Tag: Thor

  • VortCast 107 | Expectativas 2022

    VortCast 107 | Expectativas 2022

    Bem-vindos a bordo. Filipe Pereira (@filipepereiral | @filipepereirareal), Bernardo Mazzei (@be_mazzei) e Jackson Good (@jacksgood) se reúnem para comentar sobre os principais lançamentos nos cinemas e TV para o ano de 2022 e as principais expectativas.

    Duração: 89 min.
    Edição:
     Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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  • Os Vingadores | As Aparições da equipe no Audiovisual

    Os Vingadores | As Aparições da equipe no Audiovisual

    O maior grupo de heróis da Marvel surgiu nas revistas em quadrinhos The Avengers, no ano de 1963, e entre altos e baixos, foram retratados algumas dezenas de vezes nas telas da TV, cinema e outras mídias. Confira nossa lista sobre essas aparições.

    O Incrível Hulk (1966) e Capitão América (1966)

    A primeira aparição do supergrupo se dá em um dos desenhos que adaptavam as histórias clássicas de Jack Kirby e Stan Lee, em especial dois deles, O Incrível Hulk e Capitão América, ambos de 1966. Os heróis se reúnem para discutir ações, em alguns momentos são apenas Capitão, Hulk, Thor e Homem de Ferro (no episódio de Capitão América) e em outro (Hulk) são acompanhados da Vespa e Homem-Formiga, mas o herói bandeiroso não aparece.

    Homem-Aranha (1981)

    O desenho do Homem-Aranha que começou em 1981 mostrava as aventuras do cabeça de teia pela cidade de Nova York enfrentando seus vilões clássicos. A aparição dos Vingadores é rápida, na verdade é um cameo, uma vez que não há falas para eles. O grupo formado por Feiticeira Escarlate, Homem de Ferro, Thor, Capitão América e Visão aparecem de relance em uma televisão vista por Peter e tia May, e a velhinha destaca que eles são mais respeitáveis que o repulsivo Aranha.

    Quarteto Fantástico: A Série Animada (1996)

    No último capítulo da segunda temporada, Doomsday, há uma aparição do supergrupo no desenho animado do Quarteto Fantástico. O grupo aparece enfrentando o Doutor Destino e depois, reunidos em seu  esconderijo. Os que aparecem são Mulher-Hulk, Homem de Ferro, Hércules, Capitão América, Visão e Cristallys, além de outros tantos personagens da Marvel, como os  Novos Guerreiros.

    X-Men – A Série Animada (1995)

    No episódio, One Man’s Worth: Part 1, há um conflito entre X-Men e Vingadores. Nele, Tempestade e Wolverine acabam sendo pegos por uma anomalia espaço-temporal, indo para um versão alternativa do presente, onde os humanos e mutantes estão em uma guerra franca, e no esforço doa homo sapiens, são utilizados os Vingadores, com versões alternativas do Capitão, Homem de Ferro, Gigante, Vespa e Hulk. Eles sequer possuem qualquer diálogo, e isso só ocorreu por conta de um plano de Bishop de alterar o tempo.

    Os Vingadores (1999)

    Originalmente chamada de The Avengers: United They Stand, foi o primeiro desenho totalmente focado no grupo, ainda que não tivesse seus principais heróis por motivos até hoje não explicados, há rumores de que isso é devido a contratos para o cinema que estavam sendo negociados, mas são apenas boatos. A qualidade era sofrível e reza a lenda que um dos argumentos de Bruce Timm para não trabalhar em um desenho da Liga da Justiça  antes era o exemplo que essa animação dava, bastante confusa e sem o brilho dos principais heróis da Casa das Ideias. Seus dubladores eram Rod Wilson como Homem Formiga, Linda Ballantyne como Vespa, Hamish McEwan como Magnum, Lenore Zann como Tigresa, Martin Roach como Falcão, Ron Rubin Visão, Tony Daniels como Gavião Arqueiro, Stravoula Logothettis como Viúva Negra.

    Os Supremos (2006)

    Esta foi uma tentativa da Marvel Studios de competir com a DC Animated, que havia ido muito bem com Universo DC Animado (DCAU) com Batman – Tas, Superman – Tas e o crossoverde heróis em Liga da Justiça e Liga da Justiça Sem Limites e que passou a fazer filmes em longa-metragem direto para o mercado de home video. Esse longa condensava os arcos de Bryan Hitch e Mark Millar  no Universo Ultimate da Marvel, onde os Vingadores chamavam-se Supremos (ou Ultimates no original) e onde os herois eram menos maniqueístas e mais raivosos, em especial o Capitão América, que estava longe de ser um escoteiro. Nessa versão, conduzida por Curt Geda e Steven E. Gordon os personagens não são tão viscerais, são bem mais comedidos (em especial Hulk e Capitas), mas ainda assim o filme é bem legal. Aparecem nele Homem de Ferro (Marc Worden), Thor (David Boat), Capitão América (Justin Gross), Vespa (Grey Griffin), Viuva Negra(Olivia d’Abo), Gigante/Homem Formiga (Nolan North), Nick Fury (Andre Ware) e Hulk (Fred Tatasciore como o monstro, também dublando Jarvis) e sua contra parte Bruce Banner (Michael Massee).

    Os Supremos 2 (2006)

    Não demorou para ser lançado um segundo filme dos Supremos, e Ultimate Avengers 2 saiu no mesmo ano, em Agosto (o primeiro era de Fevereiro de 2006), e é bem menos inspirado que o primeiro. A equipe de dublagem é praticamente a mesma, com o acréscimo do Pantera Negra, feito por Jeffrey D. Sams.

    Os Novos Vingadores: Heróis do Amanhã (2008)


    Em 2008 foi lançado um longa-metragem diferente, conduzido por  Jay Oliva (o mesmo que viria  a comandar inúmeros longas do universo DC animado recente) e Gary Hartle, onde uma nova geração de heróis surgiriam, os filhos dos Vingadores. Next Avengers: Heroes of Tomorrow como foi chamado originalmente, mostra as crianças decidindo agir para salvar seus pais. São eles James Rogers (Noah Crawford), Torunn (Brenna O’Brien) , Azari (Dempsey Pappion), Henry Pym Jr. (Aidan Drummond) ,Francis Barton (Adrian Petriw). Há aparições breves do Homem de Ferro, Ultron, Visão, Thor, Betty Ross e Hulk.

    Vingadores – Os Maiores Heróis da Terra (2010)

    De 2010 até 2012, foi exibida no canal Disney XD, teve um total de 52 episódios e era bem legal, com um traço bem cartunesco e característico, mas infelizmente foi descontinuada pela época do filme dos Vingadores, o que é uma pena, pois era uma boa rival (ainda que tardia) a Liga da Justiça e Liga da Justiça Sem Limites. A outra animação, que ocupou de certa forma seu lugar é bem mais quadrada que esta, o que é uma pena. Os dubladores eram Eric Loomis como Homem de Ferro, Colleen O’Shaughnessey como Vespa, Brian Bloom como Capitão América, Rick D. Wasserman como Thor, Chris Cox como Gavião Arqueiro, Fred Tatasciore como Hulk, James Mathis III como Pantera Negra, Wally Wingert como Homem Formiga, Jennifer Hale como Ms Marvel, Peter Jessop como Visão e Alex Desért como Nick Fury.

    Os Vingadores (2012)

    E em 2012, também foi lançado o mais óbvio alvo dessa lista, o longa de Joss Wheddon, Os Vingadores, onde os maiores heróis da Marvel lidam com uma invasão Chitauri, comandada por Loki. O grupo é formado por Viuva Negra, Gavião Arqueiro, Capitão America, Homem de Ferro, Thor, Hulk, e foi o fim da fase 1 da Marvel. Obviamente os fãs conhecem de cor o elenco do filme.

    Homem de Ferro a Nova Série Animada (2012)

    No desenho iniciado em 2008, originalmente chamado Iron Man: Armored Adventures, há uma aparição do grupo, num dos ultimos capitulos, e ele é formado pelo heroi protagonista do desenho, Gavião Arqueiro, Fury, Viuva, Máquina de Guerra, Hulk, Pantera Negra, além de Pepper Potts como a heroína Rescue.

    Os Vingadores Unidos(2013)

    Após a injustiça de terem terminado com Os  Maiores Heróis da Terra, Os Vingadores Unidos (Avengers Assemble) chegou, 2013, após o primeiro filme live  action e ainda está em exibição, tendo tido seu ultimo episódio em Fevereiro de 2019. A equipe tem algumas alterações ao longo de suas temporadas, mas tem normalmente Homem de Ferro (Adrian Pasdar, e Mike Wingert), Capitão América (Roger Craig Smith), Hulk (Fred Tatasciore),Thor (Travis Willingham), Gavião (Troy Baker), Viúva ( Laura Bailey), Homem Formiga (Grant George).

    Ultimate Homem Aranha (2014)

    Ultimate Spider-Man foi descontinuada, em nome da nova animação do Cabeça de Teia, Spider-Man, mas antes de terminar, no começo da terceira temporada, os Vingadores aparecem com o mesmo elenco de Vingadores Unidos, em The Avenging Spider-Man: Part 1 em 2014, basicamente para interromper os planos de Loki e Doutor Octopus que se juntaram para fazer o mal.

