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  • Oscar 2021 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Oscar 2021 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Todo ano a Academia premia em sessão exclusiva os filmes feitos por ela e pelos que compõem a nata de Hollywood. Esse processo se renova em níveis de tendências, em alguns momentos se louvam obras que falam sobre a arte, sobre a própria Hollywood, cinebiografias de figuras políticas ou notáveis e vez ou outra os figurões americanos permitem que obras não feitas nos Estados Unidos e Grã-Bretanha cheguem ao apogeu do louvor.

    2020 foi um ano difícil, inclusive para o meio artístico, mas surpreendentemente os escolhidos para concorrer as principais categorias tiveram destaque. Filmes sensíveis, políticos, que valorizam o período histórico que vivemos, enquanto outros apontam a triste sina do capitalismo no século XX e XXI e suas desigualdades.

    Por mais que soe piegas, a premiação da Academia a dramas reflete a sociedade ou ao menos os desejos de frações dessa sociedade, com suas projeções e ilusões, sejam elas poéticas ou pragmáticas. A vida e o destino são por vezes tão limitantes que mesmo o sonho pode ter freios, e apesar de sonhar não custar nada, a frustação oriunda do seu não cumprimento pode causar o receio de voar alto na imaginação.

    Achar que a escolha ou curadoria de uma premiação X ou Y reflete o social é pretensiosa, e é fato que a Academia subestima o mundo moderno, e tenta encaixotá-lo, mas em alguns momentos, poucos mesmo, a pretensão acerta, escolhendo obras, histórias e trajetórias que valem ser vistas. Sem mais delongas, confira abaixo os indicados e ganhadores do Oscar 2021.

    Melhor Filme

    Nomadland (vencedor)
    Mank
    Judas e o Messias Negro
    Minari: Em Busca da Felicidade
    Meu Pai
    Os 7 de Chicago
    Bela Vingança
    O Som do Silêncio

    Melhor Atriz

    Frances McDormand, Nomadland (vencedora)
    Viola Davis, A Voz Suprema do Blues
    Andra Day, Estados Unidos Vs Billie Holiday
    Vanessa Kirby, Pieces of a Woman
    Carey Mulligan, Bela Vingança

    Melhor Ator

    Anthony Hopkins, Meu Pai (vencedor)
    Chadwick Boseman, A Voz Suprema do Blues
    Riz Ahmed, O Som do Silêncio
    Gary Oldman, Mank
    Steve Yeun, Minari: Em Busca da Felicidade

    Melhor Diretor

    Chloé Zhao, Nomadland (vencedora)
    Thomas Vinterberg, Druk: Mais uma Rodada
    David Fincher, Mank
    Lee Isaac Chung, Minari: Em Busca da Felicidade
    Emerald Fennell, Bela Vingança

    Melhor Atriz Coadjuvante

    Youn Yuh-jung, Minari: Em Busca da Felicidade (vencedora)
    Maria Bakalova, Borat: Fita de Cinema Seguinte
    Glenn Close, Era uma Vez um Sonho
    Olivia Colman, Meu Pai
    Amanda Seyfried, Mank

    Melhor Ator Coadjuvante

    Daniel Kaluuya, Judas e o Messias Negro (vencedor)
    Sacha Baron Cohen, Os 7 de Chicago
    Leslie Odom Jr., Uma Noite em Miami…
    Paul Raci, O Som do Silêncio
    Lakeith Stanfield, Judas e o Messias Negro

    Melhor Roteiro Adaptado

    Meu Pai, Florian Zeller e Christopher Hampton (vencedor)
    Nomadland, Chloé Zhao
    Borat: Fita de Cinema Seguinte, Sacha Baron Cohen, Anthony HinesDan Swimer e outros
    Uma Noite em Miami…, Kemp Powers
    O Tigre Branco, Ramin Bahrani

    Melhor Roteiro Original

    Bela Vingança, Emerald Fennell (vencedor)
    Judas e o Messias Negro, Will Berson, Shaka King, Kenneth Lucas e Keith Lucas
    Minari: Em Busca da Felicidade, Lee Isaac Chung
    O Som do Silêncio, Darius Marder, Abraham Marder e Derek Cianfrance
    Os 7 de Chicago, Aaron Sorkin

    Melhor Filme Estrangeiro

    Druk: Mais uma Rodada (Dinamarca – vencedor)
    Shaonian De Ni (Hong Kong)
    Collective (Romênia)
    O Homem Que Vendeu sua Pele (Tunísia)
    Quo Vadis, Aida? (Bósnia e Herzegovina)

    Melhor Documentário

    My Octopus Teacher (vencedor)
    Collective
    Crip Camp
    The Mole Agent
    Time

    Melhor Edição

    O Som do Silêncio (vencedor)
    Meu Pai
    Nomadland
    Bela Vingança
    Os 7 de Chicago

    Melhor Fotografia

    Mank, Erik Messerschmidt (vencedor)
    Judas e o Messias Negro, Sean Bobbitt
    Relatos do Mundo, Dariusz Wolski
    Nomadland, Joshua James Richards
    Os 7 de Chicago, Phedon Papamichael

    Melhor Maquiagem e Cabelo

    A Voz Suprema do Blues (vencedor)
    Emma
    Era Uma Vez um Sonho
    Mank
    Pinóquio

    Melhor Som

    O Som do Silêncio (vencedor)
    Greyhound: Na Mira do Inimigo
    Mank
    Relatos do Mundo
    Soul

    Melhor Figurino

    A Voz Suprema do Blues (vencedor)
    Emma
    Mank
    Mulan
    Pinóquio

    Melhor Canção Original

    Fight for you, Judas e o Messias Negro (vencedor)
    Hear my voice, Os 7 de Chicago
    Husa’vik, Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars
    Io sì, Rosa e Momo
    Speak now, Uma Noite em Miami…

    Melhor Trilha Original

    Soul, Trent ReznorAtticus Ross e Jon Batiste (vencedor)
    Destacamento Blood, Terence Blanchard
    Mank, Trent Reznor e Atticus Ross
    Minari: Em Busca da Felicidade, Emile Mosseri
    Relatos do Mundo, James Newton Howard

    Melhor Design de Produção

    Mank (vencedor)
    Meu Pai
    A Voz Suprema do Blues
    Relatos do Mundo
    Tenet

    Melhor Efeitos Visuais

    Tenet (vencedor)
    Amor e Monstros
    O Céu da Meia-Noite
    Mulan
    O Grande Ivan

    Melhor Animação

    Soul (vencedor)
    Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica
    A Caminho da Lua
    Shaun, o Carneiro: O Filme – A Fazenda Contra-Ataca
    Wolfwalkers

    Melhor Curta de Animação

    If Anything Happens I Love You (vencedor)
    Burrow
    Genius Loci
    Opera
    Yes people

    Melhor Curta-Metragem

    Two Distant Strangers (vencedor)
    Feeling Through
    The Letter Room
    The Present
    White Eye

    Melhor Curta-Documentário

    Collete (vencedor)
    A Concerto is a Conversation
    Do Not Split
    Hunger Ward
    A Love Song for Natasha

  • Oscar 2019 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Oscar 2019 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Melhor Filme

    Green Book: O Guia (vencedor)
    Bohemian Rhapsody
    Infiltrado na Klan
    A Favorita
    Pantera Negra
    Roma
    Nasce uma Estrela
    Vice

    Melhor Atriz

    Olivia Colman, A Favorita (vencedora)
    Lady Gaga, Nasce uma Estrela
    Glenn Close, A Esposa
    Yalitza Aparicio, Roma
    Melissa McCarthy, Poderia Me Perdoar?

    Melhor Ator

    Rami Malek, Bohemian Rhapsody (vencedor)
    Christian Bale, Vice
    Bradley Cooper, Nasce uma Estrela
    Willem Dafoe, No Portal da Eternidade
    Viggo Mortensen, Green Book: O Guia

    Melhor Diretor

    Alfonso Cuarón, Roma (vencedor)
    Spike Lee, Infiltrado na Klan
    Yorgos Lanthimos, A Favorita
    Adam McKay, Vice
    Pawel Pawlikowski, Guerra Fria

    Melhor Atriz Coadjuvante

    Regina King, Se a Rua Beale Falasse (vencedora)
    Amy Adams, Vice
    Emma Stone, A Favorita
    Rachel Weisz, A Favorita
    Marina de Tavira, Roma

    Melhor Ator Coadjuvante

    Mahershala Ali, Green Book: O Guia (vencedor)
    Adam Driver, Infiltrado na Klan
    Richard E. Grant, Poderia me Perdoar?
    Sam Elliott, Nasce uma Estrela
    Sam Rockwell, Vice

    Melhor Roteiro Adaptado

    Infiltrado na Klan, Charlie WachtelDavid RabinowitzKevin Willmott e Spike Lee (vencedor)
    A Balada de Buster Scruggs, Joel e Ethan Coen
    Poderia Me Perdoar?, Nicole Holofcener e Jeff Whitty
    Se a Rua Beale Falasse, Barry Jenkins
    Nasce uma Estrela, Eric RothBradley Cooper e Will Fetters

    Melhor Roteiro Original

    Green Book: O Guia, Nick VallelongaBrian Hayes Currie e Peter Farrelly (vencedor)
    A Favorita, Deborah Davis e Tony McNamara
    No Coração da Escuridão, Paul Schrader
    Roma, Alfonso Cuarón
    Vice, Adam McKay

    Melhor Filme Estrangeiro

    Roma (México – vencedor)
    Cafarnaum (Líbano)
    Guerra Fria (Polônia)
    Nunca Deixe de Lembrar (Alemanha)
    Assunto de Família (Japão)

    Melhor Documentário

    Free Solo (vencedor)
    Hale County This Morning, This Evening
    Minding the Gap
    Sobre Pais e Filhos
    RBG

    Melhor Edição

    Bohemian Rhapsody (vencedor)
    Infiltrado na Klan
    A Favorita
    Green Book: O Guia
    Vice

    Melhor Fotografia

    Roma, Alfonso Cuarón (vencedor)
    Guerra Fria, Lukasz Zal
    A Favorita, Robbie Ryan
    Nunca Deixe de Lembrar, Caleb Deschanel
    Nasce uma Estrela, Matthew Libatique

    Melhor Maquiagem e Cabelo

    Vice (vencedor)
    Duas Rainhas
    Border

    Melhor Mixagem de Som

    Bohemian Rhapsody (vencedor)
    Pantera Negra
    O Primeiro Homem
    Roma
    Nasce uma Estrela

    Melhor Edição de Som

    Melhor Figurino

    Pantera Negra (vencedor)
    A Balada de Buster Scruggs
    A Favorita
    O Retorno de Mary Poppins
    Duas Rainhas

