Tag: Oscar 2017

  • Crítica | Roman J. Israel, Esq

    Crítica | Roman J. Israel, Esq

    O cinema de tribunal é um subgênero que fez muito sucesso nos anos 80 e 90, aliando personagens fortes, tramas complexas, conspirações e um senso de justiça e confiança no sistema que todo mocinho precisa ter para passar a mesma ideia para a plateia. Porém, em tempos mais complexos como hoje, onde as fundações das democracias e suas instituições são cada vez mais colocadas em xeque, talvez essa fórmula não funciona mais desse jeito.

    O novo filme do diretor/roteirista Dan Gilroy (responsável pelo excelente O Abutre) Roman J. Israel, Esq. traz Denzel Washington interpretando muito bem um cansado advogado homônimo que deu sua vida inteira para um escritório de luta pelos direitos civis junto de um colega, que falece, e agora sua firma iria ser diluída e incorporada por outra firma tradicional, representada por George Pierce (Colin Farrell), afinal, lutar pelos pobres e negros nos EUA aparentemente não dava dinheiro e a firma estava com déficit.

    Porém, o filme não traz para o debate o problema citado no primeiro parágrafo. Aliás, o seu maior problema é que ele parece muitas coisas. Parece que vai abordar a luta judicial pelos direitos civis, ou o cansaço de se dedicar uma vida a isso por parte de quem se propõe a realizar tal tarefa. As vezes parece que vai colocar em confronto as gerações que lutam por direitos civis, ou mesmo confrontar pequenas e honestas firmas contra os grandes escritórios. Ele tenta passar por tudo isso em diversas cenas sem sequência e sem sentido, mas no final tenta abordar unicamente a fragilidade humana através de uma ação do protagonista, que você também espera ter um desenvolvimento maior, mas que não acontece.

    Através de uma moralidade rasteira e um roteiro preguiçoso, acompanhamos toda a trajetória de Roman até tentar se adaptar a esse novo mundo, no que também ele ora parece aprender com seus erros, ora parece entrar em uma espiral ainda maior de ações sem sentido.

    No final, Roman J. Israel, Esq não entrega absolutamente nada ao espectador além de pequenos surtos de ideias que não são desenvolvidas, com uma tentativa de se colar tudo no final com um grande band-aid narrativo e uma música grandiosa, como se tivéssemos acabado de ver uma grande lição em algo ou alguém, mas o que sobra é um grande ponto de interrogação sobre a história, e especialmente, sobre porque Washington escolheu esse filme.

    Texto de autoria de Fábio Z. Candioto.

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  • Crítica | Um Limite Entre Nós

    Crítica | Um Limite Entre Nós

    Tramas raciais e sociais sempre correm o risco de serem tratadas de forma pesada ou sem abordar outros temas necessários a compreensão do cenário geral, ainda mais no micro caso de uma família. Várias obras derraparam neste sentido, quando poderiam trazer debates muito mais ricos à tona. Felizmente, Um Limite Entre Nós não é destes casos.

    Famosa peça de August Wilson, Um Limite Entre Nós foi estrelada por Denzel Washington e Viola Davis no teatro em 2000 e fez muito sucesso. Agora em nova adaptação aos cinemas, Denzel traz nova luz a esta comovente história que mostra uma multifacetada visão sobre uma família negra nos EUA durante os anos 50.

    Troy Maxson (Washington) é um coletor de lixo em Pittsburgh na década de 50 em plena segregação racial. Guardando uma imensa mágoa por não ter virado jogador profissional de baseball em sua juventude claramente por questões raciais, Troy desconta sua frustração diariamente de forma passivo-agressiva em todos ao seu redor, especialmente em sua esposa Rose Maxson (Davis) e seu filho Cory (Jovan Adepo).

    Falastrão e egocêntrico, Troy a todo momento coloca suas chagas a mostra para a família, e o orgulho ferido de nunca ter conseguido prover sozinho para sua família é um assunto sempre presente, afinal, a casa onde moram só foi possível ser comprada graças a indenização que eles receberam pelo fato de seu irmão Gabriel (Mykelti Williamson) ter se ferido gravemente na guerra e agora ser portador de necessidades especiais.

    Todo o seu ódio reprimido é compreensível, mas com o movimento dos direitos civis ganhando força e o movimento negro em geral pressionando a sociedade por mudanças, Troy se mostra ao mesmo tempo uma figura digna de pena e raiva, afinal, tenta negar aos outros, especialmente a seu filho Cory, a oportunidade que também lhe foi negada.

