop mundial. Poderá representar para nossos filhos e netos o que Star Wars representou para nossos pais e para nós.

    Quando o “chefe” Kevin Feige anunciou durante um painel da San Diego Comic Con, em 2006, que em breve haveria um filme do Homem de Ferro e que mais adiante os fãs iriam ver os Vingadores juntos na tela grande, o sentimento era de desconfiança embora o público ali presente tivesse ido à loucura. A desconfiança vinha pelo fato de que tínhamos pouquíssimos filmes de heróis com qualidade, vide Superman estrelado por Christopher Reeve, o Batman de Tim Burton, O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan e, por quê não, Homem-Aranha, de Sam Raimi. Nessa lista, podemos citar também o primeiro X-Men, que estreou no final dos anos 90 e que marcou o início desse novo boom de filmes de heróis. Com isso em conta, o plano da Marvel era ambicioso e deu certo. E a fórmula, a julgar pelos personagens e histórias de Stan Lee e Jack Kirby era basicamente, transpor aquilo que estava nos quadrinhos para o cinema: personagens carismáticos, tom leve e cor, muita cor, tudo que a Disney (dona da Marvel) gosta. Então, o sucesso do estúdio se resume numa única palavra: merecimento.

    Ainda assim, acreditamos que nem só de merecimento e trabalho vive um filme. Obviamente, as pessoas tratam seus projetos como filhos e ali se investem muito dinheiro, muito trabalho, estresse, noites sem dormir e etc, sem contar que estamos falando da indústria do cinema, que infelizmente acaba por privilegiar cifras em vez de um bom entretenimento. É raro quando as duas coisas acontecem juntas. E para que Guerra Infinita seja um sucesso aos olhos dos fãs, o filme precisa ser bom e juntar num só escopo todos os heróis dos últimos 10 anos, somados com alguns dos principais coadjuvantes do universo. Um desafio absurdo, mas ainda assim, o filme poderá ter um saldo muito positivo. A partir daqui, vamos tratar de teorias de como será o enredo do filme. Vale destacar que este que vos escreve não leu absolutamente nada sobre o filme e o que for escrito aqui é o que poderá ou não acontecer, a julgar TÃO SOMENTE pelos trailers lançados.

    Os heróis não devem se encontrar durante o filme, ou caso se encontrem, a reunião deverá acontecer somente nos estágios finais da fita. É certo que os Guardiões da Galáxia irão interceptar os destroços da nave que transportava a nova Asgard, após os eventos de Ragnarok e que Thor (Chris Hemsworth) será resgatado. Loki (Tom Hiddleston), provavelmente será resgatado por Thanos (Josh Brolin) e se aliará novamente ao Titã Louco. Tanto Thor, quanto os Guardiões estão familiarizados com as Jóias do Infinito e isso, provavelmente, os obrigarão a ir atrás do Colecionador (Benicio Del Toro) em busca de alguma informação. Podemos chamar esse núcleo de Cósmico para facilitar um pouco as coisas deste grupo formado por Thor, Senhor das Estrelas (Chris Pratt), Gamora (Zoe Saldana), Mantis (Pom Klementieff), Drax (Dave Bautista), Nebulosa (Karen Gillan), Rocky (voz de Bradley Cooper) e Groot (voz de Vin Diesel).

    Na Terra é muito provável que os heróis resgatados pelo Capitão América (Chris Evans) ao final de Guerra Civil estejam operando na clandestinidade, justamente por serem foragidos e tomam conhecimento de que algo está acontecendo após Visão (Paul Bettany) sofrer um ataque dos filhos de Thanos, Corvus Glaive, Proxima Meia-Noite e Fauce de Ébano, o que obriga a equipe se dirigir até Wakanda em busca de algum auxílio. Vamos chamar esse núcleo de Vingadores Secretos e o grupo pode ser formado por Capitão América, Viúva Negra (Scarlett Johanson), Falcão (Anthony Mackie), Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e Visão.

    Aí teremos um terceiro front, o de Nova Iorque, que será formado por Homem de Ferro (Robert Downey Jr), que estará usando a famosa armadura Bleeding Edge, que nos quadrinhos é construída com tecnologia Extremis, Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), Wong (Benedict Wong) e Homem-Aranha (Tom Holland).

    E aí você pergunta: mas e o Hulk? O papel de Bruce Banner (Mark Ruffalo) pode ser mais importante do que se imagina, uma vez que parece que será ele que fará o elo entre os 3 fronts. De alguma maneira, Banner cairá da Nova Asgard para o Sanctum Sanctorum, sendo o responsável por alertar Tony Stark e Stephen Strange da ameaça que está por vir. Assim, de alguma maneira, o front de Nova Iorque se unirá ao núcleo cósmico para enfrentar Thanos em algum local fora da Terra. E é aí que as coisas devem ficar interessantes. Será sensacional ver Homem de Ferro, Homem Aranha e Doutor Estranho interagindo com os Guardiões da Galáxia.

    Enquanto isso, novamente Banner será um mensageiro, indo até Wakanda, alertar sobre o perigo iminente os Vingadores Secretos que ganharam a adição do Soldado Invernal (Sebastian Stan), Máquina de Combate (Don Cheadle), Pantera Negra (Chadwick Boseman), Shuri (Letitia Wright) e Okoye (Danai Gurira).

    Acreditamos que será basicamente esse o cenário de Guerra Infinita e é muito provável que heróis como Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Homem-Formiga (Paul Rudd) e Vespa (Evangeline Lilly) não apareçam, ou caso ocorra, a participação em tela deva ser bem reduzida. De qualquer forma, a participação desses heróis terá muita importância em Vingadores 4, o que leva a crer que eles, talvez, possam aparecer junto da Capitã Marvel (Brie Larson), ou em alguma situação que remeta à heroína, numa cena pós-créditos.

    De qualquer forma, reunir essa quantidade de personagens em cena, com diversos protagonistas, não deve ter sido uma tarefa fácil para os Irmãos Russo e para os roteiristas Cristopher Markus e Stephen McFeely e demais membros da absurda produção. Por conta disso, é possível que seu herói predileto, infelizmente, tenha uma participação que não lhe agrade, mas creio que todo mundo trabalhou para que ninguém ficasse sem o seu momento.