    Vingadores Confidencial: Viúva Negra & Justiceiro (2014)

    Outro longa da lista, de nome original Avengers Confidential: Black Widow & Punisher foi lançado em 2014, dirigido por Kenichi Shimizu, e é focado basicamente no Justiceiro e Viuva Negra, feitos por Brian Bloom e Jennifer Carpenter. Castle faz uma ação com tecnologia da SHIELD, e para ter perdão, Fury (John Eric Bentley) propõe que ele faça um serviço para a organização. Apesar de ter os Vingadores no nome do filme, o grupo aparece bem brevemente, entre eles, Hulk, Homem de Ferro,

    Marvel Disk Wars: The Avengers (2014)

    Esta é uma aparição curiosa, por se tratar de um anime em parceria entre Walt Disney Japan  com a Toei Animation. O seriado teve 27 capítulos. A formação é curiosa, tem muitos personagens dos X-Men (Homem de Gelo, Dentes de Sabre, Magneto, Deadpool), além de Nick Fury, Wolverine, Homem de Ferro, Vespa, Gavião, Capitão America, Máquina de Guerra.

    Super Aventuras Marvel: Batalha Gelada (2015)

    Este foi um filme em longa-metragem, lançado em 2015, que mostra os herois agindo na época natalina, onde Homem de Ferro, Thor, Capitão, Hulk e cia tentam deter Loki, que por sua vez, quer pegar os poderes do Papai Noel. Há também participação do Rocket Raccon e Groot.

    Vingadores: A Era  de Ultron (2015)

    A continuação de Joss Wheddon empolgou muita gente (incluindo esse que vos fala), mas não sobreviveu bem a revisão, apesar disso, Vingadores 2 pega emprestado um pouco da historia da Saga A Era de Ultron, traz um bom vilão mas que é sub aproveitado, e insere novos elementos, como Visão e Feiticeira Escarlate, além dos já citados anteriormente. Foi a última colaboração de Wheddon na Marvel Studios, depois ele foi para a DC para realizar Batgirl (projeto engavetado até o momento) e refilmou boa parte das cenas de Liga da Justiça.

    Capitão America: Guerra Civil (2016)

    Para muitos, esse foi o Vingadores 2.5, dado que apesar de um filme solo, havia um número enorme de heróis, mais até que em Capitão América 2: O Soldado Invernal. Brincadeiras a parte, o grupo de super seres é de certa forma dissolvido aqui, na briga entre Tony Stark e Steve Rogers a respeito do registro de heróis. É um bom filme de ação, principalmente pelo embate que existe entre os heróis, além de ser conduzido pelos irmãos Russos, que fariam Vingadores 3 e 4.

    Guardiões da Galáxia (2017)

    Guardiões tem um seriado animado, com três temporadas até agora, e foi no começo da Segunda  Temporada que os Vingadores apareceram, com os mesmos dubladores e equipe de Vingadores Unidos, sendo que aqui, apareciam
    Homem Formiga, Capitão, Capitã Marvel, Hulk, Homem de Ferro.

    Marvel Future Avengers (2017)

    Mais um anime japonês, dessa vez do Estúdio Madhouse, o programa acompanha a história de Makoto, um jovem que ganhou poderes após um experimento da HYDRA, até que ele decide mudar seu destino se unindo aos maiores heróis da Terra, os Vingadores, Hulk, Homem de Ferro, Capitão, Vespa, Thor etc. A série ainda está sendo exibida e já teve duas temporadas.

    Vingadores: Guerra Infinita (2018)

    Guerra Infinita foi talvez o momento mais épico do grupo no audio visual. O evento reuniu não só a equipe clássica, como praticamente todos os personagens que tiveram filmes solos e de equipe, como Pantera, Dr Estranho e os Guardiões, tudo para enfrentar a chegada de Thanos, o Titã Louco. Baseado na trilogia de Jim Starlin, Desafio Infinito, Guerra Infinita, Cruzada Infinita , ainda que tenha mais elementos da primeira historia citada. O hype foi tanto que gravamos um podcast, sobre Guerra Infinita, e a expectativa por sua continuação é enorme.

    Capitã Marvel (2019)

    Na cena pós crédito de Capitã Marvel, os Vingadores aparecem, tentando descobrir do que se trata o pager que Nick Fury segurava. Entre eles, há o Capitão América, Viuva Negra e Máquina de Guerra, em trajes civis, que assistem atõnitos a chegada de Carol Danvers entre eles, basicamente como um prelúdio para o esperado Vingadores: Ultimato.

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  • Resenha | Thor: O Deus do Trovão – O Amaldiçoado

    Resenha | Thor: O Deus do Trovão – O Amaldiçoado

    Encadernado de 164 páginas que reúne da edição 12 a edição 18 do quadrinho Thor, o Deus do Trovão, o arco O Amaldiçoado dá continuidade à grande fase iniciada por Jason Aaron. Na própria capa do encadernado vemos uma citação que diz que o roteirista nasceu pra escrever Thor. De fato, Aaron talvez seja um dos quem melhor compreendeu o personagem em sua essência, retratando como o deus que ele é, assim Walt Simonson.

    O encadernado é composto de duas histórias independentes (correspondentes às edições 12 e 18 da cronologia americana) e de um arco de histórias que envolve uma caçada ao vilão Malekith. Há uma interessante diferença de tons entre as duas histórias independentes e o arco mencionado. Auxiliado pela vivaz arte de Ron Garney, Aaron compôs uma breve saga muito divertida que intercala humor, violência e aventura. É interessante observar a Liga dos Reinos idealizada pelo autor. Fica bem clara a influência de Senhor dos Anéis, com personagens sendo quase paródias das criações de J.R.R. Tolkien. Há também uma grande influência de RPGs nessa saga, visto que a Liga é composta de diferentes raças. O ritmo da saga é vertiginoso e entrecortado por momentos de humor muito bem pontuados. O texto de Jason Aaron é excelente.

    Já as duas histórias independentes são ainda mais interessantes, por nos dão uma visão de Thor como uma divindade. Na primeira, intitulada “Era Uma Vez em Midgard” Thor se vê às voltas com problemas mundanos. Durante a história, o Deus do Trovão auxilia um condenado no corredor da morte, uma cientista ambiental que está sem par para um baile no porta-aviões onde trabalha e algumas outras situações em que ele se faz necessário. Entretanto, a história ganha contornos dramáticos e até mesmo filosóficos quando Thor vai visitar uma Jane Foster com câncer. Aaron acerta na sensibilidade dos diálogos em todos os momentos, sem deixar que a história descambe pro sentimentalismo barato. O uso de idas e vindas temporais também ajuda a dar contornos ao filho de Odin. Já na última história do encadernado, novamente vemos Thor, porém jovem e caminhando entre os vikings. Outra história bastante interessante que aproxima o Deus do Trovão da humanidade.

    Considerado por muitos como um dos autores definitivos do personagem, Aaron mostra como consegue escrever diferentes tipos de histórias, com muita sensibilidade e compreensão do material que tem em mãos.

    Compre: Thor – O Amaldiçoado.

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  • Crítica | Thor: Ragnarok

    Crítica | Thor: Ragnarok

    O mito de fim da existência é tema comum entre várias culturas. A maior parte das mitologias conta o findar dos tempos de maneira semelhante e dentro desse estereótipo de histórias o Ragnarok está entre os mais ricos, com mais detalhes do que o Apocalipse cristão judaico, por exemplo. É sobre esse fim que o filme de Taika Waititi tenta falar, ainda que esse caráter seja discutível em Thor: Ragnarok, quinto filme que traz Chris Hemsworth como o deus do trovão e que segue os fatos imediatamente após Thor: O Mundo Sombrio e Vingadores: 2 A Era de Ultron.

    O filho de Odin começa acorrentado, como em um dos seus primeiros materiais de divulgação. Tal ato serve para simbolizar os eternos arcos de repetição do filme, uma vez que o roteiro de Eric Pearson, Craig Kyle e Christopher Yost é permeado por essas reincidências, fato que deixa o argumento didático e esquemático. Logo, o herói luta com Surtur (voz de Clancy Brown) e supostamente impede o fim dos tempos. Depois disso, ele trata de desmascarar seu irmão Loki (Tom Huddlestone) e decide enfim ir em direção a Midgard – Terra – para encontrar o verdadeiro entronado de Asgard, Odin (Anthony Hopkins). Depois de encontros com personagens do universo compartilhado da Marvel nos cinemas com direito a uma lição de moral, o protagonista se depara com a vilã da vez, Hela (Cate Blanchett), basicamente para cair, perdendo uma batalha e ir na direção de outro cenário, Sakaar um planeta arena psicodélico governado por um tirano excêntrico e cômico, o Grão Mestre de Jeff Goldblum.

