Bem-vindos a bordo. Filipe Pereira (@filipepereiral | @filipepereirareal), Bruno Gaspar (@hecatesgaspar | @hecatesgaspar), Jackson Good e Nicholas “Aoshi” Prade se reúnem para comentar sobre as principais adaptações de games para o universo do cinema.
Duração: 141 min.
Edição: Flávio Vieira Trilha Sonora: Flávio Vieira
Arte do Banner: Bruno Gaspar
Bem-vindos a bordo. Filipe Pereira (@filipepereiral | @filipepereirareal), Bernardo Mazzei (@be_mazzei) e Jackson Good (@jacksgood) se reúnem para comentar sobre os principais lançamentos nos cinemas e TV para o ano de 2022 e as principais expectativas.
Duração: 89 min.
Edição: Flávio Vieira Trilha Sonora: Flávio Vieira
Arte do Banner: Bruno Gaspar
A segunda aventura de Natan Drake tentará desvendar alguns mistérios por trás de uma viagem de Marco Polo. Para conseguir maiores informações, Drake se juntará a Harry Flynn e Chloe Frazer para roubar uma antiga lamparina, que pertenceu a Marco Polo, do museu de Istambul. As coisas tomam rumos inesperados e, assim, a chuva de reviravoltas começa.
Se você quer saber o que é a evolução de uma franquia, eis um belo exemplo. Uncharted 2 é muito, mas muito superior ao primeiro, em todos os aspectos. Finalmente o Sr. Drake se tornou um personagem mais interessante que possibilita ao jogador se importar com ele. E as melhorias não param por aí.
As inovações da jogabilidade são o primeiro aspecto a ser destacado. Foi adicionado a possibilidade de stealth, algo que enriqueceu demais o gameplay. Não é o melhor stealth do mundo, longe disso, mas foi uma boa adição.
A progressão do jogo está agradabilíssima. Que melhoria no level design! O primeiro jogo beirava o genérico, tiroteios aleatórios e gratuitos, inimigos em locais completamente forçados… terrível. A Naughty Dog percebeu esse erro e se redimiu. Uncharted 2 é uma delícia de se jogar. Os cenários estão mais “lógicos”, colocando puzzles de uma forma bem-feita. Você irá utilizar um livreto com diversas inscrições, desenhos e anotações para ajudar nos puzzles, algo que também ocorreu no jogo anterior. As coisas estão mais bem pensadas, melhor estruturadas, muito fluidas. Mais, melhor, muito. São palavras inevitáveis.
Seguindo a linha narrativa de seu predecessor, os elementos fantásticos flertam com a realidade, nada exagerado, bem pé-no-chão. A atmosfera de aventura está melhor do que nunca, e esses elementos de fantasia contribuem na medida certa. A variedade de cenários é incrível, e suas belezas mais ainda. A parte gráfica está maravilhosa. O level design, soberbo. O seguimento do jogo funciona muito bem, há uma dosagem quase perfeita de exploração, tiroteio, fuga e cenas grandiosas. Drake já começa pendurado em um trem que está prestes a cair num precipício. Uma forma excelente de comprar o jogador logo de início.
Toda a parte técnica do jogo é muito boa, a todo momento temos a impressão de estar jogando um blockbuster. Vale destacar que o trabalho nas vozes continua excelente, principalmente Nolan North, que dá vida ao protagonista de uma forma muito bacana. Uncharted 2 é um excelente exemplo de como fazer um jogo de aventura com um equilíbrio de ação, exploração e boa história. Definitivamente, se você gostou do primeiro jogo, não há dúvidas de que esta continuação irá te agradar muito. Tire a poeira do seu PS3 ou aguarde o lançamento da remasterização para o PS4 e divirta-se.
Nathan Drake é um jovem explorador que está em alto mar buscando o caixão do famoso Sir Francis Drake. A semelhança dos sobrenomes é mera coincidência? Nate quer informações sobre a lendária cidade de El Dorado, que Francis supostamente encontrou séculos atrás. Acompanhado da jornalista Elena Fisher e do mentor Sully, Nathan parte em uma jornada que não será tão simples assim.
Lançado em 2007, este é o título que inaugura a famosa franquia exclusiva do Playstation 3. Desenvolvido pela renomada Naughty Dog, temos aqui um jogo interessante, com diversas inovações e boas ideias. Uma pena que algumas escolhas erradas quase levaram tudo a perder.
Apesar de ser nomeado como “o novo Tomb Raider”, este primeiro Uncharted é basicamente um jogo de ação com alguns bons momentos de exploração. Os cenários são muito bem construídos e criam uma ótima ambientação de “aventureiro procurando tesouros em ruínas antigas”. Até aparecerem toneladas de inimigos em locais e situações aleatórios, arruinando a imersão do jogador. A necessidade de incluir excessivas partes de tiroteio quase arruinaram este jogo, que apesar dos pesares ainda tem personalidade e qualidades. O tiroteio, mesmo excessivo, tem controles funcionais. Basta seguir a premissa básica de se esconder atrás de alguma parede e ir atirando em doses homeopáticas. Para explorar os cenários, Nate poderá escalar, pular, se balançar em cordas, dentre outras peripécias, sendo os controles bem satisfatórios. Por outro lado, alguns trechos são medonhos. As partes com jet ski, meu amigo… pense em algo ruim. Tanto a jogabilidade quanto o level design desses momentos são terríveis, talvez o maior erro deste jogo. O combate corpo-a-corpo também não é dos melhores.
O ponto forte é a ótima direção de arte aliada aos belos gráficos. Cenários bonitos ambientam os locais a serem explorados, tudo em cores e iluminação bem vivas, que se tornaram marca da Naughty Dog. Mesmo em sucessões de tiroteios entediantes e desiteressantes, por algum motivo a vontade de continuar jogando não desaparece, talvez pela fluidez da jogabilidade e o interesse de querer descobrir novos lugares. Alguns detalhes simples mostram o cuidado na produção, por exemplo: quando Nate atira sem munição, os inimigos falam “Ele está sem balas!”. É muito divertido. Não há barra de life, você levará tiros e a tela perderá as cores gradativamente até Nate morrer. Também não há itens de cura, basta ficar um pequeno tempo sem levar dano para recuperar a saúde. Foi uma solução boa para deixar a ação mais frenética, e nem facilita tanto.
Este primeiro jogo não foi suficiente para mostrar a que Nathan Drake veio. Ele parece apenas um playboy bonitão genocida. O trabalho de dublagem de Nolan North é muito bacana, mas o personagem em si não contribui para criar uma empatia com o jogador. Ainda falta carisma ao Sr. Drake. Por outro lado, é inegável a qualidade da produção do jogo. Outro acerto interessante foi colocar uma mulher “normal” ao invés de uma gostosona. Elena é bonita, porém normal, não tem seios enormes e decotes provocantes. A história é qualquer coisa, nada de mais, e tem um desfecho estranho, uma batalha final bem anti-clímax que torna esse jogo facilmente esquecível. Se não tivesse uma continuação tão superior, Uncharted: Drake’s Fortune seria lembrado apenas como um jogo que tinha potencial e morreu na praia.