    Por enquanto o que nos resta é aguardar só mais um pouco para assistir parte da história do cinema sendo feita. Avante, Vingadores!

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Vingadores: Guerra Infinita | Confira a descrição do fantástico trailer exibido na D23

    Vingadores: Guerra Infinita | Confira a descrição do fantástico trailer exibido na D23

    A  Disney é tão enorme que precisa de um evento nos mesmos moldes das Comic Cons para anunciar novidades e imagens exclusivas de seus mais aguardados projetos.

    Felizmente, o terceiro filme dos Vingadores, intitulado de Guerra Infinita, promete ser o maior filme da história do cinema, não só pela quantidade absurda de heróis (todos aqueles que já apareceram até então), mas também por ser um ambicioso projeto trazido pela Marvel.

    O painel do filme contou com o presidente Kevin Feige e o co-diretor, Joe Russo, que conseguiu reunir no palco ninguém mais, ninguém menos que os Vingadores, Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Don Cheadle, Anthony Mackie, Tom Holland, Benedict Cumberbatch, Chadwick, Boseman, Sebastian Stan, os Guardiões da Galáxia, Karen Gillan, Dave Bautista, Pom Klementieff e o vilão, Josh Brolin.

    O trailer foi exibido somente para o público presente no salão e foi fantástico. Confira a descrição.

    De início, vemos um momento de tensão, onde os Guardiões da Galáxia, a bordo da Milano, esbarram no corpo inconsciente de Thor (com o uniforme de gladiador de Thor: Ragnarok). Ao ser trazido para dentro da nave, o asgardiano é acordado por Mantis. Assustado, Thor pergunta quem são aquelas pessoas.

    As imagens passam a mostrar a Terra com vários trechos de devastação. Vemos um Loki nada amistoso em posse do Tesseract e Peter Parker, num ônibus, tendo os pelos do braço sendo arrepiados, o que, aparentemente, é o seu sentido de aranha.

    Vemos Thanos pela primeira vez em um planeta alienígena usando a Manopla do Infinito e ele consegue soltar parte de uma lua provocando uma chuva de meteoros. Doutor Estranho, Guardiões da Galáxia e o Homem de Ferro estão na batalha.

    Também vemos em outras imagens o Homem-Aranha vestindo um novo uniforme, o Pantera Negra em Wakanda, alguns Vingadores, juntos do Hulk, apanhando dos asseclas de Thanos e também um Capitão América barbudo e uma Viúva Negra loira.

    O trailer tem um tom dramático, semelhante aos de Homem de Ferro 3 e Vingadores: Era de Ultron.

    Vale destacar que as filmagens do corte principal do filme se encerraram na última sexta-feira e a produção da continuação ainda sem título já teve início de imediato.

    Vingadores: Guerra Infinita estreia em 4 de maio de 2018.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • E se o Cinema Desprezasse Super-Heróis?

    E se o Cinema Desprezasse Super-Heróis?

    E se o Cinema Desprezasse Super-Heróis

    “Não há espaço para super-heróis, nunca houve. Filmes baseados em HQ’s sempre foram um problema pra indústria. Tipos como Superman, Homem-Aranha, Flash e os X-Men simplesmente não conseguem respirar fora dos quadrinhos – imaginem um filme sobre Os Vingadores, com heróis e mais heróis pipocando na tela; impossível. A plateia iria recusar salvadores criados para crianças, principalmente por se sentir inferiorizada diante de outros tão poderosos. Não iria ter identificação com o mundo real, não como acontece nas revistas. Aliás, não há como convencer as pessoas a pagar pra ver um bando de adultos vestindo uniformes e lutando contra o crime, certo? Rapidamente essa fórmula iria se esgotar, o encanto teria prazo para acabar, e, antes de encontrar o fim, é melhor que essa mania de adaptar tudo nem comece! Já bastam os filmes do Superman que, de bom mesmo, só os dois primeiros e o Batman, do Tim Burton. Chega! Quem precisa de super-heróis fora do gibi?”

    Hollywood, e mais do que nunca. A indústria está carente, feito um solteirão trancado num apartamento com dez gatos por uma semana, ou até mais que isso. As grandes ideias ou simplesmente caíram da ampulheta, ou estão sendo poupadas há décadas nas gavetas dos poderosos produtores da Warner, Fox, Disney e cia., com medo do futuro caso de fato boas ideias sejam coisa do passado, ou se a moda de reciclar tudo em infinitas sequências não colar mais e todo mundo começar a pedir algo diferente de Velozes e Furiosos 98 ou Star Wars – Episódio 50. Uma hora vai cansar, né? Tudo cansa, ou melhor, muita coisa já cansou, tipo Transformers, que número está, 78º filme? Nem Optimus Prime dá conta. Mas se a Sociologia explica tudo (quase tudo), nesse caso nem vamos precisar ir fundo na análise… Não é só o Cinemão, que um dia foi comandado pelos grandes cenários de Victor Fleming e William Wyler, e hoje se nutre pelos efeitos visuais de James Cameron que precisa da Marvel e da DC: A sociedade também.

    Precisamos de parâmetros, de espelhos, e precisamos a todo momento. Alguém sem ídolos, como deixa claro O Mestre, de Paul Thomas Anderson, praticamente não existe. Todo mundo precisa de um fôlego, de um “Você me representa!”. Por isso a utopia apresentada no começo, em que os super-heróis jamais seriam aceitos pelo público, é pura mentira, mas se aplica diretamente aos filmes baseados em videogame, os quais, se realmente querem ser aceitos, irão precisar jogar do jeito que Bryan Singer, Sam Raimi e Christopher Nolan fizeram (amém), pavimentando o caminho. Não pode vencê-los? Junte-se ao modo Marvel-DC de fazer as coisas (editoras que hoje estão na Disney, Fox e Warner, e o resto que corra atrás de livros famosos, rápido!). Ainda na exibição de Batman vs Superman, ou em Capitão América: Guerra Civil, é nítido o prazer de assistir a pessoas iguais a nós salvando o mundo. Fazendo a diferença! Nos dá quase um gosto de missão cumprida, não é? Isso não cansa nunca, ou pelo menos demora pra gente dar um O.K., e procurar algo melhor para fazer, para assumirmos que vale a pena.