    O filme proposto por Waititi é uma comédia rasgada com alguns elementos de ação, como normalmente são seus filmes. Em O Que Fazemos nas Sombras o pano de fundo eram os filmes de terror com vampiros e aqui é o exploitation de heróis. O grave problema é que há dois tipos de cenários muito distintos dentro desse terceiro Thor, e um deles causa muito mais apreço no público do que o outro. A plateia claramente se afeiçoa mais por Sakaar do que por Asgard, mesmo que a segunda esteja em vias de ser extinta. Afinal, é mais interessante as desventuras do mitológico caso de O Médico e o Monstro visto na persona dupla de Bruce Banner e Hulk de Mark Ruffalo – que parou no planeta por motivos tão psicodélicos quanto as razões que fizeram o personagem título estar lá – bem como a questão moral que move Valkyrie (Tessa Thompson), personagem calada e auto suficiente que seduz a audiência com seu charme e boa construção de drama e passado. Mas, como era prometido, o novo grupo de justiceiros precisariam cruzar a ponte do arco-íris, a fim de salvar o povo de Odin.

    Há uma importância maior para o personagem de Idris Elba, seu Heindall é mais do que o guardião das chaves do reino, tornando-se a vanguarda de um povo rebelde, mas esse crescimento de é inserido parcialmente na trama, já que ele não possui tempo de tela ou aprofundamento suficiente para arranhar mais que a superfície de personagem secundário. Ainda assim, Heindall tem mais sorte que seus companheiros, os Três Guerreiros, que basicamente fazem a mesma figuração que fizeram no Thor de Kenneth Branagh e nas continuações.

    Há uma necessidade exagerada em fazer do roteiro uma história engraçada. Quase todos os personagens que aparecem em cena possuí seu momento piada, seja o gigante esmeralda, que mais uma vez é o alívio cômico deixando de lado o drama de viver como um monstro, ou o personagem de Waititi, Korg, um alienígena com corpo de pedra e extremamente burro. Além disso, nem mesmo as pretensões de Hela são levadas a sério, e o destinos de Asgard parece desimportante, apesar de inferir uma suposta urgência. Os unícos sacrifícios que fazem sentido são os de Valkyrie e dos flagelados de Sakaam.

    Após abusar de muitos McGuffins, Taika Waititi estabelece nesse Thor Ragnarok um misto de filme de autor e episódio de meio de saga. Apesar do prato servido possuir um gosto agradável e menos problemático que os roteiros de Homem de Ferro, Homem Formiga, Dr Estranho e Homem Aranha de Volta ao Lar, o que resta é um produto que tenciona uma identidade dupla que não é totalmente alcançada, ainda que tenha muita personalidade e marcas dos trabalhos anteriores do diretor.

    Waititi parece conduzir sua película de modo bem parecido com o de James Gunn no primeiro Guardiões da Galáxia a procura de um estilo próprio dentro das histórias da Marvel Studios. Ainda que não se tenha garantia de que o diretor também será responsável pelos próximos filmes do Deus do trovão, uma vez que ainda não há planos para mais filmes solos do personagem. De qualquer forma, a produção produz curiosidade pela procura de um formato um tanto inovador para o universo heroico da Marvel, muitas vezes, repetindo narrativas semelhantes.

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  • Vingadores: Guerra Infinita | Confira a descrição do fantástico trailer exibido na D23

    Vingadores: Guerra Infinita | Confira a descrição do fantástico trailer exibido na D23

    A  Disney é tão enorme que precisa de um evento nos mesmos moldes das Comic Cons para anunciar novidades e imagens exclusivas de seus mais aguardados projetos.

    Felizmente, o terceiro filme dos Vingadores, intitulado de Guerra Infinita, promete ser o maior filme da história do cinema, não só pela quantidade absurda de heróis (todos aqueles que já apareceram até então), mas também por ser um ambicioso projeto trazido pela Marvel.

    O painel do filme contou com o presidente Kevin Feige e o co-diretor, Joe Russo, que conseguiu reunir no palco ninguém mais, ninguém menos que os Vingadores, Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Don Cheadle, Anthony Mackie, Tom Holland, Benedict Cumberbatch, Chadwick, Boseman, Sebastian Stan, os Guardiões da Galáxia, Karen Gillan, Dave Bautista, Pom Klementieff e o vilão, Josh Brolin.

    O trailer foi exibido somente para o público presente no salão e foi fantástico. Confira a descrição.

    De início, vemos um momento de tensão, onde os Guardiões da Galáxia, a bordo da Milano, esbarram no corpo inconsciente de Thor (com o uniforme de gladiador de Thor: Ragnarok). Ao ser trazido para dentro da nave, o asgardiano é acordado por Mantis. Assustado, Thor pergunta quem são aquelas pessoas.

    As imagens passam a mostrar a Terra com vários trechos de devastação. Vemos um Loki nada amistoso em posse do Tesseract e Peter Parker, num ônibus, tendo os pelos do braço sendo arrepiados, o que, aparentemente, é o seu sentido de aranha.

    Vemos Thanos pela primeira vez em um planeta alienígena usando a Manopla do Infinito e ele consegue soltar parte de uma lua provocando uma chuva de meteoros. Doutor Estranho, Guardiões da Galáxia e o Homem de Ferro estão na batalha.

    Também vemos em outras imagens o Homem-Aranha vestindo um novo uniforme, o Pantera Negra em Wakanda, alguns Vingadores, juntos do Hulk, apanhando dos asseclas de Thanos e também um Capitão América barbudo e uma Viúva Negra loira.

    O trailer tem um tom dramático, semelhante aos de Homem de Ferro 3 e Vingadores: Era de Ultron.

    Vale destacar que as filmagens do corte principal do filme se encerraram na última sexta-feira e a produção da continuação ainda sem título já teve início de imediato.

    Vingadores: Guerra Infinita estreia em 4 de maio de 2018.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Resenha | Os Maiores Clássicos do Poderoso Thor – Volume 4

    Resenha | Os Maiores Clássicos do Poderoso Thor – Volume 4

    Thor Watl Simonson IV 1Walter Simonson tenta reavivar os áureos tempos de Jack Kirby e Stan Lee à frente do deus do trovão, levando o herdeiro de Asgard a aventuras fantásticas, repletas de escapismo, em que o chamado à aventura é realizado em uma atmosfera repleta de classicismo, como nas histórias tolkinianas de capa e espada. A publicação começa focando Balder, o Bravo, que está recluso em seu reino Norne, em seu castelo com a bela Karnilla, explorando toda a dualidade da personagem feminina, balanceado pelo espírito de paladino do guerreiro asgardiano.

    A arte de Sal Buscema talvez seja o maior diferencial da revista. Seu traço faz lembrar o classicismo do seu xará de sobrenome, John Buscema, que costumava desenhar Conan. O Thor desta edição faz lembrar as adaptações em live action dos livros de George R. R. Martin, até prevendo um bocado da violência gráfica vista na série da HBO, ainda que a profusão de sangue e demonstração lasciva de carne humana seja muito mais branda nos quadrinhos da Marvel.

    Thor Watl Simonson IV 5Agnar é enviado como mensageiro com a missão de convocar o seu mestre para ver a cúpula asgardiana. Após algumas desventuras, o informante vê-se em maus lençóis, presenciando o fim de seu mentor. Logo o caso se resolve, e Agnar percebe que Balder ainda está vivo, seguindo seu rastro, atrás dos gigantes de gelo liderados por Utgard-Loki que raptaram a rainha controversa de Norne. As primeiras quatro histórias servem para mostrar algumas das histórias periféricas escritas por Simonson, mas apenas para isso: introduzir o arco que interessa, que teria seu rompimento simbólico com a chegada do guerreiro oriental Hogun, o Severo, diante do já maduro Agnar. Sua chegada anunciaria a elevação de Balder a regente do reino dourado, para enfim adentrar na história central.

    Na coroação de Balder, Thor assiste a tudo tranquilamente, com o estado de espírito não condizente com a crise que se instaurou em seu reino. A atitude altiva fortalece a confiança de seus concidadãos, além de servir como pretexto para retornar a Midgard. Paralelamente a sucessão real no plano astral, acontece uma invasão em Midgard, no meio da tarde em Nova York, e o poderoso deus encarnado intervém. O sujeito uniformizado é semelhante a um policial intergaláctico – com muitos aspectos em comum com a criação kirbiana de Orion, dos Novos Deuses, chamado Peace.

    Thor Watl Simonson IV 3O patrulheiro tem uma missão relacionada ao casulo que mantém a bizarra figura Zaniac dentro da carcaça magra do reles presidiário Tatcher, que logo sai em busca de sua desejada Jane Foster. A história ganha ares de adaptação do texto de Robert Louis Stevenson e seu O Médico e o Monstro, cujo visual se assemelha aos filmes da produtora britânica Hammer.

    Thor e Peace percebem que estão do mesmo lado e então formam uma aliança para deter Zaniac. A origem de patrulheiro do tempo faz de Peace uma figura que explora ótimas brechas da história, mas mesmo com todos os esforços conjuntos a dupla não consegue deter a vilania da monstruosa criatura, perdendo por muito pouco. Através da intervenção dos poderes de Mjölnir, Thor consegue recarregar os poderes de viagem de seu novo parceiro, e eles decidem genialmente viajar para momentos anteriores ao eclodir do poder proveniente do bandido, evitando assim a tragédia.

