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  • Vingadores: Guerra Infinita | Teorias e análises sobre o primeiro trailer

    Vingadores: Guerra Infinita | Teorias e análises sobre o primeiro trailer

    As primeiras imagens de Vingadores: Guerra Infinita foram mostradas em julho durante o evento da Disney chamado D23 e causou furor entre os presentes. Os fãs que estavam lá tiveram o “privilégio” de ver que os Vingadores, Guardiões da Galáxia e demais heróis do chamado Marvel Cinematic Universe – MCU terão muito, mas muito trabalho para enfrentar Thanos e seus soldados da Ordem Negra.

    Eis que a espera acabou e o resto do mundo pôde ver o que está por vir com a liberação do primeiro trailer oficial do filme. Informamos que a partir daqui, o texto poderá conter diversos spoilers, assim como teorias que poder ser verdades ou não.

    Logo no início, Nick Fury, Tony Stark, Visão, Thor, Natasha Romanoff proferem aquilo que seria o embrião da Iniciativa Vingadores, iniciada há quase 10 anos com a cena pós créditos de Homem de Ferro, de que havia uma ideia de reunir pessoas incríveis para ver se eles poderiam ser algo mais e que, então, se as pessoas precisassem deles, eles poderiam lutar as batalhas que as pessoas jamais poderiam lutar. Nas imagens já vemos Tony Stark (Robert Downey Jr) completamente acabado em sofrimento, onde se acredita que ele está segurando a mão de alguém que veio a padecer. Vemos também Bruce Banner (Mark Ruffalo) caído e assustado dentro de um buraco, sendo observado pelo Dr. Estranho (Benedict Cumberbatch) e Wong (Benedict Wong), quando a imagem corta para o Visão (Paul Bettany), em sua forma humana, num momento de carinho com Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), ao mesmo tempo em que Thor (Chris Hemsworth) aparece a bordo da Millano.

    As imagens a seguir já mostram Stark junto de Banner e Dr. Estranho dentro do Sanctum Sanctorum, enquanto Peter Parker (Tom Holland), dentro de um ônibus, tem seus pelos do braço completamente arrepiados para, logo após, observar uma enorme máquina circular pairando no céu de Nova Iorque. Embora as imagens sejam rápidas, é possível perceber que Stark tem um novo reator em seu peito e é muito provável que esse reator não seja somente um reator, mas também a fonte de onde sairá a sua armadura, o que remete, de certa forma, à armadura Extremis dos quadrinhos, muito embora, seu design seja bastante inspirado na Bleeding Edge, também dos quadrinhos.

    Temos também imagens de Thanos (Josh Brolin) chegando provavelmente na Terra através de um portal, enquanto o Homem-Aranha, vestindo a sua armadura mais tecnológica apresentada ao final de De Volta ao Lar, procura um jeito de desativar a máquina circular, enquanto T’challa (Chadwick Boseman) ordena que a cidade seja evacuada, que todas as defesas sejam acionadas e que peguem um escudo para o homem que sai das sombras. O homem é nada mais nada menos que Steve Rogers (Chris Evans), que inclusive, aparece em cena segurando uma lança atirada pela vilã Próxima Meia Noite. Vale destacar que esse escudo do qual T’Challa menciona, não deverá ser o tradicional escudo do Capitão América, mas sim um escudo usado em Wakanda, onde o guerreiro possui duas placas retráteis de vibranium nos braços.

    O trailer tem um caráter muito urgente e passa a impressão de que é mais tenso do que o primeiro trailer de Vingadores: Era de Ultron. Nas imagens, ainda podemos ver a Hulkbuster chegando em Wakanda, que inclusive receberá uma enorme batalha, onde Capitão América, Falcão (Anthony Mackie), Viúva Negra (Scarlett Johansson), Soldado Invernal (Sebastian Stan), junto do Pantera Negra, Máquina de Combate (Don Cheadle), Hulk e a líder das Dora Milaje, Okoye (Danai Gurira), liderarão o exército de Wakanda contra o exército do Titã Louco, formado pelos Batedores ou pelos Vrexllnexians que já apareceram na série Agents of S.H.I.E.L.D., o que, de certa forma, causa surpresa, uma vez que a decisão mais óbvia seria usar novamente o exército Chitauri do primeiro filme. O trailer termina com Thor perguntando quem são as pessoas para quem ele está olhando e a imagem aponta para os Guardiões da Galáxia, aqui formados por Senhor das Estrelas (Chris Pratt), ostentando um bigodão setentista, Groot (voz de Vin Diesel), em sua forma adolescente, Gamora (Zoe Saldana), Mantis (Pom Klementieff), Rocket Racoon (voz de Bradley Cooper) e Drax (Dave Bautista).

