Tag: os supremos

  • Resenha | Os Supremos 2

    Resenha | Os Supremos 2

    Os Supremos 2 Definitivo 1

    Começando a partir de uma ação do Capitão América, mergulhando em meio ao nordeste do Iraque em período de Guerra, o segundo volume de Os Supremos se estabelece semelhante, de certa forma ao primeiro, com a mesma equipe criativa formada por Mark Millar nos roteiros, Bryan Hitch nos desenhos e Paul Neary como arte finalista. As primeiras dez páginas são a síntese da proposta de Ultimates, com heróis distantes da figura de paladinos, com métodos violentos e repletos de frases de efeito, que convencem até os “agentes do terror” estrangeiros.

    Segue a temática de misturar elementos reais da opinião pública estadunidense, como Larry King entrevistando Tony Stark sobre o intervencionismo da equipe em questões mundiais, driblado pela genialidade do Homem de Ferro que conduz suas respostas de modo muito satisfatório e maduro, apelando para a caridade como justificativa das ações mais agressivas.

    O panorama inicial do grupo é bem diferente, com a Vespa (Jannet Pym) divorciada e namorando o Steve Rogers; Thor bem longe de seus antigos aliados; Banner preso e Hank Pym mudando sua postura, assumindo a “nova” identidade de Homem-Formiga, tentando assim retornar ao grupo. A atualidade continua como métrica do texto de Millar, utilizando-se do vazamento de informações – como em Wikileaks – que basicamente torna público através das grandes emissoras de TV que o super grupo já tinha conhecimento das atividades de Banner como Hulk.

    Este paradigma muda muito o quadro geral, mostrando um Steve Rogers culpado: “o mundo pensava que nós os salvamos, mas só estávamos limpando a nossa bagunça”, sucedido por uma atitude bastante desonesta dos mandatários da S.H.I.E.L.D., abandonando o doutor deprimido à sua própria sorte, isolando-o do mundo após ser sentenciado como culpado. Este é só o começo do colapso da equipe, que ainda incorre em uma luta visceral contra Thor. Uma questão dúbia que surge com a suspeita sobre o vazamento da informação, assim como o resultado final de um embate iniciado pela indisciplina do asgardiano.

    A derrocada moral se torna motivo de comédia, com a empreitada de Pym como Homem-Formiga e como principal figura principal desta versão de Os Defensores. A partir dali se estabelecem alguns pontos cruciais: primeiro com um easter egg mostrando a Feiticeira Escarlate sendo indagada (ciumentamente) por seu irmão Mercúrio, por estar flertando com uma máquina, em uma clara referência ao seu romance com Visão, no universo 616. A tentativa do Homem-Formiga evidentemente dá errado, e ainda que esse fracasso não sirva tanto para a trama principal, funciona para denunciar humoristicamente o que se propagava entre os super-heróis, que se tornavam franquias internacionais, tendo seus Capitães na Inglaterra, Itália e Espanha; também o uso indiscriminado da marca e poderes do Gigante por subalterno; além de uma armadura cibernética como a do Homem de Ferro para a russa Viúva Negra, símbolos da globalização e capitalismo.

    Como em poucas histórias feitas por estadunidenses, Os Supremos 2 se vale positivamente da paranoia do país, engendrando um vilão formidável, que ataca a confiança de seus inimigos e os faz desunir. A influência do “deus nórdico” Loki se vê presente muito além da prisão de seu irmão e da culpabilidade do Capitão América, mas também da construção da ideia por trás dos Libertadores. Apesar de óbvia a questão em relação à queda desses opositores, a questão é verossímil, e a saída para isso é magnânima, trazendo um retorno sensacional.

    As consequências do último embate fazem um sentido tremendo, e as conclusões de Rogers são tão maduras que soam quase irreais, principalmente com a base de comparação com Supremos Volume Um. A discussão a respeito do intervencionismo contumaz dos Estados Unidos faz uma bela combinação com a arte de Hitch, nos esforços do início e próximo ao final. Há uma queda de qualidade enorme, tanto de história, com a péssima inclusão de pares malvados dos heróis, em referências imbecis a seriados japoneses animados e vividos por atores, assim como os desenhos, que se tornam claramente desleixados, denegrindo sem dúvida o que seria o resultado final da revista.

    A importância dada aos coadjuvantes faz a história se tornar mais grave, dando um nível de importância ao Gavião Arqueiro e Viúva Negra poucas vezes vistas nos quadrinhos até aquela época. A reverência de Millar a Jack Kirby e Stan Lee é tamanha que ao final do encadernado há uma dedicatória a eles, completamente desnecessário, já que a atualização vista nesse tomo já é homenagem suficiente aos mentores da Casa das Ideias, ajudando a deixar os personagens em figuras mais imortais ainda, sobrevivendo até aos vícios de sua época, passando por pouco pela linha de mediocridade vigente nos produtos pós exploitation do estilo utilizado no auge da popularidade da Image Comics.