    Ao mesmo tempo em que dialoga com questões raciais, a trama dialoga com outras questões, pois coloca Troy como o marido sempre atencioso com a esposa Rose, que o corresponde, em uma relação aparentemente perfeita, mas que aos poucos vai mostrando pequenos rachas, com méritos para as sutis pistas de Viola Davis a cada frase e atitude de Troy. A sua resistência em construir uma cerca (daí o título original, “Fences”) no quintal por tanto tempo, onde cada hora é uma justificativa para adiá-la, também é uma metáfora para seu relacionamento.

    A cada cena, a figura canastrona e boa praça de Troy como mostrada no início com seu amigo Jim Bono (Stephen Henderson) vai se desmontando ao mostrar a face repressora de sua personalidade, deixando claro que nenhuma pessoa é formada de um lado só. Da mesma forma, Cory busca melhorar de vida ao se mostrar um proeminente jogador universitário de futebol americano, mas Troy o impede de todas as formas possíveis da mesma forma que o impediram antes, e brigam, bêbado, até expulsar o garoto de casa, em uma cena comovente. Em outra cena, sem mais nem menos, é jogada a informação que Troy possuía uma relação extraconjugal com uma garota mais jovem, que está grávida e não sabe o que fazer, pois sabe também que isso acabará com seu casamento com Rose.

    Na famosa cena que rende merecidamente o Oscar a Davis, Troy entrega toda a verdade e a peça consegue atingir outras camadas da realidade, onde o machismo do protagonista aflora. Seus argumentos, de que com a amante se sentia vivo, conseguia sorrir, se sentia livre das preocupações da vida, e por isso a procurava, soam totalmente ridículos frente ao desabamento emocional de Rose, onde ela questiona “E os meus sentimentos? E os meus sonhos?”, que ela deixou de lado enquanto escolheu viver ao lado de Troy. Na cena final, a frase que define a relação de ambos a partir dali. “Sua filha vai ter uma mãe, mas você não vai ter mais uma esposa”.

    Um Limite Entre Nós oferece, então, um panorama poucas vezes visto na temática racial no cinema americano. Com vários contextos que dialogam entre si e diálogos ricos e bem construídos entre personagens equivalentes, mantém o espectador focado a cada palavra dita, que serve de ponte para a compreensão futura tanto das próprias cenas quanto dos personagens ali envolvidos, que não são nem um pouco unilaterais, afinal, a realidade não é.

    Texto de autoria de Fábio Z. Candioto.

  • VortCast 45 | Pós-Oscar 2017

    VortCast 45 | Pós-Oscar 2017

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Filipe Pereira, Carlos Brito e Mario Abbade (@fanaticc) se reúnem, com o atraso habitual, para comentar sobre a cerimônia do Oscar, os principais filmes indicados, as polêmicas e o futuro da premiação mais importante de Hollywood.

    Duração: 108 min.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner: 
    Bruno Gaspar

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    Filmes comentados

    Crítica Estrelas Além do Tempo
    Crítica Até o Último Homem
    Crítica Manchester à Beira-Mar
    Crítica Moonlight: Sob a Luz do Luar
    Crítica Lion: Uma Jornada para Casa
    Crítica Um Limite Entre Nós
    Crítica A Qualquer Custo
    Crítica A Chegada
    Crítica La La Land: Cantando Estações

    Comentados nesta edição

    Oscar 2017 – Indicados e Vencedores
    Agenda Cultural 40 – Hugo, Drive, O Artista e tudo mais
    VortCast 18: James Dean

    Monólogo Jimmy Kimmel

    Tweets de Jimmy Kimmel à Donald Trump

    Discurso Gael Garcia Bernal

    https://www.youtube.com/watch?v=ykpXwPEKTzM

    Leitura da carta-protesto de Asghar Farhadi no recebimento do Oscar de melhor filme estrangeiro 

    Anúncio de melhor filme e toda a confusão envolvida

    Montagem – Referências de La La Land

  • Crítica | Vida, Animada

    Crítica | Vida, Animada

    Vida, Animada é um documentário que se debruça sobre a história de superação de Owen Suskin, um rapaz autista que por muito era praticamente incomunicável, em especial com os membros de sua família. O filme de Roger Ross Williams se dedica a analisar o método de tratamento empregado com ele, consistindo esse em entreter o jovem através das animações clássicas da Disney. A evolução do rapaz é notória já nos primeiros momentos de exibição, uma vez que ele narra parte do discurso, e convive na atualidade com seus parentes próximos, conseguindo estabelecer com os mesmos vínculos verbais e físicos.