    Com as questões terrenas resolvidas, o herói divino pode enfim andar tranquilamente por sua amada Midgard, tratando de pensar nas insolúveis questões que envolvem o desaparecimento do pai dos deuses, Odin. O fato de não saber o paradeiro de seu ente querido o afeta diretamente, se manifestando imageticamente pela espessa barba que o vigilante – e consequentemente suas contrapartes também – carrega, símbolos da cada vez mais presente possibilidade de depressão, aspecto este que humaniza ainda mais a criatura nórdica. Em busca de maior interação com seus sentimentos, Thor usa a alcunha de Sigurd Jarlson, um técnico em elevações, que visita um velho amigo e sua extensa família, para logo depois, em comunhão com este clã, sentir o chamado a uma aventura.

    A luta que o primogênito de Asgard encara se dá nos subterrâneos de Nova York, no esgoto, em meio a lama e podridão do lixo da Roma moderna, contra os mutantes Morlocks. As cenas, carregadas de simbolismo, remetem à busca por sentimentos e sensações no recônditos da alma, além de ter na figura do X-Men Anjo a óbvia figura da certeza de cumprir-se o destino por vias apolíneas. O guerreiro leva o mutante em seus ombros, prestando socorro a contragosto, praticando atos de altruísmo mesmo com a alma e espíritos feridos. O reencontro que tem com Ciclope e Jean Grey – outros membros de X-Factor – também reforça a ideia de descida aos níveis de seu inconsciente, encontrando-se com justiceiros normalmente tratados como vilões pelas vias sociais. Thor se vê como um deles, tem humildade diante da recém condição de orfandade, e é disso que tira força para revidar o ataque de Hela. Apesar do início trôpego, o volume 4 dos clássicos de Simonson revela um bocado da essência do herói retratado, com um argumento interessante e com desenhos plenamente condizentes com a fase áurea do Poderoso Thor.

  • Resenha | Thor: O Deus do Trovão – O Carniceiro dos Deuses

    Resenha | Thor: O Deus do Trovão – O Carniceiro dos Deuses

    Thor - O Carniceiro dos Deuses - capa

    Iniciando uma nova fase de Thor na era Nova Marvel, ponto de partida desenvolvido para novos leitores após a saga Vingadores VS. X-Men, Thor: O Deus do Trovão foi o título escolhido para a nova revista do deus nórdico com Jason Aaron (Wolverine e os X-Men, Justiceiro MAX) nos roteiros e Esad Ribic (Namor: Nas Profundezas) nos desenhos.

    Como a ideia fundamental desta nova editoria é desenvolver uma trama que atraia um novo público, mesmo inserido em um contexto temporal e cronológico da Marvel, a primeira história desta nova fase, O Carniceiro dos Deuses –  publicado inicialmente na mensal Homem de Ferro e Thor e posteriormente lançado em encadernado em capa dura –  se desenvolve, ao máximo, sem nenhuma amarra do presente, lhe conferindo um ar atemporal e destacando a figura central do herói.

    Quando Stan Lee, em 1962, configurou Thor como um personagem, o deus mitológico oriundo de uma tradição nórdica era inserido em um contexto heroico na Marvel. Esta tradição e os dogmas aos quais pertenceu o deus do trovão e das lutas permaneceram como partes narrativas de suas histórias, ainda que muitos roteiristas não souberam utilizar este passado histórico com qualidade, transformando em um deus quase simbólico.

    Pautada nesta dimensão divina, a narrativa apresenta três diferentes representações de Thor, cada uma situada em um espaço-temporal específico: passado, presente e futuro. Em comum apresentam um mesmo inimigo, um assassino de deuses. Denominado Carniceiro dos Deuses, a trama traça um paralelo destes três tempos apresentando os encontros de Thor com a entidade.

    O roteiro é equilibrado ao focar estes três tempos, alternando com precisão cada momento, ampliando a dramaticidade narrativa. O público é convidado a se perguntar como a batalha prossegue, e se o herói sairá vencedor, se até mesmo em um futuro provável Thor permanece lutando contra o Carniceiro dos Deuses quando, cada vez mais, aparenta fragilidade.

    Em um mesmo universo, diversos deuses de religiões distintas se alinham através da figura do Carniceiro, alguém com conhecimento suficiente para matá-los. Ao retomar um grande número de seres divinos, hoje mantidos por nossa história como deuses pagãos ou oriundos de panteões politeístas, a concepção da fé de diversos povos é apresentada. Mostrando um notável panorama de que, mesmo em épocas distintas, os homens exploram a religião, bem como uma entidade superior como forma de criação, divindades e crenças alimentam um círculo de fé universal. Deuses que indistintamente foram vivos e esquecidos, seja pela dizimação de seu povo ou pela morte nas mãos do carniceiro.

    Tal conceito de diversos deuses interconectados se assemelha à obra Deuses Americanos de Neil Gaiman, uma homenagem a divindades de diversos tempos alicerçadas na adoração como parte fundamental de sua existência. Aaron desenvolve temática semelhante, mas a explora através de um fiel que, ao não ter sua prece atendida por seu deus, resolve negar qualquer divindade existente e, consequentemente, inicia um plano para matá-los, expurgando a fé da Terra.

    A história versa sobre a fé e a ideia de que a receptividade divina nem sempre se destaca a todos, e também como um mesmo ato apresenta interpretações distintas. Afinal, o que o carniceiro considera um ato de traição de seu deus, outros interpretariam como uma prova divina. Intercalando esta simbologia e os encontros com Thor, os deuses cronais estão presentes na trama, pressupondo que o vilão poderia viajar para tempos diversos e, assim, exterminar a existência dos primeiros deuses do universo, expurgando o conceito de deus, além de justificar porque no passado, presente e futuro, Thor estaria em constante batalha com a personagem.

    Como se não bastasse uma potente história sobre fé e negação, Thor faz parte fundamental na trajetória do Carniceiro por ser um exemplo de deus adorado e bem quisto pelo povo, uma divindade que não vive em um panteão distanciado de ordem e devoção mas também aquele que convive com seus homens em conjunto, uma encarnação divina na terra que conduz seus homens pela palavra e suas ações nas batalhas. Uma representação que se torna conflitante para um vilão descrente de qualquer benevolência divina.

    Aliado ao roteiro primoroso, a arte de Ribic integra a narrativa à perfeição em traços compostos sem lápis, semelhante a pinturas, configurando uma perenidade à história como se ela representasse atemporalmente uma narrativa fabular sobre a fé e seus deuses. Diante de tantas novas edições lançadas na Nova Marvel, equilibradas entre uma nova abordagem de temas conhecidos, a vertente escolhida para esta trama se destaca pela temática, além da boa condução, ainda mais se considerarmos que a publicação foi realizada na linha mensal, e não em um projeto especial. Esse é o motivo que engrandece este belo início: uma narrativa circular que redefine Thor como um deus, ao mesmo tempo em que o articula como grande personagem do estúdio fazendo uma reflexão sobre a necessidade humana de acreditar em seres superiores como símbolos de virtudes máximas e benevolentes. Uma fábula nórdica contemporânea.

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  • Resenha | Os Supremos 2

    Resenha | Os Supremos 2

    Os Supremos 2 Definitivo 1

    Começando a partir de uma ação do Capitão América, mergulhando em meio ao nordeste do Iraque em período de Guerra, o segundo volume de Os Supremos se estabelece semelhante, de certa forma ao primeiro, com a mesma equipe criativa formada por Mark Millar nos roteiros, Bryan Hitch nos desenhos e Paul Neary como arte finalista. As primeiras dez páginas são a síntese da proposta de Ultimates, com heróis distantes da figura de paladinos, com métodos violentos e repletos de frases de efeito, que convencem até os “agentes do terror” estrangeiros.

    Segue a temática de misturar elementos reais da opinião pública estadunidense, como Larry King entrevistando Tony Stark sobre o intervencionismo da equipe em questões mundiais, driblado pela genialidade do Homem de Ferro que conduz suas respostas de modo muito satisfatório e maduro, apelando para a caridade como justificativa das ações mais agressivas.

    O panorama inicial do grupo é bem diferente, com a Vespa (Jannet Pym) divorciada e namorando o Steve Rogers; Thor bem longe de seus antigos aliados; Banner preso e Hank Pym mudando sua postura, assumindo a “nova” identidade de Homem-Formiga, tentando assim retornar ao grupo. A atualidade continua como métrica do texto de Millar, utilizando-se do vazamento de informações – como em Wikileaks – que basicamente torna público através das grandes emissoras de TV que o super grupo já tinha conhecimento das atividades de Banner como Hulk.

    Este paradigma muda muito o quadro geral, mostrando um Steve Rogers culpado: “o mundo pensava que nós os salvamos, mas só estávamos limpando a nossa bagunça”, sucedido por uma atitude bastante desonesta dos mandatários da S.H.I.E.L.D., abandonando o doutor deprimido à sua própria sorte, isolando-o do mundo após ser sentenciado como culpado. Este é só o começo do colapso da equipe, que ainda incorre em uma luta visceral contra Thor. Uma questão dúbia que surge com a suspeita sobre o vazamento da informação, assim como o resultado final de um embate iniciado pela indisciplina do asgardiano.