    No que diz respeito ao enredo propriamente dito, é muito provável que o filme já comece com Thor sendo atropelado junto com outros destroços pelos Guardiões da Galáxia e que, ao ser resgatado pela equipe, começa a contar o que houve com ele, onde a nave contendo a Nova Asgard foi interceptada e destruída pela nave de Thanos. Existe a possibilidade dos Guardiões já estarem numa investigação com o intuito de saberem o que aconteceu com o Colecionador (Benicio Del Toro) e com a Tropa Nova, uma vez que nas imagens do trailer, o vilão possui duas Joias do Infinito e uma delas é justamente o Orbe, que estava sob a posse da tropa, sendo que a outra é o Tesseract, que deve ter sido entregue por Loki (Tom Hiddleston) durante o ataque à nave. E é durante esse ataque que existe a possibilidade de Heimdall (Idris Elba), sob às ordens do Deus do Trovão, enviar Bruce Banner para pedir socorro a Stephen Strange, o que justificaria sua queda exatamente dentro do Sanctum Sanctorum. Banner contacta Tony Stark e eles, provavelmente, serão os primeiros a receberem a investidas de Thanos e sua Ordem Negra. Uma imagem chocante é aquela em que vilão, após colocar a segunda joia em sua manopla, dá um duro golpe que nocauteia o Homem de Ferro de forma muito violenta.

    Vale destacar que o filme deve possuir alguns núcleos separados e somente em certo momento que o Capitão América, Falcão e Viúva Negra irão para Wakanda requerer auxílio ao Pantera Negra e ao Soldado Invernal. Antes disso, o grupo deve estar junto de Visão e Feiticeira Escarlate que sofrem um ataque da Proxima Meia Noite e de Corvus Glaive e é nesse momento que deve acontecer a primeira baixa da equipe, quando o sintetizoide possivelmente terá a jóia que carrega em sua cabeça extraída por Glaive.

    E deve ser Bruce Banner e o Coronel Rhodes que farão o elo de ligação entre os dois fronts de batalha, o de Nova Iorque com o de Wakanda. Por isso, acredita-se que é Banner quem pilota a Hulkbuster, que fará o transporte do cientista até o país africano. Curiosamente, a gigante armadura também aparece na batalha. Se for realmente Banner dentro dela, a teoria é que o herói esteja inseguro em se transformar em Hulk novamente, temendo que o Gigante Esmeralda tome por completo sua consciência, o que faz sentido, contudo, não vale de nada, uma vez que o monstro também aparece nas imagens.

    Obviamente, tudo isso se trata de suposições, afinal, alguns personagens e heróis ainda não apareceram, como o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Homem-Formiga (Paul Rudd) e a Nebulosa (Karen Gillan), além do fato dos trailers serem montados de maneira aleatória. De qualquer forma, as primeiras imagens de Vingadores: Guerra Infinita fizeram tanto sucesso que bateram recorde de visualizações em menos de 24 horas de seu lançamento.

    O filme estreia dia 26 de abril aqui no Brasil.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Vingadores: Guerra Infinita | Confira a descrição do fantástico trailer exibido na D23

    Vingadores: Guerra Infinita | Confira a descrição do fantástico trailer exibido na D23

    A  Disney é tão enorme que precisa de um evento nos mesmos moldes das Comic Cons para anunciar novidades e imagens exclusivas de seus mais aguardados projetos.

    Felizmente, o terceiro filme dos Vingadores, intitulado de Guerra Infinita, promete ser o maior filme da história do cinema, não só pela quantidade absurda de heróis (todos aqueles que já apareceram até então), mas também por ser um ambicioso projeto trazido pela Marvel.

    O painel do filme contou com o presidente Kevin Feige e o co-diretor, Joe Russo, que conseguiu reunir no palco ninguém mais, ninguém menos que os Vingadores, Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Don Cheadle, Anthony Mackie, Tom Holland, Benedict Cumberbatch, Chadwick, Boseman, Sebastian Stan, os Guardiões da Galáxia, Karen Gillan, Dave Bautista, Pom Klementieff e o vilão, Josh Brolin.

    O trailer foi exibido somente para o público presente no salão e foi fantástico. Confira a descrição.