    Melhor Canção Original

    Shallow, Nasce uma Estrela (vencedor)
    All The Stars, Pantera Negra
    I’ll Fight, RBG
    The Place Where Lost Things Go, O Retorno de Mary Poppins
    When A Cowboy Trades His Spurs for Wings, A Balada de Buster Scruggs

    Melhor Trilha Original

    Pantera Negra, Ludwig Göransson (vencedor)
    Se a Rua Beale Falasse, Nicholas Britell
    O Retorno de Mary Poppins, Marc Shaiman
    Infiltrado na Klan, Terence Blanchard
    Ilha dos Cachorros, Alexandre Desplat

    Melhor Design de Produção

    Pantera Negra (vencedor)
    A Favorita
    O Primeiro Homem
    O Retorno de Mary Poppins
    Roma

    Melhor Efeitos Visuais

    O Primeiro Homem (vencedor)
    Vingadores: Guerra Infinita
    Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível
    Jogador Nº 1
    Solo: Uma História Star Wars

    Melhor Curta de Animação

    Bao (vencedor)
    Animal Behavior
    Late Afternoon
    One Small Step
    Weekends

    Melhor Curta-Metragem

    Skin (vencedor)
    Detainment
    Fauve
    Marguerite
    Mother

    Melhor Curta-Documentário

    Absorvendo o Tabu (vencedor)
    Black Sheep
    End Game
    Lifeboat
    A Night at the Garden

  • 10 Grandes Musicais da Era de Ouro de Hollywood

    10 Grandes Musicais da Era de Ouro de Hollywood

    Da revolução técnica de O Cantor de Jazz, ao moralismo cínico mas muito popular de La La Land (o filme mais premiado da história do Globo de Ouro), talvez o gênero da aventura rivalize com o musical a simbolizar os valores que Hollywood tanto se esforça desde o primeiro estúdio do fatídico MGM para passar ao mundo: Escapismo, entretenimento, diversão, diversidade… Entre os anos de 1920 e 1960, nenhuma era na indústria do cinema americano reuniu tantos sucessos: A era de ouro. A seguir, separamos uma dezena de exemplos cheios de uma vivacidade irresistível.

    O Cantor de Jazz (Alan Crosland, 1927)

    O Cantor de Jazz é o representante perfeito para atestar a importância dos musicais para a história do Cinema mundial. A revolução sonora que o filme provocou ainda reverbera feito marolas na técnica empregada num sem-número de obras, de lá pra cá. Mais que um mero expoente revolucionário, é de uma beleza lírica e de uma suavidade narrativa totalmente fora de moda hoje em dia. Um fóssil cinematográfico indispensável, e preso no seu próprio tempo.

    Melodia da Broadway (Harry Beaumont, 1929)

    O primeiro musical da MGM, prestes a completar 90 anos, é muito mais do que um marco, dois anos após o triunfo sonoro do Cinema em O Cantor de Jazz. Melodia da Broadway é o avanço do espetáculo hollywoodiano equilibrando, numa alegoria de romance e muita graça impressa em quadros estáticos e pompa típica dos anos 20, imagens e sons verdadeiramente vibrantes.

    O Mágico de Oz (Victor Fleming, 1939)

    Um desses contos imortais que registram tudo de fantástico de uma época, quando a magia era necessária após a primeira grande guerra, feito antídoto as agruras de uma realidade violenta. Talvez O Mágico de Oz, sobre a aventura da pequena Dorothy, seu Totó e amigos contra a bruxa do oeste seja o filme mais poderoso (e encantador) a atingir o alvo da nossa imaginação.

    Fantasia (James Algar, Samuel Armstrong, Ford Beebe Jr., Norman Ferguson, David Hand, Jim Handley, T. Hee, Wilfred Jackson, Hamilton Luske, Bill Roberts, Paul Satterfield, Ben Sharpsteen, 1940)

    Nunca mais houve um musical na Disney igual Fantasia. Não houve, e talvez não haverá a ousadia histriônica de explorar as possibilidades da animação 2D, na época uma revolução sem igual na arte do espetáculo, através da ótica de composições eruditas clássicas e de energia irrefreável, muitas vezes alucinógena e delirante. Uma viagem do céu ao inferno com Mickey, sua vassoura encantada e o cenário inteiro obedecendo apenas ao ritmo imprevisível das músicas. Mágico e perturbador.

    Sinfonia de Paris (Vincente Minnelli, 1951)

    A grande cena, entre tantas outras de apoteose acachapante, do artista (Gene Kelly) se aplaudindo é heartbreaking num nível pouquíssimas vezes concebível em outros musicais, historicamente falado, e o tempo prova esses momentos como absolutamente atemporais. Um sábio uso de efeitos visuais práticos e truques de edição, todos inesquecivelmente mágicos.

    Cantando na Chuva (Stanley Donen e Gene Kelly, 1952)

    É Teatro e Cinema numa simbiose insuperável, nos tornando reféns de tamanha hipnose. Poucas vezes um filme de estúdio foi tão bem sucedido por ser um filme de estúdio. Um dos grandes entretenimentos que Hollywood já produziu em qualquer gênero da sua história centenária.

    A Roda da Fortuna (Vincente Minnelli, 1953)

    Por mais bem intencionados que foram os irmãos Coen com a refilmagem de 1994 (leia nossa crítica), o filme com Tim Robbins não chega nem perto da genialidade desse verdadeiro épico de Vincente Minnelli, um dos maiores nomes dessa colorida e descompromissada Era de Ouro. Visionário, A Roda da Fortuna pode ser facilmente o símbolo dessa era, revitalizando muito do que já tinha acontecido e apontando para um futuro abarrotado de possibilidades artísticas.

    Carmen Jones (Otto Preminger, 1954)

    Antes dos musicais ficarem cada vez mais, e mais realistas, e afirmarem entre canções e coreografias que não é possível ser feliz na América se você não for branco(a), um tal de Otto Preminger pegou uma ópera e transformou em festa a identidade negra, encapsulada em cinemascope, grandes músicas, atuações e uma glorificação tão própria que até hoje não ganhou concorrente. Carmen Jones é muito mais que pura festa.

    Minha Bela Dama (George Cukor, 1964)

    Logo após o impacto sociocultural de Amor, Sublime Amor, Hollywood refez a cartilha romantizada de um gênero através do classicismo de Minha Bela Dama, com um elenco ímpar e grande inteligência, ao invés de Mary Poppins, este limitado aos vícios que se espera de uma realidade esquizofrênica em que todos dançam no compasso duma infantilidade quase ofensiva.

    A Noviça Rebelde (Robert Wise, 1965)

    O delírio (sustentável apenas pela música) do american life style do recente pós-segunda guerra, em doce movimento, contextos familiares, resgate da magia e canções – essas, sim, mais que deliciosas. A cena da montanha resume toda a graça que pode conter um musical. Se já é difícil ficar indiferente a doçura de A Fantástica Fábrica de Chocolate (desculpe o trocadilho), quanto mais à Noviça Rebelde, e tudo que podemos extrair dele. Que nunca ganhe uma refilmagem.

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  • Crítica | Assim Estava Escrito

    Crítica | Assim Estava Escrito

    Kanye West é um gênio. Ele faz parte da elite das celebridades norte-americanas, e como poucas consegue captar o que significa a ascendência social. O que fazer com toda essa influência, West conseguiu sintetizar um bom bocado dessa responsabilidade no ótimo My Beautiful Dark Twisted Fantasy, disco de 2010. Nele, boa parte da dinâmica da ambição que fizeram de músicos e atrizes as celebridades que se transformaram é destrinchada em uma dúzia de faixas a investigar as entranhas de quem flui o predomínio cultural do ocidente. Quanto custa o poder e o que é preciso ser e fazer para mantê-lo é algo que exclama de todas as faixas do álbum, porém, talvez seja a terceira canção que mais se destaca no contexto ideológico do trabalho do compositor: Power. Nas palavras do próprio: “Quando eu penso em competição, é como se eu tentasse criar contra o que já foi criado. Eu penso em Michelangelo, Picasso, nas pirâmides… É por isso que eu trabalhei por 5 mil horas numa música como Power”.” É como se o próprio cara, indiretamente ou nem tanto, edificasse e se pusesse num pedestal de influência e adoração onde se considera digno de singular louvor e admiração. A questão é que dos Kanye Wests o mundo nunca sentiu falta.

    Num desses pedestais onde também se penduram os barões, ou como eram chamados antigamente, os figurões (“big shots”) de Hollywood, as inúmeras Xanadus das grandes celebridades da indústria (fazendo-se aqui alusão a icônica mansão de Charles Kane), onde os magnatas escondem sua mortalidade, seus vícios, suas fraquezas e tudo aquilo que não cabe na glamourização de suas vidas de holofote e vestidos e ternos de grife, o esnobe produtor de cinema vivido por Kirk Douglas, na atuação-chave da lenda, expulsa de seus domínios, aos gritos e empurrões, uma delicada atriz sob a fúria de um homem que sente seu império dos sonhos desmoronar com a presença de uma realidade cara e pesada, por demais, em suas entranhas. Nisso, a mulher sai aos prantos, passa por aquelas pesadas portas confidenciais, entra em seu carro e sai em disparada para longe dali. Traindo-a, seus nervos à flor da pele fazem com que ela perca o controle, e o veículo rodopia, fazendo com que o carro antes um símbolo de luxo e segurança passe a ser o convés lacrado da sua ruína.

    Assim Estava Escrito (The Bad and The Beautiful, 1952) ganha sua metáfora perfeita nesta cena bem forte desse magnífico suspense dramático do versátil Vincente Minnelli, ou seja, um compêndio de personagens em conflito e choque permanentes nas condições selvagens que numa primeira vista, no impacto de toda a glória diária que essas entidades culturais são banhadas, simbolizam senão o amparo, o sucesso, o prestígio doce e inquestionável que a ficção oferece nesse universo do make believe, sendo que ao mesmo tempo as conduzem as agruras, a desgraça, desespero, culpa, danação e a um possível avesso a tudo aquilo que aquela terra alcançada por meio de tantos jogos de interesse e traição prometia. A morte, e até algo pior que ela: O esquecimento. Se Crepúsculo dos Deuses eternizou no que muitos consideram infilmável o lado mais perverso e insano da fama, o filmaço de Minnelli é uma carta de amor e ódio tão poderosa quanto (e para muitos críticos, consegue ser ainda mais cruel) a todo um glamour fundado e alimentado na luxúria pelo sucesso e infundado por todo o resto, afinal, onde todos são alguém, não há nada além de vencedores e perdedores.