    Beleza, mas E SE, brincando no universo paralelo das conjecturas, aquele cenário (apocalíptico) fosse uma realidade, tal qual a situação ainda indecisa e inexpressiva dos filmes de videogame, e o primeiro X-Men, dos anos 2000, ou o Homem-Aranha de 2002 e Batman Begins de 2005 tivessem sido enormes fracassos, e ninguém ousasse mais vestir um ator com capa na Comic-Con de San Diego?! Nesse caso, então, a indagação suprema seria outra: como estaria o Cinemão americano, todo lindo e divertido, em 2016, se a gente nunca tivesse chamado a galera pra assistir a quadrinhos numa tela gigante? Muito doente, obrigado.

    Mas calma, estaria vivo SIM, com roteiristas a preço de ouro. Mas seria um sobrevivente como sempre foi, desde muito antes de Spielberg mostrar aos poderosos que dá pra fazer MUITA grana fazendo as pessoas se divertirem, e não apenas se emocionarem como ficou provado com … E O Vento Levou, a maior bilheteria da história levando-se em conta a inflação (três bilhões e meio de dólares, quer mais?). Como imaginar numa situação saudável, tranquila e good vibes, dependendo de franquias como 007, Piratas do Caribe e Avatar, uma indústria com a Marvel faturando 10 bilhões em uma década, e um personagem sozinho feito Batman com mais de quatro bilhões em caixa, com apenas oito filmes? Seria a mesma coisa de tirar o Chaves do SBT, resumindo. Hollywood viciou e nos fez viciar mais ainda nessa gente que voa, é diferentona e solta raios (foi a melhor coisa a fazer), e que essa fonte dure bastante, caso contrário…

    Movimentos em forma de filme, como Avatar (O 3D duplica o valor do ingresso, o mercado está salvo de novo), Central do Brasil (num país pós-retomada do cinema nacional) e Pulp Fiction (ensinando Hollywood que “somos pobres mas somos limpinhos”) tiveram uma importância tão grande para o Cinema que, apagando-os da história recente ou da antiga da arte, iríamos sentir em demasia os efeitos de uma utopia positiva agindo sobre nós; no cenário das hipóteses, tudo pode acontecer. E fica fácil prever uma hipótese dessas se julgarmos o impacto na cultura pop caso George Lucas nunca tivesse criado Star Wars, em 1977. Se a saga dos sabres de luz resumiu uma geração (e levou a veneração à cultura pop, mundo afora, calcando bases sólidas no mercado do entretenimento em massa), sua inexistência deixaria Hollywood órfã de representação e adoração a longo prazo, inclusive na memória de todos nós, já que é isso o que realmente importa no jogo. Mais do que isso: Muito da identidade de uma época nunca teria existido, como aconteceria se o cinema não curtisse o Deadpool.

    Sem a Marvel e DC na jogada, o jeito da cultura pop no Cinema seria apelar para franquias melhores que os tapa-buracos de hoje em dia (Divergente, Maze Runner, Jogos Vorazes, etc), desenvolvendo a qualidade de produtos de um jeito muito mais profundo e menos descartável do que atualmente faz, o que, dada a quantidade de estreias a cada semana, torna-se impossível de realizar em grande escala. A esperança é a última que morre, e sem heróis para fazer o povo continuar saindo da Netflix e indo ao Cinema, talvez teríamos até mais sequências que já temos (“Alice – A Vingança do Chapeleiro Maluco” poderia estrear semana que vem), além da usual avalanche de remakes que só iriam aumentar, obrigando a molecada a descobrir os filmes originais do passado. Outro “talvez” cabível seria o reinado, FINALMENTE, dos filmes de videogame, com ‘Diablo – Parte 4’ estreando em julho. Por que não? Tudo seria possível se a Marvel não reinasse, soberana, e se a DC não tivesse no comando uma ameba chamada Zack Snyder.

    Levando o cinema a experimentar novas possibilidades de contar histórias, em 1977, lá em cima no espaço, Lucas passou o bastão para J.J. Abrams porque, agora, tudo parece ter mudado. Com as histórias de Stan Lee e Bob Kane, de 2000 pra cá, o que os super-heróis nos levam a sentir? Poder, auto-engano em massa, um chamado para salvarmos o mundo… O inconsciente e imaginário populares têm um trabalho importante nisso, e num mundo atacado com terrorismo, aquecimento global e o fim da privacidade, numa realidade dessa e cada vez mais cética sobre quem realmente tem poder nesse mundo (Oi, Google), seríamos nós nossos próprios heróis? O que representa a identidade do século 21 se não salvarmos a nossa própria pele? Isso explica porque eles não são suficientes no gibi, porque precisaram ir para a tela grande, e porque seu maior feito é salvar Hollywood. Isso explica muita coisa.

  • Crítica | Capitão América: Guerra Civil

    Crítica | Capitão América: Guerra Civil

    Capitao America - Guerra Civil

    O mundo tem se tornado um lugar cada vez mais complexo, embora menos violento, fazendo com que a tomada de decisões se torne uma função cada dia mais ingrata. Se antes era fácil decidir o que era certo e o que era errado, hoje a matiz se diversificou.

    Após o final da Segunda Guerra Mundial, o cientista Oppenheimer fala a público sobre sua participação no Projeto Manhattan (que formulou as bombas jogadas em Hiroshima e Nagasaki). Com amargura, cita Bhagavad Gitá e o texto Mahabarata da cultura Hindu, quando Vishnu tenta convencer o príncipe a cumprir seu dever, e para impressioná-lo assume sua forma com múltiplos braços: “Agora eu tornei-me a morte, a destruidora de mundos”. Já a visão de parte da tripulação do avião que carregava as bombas atômicas, endossada pelo presidente Truman, era “Eu estava obedecendo ordens. Eu fiz o meu dever”. Escolher o argumento do dever é escolher não conviver com a culpa e a responsabilidade, um mecanismo de defesa frequente no qual se convence que não teve escolha. Em uma visão quase romântica, que só poderia ter sido assim, tal como foi. Exatamente qualquer ato malévolo pode ser igualmente reduzido apenas ao cumprimento do dever, isso, porém, não dissolve as questões éticas e atemporais da maldade. Este tipo de reflexão é crucial para evitar que épocas fascistas de nossa história não sejam hoje vistas com romantismo imaturo ou postura blasé.