    O método escolhido por Williams é o de mostrar a história a partir de seu lado positivo mais recente, relembrando aos poucos os momentos de agruras envolvendo Owen e os seus, intercalando as discussões com cenas de A Pequena Sereia, Aladdin, O Corcunda de Notre Dame, A Bela e A Fera e outros. A aprendizagem e contato com o mundo por meio desse cinema ajuda o menino a se conectar também com seus pais e irmão, em um processo gradativo de familiarização com pessoas de carne e osso, e não só película.

    A evolução das discussões a respeito da vida adulta são freadas em muitos pontos, uma vez que os clássicos animados são pueris, e não permitem muita imaginação de vida sexual além dos castos beijos entre príncipes e princesas. Tais conversas são de suma importância e servem para desmistificar a idealização que poderia se criar a partir da narrativa estabelecida, que apesar de mostrar uma história por vias mais leves, não ignora as dificuldades diárias na busca do biografado por encontrar a si mesmo e por viver em um mundo que poderia ser hostil.

    Suskin é um personagem forte e o estudo feito a respeito de sua jornada é muito válida, não só por registrar a transposição de uma condição difícil de superar, mas também por acompanhar uma trajetória de vitória que é bastante universal, uma vez que um de seus maiores medos era o de crescer e ter que encarar um mundo adulto, onde o bullying e a perseguição poderiam ser maiores até do que o visto em sua infância e adolescência.

    A mensagem de inclusão de Vida, Animada só não é mais forte que o mergulho na pessoalidade e intimidade dos entrevistados. O documentário consegue driblar qualquer possibilidade de pieguice, sendo franco, direto e econômico em suas manifestações.

  • Oscar 2017 | O Descaso com as Animações e como a Academia vota nos Indicados

    Oscar 2017 | O Descaso com as Animações e como a Academia vota nos Indicados

    A produção da Disney, Zootopia, recebeu o Oscar de melhor animação do ano, fazendo dessa a nona vez seguida que uma produção Disney recebe o prêmio. Existe algum tipo de conspiração que permeia o estúdio Disney para sempre receber o prêmio? Bem provável que não, pelo menos não na nossa opinião, mas não deixa de ser repetitivo e muito longe do surpreendente.

    A culpada é provavelmente a boa e velha ignorância. Entregar o prêmio a companhia com a maior marca na indústria não é uma escolha nada inesperada dos votantes que não tem nenhum conhecimento de produção de animação e na maior parte das vezes, nem se importam como aquilo é feito.

    Em algumas dessas conversar o THR claramente deixou a entender que alguns dos votantes parecem sugerir que deixam a escolha dos seus votos a cargo de suas crianças permitindo que elas assistam os indicados a animação e comentem quais mais gostaram. A reportagem deixa bem claro que muitas das situações são mais claras que poderíamos imaginar.

    Os membros da academia que não diretamente ligados com animação nessas entrevistas se mostraram abertamente hostis quando o assunto foi colocado em questão e mesmo quando eles tentavam abrir uma discussão sobre os filmes, o assunto virava para termos e relações pessoais, sem seque abordar os méritos artísticos de cada filme.

    Se os vencedores de melhor animação no Oscar não tinham perdido o prestígio aos olhos do público, eu posso atestar que muitos da comunidade internacional de animação não veem mais legitimidade nenhuma na premiação nem ao nível de excelência que os próprios indicados acreditavam que o prêmio tinha, recompensando a mesma corporação com um prêmio por quase uma década é sinal de que não se tem muito o que esperar já faz anos dessa categoria.

    De fato através do atlântico, muitas grandes produtoras de animação já estão esboçando uma alternativa, o European Animation Emile Awards.

    Enquanto alguns países europeus tem prêmios de animação como o BAFTA na Inglaterra, o César na França e o Goya na Espanha, o Emile Awards tem o potencial de criar uma premiação de valor muito abrangente por permitir inscrições de todos os países, e claro, a maior intenção da premiação é julgar os indicados por pessoas que entendem de verdade sobre os filmes que elas estão votando.

    A academia pode ser um grupo de profissionais da indústria mas eles tem que se mostrar profissionais quando o assunto é julgar uma animação. Sua atitude omissa e de desdém, e o erro com o vencedor de melhor filme trouxeram a tona uma crise de confiança na habilidades de organização dos juízes da premiação.

    Segue abaixo alguns trechos de entrevistas om os membros da academia citados previamente em matéria do The Hollywood Reporter:

    Quando perguntado sobre animações:

    Eu não assisto animação.

    Voto: [Não votou]

    Em curtas de animação:

    Eu vi todos, mas não lembro mais de nenhum, então não votei.

    Voto: [Não Votou]

    – Membro da seção de melhor ator:

    Eu assisto algumas vezes mas não nesse ano. O filme do Mogli não está concorrendo? [O Votante é informado que Mogli está em efeitos especiais] Bom, mesmo assim o filme é muito bom!