    A bem da verdade, Assim Estava Escrito mostra-se como uma junção substancial do clássico de Billy Wilder mencionado acima com Cidadão Kane, duas obras-primas fundidas em boa parte daquilo que ronda o perfil de um homem pérfido, seu destino e os relatos de quem convivia sob o seu poder de sedução e (auto) destruição (escrachado aliás não apenas nos vários momentos de ira descabida que Douglas, num exímio trabalho de ator no limite do over, parecia expelir da alma a cada repente nervoso de um homem sem escrúpulos junto as almas submetidas a seu ego descomunal). Minnelli consegue captar amiúde este ego e uma soberba generalizada em cada ação personificada no drama através da suntuosidade das mansões hollywoodianas numa reafirmação belíssima de época merecidamente laureada pelo Oscar, através de uma dezena de peles de animais desfilando pra cá e acolá, pelos diálogos sensacionais do roteirista Charles Schnee, vários marcantes inclusive na história do cinema, mas principalmente atinge a sensação de pessoas vivendo em constante estado de impunidade e onipotência por construir um manifesto do poder e de suas consequências numa perfeita, desumana e perpétua atmosfera de ressaca e dopamento.

    Um estado de sonho se transformando em pesadelo e num ritmo ininterrupto, como só. É como se tudo fosse tão empapado, embriagado e convertido por aquele poder discutido na música de Kanye West que o único jeito de capturá-lo fielmente através da lente de uma câmera, no aspecto mais substancial do mesmo, seja embriagando-se também, junto de todos, e deixando que o luxo e as sombras da mise en-scène cuidem do resto. No mais, Minnelli fez no final da era de ouro dos grandes estúdios um dos grandes tratados filmados sobre a irreversibilidade de um destino. Entre outras tantas coisas, sobre o que não se pode mudar mais, sobre o carro da atriz que não consegue inverter seu caminho rumo a rota de colisão inevitável. Também é acerca de um fatalismo invisível e que opera a conta gotas, e pouquíssimas vezes tão bem-sucedido ao integrar a beleza trágica de um conto preto e branco sobre um universo que só é colorido, muitas vezes, graças a magia do cinemascope.

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  • Oscar 2017 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Oscar 2017 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Melhor Filme

    Moonlight: Sob a Luz do Luar (vencedor)
    A Chegada
    Um Limite Entre Nós
    Até o Último Homem
    A Qualquer Custo
    Estrelas Além do Tempo
    La La Land: Cantando Estações
    Lion: Uma Jornada para Casa
    Manchester à Beira Mar

    Melhor Atriz

    Emma Stone, La La Land: Cantando Estações (vencedora)
    Isabelle Huppert, Elle
    Ruth Negga, Loving
    Natalie Portman, Jackie
    Meryl Streep, Florence: Quem é essa Mulher?

    Melhor Ator

    Casey Affleck, Manchester à Beira Mar (vencedor)
    Ryan Gosling, La La Land: Cantando Estações
    Denzel Washington, Um Limite Entre Nós
    Viggo Mortensen, Capitão Fantástico
    Andrew Garfield, Até o Último Homem

    Melhor Diretor

    Damien Chazelle, La La Land: Cantando Estações (vencedor)
    Denis Villeneuve, A Chegada
    Mel Gibson, Até o Último Homem
    Kenneth Lonergan, Manchester à Beira Mar
    Barry Jenkins, Moonlight: Sob a Luz do Luar

    Melhor Atriz Coadjuvante

    Viola Davis, Um Limite Entre Nós (vencedora)
    Nicole Kidman, Lion: Uma Jornada para Casa
    Naomie Harris, Moonlight: Sob a Luz do Luar
    Octavia Spencer, Estrelas Além do Tempo
    Michelle Williams, Manchester à Beira Mar

    Melhor Ator Coadjuvante

    Mahershala Ali, Moonlight: Sob a Luz do Luar (vencedor)
    Jeff Bridges, A Qualquer Custo
    Michael Shannon, Animais Noturnos
    Lucas Hedges, Manchester à Beira Mar
    Dev Patel, Lion: Uma Jornada para Casa

    Melhor Roteiro Adaptado

    Moonlight: Sob a Luz do Luar Barry JenkinsTarell Alvin McCraney (vencedor)
    A Chegada, Eric Heisserer
    Um Limite Entre Nós, August Wilson
    Estrelas Além do Tempo, Allison Schroeder e Theodore Melfi
    Lion: Uma Jornada para Casa, Luke Davies

    Melhor Roteiro Original

    Manchester à Beira Mar, Kenneth Lonergan (vencedor)
    A Qualquer Custo, Taylor Sheridan
    La La Land: Cantando Estações, Damien Chazelle
    O Lagosta, Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou
    Mulheres do Século 20, Mike Mills

    Melhor Filme Estrangeiro

    O Apartamento (Irã – vencedor)
    Terra de Minas (Dinamarca)
    Um Homem Chamado Ove (Suécia)
    Tanna (Austrália)
    Toni Erdmann (Alemanha)

    Melhor Documentário

    O.J.: Made in America (vencedor)
    Fogo no Mar
    Eu Não Sou Seu Negro
    Vida, Animada
    A 13ª Emenda

    Melhor Edição

    Até o Último Homem (vencedor)
    La La Land: Cantando Estações
    Moonlight: Sob a Luz do Luar
    A Chegada
    A Qualquer Custo

    Melhor Fotografia

    La La Land: Cantando Estações, Linus Sandgren (vencedor)
    A Chegada, Bradford Young
    Silêncio, Rodrigo Prieto
    Lion: Uma Jornada para Casa, Greig Fraser
    Moonlight: Sob a Luz do Luar, James Laxton

    Melhor Maquiagem e Cabelo

    Esquadrão Suicida (vencedor)
    Um Homem Chamado Ove
    Star Trek: Sem Fronteiras

    Melhor Mixagem de Som

    Até o Último Homem (vencedor)
    La La Land: Cantando Estações
    Rogue One: Uma História Star Wars
    A Chegada
    13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi

    Melhor Edição de Som

    A Chegada (vencedor)
    La La Land: Cantando Estações
    Até o Último Homem
    Sully: O Herói do Rio Hudson
    Horizonte Profundo: O Desastre no Golfo

    Melhor Figurino

    Animais Fantásticos e Onde Habitam (vencedor)
    Aliados
    Florence: Quem é essa Mulher?
    Jackie
    La La Land: Cantando Estações

    Melhor Canção Original

    City of Stars, La La Land: Cantando Estações (vencedor)
    Audition, La La Land: Cantando Estações
    Can’t Stop the Feeling, Trolls
    The Empty Chair, Jim: The James Foley Story
    How Far I’ll Go, Moana: Um Mar de Aventuras

    Melhor Trilha Sonora Original

    La La Land: Cantando Estações, Justin Hurwitz (vencedor)
    Jackie, Mica Levi
    Lion: Uma Jornada para Casa, Dustin O’Halloran e Volker Bertelmann
    Moonlight: Sob a Luz do Luar, Nicholas Britell
    Passageiros, Thomas Newman

    Melhor Design de Produção

    La La Land: Cantando Estações (vencedor)
    A Chegada
    Animais Fantásticos e onde Habitam
    Ave, César!
    Passageiros

    Melhor Efeitos Especiais

    Mogli: O Menino Lobo (vencedor)
    Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
    Doutor Estranho
    Kubo e as Cordas Mágicas
    Rogue One: Uma História Star Wars

    Melhor Animação

    Zootopia: Essa Cidade é o Bicho (vencedor)
    Kubo e as Cordas Mágicas
    Moana: Um Mar de Aventuras
    Minha Vida de Abobrinha
    A Tartaruga Vermelha

    Melhor Curta de Animação

    Piper (vencedor)
    Pearl
    Borrowed Time
    Pear Cider and Cigarettes
    Blind Vaysha

    Melhor Curta Metragem

    Mindenki (vencedor)
    Timecode
    Silent Nights
    Ennemis Interieurs
    La Femme et le TGV

    Melhor Curta-Documentário

    Os Capacetes Brancos (vencedor)
    Extremis
    Watani: My Homeland
    4.1 Miles
    Joe’s Violin

  • Dez Anos Após Superman: O Retorno | O Que Mudou?

    Dez Anos Após Superman: O Retorno | O Que Mudou?

    Em 2006, estreava Superman – O Retorno, obra de espírito antigo com um salvador bem diferente do Deus que intimida de 2016, antes incapaz de matar uma mosca, hoje análogo a um demônio quando atira seus raios-laser… O pano e o corte da capa invocam, mais do que nunca, a ostentação de um deus grego soberbo. Mas o que tudo a seguir tem a ver com os dois Superman, se da postura até a roupa tudo mudou?  A resposta mais uma vez chega escondida na história.

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    Steve Ross, um empresário americano, adquiriu uma Warner Bros. que ainda engatinhava nos negócios, ainda em 1969. Em dois anos, bem produtivos, o cara já fazia suas aquisições para aumentar ainda mais o fluxo de grana – em meio a competição da Fox, Disney, etc. Entre empresas de videogame (Atari) e times de futebol americano (New York Cosmos), Ross fez uma bela de uma aliança com a DC Comics, vendo no elo entre a gigante do cinema, e dos quadrinhos a chance do primeiro filmão de super-heróis do Cinema: Superman, de 1978 (um homem que voa, nossa!), rendendo 300 milhões de dólares. 30 anos depois, a Disney comprava a Marvel e tudo volta ao presente…

    Só que enquanto a empresa do Mickey foi a pioneira em registrar suas histórias em várias formas de marketing (parque, camiseta, canecas), a Warner do Patolino iniciou o modelo de negócios mistos, misturando suas apostas em videogame, futebol e quadrinhos para equilibrar os grandes riscos que a indústria do entretenimento traz: Duas técnicas quase ultrapassadas se feitas separadamente, sendo que hoje, com modelos já consolidados de negócio, nada mais importa que uma boa relação com os valiosos personagens de mídias vizinhas. Todo mundo quer um pedaço do grande bolo.

    O que a arte (e o coração dos fãs e críticos) custa pra entender é a lógica da carteira: O que vale mais, uma história bem contada ou um Transformers que vende milhares de produtos em vários tipos de negócios, muito além do ingresso do cinema? O modelo da Disney e da Warner casaram – e continuam muito bem – graças a um mercado que não dá a mínima se a gente prefere Marvel, DC ou Turma da Mônica – ou se essa lógica prejudica adaptações como a de Watchmen, mais preocupada com suas figuras que na fantástica histórica de Alan Moore. Isso é briguinha de cachorro pequeno no fundo do quintal, inaudível aos pitbulls da casa grande, ainda que uma briga saudável em todos os pontos: Faz bem pra eles, e bem pro senso-crítico do público domesticado de shopping.