    De início, vemos um momento de tensão, onde os Guardiões da Galáxia, a bordo da Milano, esbarram no corpo inconsciente de Thor (com o uniforme de gladiador de Thor: Ragnarok). Ao ser trazido para dentro da nave, o asgardiano é acordado por Mantis. Assustado, Thor pergunta quem são aquelas pessoas.

    As imagens passam a mostrar a Terra com vários trechos de devastação. Vemos um Loki nada amistoso em posse do Tesseract e Peter Parker, num ônibus, tendo os pelos do braço sendo arrepiados, o que, aparentemente, é o seu sentido de aranha.

    Vemos Thanos pela primeira vez em um planeta alienígena usando a Manopla do Infinito e ele consegue soltar parte de uma lua provocando uma chuva de meteoros. Doutor Estranho, Guardiões da Galáxia e o Homem de Ferro estão na batalha.

    Também vemos em outras imagens o Homem-Aranha vestindo um novo uniforme, o Pantera Negra em Wakanda, alguns Vingadores, juntos do Hulk, apanhando dos asseclas de Thanos e também um Capitão América barbudo e uma Viúva Negra loira.

    O trailer tem um tom dramático, semelhante aos de Homem de Ferro 3 e Vingadores: Era de Ultron.

    Vale destacar que as filmagens do corte principal do filme se encerraram na última sexta-feira e a produção da continuação ainda sem título já teve início de imediato.

    Vingadores: Guerra Infinita estreia em 4 de maio de 2018.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Melhores Filmes de 2014, segundo Jackson Good

    Melhores Filmes de 2014, segundo Jackson Good

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    Mais um ano se encerra, mais uma vez é hora de analisar o que o cinema nos trouxe nesta última translação da Terra – e de também de vencer a preguiça de escrever estas introduções. Um fato curioso: sete dos títulos presentes no TOP 10 são continuações, principalmente segundos filmes. O que isso significa? “Ah, Hollywood está passando por uma crise criativa, não há mais originalidade” – na boa, vamos tirar o monóculo e relaxar um pouco. O que importa é o filme ser bom, independente de ser o primeiro ou vigésimo de uma franquia.

    Rápidas menções honrosas: O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro: o Cabeça-de-Teia da Nova Geração segue com vários problemas, mas desta vez teve seus acertos. O final corajoso e a grande evolução em relação a seu antecessor garantem a lembrança; Hércules: subestimado e até injustiçado, o longa estrelado por The Rock parte de uma interessante premissa de “verdade por trás do mito”, e apresenta uma digna aventura sandália-e-espadas, gênero tão maltratado ultimamente; No Limite do Amanhã: um competente sci-fi de ação, melhor representação de um game na telona (sem ser uma adaptação de jogo), e o tio Tom Cruise mostrando que ainda tem lenha pra queimar; Robocop: José Padilha apanhou simplesmente porque a galera não conseguiu se desprender do original. Ainda que peque nas cenas de ação, o remake acertou no cuidado que teve ao construir e embasar seu cenário, justificando a existência do Policial do Futuro.

    A triste menção desonrosa fica para Os Mercenários 3. Após a maravilhosa e catártica homenagem autoirônica ao cinema brucutu vista no segundo filme, inexplicavelmente Sly e sua trupe decidiram se levar a sério. O resultado foi uma sequência esquecível e sem qualquer atrativo.

    Antes de (finalmente) partir para os melhores do ano, cabe o tradicional aviso aos navegantes, sejam marinheiros de primeira viagem ou marujos calejados que por acaso esqueceram: o único critério para presença, ausência e ordem dos filmes na lista é o gosto pessoal do redator. O título, aliás, já dá uma boa ideia do que esperar.

    10. Como Treinar Seu Dragão 2

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    Ao contrário do supervalorizado lançamento da Disney com a música que ninguém aguenta mais ouvir, esta sim é uma animação de encher os olhos. Acertando em cheio no mantra de agradar a crianças e adultos, o filme da DreamWorks expande seu criativo universo de vikings e dragões, com visual fantástico e personagens carismáticos. Destaque para a jornada de amadurecimento do protagonista Soluço, pontuada de maneira extremamente corajosa.