    Capitão América: Guerra Civil tem início com o grupo dos Vingadores já estabelecido como uma força civil de combate ao terrorismo em diversos países do mundo sem obedecer fronteiras. Com incidentes recorrentes, como os que se deram em Vingadores: Era de Ultron e a falta de participação de governos nas decisões do grupo, surge o medo de o que é se viver num mundo onde se tem heróis fantásticos. Após uma missão frustrada na Nigéria surge o apelo pela responsabilização dos Vingadores em seus atos, quando entra em ação o então secretário de defesa General Ross (vivido Willian Hurt aqui e em O Incrível Hulk) com a missão de colocar os Vingadores sob sua tutela, e assim obedecer as ordens do conselho de segurança da ONU. Ao trazer a questão para o mundo real, ações moralmente duvidosas como o uso de drones para julgar e executar criminosos no oriente médio recebem aceitação popular simplesmente por estarem atreladas a um governo, mas seriam seriamente repreendidas caso viessem da sociedade civil.

    Vivemos em uma época de prosperidade, mas em cuja inocência se extinguiu. Não é mais possível comprar um item sem sequer estar compactuando com trabalhos escravos, exploração da natureza, ou com o terror em países abandonados à própria sorte.

    Steve Rogers (Chris Evans) une todos esses paradoxos em si. Um homem profundamente solitário que busca lutar pelo coletivo. Descrente de instituições em uma visão foucaltiana, que considera as instituições como naturalmente perversas, compreende que o mundo é obscuro e não há inocência na mais simples ação, mas também acredita poder saber o que é o certo e o que é o errado, sem precisar democratizar suas decisões. Tony Stark (Robert Downey Jr, em uma interpretação muito mais sensível que em suas outras aparições) da mesma forma usa seu ego e genialidade para moldar o mundo à sua imagem e semelhança, como um construtor moderno, um futurista que, pela potência de suas ações, faz o mundo se curvar para elas. Repetidamente se observa Stark, assim como Vishnu, tornar-se o destruidor de mundos.

    A incapacidade de ter certezas e a impossibilidade de não agir destrói o interior desses dois personagens, que no fundo veem a tentativa de controle como uma forma de evitar a profundeza de suas consciências e, assim, lutam para garantir algum propósito a suas existências.

    Os irmãos Russo, diretores de Capitão América 2: O Soldado Invernal e dos próximos Vingadores, conseguem discutir estas questões sem dar respostas, a não ser a de que é necessário cuidado ao se entregar por completo a uma crença, ou a corrupção e destruição serão o próximo passo. Distante de criar uma dicotomia fácil, buscam tornar crível o embate entre ao dois lados liderados por Capitão América e Homem de Ferro, ao desenvolvê-lo tão humano quanto possível. A referência aqui é Hamlet, de William Shakespeare, primeiro homem moderno da literatura, que no confronto com a morte diante da caveira questiona sua própria existência e aquilo que se é. Capitão América se torna, assim, o príncipe confuso e amargurado, mas de bom coração e ideais tão robustos quanto falhos, que se tornaria rei mesmo que ainda vivesse em uma casca-de-noz.

    Com uma melhora clara na direção com relação ao filme anterior, em belas cenas de câmera à mão e na opção por usar planos ligeiramente mais longos sem cortes aparentes em diversas cenas, o ritmo de Capitão América: Guerra Civil é impecável, embora o tempo de projeção seja sentido devido ao volume de informação. O trunfo para lidar com tantos personagens é fazer do antagonista uma face alternativa da moeda que será jogada, tornando-o mais um conceito do que um personagem. Tal aposta traz algo recorrente nos filmes do Universo Marvel: a falta de vilões poderosos e capazes de seduzir o espectador, compensada pela boa atuação e os ideais cativantes do Barão Zemo (Daniel Brühl em boa atuação). A impressão é que tudo é gerado pelo caos e aleatoriedade, mas cinema é narrativa, e mesmo que não seja a grande peça de cultura pop que foram outros filmes, claramente inferiores a este, essas opções elevam Guerra Civil como obra.

    Os irmãos Russo lidam bem com o desafio de balancear os protagonismos melhor do que ninguém, conseguindo tornar críveis as opções de roteiro que são puramente funcionais e, com a melhora na direção, as atuações se mostram acima dos diálogos eventualmente verborrágicos de filmes anteriores do Universo Marvel, e com alívios cômicos capazes de contribuir para a dramaturgia vista na tela.

    É o dilema filosófico clássico: uma ideia contra uma ação. O quanto um ideal se sustenta frente às questões práticas de um mundo onde tudo que se pode fazer é uma contenção de danos? De certo modo, o dilema é o mesmo mostrado em Batman vs Superman: A Origem da Justiça, ao mostrar heróis afogados pelo niilismo e em busca de sua própria humanidade, podendo refletir um caminho revisionista do super-herói no cinema — tal qual Deadpool, embora numa direção diferente. Em Guerra Civil, porém, o respiro alcançado é dado de maneira mais carismática e redentora que na obra da DC Comics / Warner, alcançando a luz por meio do sacrifício daquele que é capaz de apanhar o dia inteiro por pura fibra moral, por aquele que prevê um mundo melhor aos seus filhos, pela nobreza herdada, ou pela simplicidade da ótica de um menino de 16 anos que passou a vida apanhando e hoje é capaz de fazer a diferença com seus dons. Com destaque para James Rhodes (finalmente bem utilizado), o Pantera Negra (Chadwick Boseman), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e para o excelente Homem-Aranha/Peter Parker, os diversos personagens trazidos aqui são o fio de entusiasmo que faz com que se siga em frente sem perder seu caminho.

    Texto de autoria de Marcos Paulo Oliveira.

     

  • Crítica | A Garota Dinamarquesa

    Crítica | A Garota Dinamarquesa

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    E se a Viúva Negra dos Vingadores se assumisse lésbica no meio do filme? Imagina a confusão depois da sessão, e a discussão na fila do McDonald’s, dialogando sobre o que, de fato, quase não se discute. São filmes bonzinhos e comportadinhos como A Garota Dinamarquesa que obrigam a levantar uma pergunta básica: Qual o lugar do “diferente” no cinema comercial? Vamos supor que seja nenhum (a menos que o filme use de esteriótipo para criar polêmica e lucrar com isso), mas então onde, em que lugar um casal gay pode ter sua história contada? Nos filmes de sub-gênero, ou em livros de sebo, tipo O Terceiro Travesseiro e Bom Crioulo, só pra citar um pouco de literatura brasileira LGBT e contemporânea. Basicamente, hoje em dia, a Marvel ainda não lançou um(a) protagonista negro e gay porque o diferente só ganha lugar para uma plateia diferente. Ou quando a Globo abre quotas e encaixa o Félix na novela.