    Esquadrão Suicida estreou com críticas que fizeram Homem-Aranha 3 e Batman e Robin parecer obras-primas de tão ruins (e com justiça), mas a polêmica o fez lucrar muito mais que o esperado, da mesma forma que o anestesiante Guerra Civil da Marvel lucrou pelas críticas positivas. No final, todos conseguiram pagar o aluguel, e no quintal o AU-AU continua, previsivelmente, com a certeza ainda que subconsciente por parte dos fãs (e do grande público) que Marvel, DC e seus estúdios estão migrando cada vez mais para uma operação de licenciamento de personagens, ou seja se importando mais com o que queremos assistir, do que aquilo que, em tese, precisamos consumir, do que rumo a um empreendimento a favor de novas e diferentes histórias de acordo com o economista Edward J. Epstein.

    Um ótimo exemplo disso é observar como o público de hoje não tem mais paciência de assistir ou ler uma boa narrativa, se nela não estiver um vampiro bronzeado, ou um pervertido branco e milionário… Portanto, se você é super Marvete, mega DCnauta e não gosta de Transformers porque “o filme não tem história”, seja bipolar o bastante e dê um tapa na sua e na minha cara: Todos nós ajudamos a criar esse terrível monstro do “não tem história, mas tem gente diferentona”. Na verdade, são tempos difíceis quando, pra refletir sobre uma realidade, fica quase inevitável não se fazer uma crítica sobre ela… Mas se até um feriado prolongado acaba, calma que as histórias um dia voltarão a reinar. 2007 foi o ano-chave do fenômeno, com o Aranha, um pirata, um ogro, um robô e um bruxo mandando o recado: O cinema mainstream é mais das sequências, dos bonecos, e menos das narrativas boas de verdade. Ninguém quer correr grandes riscos, ninguém…

    … exceto a DC – graças a Deus. Se Hollywood hoje dorme com Stan Lee e Jim Lee, deuses da nona-arte, a DC impede que um monopólio ideológico de opiniões massificadas e mais fascistas a cada ano se forme, numa indústria voltada aos mais jovens, recusando-se de “vestir” seus deuses gregos quase onipotentes com as “roupas” mais bem-sucedidas da Marvel, devido sua máquina de marketing. Por isso, nota-se em 2016 que a Marvel faz tudo para o bem dos negócios e do marketing (fazendo filmes que o público quer assistir, lucrando mais que empresa de água no Saara), e a DC para o bem da tradição dos seus personagens (mantendo sua identidade ao custo de entregar filmes de pegada ainda experimental, mas que fazem justiça tanto a identidade original da marca, quanto ao avanço dos novos tempos, daí o contraste do Super de 2006 com esse, dez anos depois) – duas iniciativas respectivamente quase opostas daquilo que Disney e Warner um dia, já apostaram. Tudo mudou, e vai mudar ainda mais, mas relaxa que vai ser difícil não mudar ao nosso favor… Nas nossas relações sociais, mimo demais só é bom pra quem precisa controlar o gado; deixar bem mansinho…

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    Portanto obrigado, DC, por mostrar o Batman tirando sangue dos criminosos, e valeu Marvel, por não mostrar o Capitão América fazendo a mesma coisa. E por que eu não agradeço a Deadpool? Porque apesar de estar longe de ser um filme perfeito (e existe alguma obra perfeita, oráculo?), de acordo com Tim Wu e o ótimo livro Impérios da Comunicação, da editora Zahar, “perfeição e liberdade nunca foram totalmente compatíveis”. Então valeu Marvel, e principalmente, DC. Continuem longe uma da outra, dando a falsa impressão de competição, girando a roda, cada uma na sua estrada, mesmo que nenhuma delas leve ao verdadeiro Cinema que nos oferecem e nos vendem, sem medo de promover bonecos dos Vingadores em prol de alimentar grandes propagandas enganosas.

  • E se o Cinema Desprezasse Super-Heróis?

    E se o Cinema Desprezasse Super-Heróis?

    E se o Cinema Desprezasse Super-Heróis

    “Não há espaço para super-heróis, nunca houve. Filmes baseados em HQ’s sempre foram um problema pra indústria. Tipos como Superman, Homem-Aranha, Flash e os X-Men simplesmente não conseguem respirar fora dos quadrinhos – imaginem um filme sobre Os Vingadores, com heróis e mais heróis pipocando na tela; impossível. A plateia iria recusar salvadores criados para crianças, principalmente por se sentir inferiorizada diante de outros tão poderosos. Não iria ter identificação com o mundo real, não como acontece nas revistas. Aliás, não há como convencer as pessoas a pagar pra ver um bando de adultos vestindo uniformes e lutando contra o crime, certo? Rapidamente essa fórmula iria se esgotar, o encanto teria prazo para acabar, e, antes de encontrar o fim, é melhor que essa mania de adaptar tudo nem comece! Já bastam os filmes do Superman que, de bom mesmo, só os dois primeiros e o Batman, do Tim Burton. Chega! Quem precisa de super-heróis fora do gibi?”

    Hollywood, e mais do que nunca. A indústria está carente, feito um solteirão trancado num apartamento com dez gatos por uma semana, ou até mais que isso. As grandes ideias ou simplesmente caíram da ampulheta, ou estão sendo poupadas há décadas nas gavetas dos poderosos produtores da Warner, Fox, Disney e cia., com medo do futuro caso de fato boas ideias sejam coisa do passado, ou se a moda de reciclar tudo em infinitas sequências não colar mais e todo mundo começar a pedir algo diferente de Velozes e Furiosos 98 ou Star Wars – Episódio 50. Uma hora vai cansar, né? Tudo cansa, ou melhor, muita coisa já cansou, tipo Transformers, que número está, 78º filme? Nem Optimus Prime dá conta. Mas se a Sociologia explica tudo (quase tudo), nesse caso nem vamos precisar ir fundo na análise… Não é só o Cinemão, que um dia foi comandado pelos grandes cenários de Victor Fleming e William Wyler, e hoje se nutre pelos efeitos visuais de James Cameron que precisa da Marvel e da DC: A sociedade também.

    Precisamos de parâmetros, de espelhos, e precisamos a todo momento. Alguém sem ídolos, como deixa claro O Mestre, de Paul Thomas Anderson, praticamente não existe. Todo mundo precisa de um fôlego, de um “Você me representa!”. Por isso a utopia apresentada no começo, em que os super-heróis jamais seriam aceitos pelo público, é pura mentira, mas se aplica diretamente aos filmes baseados em videogame, os quais, se realmente querem ser aceitos, irão precisar jogar do jeito que Bryan Singer, Sam Raimi e Christopher Nolan fizeram (amém), pavimentando o caminho. Não pode vencê-los? Junte-se ao modo Marvel-DC de fazer as coisas (editoras que hoje estão na Disney, Fox e Warner, e o resto que corra atrás de livros famosos, rápido!). Ainda na exibição de Batman vs Superman, ou em Capitão América: Guerra Civil, é nítido o prazer de assistir a pessoas iguais a nós salvando o mundo. Fazendo a diferença! Nos dá quase um gosto de missão cumprida, não é? Isso não cansa nunca, ou pelo menos demora pra gente dar um O.K., e procurar algo melhor para fazer, para assumirmos que vale a pena.

    Beleza, mas E SE, brincando no universo paralelo das conjecturas, aquele cenário (apocalíptico) fosse uma realidade, tal qual a situação ainda indecisa e inexpressiva dos filmes de videogame, e o primeiro X-Men, dos anos 2000, ou o Homem-Aranha de 2002 e Batman Begins de 2005 tivessem sido enormes fracassos, e ninguém ousasse mais vestir um ator com capa na Comic-Con de San Diego?! Nesse caso, então, a indagação suprema seria outra: como estaria o Cinemão americano, todo lindo e divertido, em 2016, se a gente nunca tivesse chamado a galera pra assistir a quadrinhos numa tela gigante? Muito doente, obrigado.

    Mas calma, estaria vivo SIM, com roteiristas a preço de ouro. Mas seria um sobrevivente como sempre foi, desde muito antes de Spielberg mostrar aos poderosos que dá pra fazer MUITA grana fazendo as pessoas se divertirem, e não apenas se emocionarem como ficou provado com … E O Vento Levou, a maior bilheteria da história levando-se em conta a inflação (três bilhões e meio de dólares, quer mais?). Como imaginar numa situação saudável, tranquila e good vibes, dependendo de franquias como 007, Piratas do Caribe e Avatar, uma indústria com a Marvel faturando 10 bilhões em uma década, e um personagem sozinho feito Batman com mais de quatro bilhões em caixa, com apenas oito filmes? Seria a mesma coisa de tirar o Chaves do SBT, resumindo. Hollywood viciou e nos fez viciar mais ainda nessa gente que voa, é diferentona e solta raios (foi a melhor coisa a fazer), e que essa fonte dure bastante, caso contrário…

    Movimentos em forma de filme, como Avatar (O 3D duplica o valor do ingresso, o mercado está salvo de novo), Central do Brasil (num país pós-retomada do cinema nacional) e Pulp Fiction (ensinando Hollywood que “somos pobres mas somos limpinhos”) tiveram uma importância tão grande para o Cinema que, apagando-os da história recente ou da antiga da arte, iríamos sentir em demasia os efeitos de uma utopia positiva agindo sobre nós; no cenário das hipóteses, tudo pode acontecer. E fica fácil prever uma hipótese dessas se julgarmos o impacto na cultura pop caso George Lucas nunca tivesse criado Star Wars, em 1977. Se a saga dos sabres de luz resumiu uma geração (e levou a veneração à cultura pop, mundo afora, calcando bases sólidas no mercado do entretenimento em massa), sua inexistência deixaria Hollywood órfã de representação e adoração a longo prazo, inclusive na memória de todos nós, já que é isso o que realmente importa no jogo. Mais do que isso: Muito da identidade de uma época nunca teria existido, como aconteceria se o cinema não curtisse o Deadpool.

    Sem a Marvel e DC na jogada, o jeito da cultura pop no Cinema seria apelar para franquias melhores que os tapa-buracos de hoje em dia (Divergente, Maze Runner, Jogos Vorazes, etc), desenvolvendo a qualidade de produtos de um jeito muito mais profundo e menos descartável do que atualmente faz, o que, dada a quantidade de estreias a cada semana, torna-se impossível de realizar em grande escala. A esperança é a última que morre, e sem heróis para fazer o povo continuar saindo da Netflix e indo ao Cinema, talvez teríamos até mais sequências que já temos (“Alice – A Vingança do Chapeleiro Maluco” poderia estrear semana que vem), além da usual avalanche de remakes que só iriam aumentar, obrigando a molecada a descobrir os filmes originais do passado. Outro “talvez” cabível seria o reinado, FINALMENTE, dos filmes de videogame, com ‘Diablo – Parte 4’ estreando em julho. Por que não? Tudo seria possível se a Marvel não reinasse, soberana, e se a DC não tivesse no comando uma ameba chamada Zack Snyder.