    Voto: [Não votou]

    Em curtas de animação:

    Eu simplesmente não tenho tempo de ver. Eu tento ver quantos filmes eu posso.

    Voto: [Não votou]

    – Membro anônimo da parte executiva dos votantes:

    Sobre longas de animação:

    Eu vi Kubo, mas não me lembro dele. Eu amei a música em Moana. Tartaruga Vermelha é um filme bem forte, e amei tudo sobre Minha Vida de Abobrinha, fazer um filme sobre aquilo é maravilhoso. Mas eu votei em Zootopia porque ele tinha algo importante á dizer sobre o mundo. Basicamente você tem que ser legal com seu próximo.

    Voto: Zootopia

    Em curtas de animação:

    O único que me marcou foi Piper (Pixar), que eu amei. Histórias de família sempre me marcam.

    Voto: Piper

    – Outro membro anônimo da produção executiva.

    Sobre os longas de animação:

    Não sou nenhum fã de animação ou de animadores. Eu conheci uma garota uma vez que só fazia sexo com animadores – ela trabalha na Disney. Meu favorito foi Moana. Eu realmente gostei de Kubo, Zootopia e Minha vida de Abobrinha. Mas eu amei mesmo foi a Tartaruga Vermelha, é tão simples e fala sobre a vida e parece uma pintura em aquarela. E eu tenho um fetiche por tartarugas, eu até escrevi um projeto sobre elas.

    Voto: Tartaruga Vermelha

    Sobre os curtas de animação:

    Eu não gostei de Borrowed Time, não tem nenhum ponto final e o tema de faroeste não me pegou. Eu não gostei de Blind Vashya, eu não consegui entender. Pearl foi muito bonito e eu gostei, é aquele tipo de mensagem que você passa pros seus filhos. Estou entre Pear Cider e Piper. Fiquei muitos anos sóbrio de drogas por escolha própria, então assistir Pear Cider me tocou profundamente, mas é longo demais, e a qualidade de animação é muito inconsistente, é difícil de votar nele.

    Mas colocando tudo isso de lado, e eu estou realmente mal por escolher esse, eu vou realmente votar em Piper. Eu tenho que ignorar que é da Pixar porque é como uma anti-viagra; Você vê o nome Pixar e sabe que vai ser a mesma coisa, ou seja, algo incrível.  Mas aquele passarinho? Eu poderia passar uma hora olhando aquela po**a de passarinho. Eu realmente amei a energia do filme.

    Voto: Piper

    – Anônimo da parte de relações públicas:

    Sobre os longas de animação:

    Não vi nenhum, não estou interessado em animações, pra ser honesto.

    Voto: [Não votou]

    Sobre os Curtas de animação:

    Esse ano meu interesse no Oscar não foi tão forte quanto no passado pela situação política do momento. Me senti desencorajado em relação a coisas muito mais importantes, e sinceramente eu não quero perder o meu tempo fazendo isso.

    Voto: [Não votou]

    – Anônimo do departamento de atores:

    Sobre os longas de animação:

    Eu vi todos e gostei muito de A Tartaruga Vermelha, que é o mais profundo dos indicados.

    Voto: Tartaruga Vermelha

    Sobre Curtas de animação:

    Os dois que mais gostei foram Piper, que é adorável, e o do maluco doido que vai pra china (Pear Cider And Cigarettes) que foi no qual eu votei por ser diferente e intrigante.

    Voto: Pear Cider and Cigarettes

    Se é assim na parte de animação, imagine nas demais categorias.

    Texto de autoria de Halan Everson.

  • Oscar 2017 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Oscar 2017 | Indicados e Ganhadores da Premiação

    Melhor Filme

    Moonlight: Sob a Luz do Luar (vencedor)
    A Chegada
    Um Limite Entre Nós
    Até o Último Homem
    A Qualquer Custo
    Estrelas Além do Tempo
    La La Land: Cantando Estações
    Lion: Uma Jornada para Casa
    Manchester à Beira Mar

    Melhor Atriz

    Emma Stone, La La Land: Cantando Estações (vencedora)
    Isabelle Huppert, Elle
    Ruth Negga, Loving
    Natalie Portman, Jackie
    Meryl Streep, Florence: Quem é essa Mulher?