    A derrocada moral se torna motivo de comédia, com a empreitada de Pym como Homem-Formiga e como principal figura principal desta versão de Os Defensores. A partir dali se estabelecem alguns pontos cruciais: primeiro com um easter egg mostrando a Feiticeira Escarlate sendo indagada (ciumentamente) por seu irmão Mercúrio, por estar flertando com uma máquina, em uma clara referência ao seu romance com Visão, no universo 616. A tentativa do Homem-Formiga evidentemente dá errado, e ainda que esse fracasso não sirva tanto para a trama principal, funciona para denunciar humoristicamente o que se propagava entre os super-heróis, que se tornavam franquias internacionais, tendo seus Capitães na Inglaterra, Itália e Espanha; também o uso indiscriminado da marca e poderes do Gigante por subalterno; além de uma armadura cibernética como a do Homem de Ferro para a russa Viúva Negra, símbolos da globalização e capitalismo.

    Como em poucas histórias feitas por estadunidenses, Os Supremos 2 se vale positivamente da paranoia do país, engendrando um vilão formidável, que ataca a confiança de seus inimigos e os faz desunir. A influência do “deus nórdico” Loki se vê presente muito além da prisão de seu irmão e da culpabilidade do Capitão América, mas também da construção da ideia por trás dos Libertadores. Apesar de óbvia a questão em relação à queda desses opositores, a questão é verossímil, e a saída para isso é magnânima, trazendo um retorno sensacional.

    As consequências do último embate fazem um sentido tremendo, e as conclusões de Rogers são tão maduras que soam quase irreais, principalmente com a base de comparação com Supremos Volume Um. A discussão a respeito do intervencionismo contumaz dos Estados Unidos faz uma bela combinação com a arte de Hitch, nos esforços do início e próximo ao final. Há uma queda de qualidade enorme, tanto de história, com a péssima inclusão de pares malvados dos heróis, em referências imbecis a seriados japoneses animados e vividos por atores, assim como os desenhos, que se tornam claramente desleixados, denegrindo sem dúvida o que seria o resultado final da revista.

    A importância dada aos coadjuvantes faz a história se tornar mais grave, dando um nível de importância ao Gavião Arqueiro e Viúva Negra poucas vezes vistas nos quadrinhos até aquela época. A reverência de Millar a Jack Kirby e Stan Lee é tamanha que ao final do encadernado há uma dedicatória a eles, completamente desnecessário, já que a atualização vista nesse tomo já é homenagem suficiente aos mentores da Casa das Ideias, ajudando a deixar os personagens em figuras mais imortais ainda, sobrevivendo até aos vícios de sua época, passando por pouco pela linha de mediocridade vigente nos produtos pós exploitation do estilo utilizado no auge da popularidade da Image Comics.

    Ouça: VortCast 37: Os Supremos 2 (Vingadores)

    Compre: Os Supremos 2: Edição Definitiva

  • VortCast 37 | Os Supremos 2 (Vingadores)

    VortCast 37 | Os Supremos 2 (Vingadores)

    vortcast37Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Filipe Pereira, André Kirano (@kiranomutsu), Bruno Gaspar (@hecatesgaspar) e Rafael Moreira (@_rmc) retornam para comentar sobre o segundo arco dos Supremos, versão Ultimate dos Vingadores, o supergrupo organizado e mantido pelo governo americano para estabelecer a ordem interna e intervenções em outros territórios. Considerado um épico dos super-heróis nos anos 2000, escrito por Mark Millar, arte de Bryan Hitch, Andrew Currie e Paul Neary e cores de Paul Mounts.

    Duração: 107 min.
    Edição: Victor Marçon
    Trilha Sonora: Victor Marçon
    Arte do Banner: 
    Bruno Gaspar

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    VortCast 13: Os Supremos (Vingadores)
    VortCast 05: Filmes Marvel
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    Crítica Os Vingadores | Crítica 2
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  • Crítica | Os Vingadores

    Crítica | Os Vingadores

    Após uma longa espera, repleta de ansiedade e expectativa crescentes, chegou o evento mais importante da História da humanidade. E a conclusão (sim, já na segunda frase) é que é ótimo estar vivo nessa época. Os Vingadores finalmente chega aos cinemas, e o fato de todo mundo estar falando incansavelmente sobre o filme deixa mais difícil fazer uma análise “original”, então ligarei o foda-se pra isso e tratarei simplesmente de apresentar minha opinião.

    Em sua trajetória até aqui, o Marvel Studios optou por controlar fortemente suas produções, assegurando que tudo sairia de acordo com o planejado. Por conseqüência, os filmes anteriores foram muito mais “do estúdio/produtores” do que de seus respectivos diretores (quem chegou mais perto de colocar uma certa identidade foi Kenneth Branagh em Thor). Discussões artísticas a parte se isso é certo ou errado, o fato é que funcionou.

    Os heróis foram apresentados, o universo foi estabelecido, e chegou a hora do próximo passo. Fácil, alguns poderiam dizer: só juntar todo mundo pra dar porrada em alguém e pronto. Seria “massaveísticamente” divertido, lógico, mas porque não fazer um BOM FILME contendo isso? Então temos uma quebra do padrão, pois é inegável que em Os Vingadores muito do crédito se deve a Joss Whedon.

    Além da direção, ele fez modificações no roteiro quando assumiu o cargo, e conhecendo seu background, conclui-se que o cara acertou a mão. Quase um estreante no cinema, a experiência de Whedon em seriados de Tv e como roteirista de quadrinhos lhe ensinou a trabalhar com vários personagens dando a todos a devida atenção. O que, qualquer ameba deduz, era fundamental neste filme. Muito mais do que uma história mirabolante, o foco aqui é, e devia ser, a interação entre a galera. E numa palavra: SENSACIONAL.

    Quem já leu uma revista em quadrinhos na vida sabe que é lei: heróis saem na porrada quando se encontram pela primeira vez. E não se engane, este é um filme feito pra fãs. Então temos um festival de pequenas lutas, praticamente um todos contra todos. O detalhe positivo é que o roteiro conduz tudo isso de forma muito natural, evidenciando que todos estão acostumados agir sozinhos e não vão confiar de cara em desconhecidos. Inverossímil seria se todos fossem Super Amigos desde o início. Também com naturalidade vem a superação das desavenças quando o momento exige. Outro ponto inteligente do roteiro: não foi todo o planejamento da S.H.I.E.L.D. que botou os heróis pra trabalharem juntos. Foi a necessidade, o surgimento de “uma ameaça grande demais pra qualquer um deles enfrentam sozinho”. Como é bom quando os realizadores do cinema LÊEM os quadrinhos…

    Mesmo os personagens mais irrelevantes encontram seu espaço. Começando pelo melhor de todos (ironia mode on), o Gavião Arqueiro. Um zé ruela com arco e flechas no meio dos outros, muita gente questionava. Pois bem, amiguinhos: os caras não são idiotas, Barton é naturalmente colocado como um peixe fora d’água. Mas graças a um esperto artifício de roteiro, logo no início ele adquire uma posição diferente, ganhando uma participação mais ativa do que teria. E no fim das contas, ele é um agente fodão, que ta lá pra fazer aquilo que puder numa situação onde qualquer ajuda é bem vinda. E ele manda bem, simples assim. Jeremy Renner é um ator em ascensão, competente apesar de (na minha opinião) supervalorizado.

    Passemos então a (aaahhh…) Scarlet Johansson. Uma das boas surpresas do filme, devo dizer. Gostosa como sempre, mais uma vez com espertos enquadramentos de sua lendária e maravilhosa bunda, nenhuma novidade aí. Mas deu pra perceber uma boa atuação por parte dela, aliada a um desenvolvimento interessante da personagem Viúva Negra. Muito legal sua origem russa ser citada aqui (algo ignorado em Homem de Ferro 2), da mesma forma que seu passado com o Gavião. Ficou a curiosidade em saber mais sobre isso, de repente um spin off estrelado pela dupla seja uma idéia a ser pensada com carinho.

    Outro que surpreendeu foi o Hulk/Banner de Mark Ruffalo, um ator meio “mais do mesmo” que aqui conseguiu achar um tom que me agradou muito: algo entre a insegurança de um cientista meio loser em relações pessoais e a tranqüilidade de alguém que há anos convivendo com uma maldição, conseguiu controla-la. Ao contrário do que imaginei, Bruce Banner aparece bastante (o que não fica chato!) e o Hulk é usado com moderação, garantido níveis épicos de fodacidade quando parte pra ação. E na boa, pessoal, chega do eterno mimimi sobre o CGI do bicho ficar ruim, etc. Ele não é um ser humano grande e forte, é um monstro deformado. Não dá pra ficar “realista”. Algumas pessoas parecem desejar uma tecnologia que não existe. Vamos parar com a frescura e seguir em frente.

    Thor foi um personagem que me decepcionou um pouco, no sentido de sua relação com os outros. Lindos os quebra-paus contra Homem de Ferro e depois contra o Hulk, sem dúvida. Mas o fato do loirão já estar estabelecido e auto afirmado como “protetor da Terra” deixou pouco espaço pra um drama pessoal, uma evolução, além dele surgir um tanto abruptamente na meio da história. Seu interesse maior foi mesmo em relação a Loki, ainda tentando convencer o irmão a parar com as maldades. Postura recorrente nas hq’s, então não dá pra reclamar muito. Mas a impressão final é que, no caso dele, rolou um ctrl c no roteiro de Thor 2 e um ctrl v no meio da trama de Os Vingadores, fazendo com a jornada deste herói destoasse da dos demais. Chris Hemsworth mais uma vez manda bem.