    Levando o cinema a experimentar novas possibilidades de contar histórias, em 1977, lá em cima no espaço, Lucas passou o bastão para J.J. Abrams porque, agora, tudo parece ter mudado. Com as histórias de Stan Lee e Bob Kane, de 2000 pra cá, o que os super-heróis nos levam a sentir? Poder, auto-engano em massa, um chamado para salvarmos o mundo… O inconsciente e imaginário populares têm um trabalho importante nisso, e num mundo atacado com terrorismo, aquecimento global e o fim da privacidade, numa realidade dessa e cada vez mais cética sobre quem realmente tem poder nesse mundo (Oi, Google), seríamos nós nossos próprios heróis? O que representa a identidade do século 21 se não salvarmos a nossa própria pele? Isso explica porque eles não são suficientes no gibi, porque precisaram ir para a tela grande, e porque seu maior feito é salvar Hollywood. Isso explica muita coisa.

  • Crítica | Marujos do Amor

    Crítica | Marujos do Amor

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    A era de ouro… Quando Hollywood era mais Hollywood, os filmes mais Cinema e menos como a linha de montagem exibida em Tempos Modernos; tudo na América era digno de celebração e orgulho, e a sociedade do espetáculo crescia. O próprio americano confiava mais em seu país e nos valores da nação do que hoje em dia. Se hoje os EUA ainda ostentam a imagem de grande pátria, são filmes como Marujos do Amor a chave para essa reputação de país heroico e impávido colosso. A glória tinha mais pompa: As cores, mais vibrantes; tudo parecia ser mais original (o que, a bem da verdade, não era tanto assim) e os filmes de estúdio, rodados em grandes cenários, começavam a ganhar o mundo. Foi nos triunfos de John Ford e companhia que Hollywood se sabotou, aos poucos, com seu próprio estilo faraônico do fazer cinema consumindo suas eras, suas divas, seus astros e seus valores. O entretenimento era mais puro, e a inocência na tela, como muitos diálogos de Marujos nos faz lembrar, era aquilo que comandava o show.

    O gênero musical é a síntese dos anos trinta ao cinquenta, afinal o cinema tinha que alegrar o mundo enquanto a 2º Guerra explodia. As moças ainda não usavam jeans e os homens não tiravam seus chapéus nem se fosse pra dançar. Também era comum os musicais apresentarem uma metalinguagem simples, (um filme dentro de outro) ainda sem se aprofundar no subtema. Nunca, e repito: nunca o cinema soube marcar tão bem uma época, ainda refém dos costumes do século 19, estilizando (com uma grande liberdade artística de expressão) figurinos e ambientes inesquecíveis. Nem mesmo Fellini resistiu a moda dos grandes cenários e rodou em 1973 seu Amarcord, uma das melhores comédias da história, numa cidade de mentirinha. A própria composição visual do filme de 1945, de George Sidney, é de cair o queixo. As cores fazendo jus a fama da época, remetendo a paleta usada anos depois nos filmes de Nicholas Ray e Michael Powell, outros dos argonautas das naus do passado.

    Em Marujos do Amor até a luz da lua parecia mais brilhante, como quando os três principais personagens se encontram, numa sala de visitas, e as cortinas laranjas são cortadas por um luar azulado, no clássico estilo homenageado com primor em 2011 em A Invenção de Hugo Cabret. Nos idos que o país defendia suas forças armadas, um garoto quer entrar para a marinha, custe o que custar. E cabe a dois marujos, vividos por Sinatra e Gene Kelly, levar o garoto a mãe. A partir dai, os dois mulherengos e a dona de casa se envolvem em torno de temas apresentados com uma naturalidade deliciosa, irreverente, mas com números musicais pouco inspirados e que, apesar da técnica, não chegam aos pés dos pés de Kelly e da diva Jean Hagen, em Cantando na Chuva (1952).

    Quer dançar? Quer dizer… eu gostaria se você quisesse, também.

    O filme acaba sendo um ensaio para um musical muito menor, mas melhor: Um Dia em Nova York, onde Kelly e Sinatra se juntam, de novo, para fazer quem não gosta do gênero, passar a gostar. Todavia, é no inofensivo e romântico Marujos do Mar, com um forte pano de fundo político para os mais atentos, aonde as cores têm mais tons, são mais quentes, mais vivas, e o visual exala um equilíbrio, uma leveza e um frescor despretensioso que os romances perderam ao longo do tempo. Ficou na memória, ou melhor: gravado em celuloide. Mas tudo se torna irresistível a medida que Gene Kelly, a lenda da dança, permeia um número ao lado de Jerry, o ratinho, e outros desenhos animados. Uma cena fantástica que resume a essência (e a magia) do filme inteiro.

    Fato é que a música, sendo a alma de um filme, torna-o um delírio, uma representação aumentada da realidade, e também nos faz amá-lo mais rápido, como bem canta Sinatra num solo de piano. Divertidíssimo, e simpático, o filme, marco de uma época, é a típica obra de estúdio que tenta agradar a todos, como quando os dois marinheiros, orgulhosos por serem quem são, tentam afastar um pretendente da mãe do garoto para preservar a mulher e competir apenas entre si por ela. Incrível como, antes, homens procurando por damas sob o luar não significava sexo, mas beijos, cantoria, jantares à luz de vela e romance – talvez até uma serenata, com sapateado completando a proposta divertida dos musicais; os musicais de era de ouro! Um charme incontestável.

  • Oscar 2015 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Oscar 2015 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Melhor Filme

    Melhor Diretor

    Alejandro González Inárritu, Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) (vencedor)
    Richard Linklater, Boyhood: Da Infância à Juventude
    Bennett Miller, Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo
    Wes Anderson, O Grande Hotel Budapeste
    Morten Tyldum, O Jogo da Imitação

    Melhor Atriz Coadjuvante

    Patricia Arquette, Boyhood: Da Infância à Juventude (vencedor)
    Laura Dern, Livre
    Keira Knightley, O Jogo da Imitação
    Meryl Streep, Caminhos da Floresta
    Emma Stone, Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)

    Melhor Ator Coadjuvante

    Melhor Roteiro Adaptado

    O Jogo da Imitação, Graham Moore (vencedor)
    Sniper Americano, Jason Hall
    Vício Inerente, Paul Thomas Anderson
    A Teoria de Tudo, Anthony McCarten
    Whiplash: Em Busca da Perfeição, Damien Chazelle

    Melhor Roteiro Original

    Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância), Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris e Armando Bo (vencedor)
    Boyhood: Da Infância à Juventude, Richard Linklater
    Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo, Dan Futterman e E. Max Frye
    O Grande Hotel Budapeste, Wes Anderson e Hugo Guinness
    O Abutre, Dan Gilroy

    Melhor Filme Estrangeiro

    Ida (Polônia – vencedor)
    Leviatã (Rússia)
    Tangerines (Estônia)
    Timbuktu (Mauritânia)
    Relatos Selvagens (Argentina)

    Melhor Documentário

    Citizenfour (vencedor)
    Vietnã: Batendo em Retirada
    Virunga
    A Fotografia Oculta de Vivian Maier
    O Sal da Terra

    Melhor Edição

    Melhor Edição de Som

    Melhor Figurino

    O Grande Hotel Budapeste (vencedor)
    Vício Inerente
    Caminhos da Floresta
    Malévola
    Mr. Turner

    Melhor Canção Original

    Glory, Selma: Uma Luta Pela Igualdade
    Everything is Awesome, Uma Aventura LEGO
    Grateful, Nos Bastidores da Fama
    I’m Not Going to Miss You, Glen Campbell: I’ll Be Me
    Lost Stars, Mesmo Se Nada Der Certo

    Melhor Trilha Original

    O Grande Hotel Budapeste, Alexandre Desplat (vencedor)
    O Jogo da Imitação, Alexandre Desplat
    Interestelar, Hans Zimmer
    Mr. Turner, Gary Yershon
    A Teoria de Tudo, Johann Johannsson

    Melhor Design de Produção

    O Grande Hotel Budapeste (vencedor)
    O Jogo da Imitação
    Interestelar
    Caminhos da Floresta
    Mr. Turner

    Melhor Efeitos Visuais

    Interestelar (vencedor)
    Capitão América 2: O Soldado Invernal
    Guardiões da Galáxia
    Planeta dos Macacos: O Confronto
    X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido

    Melhor Curta de Animação

    O Banquete (vencedor)
    The Bigger Picture
    The Dam Keeper
    Me and My Moulton
    A Single Life

    Melhor Curta-Metragem

    The Phone Call (vencedor)
    Aya
    Boogaloo and Graham
    Butter Lamp
    Parvaneh

    Melhor Curta-Documentário

    Crisis Hotline: Veterans Press 1 (vencedor)
    Joanna
    Our Curse
    The Reaper (La Parka)
    White Earth

  • Resenha | Mainstream: A Guerra Global Das Mídias e Das Culturas – Frédéric Martel

    Resenha | Mainstream: A Guerra Global Das Mídias e Das Culturas – Frédéric Martel

    No meio dos anos 2000, o jornalista e sociólogo Frédéric Martel começou um projeto ambicioso, o de percorrer os principais países exportadores de conteúdo audiovisual para tentar entender como é feita esta troca de cultura no mundo atual. No entendimento de Martel, a dominação de um país pelo outro não ocorre somente através de forças militar, econômica e industrial, o hard power, mas também do soft power, ou seja, a música, os filmes, os programas de TV, assim como a exportação do formato cultural, seja ele qual for.

    De Hollywood a Bollywood, das novelas da Televisa e Rede Globo aos talk-shows informativos da Al-Jazeera, passando pelas músicas j-pop e k-pop, durante cinco anos o autor entrevistou mais de 1000 pessoas em 30 países, e o resultado é um livro que tenta desvendar como se dá a estratégia de circulação geopolítica do conteúdo audiovisual, de que forma, em quais meios e a qual preço.

    O livro se divide em duas partes; na primeira, ele se propõe a refletir primeiramente os Estados Unidos, pois é justamente o país onde a cultura mainstream prevalece e é exportada para o mundo inteiro. Na análise do país, Martel percebe que Hollywood mudou: ela não é a mesma do passado. Hoje em dia, todo mundo é independente, e os grandes estúdios funcionam muito mais como bancos que aplicam o seu dinheiro em projetos, com variáveis de risco, do que geradores de conteúdo em si.