    Melhor Ator

    Casey Affleck, Manchester à Beira Mar (vencedor)
    Ryan Gosling, La La Land: Cantando Estações
    Denzel Washington, Um Limite Entre Nós
    Viggo Mortensen, Capitão Fantástico
    Andrew Garfield, Até o Último Homem

    Melhor Diretor

    Damien Chazelle, La La Land: Cantando Estações (vencedor)
    Denis Villeneuve, A Chegada
    Mel Gibson, Até o Último Homem
    Kenneth Lonergan, Manchester à Beira Mar
    Barry Jenkins, Moonlight: Sob a Luz do Luar

    Melhor Atriz Coadjuvante

    Viola Davis, Um Limite Entre Nós (vencedora)
    Nicole Kidman, Lion: Uma Jornada para Casa
    Naomie Harris, Moonlight: Sob a Luz do Luar
    Octavia Spencer, Estrelas Além do Tempo
    Michelle Williams, Manchester à Beira Mar

    Melhor Ator Coadjuvante

    Mahershala Ali, Moonlight: Sob a Luz do Luar (vencedor)
    Jeff Bridges, A Qualquer Custo
    Michael Shannon, Animais Noturnos
    Lucas Hedges, Manchester à Beira Mar
    Dev Patel, Lion: Uma Jornada para Casa

    Melhor Roteiro Adaptado

    Moonlight: Sob a Luz do Luar Barry JenkinsTarell Alvin McCraney (vencedor)
    A Chegada, Eric Heisserer
    Um Limite Entre Nós, August Wilson
    Estrelas Além do Tempo, Allison Schroeder e Theodore Melfi
    Lion: Uma Jornada para Casa, Luke Davies

    Melhor Roteiro Original

    Manchester à Beira Mar, Kenneth Lonergan (vencedor)
    A Qualquer Custo, Taylor Sheridan
    La La Land: Cantando Estações, Damien Chazelle
    O Lagosta, Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou
    Mulheres do Século 20, Mike Mills

    Melhor Filme Estrangeiro

    O Apartamento (Irã – vencedor)
    Terra de Minas (Dinamarca)
    Um Homem Chamado Ove (Suécia)
    Tanna (Austrália)
    Toni Erdmann (Alemanha)

    Melhor Documentário

    O.J.: Made in America (vencedor)
    Fogo no Mar
    Eu Não Sou Seu Negro
    Vida, Animada
    A 13ª Emenda

    Melhor Edição

    Até o Último Homem (vencedor)
    La La Land: Cantando Estações
    Moonlight: Sob a Luz do Luar
    A Chegada
    A Qualquer Custo

    Melhor Fotografia

    La La Land: Cantando Estações, Linus Sandgren (vencedor)
    A Chegada, Bradford Young
    Silêncio, Rodrigo Prieto
    Lion: Uma Jornada para Casa, Greig Fraser
    Moonlight: Sob a Luz do Luar, James Laxton

    Melhor Maquiagem e Cabelo

    Esquadrão Suicida (vencedor)
    Um Homem Chamado Ove
    Star Trek: Sem Fronteiras

    Melhor Mixagem de Som

    Até o Último Homem (vencedor)
    La La Land: Cantando Estações
    Rogue One: Uma História Star Wars
    A Chegada
    13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi

    Melhor Edição de Som

    A Chegada (vencedor)
    La La Land: Cantando Estações
    Até o Último Homem
    Sully: O Herói do Rio Hudson
    Horizonte Profundo: O Desastre no Golfo

    Melhor Figurino

    Animais Fantásticos e Onde Habitam (vencedor)
    Aliados
    Florence: Quem é essa Mulher?
    Jackie
    La La Land: Cantando Estações

    Melhor Canção Original

    City of Stars, La La Land: Cantando Estações (vencedor)
    Audition, La La Land: Cantando Estações
    Can’t Stop the Feeling, Trolls
    The Empty Chair, Jim: The James Foley Story
    How Far I’ll Go, Moana: Um Mar de Aventuras

    Melhor Trilha Sonora Original

    La La Land: Cantando Estações, Justin Hurwitz (vencedor)
    Jackie, Mica Levi
    Lion: Uma Jornada para Casa, Dustin O’Halloran e Volker Bertelmann
    Moonlight: Sob a Luz do Luar, Nicholas Britell
    Passageiros, Thomas Newman

    Melhor Design de Produção

    La La Land: Cantando Estações (vencedor)
    A Chegada
    Animais Fantásticos e onde Habitam
    Ave, César!
    Passageiros

    Melhor Efeitos Especiais

    Mogli: O Menino Lobo (vencedor)
    Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
    Doutor Estranho
    Kubo e as Cordas Mágicas
    Rogue One: Uma História Star Wars

    Melhor Animação

    Zootopia: Essa Cidade é o Bicho (vencedor)
    Kubo e as Cordas Mágicas
    Moana: Um Mar de Aventuras
    Minha Vida de Abobrinha
    A Tartaruga Vermelha