    O universo LGBT luta para não ser heteronormativo, pois luta a favor das diversidades. E não é que no ano do espetacular Tangerina, de Sean Baker, somos obrigados a engolir um filminho brando de Tom Hooper sobre diversidade sexual? Nas mãos sem vida de Hooper, a história da primeira transex do mundo (reconhecida assim, melhor dizendo) foge de qualquer militância, de qualquer riqueza documental sobre o assunto ou estudos estruturais sobre orientação de gênero e identidade sexual, beirando o medo de levantar qualquer interpretação sobre os tópicos, beirando a indiferença, e faz apenas alimentar todos os mitos e todos os vícios baratos do público sobre esse universo, ainda muito, mas muito pouco explorado no Cinema. Um olhar como de Pedro Almodóvar faz falta, já que com Hooper a tal ideologia de gênero, um assunto tão vasto e interessante quanto nossa própria sexualidade, a sexualidade humana, vira quadrinho de feira com moldura chique, toda blasé.

    A pessoa nasce com um pênis e não se vê como homem. Não age e não se sente, pois sabe que o drama dos cowboys de Brokeback Mountain é pequeno perto do dele, numa época que nem o racismo ainda não se discutia, amplamente. A Garota Dinamarquesa é de pobrezas contextuais, referente a seu tempo, costumes datados e ideologias que surpreendem muito mais que suas boas atuações, além de beirar ser um desserviço à representatividade honesta e plural de um recorte social eclipsado o tempo todo. É claro que o casal principal está excelente, dois atores impecáveis atuando com corpo e alma por baixo de belos figurinos, esvoaçantes, sensibilidade no ar, mas que não se vê, se sente. Hooper extrai o sensível de uma situação sensível, ou seja, o óbvio, filmando o superficial (como se essa não fosse sua especialidade) em direção ao lugar-comum. Como cineasta, é um estilista, só que Tom Ford fez um trabalho mais interessante em 2011.

    […] pois, no cinema, não se pode interpretar o papel de um judeu, é preciso ser um!”, esclareceu Carl Dreyer, um dos pais do Cinema falado numa entrevista de 1933. Pois imaginemos um ator transgênero no papel principal feito por Eddie Redmayne, nas vias do cinema naturalista de uma indústria que não exclui as diferenças, mas jamais sai da linha “burguesa-heterossexual-branca”. Por essas e por outras, a partir da impossibilidade escolhida de uma representação social justa e diversificada, A Garota Dinamarquesa é uma caricatura que desconstrói qualquer possibilidade de amplos debates em torno do assunto, maquiando as facetas da sexualidade aquém dos devaneios mais ralos e primários de Sigmund Freud e de seus devotos, todos tateando na escuridão da ignorância.

    Cópia irregular de Laurence Anyways, de Xavier Dolan, numa visão britânica e mais correta, de época, copiando na tela o que é esperado de bonitinho, num mural de tons pasteis e de preguiça, o filme irrita quem não deixa o espírito crítico de lado. Pois sempre se espera mais de um bom livro quando este é adaptado ao Cinema. Porque extrair o elemento frágil de uma natureza em conflito é tão injusto, e insensível, quanto dar ênfase ao lado preto-e-branco das cores. Exceto os poucos bons momentos pincelados que, curiosamente, não dependem de uma trilha-sonora, sorrindo feito imagens livres, o filme joga na senzala dos clichês os destaques que formam a nossa individualidade, e como esses destaques, como esses aspectos sempre vêm à tona, ao longo de uma vida vivida.

    Tom Hooper é a figura típica de uma classe média que defende a consciência humana, ao invés do Dia da Consciência Negra, sem contar o fim das paradas gays. Isso é tão interessante e digno de conversa quanto a hipocrisia de “certos filmes” em relação a temas que nunca alcançam a plenitude total de seu potencial, onde por mais que obras recentes sobre AIDS ou racismo falhem nas suas concepções, nunca que deixam a peteca cair, representando fragmentos de uma sociedade irrevogavelmente fragmentada. Assim, enquanto alguns enxergam a busca por igualdade a favor do respeito aos nossos direitos como motivo de lágrimas, como no filme, numa perspectiva fria e limitada até mesmo sobre a transfobia que o transexual sofre ao ser atacada por homens simplesmente por existir, para muitos é um esforço que merece festa e celebração por não sermos iguais, num mundo de tonalidades, livre de homogeneidades e cheio de diversidades e filmes melhores do que esse. Minha sinceridade também anda de salto.

    – Escrito no Dia Nacional da Visibilidade Trans, dia 29 de janeiro.

     

  • Resenha | Os Supremos 2

    Resenha | Os Supremos 2

    Os Supremos 2 Definitivo 1

    Começando a partir de uma ação do Capitão América, mergulhando em meio ao nordeste do Iraque em período de Guerra, o segundo volume de Os Supremos se estabelece semelhante, de certa forma ao primeiro, com a mesma equipe criativa formada por Mark Millar nos roteiros, Bryan Hitch nos desenhos e Paul Neary como arte finalista. As primeiras dez páginas são a síntese da proposta de Ultimates, com heróis distantes da figura de paladinos, com métodos violentos e repletos de frases de efeito, que convencem até os “agentes do terror” estrangeiros.

    Segue a temática de misturar elementos reais da opinião pública estadunidense, como Larry King entrevistando Tony Stark sobre o intervencionismo da equipe em questões mundiais, driblado pela genialidade do Homem de Ferro que conduz suas respostas de modo muito satisfatório e maduro, apelando para a caridade como justificativa das ações mais agressivas.