    Além disso, o autor problematiza uma questão curiosa de nacionalidade: apesar da exportação de filmes norte-americanos pasteurizados para o mundo todo, os grandes estúdios hoje em dia são controlados por grandes corporações internacionais. A Sony, dona da Columbia Pictures, que produziu Homem-Aranha, não se envolveu com o conteúdo da película. Qual o interesse, então, da corporação japonesa como dona de um estúdio, fora o lucro?

    Outro ponto interessante do livro é quando Martel disserta sobre o passado dos multiplexes e a sua história. Nos cinemas com 20 salas, a ideia é prender o consumidor que está de passagem por ali, com sessões a cada 15 minutos, fazendo com que ele tenha pouco tempo para se decidir e não fazer mais nada.

    Na segunda parte, o autor começa a viajar o mundo, indo à China para tentar entender como os filmes norte-americanos têm pouca entrada no país devido à censura, apesar de uma tela de multiplex ser construída todos os dias pelos chineses (dados de 2009 que o autor usou no livro).

    Já em Bollywood, Martel se depara com empresários que pretendem exportar cada vez mais o cinema indiano para o mundo, mas que esbarram com as características que tornam os filmes tão famosos na região: a duração, as danças típicas e etc. Aqui, também, o cinema americano tem pouca penetração, devido justamente a essas características dos blockbusters locais, apesar do aumento considerável de salas no país nos últimos anos, com os novos multiplexes indianos.

    No Japão e na Coreia, o autor investiga o j-pop e o k-pop respectivamente, os processos pasteurizados que transformam em fenômeno musical, pelo sudeste asiático, jovens de nacionalidades diversas, que cantam em certas línguas e agem de acordo com costumes culturais que alguns países compartilham. Ao voltar-se para a América Latina, a discussão passa a ser sobre a exportação de novelas pela brasileira Rede Globo e pela mexicana Televisa, em detrimento da Globovision venezuelana devido à economia e ao governo chavista, e da argentina Telefe, como consequência de sua economia. Apesar de serem exportadas, entre si e para alguns países europeus e africanos, as novelas não têm o alcance global que seus produtores gostariam. No Catar, a Al-Jazeera torna-se o tema para tentar entender o fenômeno de comunicação. No entanto, apesar do sucesso com telespectadores árabes de diversos países da região, a grande dificuldade é atingir o grande público a despeito da diferença cultural.

    O autor termina o giro na Europa com a cultura anti-mainstream, mas não sem antes passar por Paris e Londres, que, como Miami, são mais importantes para os seus imigrantes mais numerosos do que aos países de origem destes. Um artista local, seja de qualquer país africano ou latino-americano, não consegue sucesso mundial sem antes passar por estas capitais musicais e ser modelado pela indústria, caso do senegalês Youssou N’Dour ou do cubano-americano Pitbull. Outra característica da Europa são os países orientais; se antes eram unidos à força pela União Soviética, hoje cada um se fecha para a cultura do outro, e todos acabam abraçando os filmes, músicas e programas da televisão norte-americana. O que também acontece na África e na América Latina, de acordo com o autor.

    Na conclusão do livro, Frédéric Martel joga as mesmas questões que havia abordado anteriormente: se existe o desejo de produtores locais de conquistarem o mundo, como é o caso das TVs árabes, da música nipo-coreana ou das novelas latino-americanas, o mesmo não se pode dizer das grandes corporações internacionais donas de estúdio, caso da japonesa Sony, dona da Columbia; da australiana News Corp, dona da 20th Century Fox; ou até a francesa Vivendi, dona da Universal Music e da produtora de jogos Blizzard (até 2013).

    O livro tem um problema que pode incomodar o leitor. O autor não consegue chegar à conclusão que os capítulos pedem; ele apenas apresenta os dados da sua importante pesquisa junto a sua experiência local em cada país. A impressão que fica é que faltou perguntas a serem feitas ao leitor, questões relacionadas aos dados específicos. Em suma, uma maior atuação retórica por parte do escritor e pesquisador. Além disso, Mainstream é muito prolixo. A obra deveria ser menor do que é, pois há nela muitas informações repetidas e desnecessárias.

    Mainstream – A Guerra Global Das Mídias e Das Culturas vale a pena, pois a proposta de Frédéric Martel de analisar a geopolítica mundial através do soft power é inovadora. Assim, conseguimos ter alguma compreensão da estratégia dos países através do jogo global de conteúdo. Passamos a olhá-lo de forma diferente quando vemos o sucesso de um blockbuster norte-americano em um país onde, alguns anos atrás, ele não tinha sequer público.

    A boa tradução de Clóvis Marques faz a leitura fluir bem e rápida, apesar do tamanho do livro.

    Compre aqui: Edição física | Digital

    Texto de autoria de Pablo Grilo.

  • Sai de Cena a lenda do cinema Lauren Bacall

    Sai de Cena a lenda do cinema Lauren Bacall

    Lauren Bacall

    A atriz Lauren Bacall, aos 89 anos de idade, não resistiu a um derrame que sofreu em casa e veio a falecer na data de hoje, noticiou o site TMZ. Bacall foi casada com Humphrey Bogart, com quem teve dois filhos, e se tornou um ícone da era de Ouro de Hollywood ao lado de Bogart.

    Bacall se tornou conhecida ao filmar Uma Aventura na Martinica, em 1944, obra adaptada do romance de Ernest Hemingway, por Howard Hawks, onde já contracenava com Bogart. Em 1948, retomou a parceria, dessa vez com direção de John Huston, onde estrelaram o clássico Paixões em Fúria. Além dos já citados, em 1950, Bacall filmou Cinzas ao Vento, de Michael Curtiz, ao lado de Gary Cooper; em 1955, fez par romântico com John Wayne, em Rota Sangrenta; e ainda no ano seguinte, estrelou o clássico Palavras ao Vento, de Douglas Sirk, com Rock Hudson.

    Mais recentemente, Lauren Bacall veio a trabalhar com o cineasta Lars Von Trier em Manderlay e Dogville, além de fazer dublagens na versões americanas de animações como Castelo Animado, e o mais recente, Ernest e Celestine, de 2012.

    2014 tem sido um ano bastante triste para o cinema. O mês de agosto faz questão de não nos esquecermos disso.

    Lauren Bacall and Humphrey Bogart

  • Oscar 2014 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Oscar 2014 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Melhor Filme

    12 Anos de Escravidão (vencedor)
    Trapaça
    Capitão Phillips
    Clube de Compras Dallas
    Gravidade
    Ela
    Nebraska
    Philomena
    O Lobo de Wall Street

    Melhor Atriz

    Cate Blanchett, Blue Jasmine (vencedor)
    Amy Adams, Trapaça
    Sandra Bullock, Gravidade
    Judi Dench, Philomena
    Meryl Streep, Álbum de Família

    Melhor Ator

    Matthew McConaughey, Clube de Compras Dallas (vencedor)
    Christian Bale, Trapaça
    Bruce Dern, Nebraska
    Leonardo DiCaprio, O Lobo de Wall Street
    Chiwetel Ejiofor, 12 Anos de Escravidão

    Melhor Diretor

    Alfonso Cuarón, Gravidade (vencedor)
    David O. Russell, Trapaça
    Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão
    Martin Scorsese, O Lobo de Wall Street
    Alexander Payne, Nebraska

    Melhor Atriz Coadjuvante

    Lupita Nyong’o, 12 Anos de Escravidão (vencedor)
    Sally Hawkins, Blue Jasmine
    Jennifer Lawrence, Trapaça
    Julia Roberts, Álbum de Família
    June Squibb, Nebraska

    Melhor Ator Coadjuvante

    Jared Leto, Clube de Compras Dallas (vencedor)
    Barkhad Abdi, Capitão Phillips
    Bradley Cooper, Trapaça
    Michael Fassbender, 12 Anos de Escravidão
    Jonah Hill, O Lobo de Wall Street

    Melhor Roteiro Adaptado

    12 Anos de Escravidão, John Ridley (vencedor)
    Antes da Meia-Noite, Richard LinklaterJulie Delpy e Ethan Hawke
    Capitão Phillips, Billy Ray
    Philomena, Steve Coogan e Jeff Pope
    O Lobo de Wall Street, Terence Winter

    Melhor Roteiro Original

    Ela, Spike Jonze (vencedor)
    Trapaça, Eric Warren Singer e David O. Russell
    Blue Jasmine, Woody Allen
    Clube de Compras Dallas, Craig Borten e Melisa Wallack
    Nebraska, Bob Nelson

    Melhor Filme Estrangeiro

    A Grande Beleza (Itália – vencedor)
    Alabama Monroe (Bélgica)
    A Caça (Dinamarca)
    A Imagem que Falta (Cambodia)
    Omar (Palestina)

    Melhor Documentário

    Gravidade, (vencedor)
    Trapaça
    Capitão Phillips
    Clube de Compras Dallas
    12 Anos de Escravidão

    Melhor Fotografia

    Gravidade, Emmanuel Lubezki (vencedor)
    O Grande Mestre, Philippe Le Sourd
    Inside Llewin Davis: Balada de um Homem Comum, Bruno Delbonnel
    Nebraska, Phedon Papamichael
    Os Suspeitos, Roger Deakins

    Melhor Maquiagem e Cabelo

    Clube de Compras Dallas (vencedor)
    Vovô Sem-Vergonha
    O Cavaleiro Solitário

    Melhor Mixagem de Som

    Gravidade (vencedor)
    Capitão Phillips
    O Hobbit: A Desolação de Smaug
    Inside Llewin Davis: Balada de um Homem Comum
    O Grande Herói

    Melhor Edição de Som

    Melhor Figurino

    O Grande Gatsby (vencedor)
    Trapaça
    O Grande Mestre
    O Nosso Segredo
    12 Anos de Escravidão

    Melhor Canção Original

    Let it Go, Frozen: Uma Aventura Congelante (vencedor)
    Alone Yet Not Alone, Alone Yet Not Alone
    Happy, Meu Malvado Favorito 2
    The Moon Song, Ela
    Ordinary Love, Mandela

    Melhor Trilha Original

    Gravidade, Steven Price (vencedor)
    A Menina que Roubava Livros, John Williams
    Ela, Will Butler e Owen Pallett
    Philomena, Alexandre Desplat
    Walt nos Bastidores de Mary Poppins, Thomas Newman

    Melhor Design de Produção

    O Grande Gatsby (vencedor)
    Trapaça
    Gravidade
    Ela
    12 Anos de Escravidão