    Ouça: VortCast 37: Os Supremos 2 (Vingadores)

    Compre: Os Supremos 2: Edição Definitiva

  • VortCast 37 | Os Supremos 2 (Vingadores)

    VortCast 37 | Os Supremos 2 (Vingadores)

    vortcast37Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Filipe Pereira, André Kirano (@kiranomutsu), Bruno Gaspar (@hecatesgaspar) e Rafael Moreira (@_rmc) retornam para comentar sobre o segundo arco dos Supremos, versão Ultimate dos Vingadores, o supergrupo organizado e mantido pelo governo americano para estabelecer a ordem interna e intervenções em outros territórios. Considerado um épico dos super-heróis nos anos 2000, escrito por Mark Millar, arte de Bryan Hitch, Andrew Currie e Paul Neary e cores de Paul Mounts.

    Duração: 107 min.
    Edição: Victor Marçon
    Trilha Sonora: Victor Marçon
    Arte do Banner: 
    Bruno Gaspar

    Feed do Podcast

    Podcast na iTunes
    Feed Completo

    Contato

    Elogios, Críticas ou Sugestões: [email protected]
    Entre em nossa comunidade do facebook e Siga-nos no Twitter: @vortexcultural

    Comentados na edição

    VortCast 13: Os Supremos (Vingadores)
    VortCast 05: Filmes Marvel
    Resenha Os Supremos  – (Edição de 1 a 13) – Compre Aqui
    Resenha Os Supremos  2 – (Edição de 1 a 13) – Compre Aqui
    Resenha Homem de Ferro – O Demônio na GarrafaCompre Aqui
    Crítica Os Vingadores | Crítica 2
    Crítica Os Vingadores: Era de Ultron | Crítica 2
    Crítica X-Men: Dias de um Futuro Esquecido | Crítica 2

    Materiais Relacionados

    Crítica Thor
    Crítica Thor: Mundo Sombrio
    Crítica Capitão América: O Primeiro Vingador
    Crítica Capitão América 2: O Soldado Invernal
    Crítica Homem de Ferro 3
    Resenha Ultimate Quarteto Fantástico: O Fantástico

  • Resenha | Os Supremos

    Resenha | Os Supremos

    Os Supremos 1 A

    Principal inspiração para a reunião de heróis da Marvel no cinema, tornado realidade em 2012 por Joss Whedon em seu Os Vingadores, Mark Millar resgata o clima anti-heroísta iniciado por Warren Ellis em Authority para formar sua versão do mito dos Heróis Mais Poderosos da Terra. Os Supremos tem início durante a maniqueísta Segunda Guerra Mundial, com um desenvolto papo entre soldados que esperam desembarcar em terras alemãs. Os extremos seriam temas recorrentes na revista de Millar, pontuada magistralmente pelo lápis anárquico de Bryan Hitch, parceiro antigo do autor europeu.

    Curioso como a figura do Capitão América evoca a fantasia das cores que não combinam com a bandeira, contrastando completamente com o cinza da guerra, que só é cortada pelo vermelho do sangue. A era romântica de política e guerra se finda junto a “morte” do Capitão, elevando a história já para o novo milênio, quando Nick Fury encontra o resignado homem em recuperação Bruce Banner, que tentava convencê-lo de que o Hulk estava contido e praticamente extinto.

    Como tudo no universo Ultimate, o mote de Os Supremos é quase todo relacionado à reconstrução do soro do Super Soldado, presente no DNA de Steve Rogers. A construção do Gigante Esmeralda, as experiências de Hank Pym e até o ideário do coronel caolho são intimamente ligados ao ethos do primeiro vingador. A “cena” em que ele desperta representa o renascer não só da física hibernação, mas também do resplandecer de um novo tempo, em que a adaptação seria o maior dos desafios. Apesar da pequena revolta, reprisada nos pós-créditos de Capitão América – O Primeiro Vingador, o bandeiroso interage jocosamente com George W. Bush, valorizando e dando destaque ao papel do militar em detrimento dos constantes fracassos dos cientistas, primeiro em Reed Richards (pré Supremos), no deprimido Banner e no inseguro e machista Pym.

    Os Supremos 1 D

    O ataque que desencadeia o surto do Hulk demonstra que aquela era uma nova época, em que músculos seriam mais importantes do que ações cerebrais, relembrando os tempos de predomínio da estética noventista da Image Comics e trazendo à tona uma história que novamente supervalorizaria aspectos visuais em detrimento dos textuais.