    O panorama inicial do grupo é bem diferente, com a Vespa (Jannet Pym) divorciada e namorando o Steve Rogers; Thor bem longe de seus antigos aliados; Banner preso e Hank Pym mudando sua postura, assumindo a “nova” identidade de Homem-Formiga, tentando assim retornar ao grupo. A atualidade continua como métrica do texto de Millar, utilizando-se do vazamento de informações – como em Wikileaks – que basicamente torna público através das grandes emissoras de TV que o super grupo já tinha conhecimento das atividades de Banner como Hulk.

    Este paradigma muda muito o quadro geral, mostrando um Steve Rogers culpado: “o mundo pensava que nós os salvamos, mas só estávamos limpando a nossa bagunça”, sucedido por uma atitude bastante desonesta dos mandatários da S.H.I.E.L.D., abandonando o doutor deprimido à sua própria sorte, isolando-o do mundo após ser sentenciado como culpado. Este é só o começo do colapso da equipe, que ainda incorre em uma luta visceral contra Thor. Uma questão dúbia que surge com a suspeita sobre o vazamento da informação, assim como o resultado final de um embate iniciado pela indisciplina do asgardiano.

    A derrocada moral se torna motivo de comédia, com a empreitada de Pym como Homem-Formiga e como principal figura principal desta versão de Os Defensores. A partir dali se estabelecem alguns pontos cruciais: primeiro com um easter egg mostrando a Feiticeira Escarlate sendo indagada (ciumentamente) por seu irmão Mercúrio, por estar flertando com uma máquina, em uma clara referência ao seu romance com Visão, no universo 616. A tentativa do Homem-Formiga evidentemente dá errado, e ainda que esse fracasso não sirva tanto para a trama principal, funciona para denunciar humoristicamente o que se propagava entre os super-heróis, que se tornavam franquias internacionais, tendo seus Capitães na Inglaterra, Itália e Espanha; também o uso indiscriminado da marca e poderes do Gigante por subalterno; além de uma armadura cibernética como a do Homem de Ferro para a russa Viúva Negra, símbolos da globalização e capitalismo.

    Como em poucas histórias feitas por estadunidenses, Os Supremos 2 se vale positivamente da paranoia do país, engendrando um vilão formidável, que ataca a confiança de seus inimigos e os faz desunir. A influência do “deus nórdico” Loki se vê presente muito além da prisão de seu irmão e da culpabilidade do Capitão América, mas também da construção da ideia por trás dos Libertadores. Apesar de óbvia a questão em relação à queda desses opositores, a questão é verossímil, e a saída para isso é magnânima, trazendo um retorno sensacional.

    As consequências do último embate fazem um sentido tremendo, e as conclusões de Rogers são tão maduras que soam quase irreais, principalmente com a base de comparação com Supremos Volume Um. A discussão a respeito do intervencionismo contumaz dos Estados Unidos faz uma bela combinação com a arte de Hitch, nos esforços do início e próximo ao final. Há uma queda de qualidade enorme, tanto de história, com a péssima inclusão de pares malvados dos heróis, em referências imbecis a seriados japoneses animados e vividos por atores, assim como os desenhos, que se tornam claramente desleixados, denegrindo sem dúvida o que seria o resultado final da revista.

    A importância dada aos coadjuvantes faz a história se tornar mais grave, dando um nível de importância ao Gavião Arqueiro e Viúva Negra poucas vezes vistas nos quadrinhos até aquela época. A reverência de Millar a Jack Kirby e Stan Lee é tamanha que ao final do encadernado há uma dedicatória a eles, completamente desnecessário, já que a atualização vista nesse tomo já é homenagem suficiente aos mentores da Casa das Ideias, ajudando a deixar os personagens em figuras mais imortais ainda, sobrevivendo até aos vícios de sua época, passando por pouco pela linha de mediocridade vigente nos produtos pós exploitation do estilo utilizado no auge da popularidade da Image Comics.

    Ouça: VortCast 37: Os Supremos 2 (Vingadores)

    Compre: Os Supremos 2: Edição Definitiva

  • VortCast 37 | Os Supremos 2 (Vingadores)

    VortCast 37 | Os Supremos 2 (Vingadores)

    vortcast37Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Filipe Pereira, André Kirano (@kiranomutsu), Bruno Gaspar (@hecatesgaspar) e Rafael Moreira (@_rmc) retornam para comentar sobre o segundo arco dos Supremos, versão Ultimate dos Vingadores, o supergrupo organizado e mantido pelo governo americano para estabelecer a ordem interna e intervenções em outros territórios. Considerado um épico dos super-heróis nos anos 2000, escrito por Mark Millar, arte de Bryan Hitch, Andrew Currie e Paul Neary e cores de Paul Mounts.

    Duração: 107 min.
    Edição: Victor Marçon
    Trilha Sonora: Victor Marçon
    Arte do Banner: 
    Bruno Gaspar

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  • Crítica | Vingadores: Era de Ultron

    Crítica | Vingadores: Era de Ultron

    Vingadores 1

    Fechando a Fase Dois dos filmes da Marvel, passando por qualquer expectativa ao filme de 2012, Joss Whedon finalmente se despede dos filmes da Marvel Studios, utilizando uma desculpa até hoje mal contada, mas que não o impediu de produzir um filme que atingisse todos os requisitos de uma boa sequência, ainda que sua produção tenha alguns defeitos pontuais.

    O início da trama é frenético, com sequências de ação desenfreadas que fazem o filme se assemelhar à fita de Simon West, Os Mercenários 2. Não perdendo qualquer segundo com explicações, o filme já demonstra como os heróis agem em grupo e o quão coesa é aquela união, mais intensa graças à queda do sigilo e das operações da antiga S.H.I.E.L.D, como mostrado em Capitão América 2 – O Soldado Invernal. Os opositores seguem como os membros da HYDRA, ainda que toda a confecção dos vilões seja um óbvio MacGuffin, como Hitchcock adorava fazer, um despiste que não consegue ludibriar qualquer espectador mais experiente.

    Tal artifício cobre seus efeitos, já que toda a construção prévia rui em questão de minutos, mesmo com toda a crescente de importância dos até então vilões. O fato do roteiro se basear em uma história recente de sucesso por um lado compromete a cena pós-créditos de Vingadores, mas consegue manter o clima de escapismo, equilibrando pontuais questões sérias, adicionando cor e docilidade, com cenas de ação ainda mais bem orquestradas – marca forte de Whedon enquanto diretor – mesmo que o exército dos inimigos seja absolutamente descartável, como tantos capangas acéfalos dos tokusatsus famosos, equiparando a antiga tropa de Tony Stark (Robert Downey Junior) aos esquálidos bonecos de massa que enfrentavam os Power Rangers.