    9. Operação Invasão 2

    Operação Invasão 2

    Ainda não dá para engolir esse título nacional… Enfim, a continuação do sucesso The Raid: Redemption apresenta o agente da lei porradeiro Rama tendo que se infiltrar em uma organização criminosa para resolver um complicado caso que envolve corrupção policial. O apelido “Tropa de Elite indonésio” faz mais sentido do que nunca, pois há uma visão mais ampla do crime organizado local. A ambição fez com que o filme perdesse um pouco de ritmo e charme inovador em relação ao primeiro, mas as coreografias de luta seguem tão insanas quanto – ou mais. Iko Kuwais é sem dúvida o grande nome do cinema de artes marciais atualmente.

    8. O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

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    Aleluia! Finalmente acabou! Não a trilogia, mas o mimimi em volta dela. Desde O Hobbit: Uma Jornada Inesperada já estava clara a opção de Peter Jackson e do estúdio: muito mais do que adaptar o livro O Hobbit, construir uma “Nova Trilogia” da Terra-Média. Decisão questionável, sem dúvida, mas não tem sentido apontar isso pela terceira vez. Analisado isoladamente, A Batalha dos Cinco Exércitos encerra a saga de maneira positiva, com um ritmo inegavelmente menos cansativo e aspectos técnicos irrepreensíveis. As grandes cenas de batalha, destaque para os combates individuais, valem o ingresso.

    7. Rurouni Kenshin: Kyoto Inferno

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    Sem lançamento oficial no Brasil (como se alguém se importasse), esta sequência mostra a primeira parte da saga do icônico vilão Makoto Shishio. Aquilo que mais chamou a atenção no primeiro filme é mantido: a sagaz percepção da diferença entre mangá/anime e live action, do que funciona em uma mídia e em outra. Podando os exageros – poderes sobre-humanos, lutadores berrando os nomes das técnicas – o admirável trabalho de adaptação consegue ser “realista” na medida do possível. Um clássico filme de samurai, com roteiro mais maduro em relação a seu antecessor, e cenas de ação ainda mais empolgantes.

    6. Planeta dos Macacos: O Confronto

    planeta dos macacacos o confronto 2

    O fenomenal desempenho de Andy Serkis na atuação por captura de movimentos mais uma vez é acompanhado por um roteiro à altura. Cesar encara os desafios de ser um líder mediante o choque entre civilizações em diferentes estágios de evolução tecnológica. Tudo é tratado de maneira crível, sugerindo um sentimento de inevitabilidade, pois há mal-intencionados em ambos os lados (que minam os esforços pacificadores dos bem-intencionados). E o melhor: o fato de uma das facções ser composta por símios evoluídos é irrelevante, tamanhos os paralelos com a nossa realidade histórica que podem ser encontrados no filme.

    5. Guardiões da Galáxia

    guardioes da galaxia

    Consenso como a grande surpresa de 2014, a loucura espacial da Marvel conseguiu conquistar público e crítica. Aproveitando o grupo de heróis desconhecidos, sem grandes amarras, o estúdio apostou na zueira sem limites e se deu bem. Personagens marcantes e que só melhoram quando interagem, nada sutis referências culturais (Kevin Bacon = piada do ano) e ação visualmente bem orquestrada garantiram uma divertida aventura com climão anos 80. E que antídoto melhor contra Let It Go do que Hooked On A Felling?

    4. Expresso do Amanhã

    Expresso do Amanhã

    Viva a globalização: o filme é baseado numa hq francesa, dirigido pelo sul-coreano Joon-Ho Bong, e conta com um elenco estrelado que inclui Tilda Swinton, John Hurt, Ed Harris, e o protagonista Chris Evans mostrando que sabe, sim, atuar. Em um cenário pós-apocalíptico onde o planeta foi congelado após um experimento que combatia o aquecimento global, os humanos restantes sobrevivem em um trem que percorre o mundo, completando uma volta a cada 365 dias. A divisão de classes é nítida: poucos vivem luxuosamente nos vagões da frente, sustentados pela maioria que trabalha e vive em péssimas condições na cauda da locomotiva. Tenso, provocativo e poderoso, o filme combina violência brutal com conceitos sociais espetaculares, e o mais importante, acessíveis. Não é preciso fazer mestrado em cinema iraniano para captar as metáforas presentes na história.

    3. X-Men: Dias de um Futuro Esquecido

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    Com Bryan Singer retornando à direção da franquia que iniciou há longínquos 14 anos, o longa tinha a ingrata proposta de organizar a cronologia mutante nos cinemas. Não foi muito bem-sucedido nesse ponto (rebootou/desconsiderou tudo menos X-Men: Primeira Classe), mas individualmente se provou digno das melhores histórias dos X-Men. O preconceito e o medo presentes na relação entre humanos e mutantes estão no centro da história, que não tem medo de deixar Wolverine e Magneto como coadjuvantes e focar no desenvolvimento heroico de Charles Xavier. Existem alguns exageros (Erik com poderes quase divinos) e furos de roteiro, afinal, viagem no tempo nunca é terreno fácil, mas nada que comprometa o resultado final.