    Melhor Animação

    Frozen: Uma Aventura Congelante (vencedor)
    Os Croods
    Meu Malvado Favorito 2
    Ernest & Celestine
    Vidas ao Vento

    Melhor Curta de Animação

    Mr. Hublot (vencedor)
    Feral
    Get a Horse!
    Possessions
    Room on the Broom

    Melhor Curta-Metragem

    Helium (vencedor)
    Aquel No Era Yo (That Wasn’t Me)
    Avant Que De Tout Perdre (Just Before Losing Everything)
    Pitääkö Mun Kaikki Hoitaa? (Do I Have to Take Care of Everything?)
    The Voorman Problem

    Melhor Curta-Documentário

    The Lady in Number 6: Music Saved My Life (vencedor)
    CaveDigger
    Facing Fear
    Karama Has No Walls
    Prison Terminal: The Last Days of Private Jack Hall

  • Oscar 2013 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Oscar 2013 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Melhor Filme

    Argo (vencedor)
    Django Livre
    As Aventuras de Pi
    Lincoln
    A Hora Mais Escura
    Os Miseráveis
    O Lado Bom da Vida
    Indomável Sonhadora
    Amor

    Melhor Atriz

    Jennifer Lawrence, O Lado Bom da Vida (vencedora)
    Jessica Chastain, A Hora Mais Escura
    Naomi Watts, O Impossível
    Emmanuellle Riva, Amor
    Quvenzhané Wallis, Indomável Sonhadora

    Melhor Ator

    Daniel Day-Lewis, Lincoln (vencedor)
    Joaquin Phoenix, O Mestre
    Denzel Washington, O Voo
    Bradley Cooper, O Lado Bom da Vida
    Hugh Jackman, Os Miseráveis

    Melhor Diretor

    Ang Lee, As Aventuras de Pi (vencedor)
    Steven Spielberg, Lincoln
    Michael Haneke, Amor
    David O. Russell, O Lado Bom da Vida
    Benh Zeitlin, Indomável Sonhadora

    Melhor Atriz Coadjuvante

    Anne Hathaway, Os Miseráveis (vencedora)
    Amy Adams, O Mestre
    Sally Field, Lincoln
    Helen Hunt, As Sessões
    Jacki Weaver, O Lado Bom da Vida

    Melhor Ator Coadjuvante

    Christoph Waltz, Django Livre (vencedor)
    Alan Arkin, Argo
    Philip Seymour Hoffman, O Mestre
    Tommy Lee Jones, Lincoln
    Robert De Niro, O Lado Bom da Vida

    Melhor Roteiro Adaptado

    Argo, Chris Terrio (vencedor)
    Indomável Sonhadora, Lucy Alibar e Benh Zeitlin
    As Aventuras de Pi, David Magee
    Lincoln, Tony Kushner
    O Lado Bom da Vida, David O. Russell

    Melhor Roteiro Original

    Django Livre, Quentin Tarantino (vencedor)
    A Hora Mais Escura, Mark Boal
    Amor, Michael Haneke
    Moonrise Kingdom, Wes Anderson e Roman Coppola
    O Voo, John Gatins

    Melhor Filme Estrangeiro

    Amor (Áustria – vencedor)
    O Amante da Rainha (Dinamarca)
    Kon-Tiki (Noruega)
    No (Chile)
    A Feiticeira da Guerra (Canadá)

    Melhor Documentário

    Procurando Sugar Man (vencedor)
    Cinco Câmeras Quebradas
    Os Guardiões
    How to Survive a Plague
    The Invisible War

    Melhor Edição

    Melhor Edição de Som

    Melhor Figurino

    Anna Karenina (vencedor)
    Os Miseráveis
    Lincoln
    Espelho, Espelho Meu
    Branca de Neve e o Caçador

    Melhor Canção Original

    Skyfall, 007: Operação Skyfall (vencedor)
    Before My Time,
     Chasing Ice
    Everybody Needs A Best Friend, Ted
    Pi’s Lullaby, As Aventuras de Pi
    Suddenly, Os Miseráveis

    Melhor Trilha Original

    As Aventuras de Pi, Mychael Danna (vencedor)
    Anna Karenina, Dario Marianelli
    Argo, Alexandre Desplat
    Lincoln, John Williams
    007: Operação Skyfall, Thomas Newman

    Melhor Design de Produção

    Lincoln (vencedor)
    Anna Karenina
    O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
    Os Miseráveis
    As Aventuras de Pi

    Melhor Efeitos Visuais

    As Aventuras de Pi (vencedor)
    O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
    Os Vingadores
    Prometheus
    Branca de Neve e o Caçador

    Melhor Animação

    Valente (vencedor)
    Frankenweenie
    Detona Ralph
    ParaNorman
    Piratas Pirados!

    Melhor Curta de Animação

    Paperman (vencedor)
    Adam and Dog
    Fresh Guacamole
    Head over Heels
    Maggie Simpson in “The Longest Daycare”

    Melhor Curta-Metragem

    Curfew (vencedor)
    Asad
    Buzkashi Boys
    Death of a Shadow (Dood van een Schaduw)
    Henry

    Melhor Curta-Documentário

    Inocente (vencedor)
    Kings Point
    Mondays at Racine
    Open Heart
    Redemption

  • Oscar 2012 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Oscar 2012 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Melhor Filme

    O Artista (vencedor)
    Os Descendentes
    A Árvore da Vida
    Histórias Cruzadas
    A Invenção de Hugo Cabret
    O Homem Que Mudou o Jogo
    Cavalo de Guerra
    Meia-Noite em Paris
    Tão Perto e Tão Forte

    Melhor Atriz

    Meryl Streep, A Dama de Ferro (vencedora)
    Glenn Close, Albert Nobbs
    Viola Davis, Histórias Cruzadas
    Rooney Mara, Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres
    Michelle Williams, Sete Dias com Marilyn

    Melhor Ator

    Jean Dujardin, O Artista (vencedor)
    George Clooney, Os Descendentes
    Brad Pitt, O Homem Que Mudou o Jogo
    Demián Bichir, Uma Vida Melhor
    Gary Oldman, O Espião que Sabia Demais

    Melhor Diretor

    Michel Hazanivicous, O Artista (vencedor)
    Woody Allen, Meia-Noite em Paris
    Terrence Malick, A Árvore da Vida
    Alexander Payne, Os Descendentes
    Martin Scorsese, A Invenção de Hugo Cabret

    Melhor Atriz Coadjuvante

    Octavia Spencer, Histórias Cruzadas (vencedora)
    Bérénice Bejo, O Artista
    Jessica Chastain, Histórias Cruzadas
    Janet McTeer, Albert Nobbs
    Melissa McCarthy, Missão Madrinha de Casamento

    Melhor Ator Coadjuvante

    Christopher Plummer, Toda Forma de Amor (vencedor)
    Kenneth Branagh, Sete Dias com Marilyn
    Nick Nolte, Guerreiro
    Max Von Sidow, Tão Perto e Tão Forte
    Jonah Hill, O Homem Que Mudou o Jogo

    Melhor Roteiro Adaptado

    Os Descendentes, Alexander PayneNat Faxon e Jim Rash (vencedor)
    A Invenção de Hugo Cabret, John Logan
    Tudo pelo Poder, George ClooneyGrant Heslov e Beau Willimon
    O Espião que Sabia Demais, Bridget O’Connor e Peter Straughan
    O Homem Que Mudou o Jogo, Steven Zaillian, Aaron Sorkin e Stan Chervin

    Melhor Roteiro Original

    Meia-Noite em Paris, Woody Allen (vencedor)
    O Artista, Michel Hazanavicius
    Margin Call: O Dia Antes do Fim, J.C. Chandor
    Missão Madrinha de Casamento, Kristen Wiig e Annie Mumolo
    A Separação, Asghar Farhadi

    Melhor Filme Estrangeiro

    A Separação (Irã – vencedor)
    Bullhead (Bélgica)
    Monsieur Lazhar (Canadá)
    Footnote (Israel)
    In Darkness (Polônia)

    Melhor Documentário

    Undefeated (vencedor)
    Hell and Back Again
    If a Tree Falls
    Paradise Lost 3: Purgatory
    Pina

    Melhor Edição

    Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres (vencedor)
    Os Descendentes
    O Artista
    O Homem Que Mudou o Jogo
    A Invenção de Hugo Cabret

    Melhor Fotografia

    A Invenção de Hugo Cabret, Robert Richardson (vencedor)
    Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres, Jeff Cronenweth
    O Artista, Guillaume Schiffman
    A Árvore da Vida, Emmanuel Lubezki
    Cavalo de Guerra, Janusz Kaminski

    Melhor Maquiagem e Cabelo

    A Dama de Ferro (vencedor)
    Albert Nobbs
    Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2

    Melhor Mixagem de Som

    A Invenção de Hugo Cabret (vencedor)
    Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres
    Cavalo de Guerra
    Transformers: O Lado Oculto da Lua
    O Homem Que Mudou o Jogo

    Melhor Edição de Som

    A Invenção de Hugo Cabret (vencedor)
    Drive
    Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres
    Cavalo de Guerra
    Transformers: O Lado Oculto da Lua

    Melhor Figurino

    O Artista (vencedor)
    Anônimo
    A Invenção de Hugo Cabret
    Jane Eyre
    W.E. – O Romance do Século

    Melhor Canção Original

    Man or Muppet, Os Muppets (vencedor)
    Real in Rio, Rio

    Melhor Trilha Original

    O Artista, Ludovic Bource (vencedor)
    As Aventuras de Tintim, John Williams
    O Espião que Sabia Demais, Alberto Iglesias
    A Invenção de Hugo Cabret, Howard Shore
    Cavalo de Guerra, John Williams

    Melhor Design de Produção

    A Invenção de Hugo Cabret (vencedor)
    O Artista
    Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2
    Cavalo de Guerra

    Melhor Efeitos Visuais

    A Invenção de Hugo Cabret (vencedor)
    Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2
    Gigantes de Aço
    Planeta dos Macacos: A Origem
    Transformers: O Lado Oculto da Lua

    Melhor Animação

    Rango (vencedor)
    Gato de Botas
    Kung Fu Panda 2
    Um Gato em Paris
    Chico & Rita

    Melhor Curta de Animação

    The Fantastic Flying Books of Mister Morris Lessmore (vencedor)
    Dimanche
    La Luna
    A Morning Stroll
    Wild Life

    Melhor Curta-Metragem

    The Shore (vencedor)
    Pentecost
    Raju
    Time Freak
    Tuba Atlantic

    Melhor Curta-Documentário

    Saving Face (vencedor)
    God is the Bigger Elvis
    The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement
    Incident in New Baghdad
    The Tsunami and the Cherry
    Blossom