    O outro Chris, o Evans, eternamente criticado por boa parte do público, também faz um bom trabalho. O que prejudica, e muito, o Capitão América, é a inexplicável mudança de sua roupa maneira pra um cosplay bem ridículo. Modernizar o uniforme pra que, após todo esforço que o filme solo teve pra combinar o aspecto super-heroístico com um visual militar? Pelo menos partissem pra algo mais sóbrio, talvez uma roupa de couro com um tom mais escuro, sóbrio. Aquele azul berrando deixou-o deslocado em meio aos outros heróis. Por outro lado, vê-lo muito mais ágil foi excelente, aproximando o personagem dos quadrinhos. Outra discussão pré-filme sempre foi sobre sua liderança (ou não) da equipe. Aqui ele não é, de fato, um líder inquestionável, apesar de ter seu momento de comandante de campo, visto sua experiência na Guerra. Isso se deve, porém, muito mais o fato do grupo ainda estar se formando (e o próprio Rogers ainda estar deslocado no presente) do que ter esse posto roubado por outro personagem de mais sucesso, como muitos imbecis pregaram aos quatro ventos.

    Pois o Homem de Ferro NÃO lidera a equipe, não comanda nada. Não aconteceu um fenômeno Wolverine aqui. Stark é o personagem mais legal, mais carismático, tem as melhores tiradas, Robert Downey Jr rouba a cena? Com certeza, mas sabiamente (graças a Deus) os caras não botaram o Ferroso pra dar ordens por conta disso. Ele ainda é o rebelde piadista, que apenas toma consciência da grandiosidade da situação e de sua própria importância no meio de tudo, e age de acordo. Sem nunca perder o humor mordaz. Se o herói se destaca, é naturalmente, não por ser “O” protagonista.

    Finalmente, o vilão. Tom Hiddleston mais uma vez ótimo no papel de um Loki eternamente movido pela inveja de Thor, isso é intrínseco do personagem. Muitos dos que estão criticando provavelmente desconhecem isso. Sem dúvida que todo seu plano, e movimentos para executa-lo, são bem “qualquer coisa” pra fazer a trama andar e os heróis brigarem entre si e depois se unirem. Sem dúvida um ponto pouco trabalhado do roteiro e o grande defeito do filme, porém perdoável. Como citado antes, o importante são os heróis interagindo, então a ameaça não ser tão bem desenvolvida é uma simples questão de falta de tempo. Falando em falhas, outro elemento que me incomodou foi a S.H.I.E.L.D. Emocionante ver o porta-aviões aéreo, nosso querido Samurai L Jackson tendo mais espaço pra ser mothafucka, hilário o agente Coulson se revelando um nerdão vergonha alheia, até Maria Hill em sua micro participação consegue ser legal. Mas a agência parece conseguir informações precisas das coisas muito rápida e facilmente, como que por mágica. Tudo bem que é uma central de Inteligência, mas esse é outro aspecto de um roteiro apressado. Mais uma vez, nada que comprometa a diversão.

    E esse é ponto principal, o filme é insanamente divertido. Ação desenfreada com toques de humor, a marca do Marvel Studios, agora numa escala maior. Pois Os Vingadores só pode ser classificado como um novo nível no cinema do gênero. Antes ficávamos feliz com qualquer adaptação, em seguida vimos que era possível ter bons filmes, e agora está provado que dá pra juntar um bando de heróis sem ficar galhofa. Se for algo bem planejado e executado, lógico. Então, Warner, já passou da hora de se coçar. Um mega filmaço com a Liga da Justiça é sim possível, e é o que todos enxergam e esperam pro futuro. Mas por enquanto, serei babaca ao encerrar o texto com um #ChupaDC.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Crítica | Os Vingadores

    Crítica | Os Vingadores

    Há muito tempo venho largando aqui pelo Vortex Cultural um carinhoso apelido que foi inventado para o filme dos Vingadores. Esta mega produção da divisão cinematográfica da Marvel Studios vinha sendo carinhosamente chamada de “evento cinematográfico do ano” por várias pessoas, e eu resolvi aderir à causa.

    Os Vingadores sempre foi um sonho de todos os amantes do universo Marvel e de super-heróis em geral. O encontro da formação mais clássica do grupo nas telonas nunca havia passado disso. Pois bem, começamos a acordar deste sonho em 2008 com o lançamento de Homem de Ferro. Quando Nick Fury aparece na cena pós créditos deste filme, parado no apartamento de Tony Stark, tivemos a certeza de que ele estava vindo: Nosso sonho impossível viraria realidade.

    Então, quatro anos e quatro filmes depois, finalmente essa fantasia impossível tornou-se 100% realidade. São 3 horas da manhã do dia 27 de abril de 2012 e eu acabo de voltar da pré-estréia de Os Vingadores, mas até agora não me bateu um milésimo de sono. Não vou conseguir dormir tranquilo enquanto não contar exatamente o que foi Os Vingadores e por que esse filme é importante, na minha empolgada e nada balizada opinião, para a indústria cinematográfica e para o futuro dos filmes de super-heróis.

    Caso ainda não tenha ficado totalmente claro, Os Vingadores é simplesmente o maior filme de ação/aventura feitos nos últimos 50 nos, e provavelmente não será igualado pelos próximos 50! Um filme espetacular, bem humorado, respeitoso com os fãs e que vai marcar a vida de milhares de pessoas, a começar pela do diretor.

    Joss Whedon será lembrado, para todo o sempre, como o diretor que trouxe o grupo de super-heróis mais famoso da Marvel para as telas do cinema pela primeira vez. É inacreditável, na verdade, que alguém tenha deixado o filme nas mãos deste cara que, pasmem, nunca havia dirigido um filme inteiro antes! Eu não sei o que o pessoal da Marvel fumou antes de ligar pra ele e oferecer o trabalho, mas essa foi a aposta mais arriscada da história, sem dúvidas!

    Antes de entrar no plot, vamos só recapitular rapidinho o que o pessoal da Marvel largou na mão do diretor do cara: um personagem deus, um personagem indestrutível e incontrolável, um escoteiro super forte com um escudo errado, um gênio bilionário com tudo para roubar o filme de seu legítimo dono (leia-se: Capitones!) e dois personagens que nunca haviam sido explorados nos filmes introdutórios. Tudo isso junto no mesmo filme enfrentando um vilão que precisa ser muito foda, mesmo não tendo demonstrado antes fodulência o suficiente para bater de frente com esta galera… Fácil de fazer né?

    No filme, Loki é enviado à Terra por uma entidade desconhecida para roubar o cubo cósmico (que neste filme tem um outro nome que eu não consigo lembrar porque toda vez que ele era dito eu substituía a palavra estranha por “cubo cósmico”) da S.H.I.E.L.D.. Em troca da fonte inesgotável de poder, o meio-irmão de Thor receberia o controle de nosso lindo planetinha azul e seria o que sempre quis ser quando vivia em Asgard: rei do mundo e senhor de escravos.

    Diante do poder incomparável de Loki e seu bastão de energia vindo diretamente dos sets de filmagem de Stargate, Samuel Fury se vê obrigado a reativar o Projeto Vingadores, recutrando os heróis mais poderosos do planeta. Thor, Steve Rogers, Tony Stark, Bruce Banner, Clint Barton e Natasha Romanoff (gostosa) devem aprender a trabalhar em equipe para derrotar Loki e seu exército ciborgue de uma dimensão desconhecida, recuperar o cubo e destruir o máximo possível da ilha de Manhattan.

    O plot não tem nada de espetacular, isso é fato. O que é realmente espetacular é a forma como ele foi trabalhado dentro do roteiro, muito bem elaborado, diga-se de passagem. Whedon participou ativamente da elaboração do roteiro também, o que pode explicar boa parte do excelente resultado que conseguiu trabalhando uma história que não tinha nada de extraordinário. O filme esbanja ação e tem momentos de comédia tão bem localizados que até eu gargalhei no cinema (inclusive fazendo uma referência FANTÁSTICA a uma conhecida empresa do pessoal aqui do blog: O Boston Medical Group). Todos os recursos que estavam a disposição de Whedon e todas as adaptações necessárias foram utilizadas (e muito bem utilizadas) para manter o ritmo e não ofender os fãs no cinema. Vou enumerar as 2 que achei mais interessantes:

    A primeira, mais visível, e talvez mais importante adaptação que fez-se necessária diz respeito ao dono do filme. Quando a Marvel lançou os filmes preparatórios para Os Vingadores, Robert Downey Jr. mostrou ser “o” Tony Stark. Dos filmes anteriores, o que fez mais sucesso e o personagem mais querido da galera foi o Homem de Ferro. Sem ter como colocar outro personagem como chamariz para o filme, a equipe de roteiristas e o diretor deixaram o filme nas mãos do Stark, e ele óbviamente não decepcionou! Ele não é o líder do grupo de super-heróis, como muitos pensaram (este cargo é ocupado relativamente bem pelo Capitas), mas é o cara mais foda, mas engraçado e é o dono do filme.