    A ideia de explorar as diferenças entre os membros do grupo segue concentrando um enorme pedaço do desenvolvimento do roteiro.  Não há nisto qualquer novidade, mesmo o acréscimo dos novos personagens – os gêmeos Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e Mercúrio (Aaron Taylor-Johnson) – já era esperado, por ser um clichê de filme de equipe. O fato de não precisar mais contar qualquer origem gera no público uma avidez por mais aspectos novos, que não são plenamente cumpridos, ainda que o excesso de adrenalina quase chegue a cumprir essa expectativa.

    A discussão a respeito da antiga questão da supervisão do vigilantismo beira o brilhantismo. Diferente do executado por Zack Snyder em Watchmen, a indagação do “quem vigiará os vigilantes” não é tratada de modo pasteurizado, ao contrário, pois os pecados de Banner/Hulk (Mark Ruffalo) e do Homem de Ferro são cobrados com os próprios em vida, sem qualquer tentativa de fuga da responsabilidade ou de complacência dos seus atos impensados. Ultron é fruto do medo da humanidade de ser perseguida, e toda a sua arrogância – unida ao potente trabalho vocal de James Spader – faz com que todo o pânico inerente aos homens de sangue quente se fortifique, manifestando-se através de uma liderança insensível e absolutista, referência claras à tirania de personagens históricos, tradicionalmente trazendo a ideia de arquétipo vilanesco.

    O ritmo veloz quase faz com que se esqueçam os problemas pontuais do argumento, como a troca de interpretação do androide Ultron, relegando a Hank Pym um papel absolutamente subalterno, já definido como coadjuvante de “seu” futuro filme solo. Outro aspecto que não fica exatamente claro é até onde o filme do gigante esmeralda protagonizado por Norton foi descontinuado, já que não há qualquer referência à vida – ou não – de Betty Ross, mesmo sendo este um dos pilares do personagem.

    Apesar das reprimendas, o background do Hulk é o aspecto mais rico e melhor trabalhado, além, é claro, da acessória questão da humanizada Natasha Romannoff, além de fazer uso – finalmente – dos dotes dramáticos de Scarlett Johansson, afora suas já tão conhecidas curvas. Sua importância no filme é magnânima, cabendo a Viúva restaurar o equilíbrio do grupo, tanto no proceder com o Monstro – em outra referência ótima ao canône do personagem – quanto no importante lembrete de que, além de todo o poder e destruição potencial dos heróis, e com toda a magnitude dos semi deuses, ainda sobravam nos personagens aspectos humanos que fazem emocionar, unindo personagens e público no mesmo invólucro de emoções.

    Apesar de ter conceitos pouco explorados, graças à pressa dos produtores do filme – como a absoluta e interessante ação dos gêmeos, ou o sub-aproveitamento do Falcão no filme – há mais a se destacar positivamente do operar dos Vingadores do que reclamações. Thor (Chris Hemsworth) segue no automático, assim como Stark, apesar de neste filme o filantropo se achar muito mais vulnerável, assim como em Homem de Ferro 3. Mas é o acréscimo do conceito de evolução que mais se destaca, usando como avatar a figura do Visão, de Paul Bettany, que cumpre todos os papéis que deveriam ser do Ultron perfeito, reunindo aspectos de onisciência e onipotência, com uma destacável questão pretensamente filosófica. De modo bem pragmático, o filme salienta que o complexo do Doutor Manhattan não precisava ser tão ligado ao autismo, como no filme de Snyder de 2008.

    Mesmo que a cena pós-créditos seja bem menos empolgante do que se imaginava – ainda mais em comparação com a suposta cena do Cabeça-de-Teia, vazada há pouco tempo – o desfecho do filme remete à esperança da humanidade no panteão de heróis liderados por um Capitão América (Chris Evans) bem mais inspirado que anteriormente. Um filme que organiza elementos dissonantes de modo harmônico e coeso, sem fazer perder o fôlego em momento algum. Que não supera seu antecessor em termos de qualidade, mas que entrega o esperado de modo idôneo, sem apelar para fórmulas batidas em detrimento de conteúdo.

  • Crítica | Vingadores: Era de Ultron

    Crítica | Vingadores: Era de Ultron

    Vingadores - Era de Ultron - Poster

    Três anos, quatro filmes e uma série (e meia). Isso é que separa as duas aventuras dos Maiores Heróis da Terra no já mais do que estabelecido Universo Marvel cinematográfico. Mas a sensação em A Era de Ultron é de que pouca coisa teve importância nessa pós-Batalha de NY. Para o bem e para o mal: as besteiras de Homem de Ferro 3 sumariamente ignoradas é de lavar a alma, não deixa de ser um desperdício os elementos de O Soldado Invernal e de Agentes da S. H. I. E. L. D. (fim da Shield, Hidra, Inumanos) na prática não fazerem muita diferença.

    A Hidra está lá, claro, mas apenas como um gatilho para o início da trama. Após atacar a última base da organização terrorista, os heróis recuperam o cetro de Loki. Fazendo uso do imenso poder do artefato, Tony Stark coloca em prática um projeto de inteligência artificial que deveria ser a solução final em termos de paz mundial (e substituir os Vingadores). Como em qualquer história com esse tema, as coisas obviamente dão errado, e surge o vilão Ultron, uma ameaça que vai colocar à prova não somente a capacidade da super equipe de proteger o planeta, como também a confiança entre seus membros.

    A força do filme, a exemplo do primeiro, está no equilíbrio que já virou marca registrada da Marvel no cinema. Há um passo além no desenvolvimento de personagens e no que se pode chamar de maior maturidade, mas as cenas de ação de encher os olhos e o bom humor (felizmente bem dosado e colocado) estão lá. E enquanto sequência, o longa habilmente se aproveita do universo e indivíduos já familiares para se concentrar em contar sua história em ritmo acelerado, sem qualquer enrolação ou preocupação com didatismo ao introduzir os vários novos personagens.