    Melhor Curta de Animação

    Piper (vencedor)
    Pearl
    Borrowed Time
    Pear Cider and Cigarettes
    Blind Vaysha

    Melhor Curta Metragem

    Mindenki (vencedor)
    Timecode
    Silent Nights
    Ennemis Interieurs
    La Femme et le TGV

    Melhor Curta-Documentário

    Os Capacetes Brancos (vencedor)
    Extremis
    Watani: My Homeland
    4.1 Miles
    Joe’s Violin

  • Crítica | Trolls

    Crítica | Trolls

    Transformers, Lego, G.I. Joe (Comandos em Ação para os brazucas) são franquias de brinquedos que se tornaram filmes recentemente. Trolls é mais um desses exemplos. Lembram-se daqueles duendezinhos de cabelos arrepiados e coloridos que eram febre anos atrás? Pois é. Viraram filme pelas mãos do estúdio Dreamworks. Um filme bem bacana, por sinal.

    Na trama, os Trolls vivem alegres e saltitantes e tem três objetivos muito simples na vida: abraçar, cantar e dançar. Podemos dizer que eles vivem somente para ser estupidamente felizes. Porém, próximos a eles vivem os Bergens, monstros que são o oposto dos Trolls. Pra piorar, eles acreditam que a felicidade só vem ao transformar um troll em seu prato principal. Após um grupo dos duendes cabeludinhos fofos ser capturados pelos monstrengos depressivos, a princesa Poppy (voz original de Anna Kendrick) se junta ao amargurado Tronco (voz original de Justin Timberlake) – sim, ele é um troll triste – para resgatar a turma. Para conseguir a proeza, eles ainda vão buscar a ajuda de Bridget (dublada por Zooey Deschanel), uma assistente de cozinha bergen que é apaixonada pelo príncipe da tribo das estranhas criaturas tristonhas.

    O visual do filme é muito bonito. O colorido da tribo Troll em contraponto com a predominância de tons foscos e acinzentados da tribo Bergen provoca um interessante contraste. Mais ainda, enquanto os primeiros possuem traços fofinhos e arredondados, os últimos são bem tronchos, remetendo a algumas criaturas de animações de Tim Burton. É inegável o extremo apuro técnico dos estúdios Dreamworks.

    O roteiro de Jonathan Aibel e Glenn Berger baseado em uma história de Erica Rivinoja recicla algumas idéias dos filmes de Shrek, principalmente no que tange à busca da felicidade dentro de si mesmo e se aceitar da maneira que é. Não à toa, os diretores Mike Mitchell e Walt Dohrn já trabalharam na saga do ogro verde. Tal aspecto fica bem explícito pela personagem Bridget, a Bergen que funciona como uma espécie de antítese das personagens de conto de fadas. Ingênua em demasia, autodepreciativa e desajustada, a estranha cozinheira é de longe a personagem mais cativante de toda a história. A dublagem inspirada de Deschanel ajuda a acentuar o carisma dela. Os outros protagonistas do filme, o troll triste Tronco e a Princesa Poppy, são mais genéricos e sucumbem até a alguns maniqueísmos ao longo da projeção, mas nada que seja prejudicial à película.

    Talvez o grande acerto do filme esteja na escolha da trilha sonora. Composta por sucessos como “The Sound of Silence” de Simon e Garfunkel, “Move Your Feet” da banda Junior Senior, “September”, do Earth Wind and Fire; Cyndi Lauper e “True Colors”; e até mesmo a ultra melosa “Hello” de Lionel Richie, a trilha se incorpora ao filme pontuando várias cenas importantes e entrando até mesmo de forma imprevisível. Em alguns momentos, as músicas aparecem ao pé da letra, em outros aparecem com leves corruptelas, mostrando o ótimo trabalho de Justin Timberlake como produtor executivo musical e “Can’t Stop the Feeling!”, canção original composta pelo próprio Timberlake em parceria com Max Martin e Shellbeck e indicada ao Oscar de melhor canção original é uma música alto astral que capta bem a essência do filme.

    Trolls apesar de todas as qualidades que possui, soa infantil demais em alguns momentos, coisa que pode desagradar a alguns espectadores adultos. Entretanto, mostra-se uma ótima animação e um excelente divertimento para os pequenos.

  • Os livros que inspiraram os Indicados ao Oscar 2017

    Os livros que inspiraram os Indicados ao Oscar 2017

    Em poucos dias, serão revelados os premiados ao Oscar deste ano. Como diversas artes, o cinema procura inspiração em varias fontes e, desde sua criação, tem laços íntimos com a literatura. Se uma indicação ao Oscar 2017 potencializa seus realizadores, uma obra original que serviu de fonte inspiradora também ganha destaque.