    O segundo aspecto diz respeito ao cara errado da trupe. O Hulk é um personagem errado para se colocar num filme como este sem que seja modificado totalmente. Talvez pelo fato de ele não trabalhar muito bem em equipe, talvez pelo fato do Hulk de computador estar sempre com cara de dor de barriga, optaram por deixar suas aparições meio de lado. Ele aparece pouco no filme, mas sempre há um momento OMFG quando ele bate em alguém (amigo ou inimigo). O CGI que gerou o mostro não é mal-feito, mas incomoda na telona, ainda que ele seja o protagonista de uma porradaria homérica com o Thor e outra meio decepcionante com o irmão do lourão(ui!).

    Mais alguns pontos merecem destaque como, por exemplo, a bunda atuação da agente Romanoff(gostosa) na trama, a “massaveísse” do Gavião Arqueiro (que, para o desgosto do Jackson, não usou seu uniforme cláááássico), o escudo de vibrânio do Capitas que pára ou rebate as coisas de acordo com a vontade do Chris Evans e, logicamente, as sequências de montagem e desmontagem da armadura do Robert Downey Stark.

    Os Vingadores foi, para mim, uma experiência única no cinema. Chutou nádegas “Nolanianas” e mostrou para Warner/DC que é possível, SIM, fazer um filme de heróis que seja vendável pro público geral e que não desrespeite os fãs. Duas horas de filme que passaram sem que eu pudesse olhar para o lado ou desfazer o sorriso idiota na minha cara. O filme prende, tem boas atuações (destaque para a bunda atuação da Scarlett e sua maravilhosa roupa de couro) e um final interessante. Não preciso dizer que quando digo “final” quero dizer “cena pós-créditos”, não é?

    “The Avenger é o evento cinematográfico do século, Aoshi?”
    CERTEZA!! Desliga essa computador, corre pro cinema e, sendo fã de quadrinhos ou não, tenho certeza que você vai concordar comigo, ou não…

  • Agenda Cultural 28 | Portais, Estereótipos e… SPARTACUS!!!

    Agenda Cultural 28 | Portais, Estereótipos e… SPARTACUS!!!

    Bem Vindos à bordo. Chegamos à 28ª Agenda Cultural! Não que isso signifique nada de especial mas… a Agenda volta com tudo desta vez com Flávio Vieira (@flaviopvieira), Rafael Moreira (@_rmc), Mario Abbade (@fanaticc), Levi Pedroso (@levipedroso), Amilton Brandão (@amiltonsena), Bruno Gaspar e os convidados Rodney Buchemi do Melhores do Mundo e Diego (@diegogc) do Fênix Down. Essa mistura toda gerou uma agenda bem diversificada sobre portais, velhos deuses, destroços humanos e sugadores de sangue! Não deixe de conferir!

    Duração: 111 mins
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Comentados na edição

    Rodney Buchemi – Site Pessoal
    Rodney Buchemi – Deviantart
    Fênix Down

    Quadrinhos

    Sandman – Edição Definitiva Vol. II
    Thor –  O Renascer dos Deus

    Literatura

    Noturno – Guillermo Del Toro e Chuck Hogan

    Música

    Foo Fighters – Wasting Light
    Heaven and Hell – Live at Wacken
    Wall of Death!!!

    Séries

    Spartacus: Gods of the Arena

    Games

    Portal 2
    Comic – Portal 2
    Mortal Kombat

    Cinema

    Rio
    Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio
    Pânico 4
    Sobrenatural
    Reencontrando a Felicidade
    A Garota da Capa Vermelha
    A Minha Versão do Amor
    Agentes do Destino
    Padre
    Thor

    Produto da Semana

    Absorvente Alcoólico – Dica do ouvinte André Farias

  • Crítica | Thor: Tales of Asgard / Thor & Loki: Blood Brothers

    Crítica | Thor: Tales of Asgard / Thor & Loki: Blood Brothers

    Thor-o-filho-de-Asgard

    Aproveitando a popularidade trazida pelo filme, a Marvel que não é boba nem nada resolveu explorar o Thor em outras mídias fora os quadrinhos, e lançou recentemente duas animações do Deus do Trovão.

    A mais recente é Thor – Tales of Asgard, uma animação tradicional, lançada em DVD e Blu-ray, que mostra um Thor adolescente aborrecido porque seu pai não o deixa sair do reino. Querendo se provar como guerreiro, ele embarca numa aventura ao lado de Loki e dos Três Guerreiros em busca da lendária espada de Surtur. O temível Demônio do Fogo foi outrora derrotado por Odin, e sua espada incrivelmente poderosa se perdeu. O problema é que ela está na terra dos Gigantes do Gelo… Thor, pra variar, faz merda, e acende a ameaça de uma nova guerra entre Asgard e Jotunheim.

    Sim, esse plot lembra bastante o próprio filme do Deus do Trovão, mas o desenrolar é bem diferente. A começar pela idade do protagonista, e também porque não há Midgard (ou Terra) na história. Isso permite apresentar outros elementos da mitologia de Thor, como Surtur, as Valquírias, os elfos negros, etc. Direcionada a um público mais infantil, com o traço puxando pro estilo anime, a animação não deixa de ser uma boa pedida pra quem quer conhecer um pouco mais do personagem e seu universo tão rico.

    Thor & Loki – Blood Brothers

    Thor & Loki – Blood Brothers, na verdade um motion comic que é uma transposição literal da hq Loki, minissérie publicada em 2004 com roteiro de Robert Rodi e arte de Esad Ribic. Na trama, o Deus da Trapaça finalmente conseguiu derrotar seu irmão e Thor e assumir o trono de Asgard. Tudo o que ele sempre quis, certo? Pena que a vida de governante é uma chatice só, e Loki rapidamente se entendia com as questões burocráticas do reino, com seus aliados na rebelião agora cobrando os favores prometidos, e com a pressão para que execute logo Thor, mantido acorrentado.

    A primeira vista, a obra pode parecer cansativa, principalmente para quem não está familiarizado com o formato de motion comic. Basicamente uma versão melhorada dos antigos “desenhos desanimados”, a movimentação é pouca, lenta e dura, apesar de muito bela, inclusive apelando pra modelagem em 3D em certos momentos. Mas vale a pena para conhecer um estilo diferente, e porque o roteiro é muito interessante. Focando inteiramente em Loki, o autor mergulha na psicologia desse personagem tão complexo, fazendo-o refletir sobre si mesmo, sua relação com Odin, Thor e todos em Asgard. E seu papel em tudo isso, atormentando-se com a questão cuja resposta é óbvia: pode o Senhor da Anarquia GOVERNAR? A minissérie conta com 4 capítulos de mais ou menos 15 minutos cada, lançados para download através das redes iTunes, Xbox LIVE e PSN, mas todo mundo certamente conhece meios mais… er, alternativos, por assim dizer.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • VortCast 05 | Filmes Marvel – Parte 1

    VortCast 05 | Filmes Marvel – Parte 1

    Bem Vindos à bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), André Kirano (@kiranomutsu), Jackson (@jacksgood), Jean D’angelo (@jeandangelo), Carlos Tourinho (@touroman), Levi Pedroso (@levipedroso) e Brunno Elias (@brunnoelias)  se reúnem para comentar sobre todos os filmes que a SEGUNDA maior editora de quadrinhos do mundo já colocou nos cinemas. Conheça todas as galhofas que chegaram ao grande público e as atuais grandes produções que viraram sucesso mundial.

    PS: Pedimos desculpas pela qualidade do áudio. Fizemos o possível para melhorá-lo, mas ainda assim ficou aquém do esperado.

    Duração: 126 mins.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Comentados na edição

    Pauta Livre News
    Filmes Com Legendas
    Crítica de Thor por Jackson

    Filmografia Comentada

    Doutor Estranho
    Crítica Capitão América (1990)
    Blade
    Blade 2
    Blade Trinity
    X-Men
    X-Men 2
    X-men 3: O Confronto Final
    Crítica X-Men Origens: Wolverine
    Crítica Demolidor
    Elektra
    Crítica Homem-Aranha
    Crítica Homem-Aranha 2
    Homem-Aranha 3
    Hulk
    O Incrível Hulk
    Crítica Quarteto Fantástico (1994 – nunca lançado)
    Quarteto Fantástico (2005)
    Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado
    Motoqueiro Fantasma
    Crítica Justiceiro (1989)
    Crítica Justiceiro (2004)
    Crítica Justiceiro: Zona de Guerra
    Crítica Nick Fury: Agente da S.H.IE.L.D.
    Homem de Ferro
    Homem de Ferro 2
    Kick-Ass
    Crítica Thor

  • Crítica | Thor

    Crítica | Thor

    Thor_Official_Poster

    Amantes do cinema pipocão, regozijem-se! Começou a temporada do verão norte-americano, época em que os blockbusters dominam o circuito. E abrindo esse ano temos Thor, adaptação dos quadrinhos da Marvel, que estreou no Brasil no dia 29 de abril, uma semana antes do lançamento nos EUA. Desde que a tradicional editora decidiu levar por conta própria seus personagens para o cinema, ao invés de somente vender os direitos, esse já é o quarto filme. Pra quem não lembra, os outros foram os dois Homem de Ferro e O Incrível Hulk. Teremos ainda esse ano Capitão América, e em 2012 toda essa cambada se reúne naquele que promete ser o filme mais massa veio de todos os tempos da história do cinema mundial, Os Vingadores.