    Os números iniciais desse volume servem para, em cada edição, aprofundar os conceitos dos personagens. O começo da visão sobre Thor é misteriosa, quase superficial, o que garante a si uma dualidade quanto à questão de este ser ou não um ente divino. O que não possui ambiguidade, mas garante algumas camadas de complexidade, é a relação de amor e ódio entre o Homem-Formiga – agora Gigante – e a Vespa, que como casal, têm alguns entreveros, além de um montante de segredos escondidos. O aspecto mais aviltante da história varia entre o RP executado no caso para abafar o espancamento feminino, evitando por sua vez escândalos anti-marketing, em confronto com a reação da mulher, que defende seu agressor mesmo quando alguém lhe faz “justiça”.

    Os Supremos 1 E

    A discussão que começa com os relatos de Betty Ross culmina na busca intensa por Henry e em uma bifurcação de frentes, protagonizada primeiramente pela Viúva Negra, Gavião Arqueiro e por outros dois vilões da Irmandade de Mutantes, Mercúrio e Feiticeira Escarlate, além, é claro, da tomada de iniciativa independente do alistado heroico que vai tirar satisfação com o homem que considera covarde. Os níveis de massa véio aumentam absurdamente, mas a bem orquestrada luta serve mais para desviar a atenção da causa Chitauri do que outro aspecto narrativo relevante. Chega a ser curiosa a associação desses aspectos ao romance de H.G. Wells, Guerra dos Mundos, uma forma jocosa de tratar da grave situação que se forma.

    A transição entre os problemas internos do grupo, para a invasão Chitauri, é executada de modo rápido, sem muitos preâmbulos, de modo um pouco automático. Tal construção torna a trama principal um pouco desimportante, ao menos em relação aos aspectos mais sérios e menos ligados à violência gratuita ocorrida. De diferente, há a participação de Hulk, selvagem em essência, com frases jocosas que remetem a um humor primitivo, tão tosco que praticamente impossibilita o mau humor de quem consome a publicação.

    Os Supremos 1 C

    A versão Millenium dos skrulls faz lembrar um pouco do clima paranoico visto no último número de Watchmen, além de assemelhar-se demais ao antagonismo dos marcianos brancos, presentes no arco Nova Ordem Mundial de Grant Morrison em Liga da Justiça, cujos inimigos também se faziam passar por humanos importantes na hierarquia governamental dos EUA.

    Os pontos fortes da carreira de Millar são trazer histórias simples com alto teor de violência gráfica e repletas de frases de efeito típicas dos clássicos filmes de ação dos anos 1990, muito similares às películas de Michael Bay. Os Supremos se consolida como o ponto alto do universo Ultimate, ditando o tom sério que se iniciou nas revistas dos X-Men, que somente se solidificou após estas publicações. Além disso, a obra reprisa os bons momentos de Stormwatch e determina a métrica dos quadrinhos de super-heróis populares de 2002 em diante.

    Ouça nosso podcast sobre Os Supremos
    Compre: Os Supremos – Super-Humano (Salvat)

    Compre: Os Supremos – Segurança Nacional (Salvat)
    Compre: Os Supremos – Edição Definitiva

  • VortCast 13 | Os Supremos (Vingadores)

    VortCast 13 | Os Supremos (Vingadores)


    Flávio Vieira (@flaviopvieira), André Kirano (@kiranomutsu), Jackson Good (@jacksgood), Delfin (@DelReyDelfin) e Carlos Voltor (@CarlosVoltor) aproveitam a estréia de Os Vingadores para discutir sobre uma das obras mais relevantes dos quadrinhos de super-heróis da última década, Os Supremos, de Mark Millar e Bryan Hitch.

    Duração: 102 mins.
    Edição: Flávio Vieira e Rafael Moreira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

    Feed do Podcast

    Se você, além de acessar o site , faz uso de algum agregador de feeds – online ou offline – pode optar por assinar nosso feed, diretamente no seu agregador no link a seguir. Se você usa o iTunes para ouvir seus podcasts, copie o link http://feed.vortexcultural.com.br/, abra seu iTunes, vá na aba “Avançado”, “Assinar Podcast…”, cole o endereço e pronto!

    Contato

    Elogios, Críticas ou Sugestões: [email protected]
    Entre em nossa comunidade do facebook e Siga-nos no Twitter: @vortexcultural

    Comentados na Edição

    Resenha Os Supremos – (Edição de 1 a 13)

    Podcasts Relacionados

    Multiverso DC
    ComicPod #85 – Entre a Foice e o Martelo
    ComicPod #19 – Eles Estão Estre Nós!
    ComicPod #12 – Em Meio a Uma Guerra Civil!
    VortCast 05 : Filmes Marvel