    Há casos não raros de obras esquecidas pelo mercado editorial que retornam graças a uma adaptação. Bem como o cinema funciona como um indicador natural de tendências sobre o que publicar com um mínimo retorno garantido. Afinal, quando o filme é bom, é natural que se procure tanto a obra original, como outras narrativas de referência sobre figuras históricas e outros biografados. Confira a lista focada nos lançamentos disponíveis no Brasil.

    A Chegada

    Vencedor de renomados prêmios de ficção científica, Ted Chiang teve sua primeira obra lançada em 1990. Graças ao filme de Dennis Villeneuve, A Chegada, o americano foi traduzido no país. A coletânea de contos História da Sua Vida e Outros Contos reúne oito narrativas curtas do autor. O conto que inspirou a produção é a narrativa que dá nome ao livro.

    Compre aqui: História da Sua Vida e Outros Contos.

    Um Limite Entre Nós

    Alguns críticos ressaltaram o estilo teatral de Um Limite Entre Nós. Não à toa, a obra é baseada em uma peça do escritor August Wilson. Angariado com dois prêmio Pullitzer na categoria Drama (dedicada a obras literárias), o autor talvez seja novo para o público brasileiro. Embora com uma carreira extensa, foi a primeira vez que sua obra foi adaptada para o cinema. O roteiro também é assinado pelo dramaturgo.

    Compre aqui: Um Limite Entre Nós.

    Até o Último Homem

    Há ao menos três biografias que narram a história de Desmond Doss, o homem que resgatou seus companheiros caídos em uma batalha em Okinawa. Infelizmente, no país só há um único relato publicado escrito pela esposa do autor, Frances M. Doss, chamado Soldado Desarmado. Por se tratar de um personagem cristão, a obra foi lançada pelo CPB, editora da Igreja Adventista do Sétimo Dia, tanto no formato físico como em ebook.

    Compre aqui: Soldado Desarmado.

    Estrelas Além do Tempo

    O lançamento de Estrelas Além do Tempo é um caso em que tanto a produção cinematográfica quanto o livro foi lançado simultaneamente. A obra é o primeiro lançamento de Margot Lee Shetterly e chegou ao país no início do ano pela Harpers Collins, pouco tempo depois do lançamento internacional do filme.

    Compre aqui: Estrelas Além do Tempo.

    Lion: Uma Jornada Para Casa

    Publicado pela Record, Uma Longa Jornada Para Casa é uma auto-biografia, escrita pelo personagem central da adaptação cinematográfica estrelada por Dev Patel: Saroo Brierley. O livro foi lançado originalmente em 2013 pela Penguin australiana. Por ser narrado pelo próprio autor, a obra se torna um complemento ao filme.

    Compre aqui: Uma Longa Jornada Para Casa.

    Jackie

    Nenhuma biografia prévia foi utilizada como base para o filme estrelado por Natalie Portman. Porém, os que se interessarem por maiores informações por esta figura histórica podem encontrar dois livros disponíveis no mercado. Lançado em 2014 pela Record, Jackie Editora, de Greg Lawrence, revela a faceta literária de Jacqueline Kennedy Onassis que trabalhou por dezenove anos como editora. Expandindo o enfoque histórico, o jornalista Peter Evans explora um dos triângulos amorosos mais conhecidos da história americana – Jackie, Aristóteles Onassis e Bobby Kennedy – e como diversos escândalos ajudaram na derrocada dos Kennedys em Nêmesis: Onassis, Jackie o e o Triângulo Amoroso que Derrubou os Kennedy, publicado no Brasil pela Intrínseca.

    Compre aqui: Jackie Editora / Nêmesis.

    Animais Noturnos

    Escritor e crítico americano, Tony & Susan é o livro mais famoso de Austin Wright, o único reeditado nos Estados Unidos. No Brasil, a Intrínseca lançou a obra pouco depois do relançamento americano em 2010. Esse é um caso fortuito de um romance que estava no mercado brasileiro há certo tempo e ganhou novamente destaque graças ao filme.

    Compre aqui: Tony & Susan.

    Animais Fantásticos e Onde Habitam

    A história do filme Animais Fantásticos e Onde Habitam é inédita e escrita pela própria J. K. Rowling. Porém, a autora já havia concebido a personagem de Newt Scamander em um livro referência lançado em prol de um centro britânico de caridade. A obra recria um livro didático citado na saga Harry Potter, demonstrando como Rowling se aprofundou na criação de seu universo mágico. Como se trata de um livro de referências, pode valer a pena aos leitores que desejam conhecer mais a fundo os seres mágicos do mundo do bruxo. Além dele, recentemente, foi lançado outros materiais explorando o universo da nova franquia como guia de personagens, animais, scrapbooks, livros de colorir, entre outros, evidentemente, voltados para os fãs devotos.