  • Oscar 2011 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Oscar 2011 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Melhor Filme

    O Discurso do Rei (vencedor)
    Cisne Negro
    O Vencedor
    A Origem
    A Rede Social
    Minhas Mães e meu Pai
    Toy Story 3
    127 Horas
    Bravura Indômita
    Inverno da Alma

    Melhor Atriz

    Natalie Portman, Cisne Negro (vencedora)
    Nicole Kidman, Reencontrando a Felicidade
    Jennifer Lawrence, Inverno da Alma
    Michelle Williams, Blue Valentine
    Annette Bening, Minhas Mães e meu Pai

    Melhor Ator

    Colin Firth, O Discurso do Rei (vencedor)
    Jesse Eisenberg, A Rede Social
    James Franco, 127 Horas
    Jeff Bridges, Bravura Indômita
    Javier Bardem, Biutiful

    Melhor Diretor

    Tom Hooper, O Discurso do Rei (vencedor)
    Darren Aronovsky, Cisne Negro
    David Fincher, A Rede Social
    David O. Russell, O Vencedor
    Joel e Ethan Coen, Bravura Indômita

    Melhor Atriz Coadjuvante

    Melissa Leo, O Vencedor (vencedora)
    Amy Adams, O Vencedor
    Helena Bonham Carter, O Discurso do Rei
    Jacki Weaver, Reino Animal
    Hailee Steinfeld, Bravura Indômita

    Melhor Ator Coadjuvante

    Christian Bale, O Vencedor (vencedor)
    Jeremy Renner, Atração Perigosa
    Geoffrey Rush, O Discurso do Rei
    John Hawkes, Inverno da Alma
    Mark Ruffalo, Minhas Mães e meu Pai

    Melhor Roteiro Adaptado

    A Rede Social, Aaron Sorkin (vencedor)
    127 Horas, Danny Boyle e Simon Beaufoy
    Toy Story 3, Michael Arndt, John LasseterAndrew Stanton e Lee Unkrich
    Bravura Indômita, Joel e Ethan Coen
    Inverno da Alma, Debra Granik e Anne Rosellini

    Melhor Roteiro Original

    O Discurso do Rei, David Seidler (vencedor)
    Minhas Mães e meu Pai, Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg
    A Origem, Christopher Nolan
    O Vencedor, Scott SilverPaul TamasyEric Johnson e Keith Dorrington
    Mais Um Ano, Mike Leigh

    Melhor Filme Estrangeiro

    Em um Mundo Melhor (Dinamarca – vencedor)
    Biutiful (México)
    Fora-da-Lei (Argélia)
    Dente Canino (Grécia)
    Incêndios (Canadá)

    Melhor Documentário

    Trabalho Interno (vencedor)
    Lixo Extraordinário
    Saída pela Loja de Presentes
    Gasland
    Restrepo

    Melhor Edição

    A Rede Social (vencedor)
    Cisne Negro
    O Vencedor
    O Discurso do Rei
    127 Horas

    Melhor Fotografia

    A Origem, Wally Pfister (vencedor)
    Cisne Negro, Matthew Libatique
    O Discurso do Rei, Danny Cohen
    A Rede Social, Jeff Cronenweth
    Bravura Indômita, Roger Deakins

    Melhor Maquiagem e Cabelo

    O Lobisomem (vencedor)
    Caminho da Liberdade
    Minha Versão para o Amor

    Melhor Mixagem de Som

    A Origem (vencedor)
    Bravura Indômita
    O Discurso do Rei
    A Rede Social
    Salt

    Melhor Edição de Som

    A Origem (vencedor)
    Toy Story 3
    Tron: O Legado
    Bravura Indômita
    Incontrolável

    Melhor Figurino

    Alice no País das Maravilhas (vencedor)
    Um Sonho de Amor
    A Tempestade
    Bravura Indômita

    Melhor Canção Original

    We Belong Together, Toy Story 3 (vencedor)
    Coming Home
    , Country Strong
    I See the Light, Enrolados
    If I Rise, 127 Horas

    Melhor Trilha Original

    A Rede Social, Trent Reznor e Atticus Ross (vencedor)
    O Discurso do Rei, Alexandre Desplat
    Como Treinar o seu Dragão, John Powell
    127 Horas, A.R. Rahman
    A Origem, Hans Zimmer

    Melhor Design de Produção

    Alice no País das Maravilhas (vencedor)
    Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte I
    A Origem
    O Discurso do Rei
    Bravura Indômita

    Melhor Efeitos Visuais

    A Origem (vencedor)
    Alice no País das Maravilhas
    Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte I
    Além da Vida
    Homem de Ferro 2

    Melhor Animação

    Melhor Curta de Animação

    The Lost Thing (vencedor)
    Day & Night
    The Gruffalo
    Let’s Pollute
    Madagascar, Carnet de Voyage

    Melhor Curta-Metragem

    God of Love (vencedor)
    The Confession
    The Crush
    Na Wewe
    Wish 143

    Melhor Curta-Documentário

    Strangers no More (vencedor)
    Killing in the Name
    Poster Girl
    Sun Come Up
    The Warriors of Qiugang

  • Oscar 2010 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Oscar 2010 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Melhor Filme

    Guerra ao Terror (vencedor)
    Avatar
    Um Sonho Possível
    Distrito 9
    Educação
    Bastardos Inglórios
    Preciosa: Uma História de Esperança
    Um Homem Sério
    Up: Altas Aventuras
    Amor Sem Escalas

    Melhor Atriz

    Sandra Bullock, Um Sonho Possível (vencedora)
    Helen Mirren, A Última Estação
    Carey Mulligan, Educação
    Gabourey Sidibe, Preciosa: Uma História de Esperança
    Meryl Streep, Julie e Julia

    Melhor Ator

    Jeff Bridges, Coração Louco (vencedor)
    George Clooney, Amor Sem Escalas
    Colin Firth, Direito de Amar
    Morgan Freeman, Invictus
    Jeremy Renner, Guerra ao Terror

    Melhor Diretor

    Kathryn Bigelow, Guerra ao Terror (vencedora)
    James Cameron, Avatar
    Quentin Tarantino, Bastardos Inglórios
    Lee Daniels, Preciosa: Uma História de Esperança
    Jason Reitman, Amor Sem Escalas

    Melhor Atriz Coadjuvante

    Mo’Nique, Preciosa: Uma História de Esperança (vencedora)
    Penelope Cruz, Nine
    Vera Farmiga, Amor Sem Escalas
    Maggie Gyllenhaal, Coração Louco
    Anna Kendrick, Amor Sem Escalas

    Melhor Ator Coadjuvante

    Christoph Waltz, Bastardos Inglórios (vencedor)
    Matt Damon, Invictus
    Woody Harrelson, O Mensageiro
    Christopher Plummer, A Última Estação
    Stanley Tucci, Um Olhar do Paraíso

    Melhor Roteiro Adaptado

    Preciosa: Uma História de Esperança, Geoffrey Fletcher (vencedor)
    Amor Sem Escalas, Jason Reitman e Sheldon Turner
    Conversa Truncada, Jesse Armstrong, Simon Blackwell, Armando Iannucci e Tony Roche
    Distrito 9, Neill Blomkamp e Terri Tatchell
    Educação, Nick Hornby

    Melhor Roteiro Original

    Guerra ao Terror, Mark Boal (vencedor)
    Bastardos Inglórios, Quentin Tarantino
    O Mensageiro, Alessandro Camon e Oren Moverman
    Um Homem Sério, Joel Coen e Ethan Coen
    Up: Altas Aventuras, Bob Peterson, Pete Docter e Tom McCarthy

    Melhor Filme Estrangeiro

    O Segredo dos Seus Olhos (Argentina – vencedor)
    Ajami (Israel)
    O Leite da Amargura (Peru )
    O Profeta (França)
    A Fita Branca (Alemanha)

    Melhor Documentário

    A Enseada (vencedor)
    Burma Vj
    Alimentos S.A.
    O Homem Mais Perigoso da América
    Which Way Home

    Melhor Edição

    Guerra ao Terror (vencedor)
    Avatar
    Distrito 9
    Bastardos Inglórios
    Preciosa: Uma História de Esperança

    Melhor Fotografia

    Avatar, Mauro Fiore (vencedor)
    A Fita Branca, Christian Berger
    Bastardos Inglórios, Robert Richardson
    Guerra ao Terror, Barry Ackroyd
    Harry Potter e o Enigma do Príncipe, Bruno Delbonnel

    Melhor Maquiagem e Cabelo

    Star Trek (vencedor)
    O Divo
    A Jovem Rainha Vitória

    Melhor Mixagem de Som

    Guerra ao Terror (vencedor)
    Avatar
    Bastardos Inglórios
    Star Trek
    Transformers: A Vingança dos Derrotados

    Melhor Edição de Som

    Guerra ao Terror (vencedor)
    Avatar
    Bastardos Inglórios
    Star Trek
    Up: Altas Aventuras

    Melhor Figurino

    A Jovem Rainha Vitória (vencedor)
    Brilho de Uma Paixão
    Coco Antes de Chanel
    O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus
    Nine

    Melhor Canção Original

    “The Weary Kind”, Coração Louco (vencedor)
    “Almost There”, A Princesa e o Sapo
    “Down in New Orleans”, A Princesa e o Sapo
    “Loin De Paname”, Paris 36
    “Take it All”, Nine

    Melhor Trilha Original

    Up: Altas Aventuras, Michael Giacchino (vencedor)
    Avatar, James Horner
    Guerra ao Terror, Marco Beltrami e Buck Sanders
    O Fantástico Sr. Raposo, Alexandre Desplat
    Sherlock Holmes, Hans Zimmer

    Melhor Design de Produção

    Avatar (vencedor)
    O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus
    Nine
    Sherlock Holmes
    A Jovem Rainha Vitória

    Melhor Efeitos Visuais

    Avatar (vencedor)
    Distrito 9
    Star Trek

    Melhor Animação

    Up: Altas Aventuras (vencedor)
    Coraline
    O Fantástico Sr. Raposo
    A Princesa e o Sapo
    Uma Viagem ao Mundo das Fábulas

    Melhor Curta de Animação

    Logorama (vencedor)
    French Roast
    Granny O´Grimn´s Sleeping Beauty
    The Lady and the Reaper (La Dama e la Muerte)
    A Matter of Loaf and Death

    Melhor Curta-Metragem

    The New Tenants (vencedor)
    The Door
    Instead of Abracadabra
    Kavi
    Miracle Fish

    Melhor Curta-Documentário

    Music by Prudence (vencedor)
    Province
    The Last Campaign of Governos Booth Gardner
    The Last Truck: Closing of a GM Plant
    Rabbit à la Berlin