    2. Capitão América 2: O Soldado Invernal

    Capitao America 2

    Justo quando parecia estar perdendo a mão, o Marvel Studios se redime brilhantemente com a segunda aventura solo do Sentinela da Liberdade. Inspirados na abordagem mais recente que o personagem vem tendo nos quadrinhos, os irmãos Russo trabalham elementos de política e espionagem sem deixar de lado a ação super-heroística. Chris Evans (aparecendo duas vezes no Top 5, os haters enlouquecem) encarna Steve Rogers com segurança, mesmo frente a Samuel L. Jackson e Robert Redford. Para não mencionar a bem sacada presença de Scarlett Johansson como Viúva Negra, sidekick de luxo. Se Guardiões da Galáxia sinaliza potencial para diversidade, Capitão América 2 é o filme que dá seriedade ao universo compartilhado da Marvel no cinema.

    1. Interestelar

    interestelar

    O campeão do ano não poderia deixar de estar envolto em polêmica. Interestelar se mostrou um típico “ame ou odeie”, com um lado se apressando em equipará-lo aos maiores clássicos do gênero sci-fi (nunca vou entender essa necessidade) e outro se concentrando em atacar o diretor e seu estilo. Os méritos do longa em si, uma pena, foram um tanto ignorados. O maior deles foi ter alcançado um sensacional equilíbrio entre conceitos científicos instigantes e um tocante drama familiar, com uma trama profundamente emocional do início ao fim. Tudo potencializado por atuações impressionantes, em especial de Mackenzie Foy, Jessica Chastain, e, claro, de Matthew McConaughey. Longe de ser perfeito (o final força consideravelmente a barra), o filme supera as falhas e entrega a mais gratificante experiência cinematográfica de 2014. Christopher Nolan está perdoado por Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (só para atiçar mais polêmica).

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Crítica | Guardiões da Galáxia

    Crítica | Guardiões da Galáxia

    guardiões da galáxia

    Os filmes de super-heróis se consolidaram com um gênero cinematográfico de tal maneira, que os vídeos estão cada vez mais parecidos com os quadrinhos. Não no sentido de fidelidade nas adaptações, mas em estruturas que podem ser reconhecidas em ambas as mídias. Temos continuações, cronologias confusas, reboots, e no meio desse emaranhado, fãs discutindo qual é o melhor. Agora, realizadores tentam faturar um pouco mais com personagens de baixo escalão. O segredo, nesses casos, parece ser a pouca pretensão por parte de quem produz e as baixas expectativas por parte de quem consome. Guardiões da Galáxia partiu da desconfiança total para uma leve curiosidade, e acabou se revelando mais um acerto do Marvel Studios.

    Embora exista há décadas e tenha passado por várias reformulações, o grupo nunca foi muito conhecido, nem mesmo entre os leitores de HQ. Até porque, a parte cósmica do Universo Marvel sempre foi um nicho dentro de outro. Entretanto, isso permitiu grande liberdade na hora da transposição para a telona: ainda que os personagens sejam, em sua maioria, fiéis às atuais versões dos gibi, o tom do filme vai por outro caminho. O humor sempre foi parte marcante nas produções do estúdio, mas Guardiões da Galáxia é, de longe, a que mais se assume como comédia. Ou melhor dizendo, uma aventura que não se leva a sério, com cara e alma de anos 80. Não à toa, a cultura pop dessa época é reverenciada ao longo de todo o filme, como por exemplo, a citação, gritantemente óbvia a Star Wars.

    Nessa linha descompromissada, o diretor James Gunn (co-roteirista ao lado de Nicole Perlman) não se preocupa em construir um plot elaborado, ou mesmo em estabelecer os detalhes do cenário em que a história se passa. Temos a sutil noção de uma história que se passa em um universo grande, multicultural, e com narrativa pregressa. Em um canto limitado desse universo, uma arma poderosa ameaça, não apenas a frágil paz entre duas civilizações, mas também todos os seres do cosmo. Argumento inegavelmente clichê, mas que não se mostra um problema, justamente por se apresentar-se desde o início, como uma justificativa para juntar uma galerinha do barulho que vai se meter em altas confusões – e garantir uma diversão insana durante a jornada.