    Mas voltemos ao Deus do Trovão, que afinal de contas é o assunto desse review. O personagem foi criado em 1963 por (adivinhem) Stan Lee, Jack Kirby e Larry Lieber, tendo inspiração nas lendas da mitologia nórdica. Como todo super-herói, teve várias interpretações e reformulações ao longo dos anos, mas mantendo-se sempre como um dos mais poderosos e respeitados do Universo Marvel. A exceção, talvez, fique por conta do Universo Ultimate, que deu uma visão mais realista a todos os heróis (e justamente por isso tem sido fonte de muitos dos conceitos do universo cinematográfico da Marvel). Nele, a princípio Thor é visto somente como um maluco superpoderoso.

    Um super-herói que é um deus, enfrenta divindades e outras criaturas mágicas, mas que também atua num cenário, digamos, mundano? E convive com o Homem de Ferro, por exemplo, um herói inteiramente baseado em ciência? Não precisa ser nenhum gênio pra perceber que esse era umas das adaptações mais difíceis de serem feitas, sem cair no ridículo ou descaracterizar demais o personagem. E o resultado é digno de aplausos, pois o filme conseguiu ser bastante consistente, mantendo a essência dos quadrinhos e atualizando com bastante simplicidade aquilo que precisava ser modificado, pra dar um ar mais crível e, principalmente, permitir que a história se encaixe no universo que vem sendo desenvolvido nos filmes anteriores.

    A história é a praticamente a mesma da origem clássica das hq’s: Thor é filho de Odin, rei de Asgard, um mundo de seres poderosos que ajudaram à humanidade em eras remotas e foram vistos como deuses, dando assim início ás lendas. Jovem, arrogante e amante das batalhas, Thor acaba reacendendo uma antiga guerra contra os Gigantes do Gelo (criaturas de outro mundo, Jotunheim), e acaba sendo punido por seu pai. Destituído de seus poderes e sua arma hyper motherfucker, o martelo Mjölnir, ele é jogado em Midgard, a Terra, pra aprender a ser humilde, paciente, sábio e todas as qualidades de um bom rei, afinal o loirão é o herdeiro do trono. Aqui, ele tromba com a equipe de físicos liderada pela doutora Jane Foster, que investiga fenômenos cuja explicação parece esta ligada a Thor e seu povo. Enquanto isso, em Asgard, o irmão do herói, Loki, se mostra muito ardiloso e… bem, continuar seria entregar a trama toda, então fiquemos por aqui.

    Como dito acima, o filme é bastante coerente em todos os seus aspectos. Ação, humor, drama, romance (o pacote tradicional, enfim) se equilibram muito bem durante toda a história. O diretor Kenneth Branagh fez um trabalho impecável, inclusive nas cenas de pancadaria, com as quais não tinha muita experiência, visto que sua fama é “shakespeareana” e teatral. Fato que é percebido na sua excelente direção de atores, todos muito bem em seus papéis. Chris Hemsworth, protagonista e praticamente desconhecido, surpreende ao dominar com total segurança todas as suas cenas. Ele conseguiu passar muito bem a confiança e arrogância do Thor inicial, e sua posterior evolução. O intérprete de Loki, Tom Hiddleston, era outro desconhecido, pelo menos pra mim. E também se sai muito bem, sendo dissimulado em alguns momentos e louco surtado em outros, ou seja, um Loki perfeito. Sendo ele mesmo, ou seja, FODA PRA CARALHO, Anthony Hopkins É Odin e ponto final. Fechando o elenco principal, temos a oscarizada, badalada, e coisinha linda Natalie Portman no papel de “interesse romântico”. No espaço que tem, ela faz o básico e não compromete. Os demais atores têm participações menores e cumprem muito bem seus papéis na trama.

    E a questão das mudanças, o tormento dos fãs dos quadrinhos? A mais sensível delas é o conceito de o que SÃO Asgard e seu povo. Enquanto nas hq’s eles são os deuses nórdicos e pronto, o filme partiu pra linha do “magia é ciência que não entendemos”, colocando-os como simplesmente seres superiores de outra dimensão. Confesso que fiquei um pouco desgostoso com isso antes de assistir, mas acaba que tudo flui naturalmente e não afeta em nada os elementos clássicos do personagem. Sobre o visual, amplamente criticado durante a divulgação, também funciona a contento. Saíram o metal e couro tipicamente viking e entraram armaduras estilosas tipo Cavaleiros do Zodíaco. O que era necessário, por conta da mudança conceitual. Há um estranhamento no início, preciso admitir, mas com um pouco de boa vontade tudo fica bem.

    Mais algumas mudanças vieram nessa mesma linha: já que não são exatamente deuses, os asgardianos não são imortais, Odin está envelhecendo e já planeja passar o trono para Thor, coisa que nos quadrinhos nunca existiu. Também muda a forma como o Pai de Todos fica caolho, nas hq’s ele mesmo arranca um dos olhos, num sacrifício pra ter a sabedoria divina, enquanto no filme ele o perde em batalha. Outras mudanças muito questionadas referem-se aos personagens Heimdal e Hogun, interpretados por um negro e um oriental, respectivamente. Politicamente correto? Com certeza, mas não chega a ser uma afronta, já que no filme eles NÃO são deuses nórdicos (aliás, muito boa essa desculpa). E estão muito bem representados, principalmente o primeiro, que é o Guardião da Ponte do Arco-Íris, e tem a visão além do alcance (mas não usa a Espada Justiceira), sendo tratado como um ser mais místico e enigmático que os demais asgardianos. Ficou bastante fiel aos quadrinhos. Por outro lado, a total ausência de Balder foi meio triste, visto que ele é o melhor amigo de Thor e um dos personagens mais importantes de suas histórias. Mas não vejo como ele poderia ser encaixado no filme, visto que os Três Guerreiros e a Lady Sif já tiveram um papel bem pequeno, apesar de muito bom.

    Obviamente não faltam a cena pós créditos e easter eggs para os fãs (destaque pra aparição de um certo arqueiro), típicos dos filmes da Marvel. No fim, Thor consegue ser bastante próximo do tom de Homem de Ferro, no sentido de aliar a ação com uma dose de drama/seriedade com os momentos de descontração, sem cair na galhofa de um Quarteto Fantástico, por exemplo. O maior defeito do filme também é bem típico: o tempo. A jornada do herói, ou melhor, a jornada moral do herói, acaba sendo meio abrupta, com Thor passando muito rápido de imaturo a altruísta. É algo que se sente, que faz o filme perder alguns pontos e não chegar ao nível ÉPICO, mas nem de longe chega a comprometer. Agora é aguardar o Capitão América em julho e depois achar uma máquina do tempo pra já pular pro meio do ano que vem e assistir Os Vingadores!

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Resenha | Loki

    Resenha | Loki

    Loki - capa - Panini Comics

    Loki foi publicada pela Marvel Comics e lançada no Brasil pela Editora Panini em 2005 em duas edições com roteiro de Robert Rodi e arte de Esad Ribic. Posteriormente teve um tratamento que faz jus à obra, sendo lançada em grande estilo.

    A origem de Loki é retratada na HQ através de alguns flashbacks, onde mostra seu relacionamento com Thor, como se tornou filho adotivo de Odin e sua eterna rixa com os deuses nórdicos. Loki é filho de gigantes, inimigos mortais dos senhores de Asgard, mas devido a um juramento de sangue ele acabou se tornando irmão de Thor. Vale ressaltar que na mitologia nórdica, Odin é retratado como irmão de Loki e não Thor.

    Nas HQ’s, Loki é o inimigo eterno de Thor, o mal absoluto, enquanto na mitologia a história é um pouco diferente. Não há maniqueísmos aqui, não existe verdade absoluta sobre o bem e o mal, ambos os lados denotam seus pontos de vista, mas nunca fundamentado em versões totalmente díspares uma das outras e é isso que torna a leitura da graphic novel “Loki” tão agradável, pois somos apresentados a um personagem mais semelhante àquele da mitologia, e vemos seu crescimento no desenrolar da trama.

    A história dá início logo após a vitória de Loki sobre Thor, não nos é mostrado como isso ocorre, apenas sabemos que agora ele é soberano de Asgard, cabe ao leitor imaginar como ele conseguiu tal feito. As variações de humor do protagonista são magistrais, Robert Rodi construiu cada traço da personalidade de Loki muito bem, inclusive a forma como cada coadjuvante tem seu papel no desenvolvimento do personagem como conhecemos nos quadrinhos, tudo isso mesclando elementos da mitologia nórdica e outras histórias escritas por outros roteiristas. Rodi nos presenteia com ótimos diálogos a cada página. E o que falar da arte? Um show a parte. Ribic traça desenhos fantásticos com ótimas cores.

    A Panini publicou recentemente uma edição de luxo com capa dura em formato americano por um valor bem acessível. Vale a pena conferir, mesmo para leitores que não estão familiarizados com as histórias de Thor, pois o texto é bem escrito e nos traz uma visão geral da origem do personagem. Só temos a elogiar os editores brasileiros por nos trazer esta edição em grande estilo e por um preço bacana.