    Wanda e Pietro são rapidamente estabelecidos como “vilões por engano”, e organicamente fazem a transição. Havia potencial para maior exploração de ambos, principalmente do velocista, mas como micro origem num contexto maior, a participação dos gêmeos foi satisfatória. Em relação ao vilão de fato, Ultron sofreu um pouco com a expectativa: os trailers sugeriam algo muito mais sinistro. Contudo, considerada a proposta Marvel de ser, ele desempenhou bem seu papel de ameaça da vez. Além de claramente servir muito mais como ferramenta para desenvolver outros personagens, como Stark e o Visão.

    Visão, aliás, que foi a mais gratificante das novidades e talvez o grande acerto do filme. O conceito de um ser que está entre o artificial e o humano ficou bem representado, passando pela inteligente adaptação da origem do personagem e pela atuação precisa de Paul Betany. A dignidade semifilosófica e semimelancólica do herói foi transposta com perfeição dos quadrinhos para a telona.

    Dentre os velhos conhecidos, é interessante notar as relações de afinidade entre os membros da equipe, moldada a partir dos ideais e visões de mundo de cada um. Capitão América e Thor aparecem bem entrosados em batalha, o soldado e o guerreiro, ambos confortáveis em continuar travando o bom combate em prol dos inocentes. Na contramão, claramente, Stark e Banner. Cientistas, não lutadores, ambos concordam que o foco deve ser o de acabar com a necessidade de lutar. E por sua vez, Clint e Natasha ficam num meio-termo, mostrando um certo cansaço dessa vida, mas cientes de seu papel. Os dois também se assemelham no sentido de que o roteiro busca humanizá-los ainda mais; só que enquanto o espaço maior dedicado ao Gavião Arqueiro surpreende e agrada muito, o romance da Viúva com o Hulk soa pouco convincente.

    Em linhas gerais, A Era de Ultron sem dúvida entrega o que promete, perdendo talvez alguns pontos por não trazer nada efetivamente bombástico ou inovador. Como uma boa megassaga dos quadrinhos, o filme é divertido, grandioso, traz mudanças no status quo e entrega pistas do que vem por aí. Mas, como nos quadrinhos, há a sensação de mais do mesmo, ainda não um problema de fato, mas já perceptível. Fica a expectativa para as cenas dos próximos capítulos: a discordância entre Tony e Steve, Wakanda e mais uma vez as Joias do Infinito são elementos que até podem passar sem grande alarde para os não entendedores, mas mantêm aceso o interesse dos fãs.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Resenha | Os Vingadores: A Queda

    Resenha | Os Vingadores: A Queda

    Vingadores - A Queda

    Após compor a releitura de Homem-Aranha para a linha Ultimate da Marvel e assumir uma passagem duradoura e bem-sucedida em Demolidor ao lado de Alex Maleev, Brian Michael Bendis foi convidado a escrever Os Vingadores, um dos grandes títulos da Casa das Ideias e que estava prestes a completar 500 edições lançadas.

    Quando autores assumem novas revistas, é comum que estabeleçam pontos de partida selecionando qual material e quais personagens irão trabalhar em sua passagem pelo título, e raramente se preocupam em fechar cronologias anteriores. A escolha de Bendis foi ainda mais definitiva neste aspecto. Em sua estreia, promoveu a saga A Queda (publicado no país em Vingadores #21 a #24, em um encadernado especial, em 2008, e pela Coleção Graphic Novels da Salvat #34), implodindo a equipe em uma história de despedida e encerramento do título, o qual existia desde a década de 60.

    Publicado em quatro partes, três delas nos títulos de The Avengers e o final em uma edição especial (além da repercussão dos fatos em cada mensal específico), a trama acrescenta um pouco da textura realista que seria desenvolvida posteriormente em diversas revistas Marvel através de ações cujo ponto máximo é a megassaga Guerra Civil, que colocou em lados opostos herói contra herói. Em A Queda, Os Vingadores começam a sofrer uma série de ataques consecutivos de seus maiores inimigos e não conseguem estabelecer um motivo ou quem está por trás destas ações com Skrulls, diversos Ultron, entre outros. O vingador Valete-de-Copas, morto em ação em uma aventura no espaço, retorna à mansão dos Vingadores para explodir o local, deixando a equipe sem sua tradicional base de operações. Simultaneamente, Tony Stark sofre um surto psicológico em um discurso como embaixador dos Estados Unidos, e o apoio da nação à equipe é retirado.

    Enquanto recebem visitas de consolação da vasta comunidade de heróis, reconhecendo o status dos Vingadores como um dos grandes grupos, as pequenas fissuras internas da equipe, com base em ideologias diferentes, serve de atrito para o grupo. O embate entre Tony Stark e Capitão América se apresenta desde este momento. Perdendo milhões com a destruição da mansão e sem o cargo de embaixador, Homem de Ferro abandona o grupo e se transforma no algoz culpado pela falta de esperança em recomeçar. De maneira honesta, cada vingador expõe sua insatisfação e decide temporariamente abandonar o posto, deixando Steve Rogers como a única chama resistente. Além da representação pública de cada herói, observamos pessoas normais vivendo conflitos naturais devido à convivência diária e à rotina.

    Mesmo sem uma trama brilhante, justificável pelo fato do roteirista estar iniciando sua obra com cada personagem, a dramaticidade é interessante para demonstrar o interior de cada herói e ousada ao destruir um grande grupo para reconstruí-lo de outra maneira. O roteirista foi criticado na época por tais modificações e por usar os ganchos usuais para sagas de modificação, como a morte de personagens importantes. Visto com distanciamento, é perceptível o plano a longo prazo desenvolvido nas histórias tanto dos Vingadores quanto do universo Marvel como um todo, criando uma coesão temporal entre acontecimentos. Afinal, (spoiler na próxima linha) a mesma vilã responsável pela destruição da mansão e dos ataques sucessivos, a Feiticeira Escarlate, também é personagem central da Dinastia M quando modifica a realidade matando a maioria dos mutantes do mundo.

    Bendis foi corajoso em encerrar um título longevo para reconstituir a equipe em uma outra direção. Após 503 títulos, a editora lançava um edição final com a participação de diversos desenhistas e roteiristas, que passaram pelo título com suas personagens relembrando grandes acontecimentos dos Vingadores. Uma homenagem que observava o passado escrito até então para, enfim, começar uma nova fase na equipe.

    Vingadores - A Queda - Destaque