    Os aspectos técnicos são irrepreensíveis, principalmente a trilha sonora, inspirada e perfeitamente conectada com a narrativa. Mas a chave para o filme funcionar é a maravilhosa interação entre os protagonistas. Todos têm espaço para se diferenciar enquanto indivíduos, ganhando um carisma que só aumenta conforme o grupo vai se formando. A união pode até ser rápida, mas convence. Em comum, eles são anti-heróis imperfeitos que, por baixo da pose, escondem traumas verdadeiros. Seres solitários que, mesmo sem entender ou admitir, são tocados por uma amizade que surge de forma natural, porém nada piegas, já que, como amigos de verdade, eles vivem zombando uns dos outros, comprovando que a zoeira não tem limites.

    Nessa conexão com a loucura espacial está o terráqueo Peter Quill, abduzido quando criança, logo após perder a mãe, e criado por saqueadores espaciais. Ele se torna um aventureiro canastrão que se autodenomina Senhor das Estrelas. O ator Chris Pratt começa atuando com um ar abobalhado, o que soa muito forçado, mas se recupera brilhantemente, conforme novas camadas são adicionadas ao personagem: um malandro que mostra ter bom coração e ser capaz de atos heroicos de pura abnegação, embora, logo em seguida, exija ser reconhecido e louvado por isso. As cenas são tão impagáveis quanto sua visão de Footloose e Kevin Bacon, que simplesmente valem o ingresso.

    Zoë Saldana como Gamora, repete com qualidade o papel que já representou várias vezes (Avatar, Star Trek, Os Perdedores, etc), a durona que esconde uma certa fragilidade. O conceito da “mulher mais perigosa do universo”, presente nos quadrinhos, foi levemente ignorado, mas o resultado foi uma personagem menos unidimensional e mais interessante. Drax, o Destruidor, encenado pelo competente Dave Bautista, seguiu um caminho parecido. Entretanto, seu background mostra-se denso e sombrio, o que destoa um pouco do contexto.  A solução para encaixá-lo foi manter sua postura séria e criar um humor involuntário em cima disso, como pode ser notado em suas sensacionais interpretações literais das gírias de Peter.

    Os membros mais estranhos do grupo são também os mais marcantes. É impressionante o carisma conseguido por Groot, uma árvore humanoide que só repete uma mesma fala. O personagem, (na voz de Vin Diesel) tem sido comparado a uma versão muito mais simpática de Chewbacca. E por fim, Rocket, o célebre Guaxinim com Trabuco que ganhou a voz, quase irreconhecível de Bradley Cooper, mostrando a versatilidade do ator nesse trabalho. Rocket é um gênio tecnológico e planejador, irônico, mordaz, sacana, carente e raivoso; mais um caso em que as camadas compõem um ótimo personagem.

    O restante do elenco conta com nomes notáveis em participações discretas, como Glenn Close (líder da Tropa Nova), John C. Reilly (oficial da mesma Tropa), Djimon Hounson (capanga do vilão) e Benicio Del Toro (mais uma vez como o afetado Colecionador, já visto na cena pós-créditos de Thor – O Mundo Sombrio). Michael Rooker se destaca um pouco mais, como o divertido Yondu, “pai adotivo” de Peter e Lee Pace se encaixa perfeitamente no estilo religioso fanático do vilão Ronan, o Acusador, personagem visualmente interessante, mas pouco desenvolvido. Karen Gillan também faz um bom trabalho, irreconhecível como a ajudante de Ronan, Nebulosa. O pai da moça, ninguém menos do que Thanos, aparece rapidamente, e ainda que seu interesse pelas Joias do Infinito seja citado explicitamente, sua sombra ameaçadora permanece apenas nas margens do filme, de forma que somente os bons amantes da Marvel entenderão.

    A conexão com o restante do universo cinematográfico da Marvel é tímida. A cena pós-créditos, por sinal, é tão desconexa quanto a de Homem de Ferro 3. Disso, porém, resulta algo de positivo. Guardiões da Galáxia mostrou potencial para ser uma franquia com identidade e atrativos próprios, e não apenas um laboratório para apresentar e testar conceitos a serem utilizados nos filmes dos astros do estúdio. A sequência, já anunciada, prova não apenas o conhecido planejamento da Marvel Studios, mas também sua capacidade de continuar expandindo e explorando novas propriedades.

    Texto de autoria de Jackson Good.