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    Mogli: O Menino Lobo

    Autor britânico que viveu no final do século XIV e início do século XX, Rudyard Kipling foi um dos escritores mais populares de sua época. Seu sucesso se mantém até hoje e a nova adaptação de Mogli: O Menino Lobo demonstra que Hollywood também tem apreço por grandes obras clássicas. A narrativa do menino criado na floresta faz parte de “Os Livros da Selva”. O livro entrou recentemente em domínio público o que significou diversas novas edições no pais como a Penguin / Companhia, WMF Martins Fontes e Zahar, além da L&PM que já possuía o título em catálogo anteriormente. Dentre as diversas opções, a Zahar fez um competente trabalho nesta edição que faz parte de seus clássicos lançados em capa dura.

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    Doutor Estranho

    Não deve haver nenhuma surpresa quanto ao fato do filme ser baseado na personagem homônima da Marvel. Porém, o destaque dado ao Mago Supremo fez com que novas edições fossem lançadas pela Panini Comics. Antes de Strange ir aos cinemas, somente o crossover Doutor Estranho & Doutor Destino de Roger Stern estava disponível. Depois de anunciado o filme, mais dois títulos foram acrescentados na lista: Shamballa de J. M. Dematteis e O Juramento, de Michel K. Vaugh, história dedicada a apresentar o personagem a um novo público. Além dessas, o livro Doutor Estranho: Sina dos Sonhos foi lançado pela Novo Século.

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    Esquadrão Suicida

    Da mesma maneira que o personagem da Marvel ganhou edições dedicadas as suas aventuras, a Panini Comics relançou em edição capa dura, até o momento, dois volumes do Esquadrão Suicida dos Novos 52 escritos por Adam Glass. Mas a qualidade das histórias é tão baixa que a recomendação para quem conheceu os personagens devido ao filme é ir direto para Coringa, de Brian Azarello ou o clássico A Piada Mortal. Apesar de focarem apenas um personagem visto no filme, o grande vilão do Batman, ao menos, são duas tramas elogiadas pelos leitores.

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    O.J. : Made in America

    O famoso crime de O. J. Simpson – recordista da NFL e o detetive Nordberg do ainda divertido Corra Que a Polícia Vem Aí – retornou em dois formatos no ano passado, tanto em serie documental como em versão ficcional. Lançado pela Darkside Books, American Crime Story: O Povo Contra O. J. Simpson do advogado Jeffrey Toobin é um extenso e detalhado livro sobre as circunstâncias que ocasionaram um dos crimes  famosos das últimas décadas.

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    Um Homem Chamado Ove

    A produção escolhida pela Suécia para representar o pais na categoria Melhor Filme Estrangeiro se baseia no romance homônimo de Fredrik Backman. A obra foi um grande sucesso no país e, posteriormente, foi lançado mundo afora em diversas traduções. No Brasil, o lançamento ficou a cargo da Alfaguara em 2015. Mais um caso editorial em que o Oscar trouxe um pouco mais de prestígio a uma obra lançada anteriormente.

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    Silêncio

    A nova produção de Martin Scorsese parece não ter agradado a academia devido a ausência de indicações. Baseado no livro de Shusaku Endo, O Silêncio foi lançado no país em 2011 pela Planeta, através do selo espanhol Tusquets Editores, e ganhou reedição com nova capa dedicada ao filme e prefácio assinado pelo próprio Scorsese.

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    Sully: O Herói do Rio Hudson

    Relatos biográficos sempre se tornam forte candidatos a adaptações cinematográficas. De maneira semelhante a história de Lion: Uma Jornada Para Casa, Sully: O Herói do Rio Hudson se baseia no relato do próprio piloto que salvou os passageiros em um pouso de emergência.

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    13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi

    Com depoimentos de dois soldados da equipe, o acadêmico Mitchell Zuckoff apresenta uma nova visão dos fatos sobre os acontecimentos em Benghazi ocorridos em 2012. A obra foi lançada no país ano passado pela Bertrand.

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    Deixados Para Trás: de todas os filmes indicados ao Oscar desse ano e que foram baseado em alguma obra literária, apenas dois foram deixados de fora e ainda não receberam lançamento brasileiro. O escritor Tarell Alvin McCraney cuja obra se baseou Moonlight: Sob a Luz do Luar e o popular escritor francês Philippe Djian cuja obra Oh…, vencedora do Prix Interallié (prêmio de literatura voltado a jornalistas-escritores) em 2012 foi adaptado como Elle nos cinemas.