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  • Crítica | Vingadores: Ultimato

    Crítica | Vingadores: Ultimato

    Não é de hoje que vinha sendo dito que Vingadores: Ultimato marcaria o encerramento da Saga do Infinito, que começou lá em 2008 com Homem de Ferro e que se estendeu por 11 vitoriosos anos e 22 filmes, ao todo. As Joias do Infinito foram aos poucos sendo introduzidas e cada filme mostrava um pouco daquilo que estava por vir. Tudo muito bem programado e arquitetado pela Marvel, que se mostrou uma estrategista sem igual no que diz respeito ao planejamento. Obviamente, ao longo de 22 filmes, vimos uma montanha russa no quesito qualidade. Alguns filmes são realmente bons, como o ótimo Capitão América: O Soldado Invernal, ou como o primeiro Guardiões da Galáxia, sendo que outros são bem fraquinhos e que não vale a pena nem comentar. Aliado a isso, tivemos o início desse encerramento em Vingadores: Guerra Infinita, que foi um dos grandes momentos da história do cinema, reunindo num só filme os principais heróis dessas histórias contadas por mais de 10 anos. E é com Vingadores: Ultimato que esse ciclo se encerra.

    Após reunir todas as Joias do Infinito, Thanos (Josh Brolin) dizimou metade da população de todo o universo e o filme se inicia bem nesse momento para, logo em seguida, situar seus principais personagens, como os Seis Originais, vividos por Capitão América (Chris Evans), Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Thor (Chris Hemsworth), Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), juntamente com Máquina de Combate (Don Cheadle), Homem-Formiga (Paul Rudd) e os Guardiões da Galáxia, Rocket Racoon (voz de Bradley Cooper) e Nebulosa (Karen Gillan), sobreviventes no filme anterior. Se Guerra Infinita tinha uma pegada mais urgente e ainda assim sobrou tempo para trabalhar os personagens, em Ultimato, esse tempo não existe e se o espectador não for ligeiro, ficará sem entender nada em alguns momentos. Inclusive, vale destacar que algumas das teorias são verdadeiras e muitas coisas que fãs acreditavam que aconteceria, realmente acontecem! Só que ninguém falou que aconteceria logo na primeira meia hora de fita e o desenrolar, aos poucos, vai perdendo aquele tom de obviedade, tornando tudo uma grata surpresa.

    Importante dizer que Ultimato é bem diferente de seu antecessor, Guerra Infinita, tanto no que diz respeito ao tom, quanto no que diz respeito ao rumo que cada personagem tomou após o drástico evento. Embora parte dos Vingadores estivesse operando em vários locais do mundo e tentando seguir a vida da maneira como podem, outros foram terrivelmente afetados pela aniquilação. Alguns foram para caminhos muito sombrios e outros foram para caminhos extremamente bizarros e desnecessários. Estes em específico causaram uma notória divisão dentro da sala do cinema. Parte ria, parte se revoltava, principalmente com os rumos tomados por Thor, que foi a maior surpresa de Guerra Infinita.

    É interessante como os diretores Joe & Anthony Russo e os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely se propuseram a criar uma história mais intrincada e épica que a anterior. Embora conte com um número mais reduzido de personagens, a missão dos Vingadores é maior e cheia de detalhes, sem contar que é a mais audaciosa de suas vidas. Audacioso também é o desafio proposto pela equipe criativa, porque paralelamente à história principal, após sua primeira hora, dá-se início a uma série de homenagens e surpresas que celebram os mais de 50 anos de histórias da Marvel Comics, além de celebrar os 11 anos do seu Universo Cinemático – UCM. São tantos detalhes, que talvez seja necessário um texto inteiro para apontar esses acontecimentos, que são desde cenas inteiras, passando por frases marcantes. E é aí que nas duas horas seguintes você para de analisar o filme com frieza e volta a ser criança, principalmente no último ato, quando a sala do cinema se entrega de vez à diversão, algo que acontece até o último segundo.

    Se Guerra Infinita era um filme sobre Thanos, Ultimato é um filme sobre os Vingadores. E é impressionante como Gavião Arqueiro, Viúva Negra, Homem de Ferro e Capitão América se destacam no meio de tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Robert Downey Jr e Chris Evans tem uma atuação de gala e entregam neste filme suas melhores atuações no UCM. A carga emocional que os personagens enfrentam do primeiro ao último minuto de tela é transportado para os olhos do espectador com maestria pelos atores. Não é a toa que os (vários) melhores momentos do filme são protagonizados pelo Homem de Ferro e pelo Capitão América. E não é a toa que os momentos mais emotivos também são protagonizados pelos dois.

    Emoção é um sentimento que define bem Vingadores: Ultimato. Um filme que não só fecha a Saga do Infinito, mas que também coloca ponto final nos arcos de vários personagens, fecha algumas portas, abre outras e principalmente encerra um ciclo de pouco mais de uma década que foram relevantes para a história do cinema. Inclusive, após o seu final, o título original em inglês, Endgame passa a fazer mais sentido do que nunca. A Marvel Studios sai de cabeça erguida e com a promessa de se manter no topo, mas com um novo e mais complicado desafio. Avante, Vingadores!

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • Crítica | Jurassic World: Reino Ameaçado

    Crítica | Jurassic World: Reino Ameaçado

    Em 2015, foi lançado o polêmico Jurassic World, comandado por Colin Trevorrow, e fora a bilheteria monstruosa, o filme foi recebido de maneira morna pela crítica. O diretor conduziria o episódio nove de Star Wars, fato que nunca aconteceu, e por isso coube a J. A. Bayona realizar a continuação, Jurassic World: Reino Ameaçado, com Trevorrow e Derek Connolly escrevendo o roteiro da continuação, e por mais cafona que ela possa parecer, funciona muito melhor que seu antecessor.

    O subtítulo Reino Ameaçado é bem condizente, pois a ilha onde o antigo parque ficava está prestes a ser destruída por meio de um vulcão. As autoridades governamentais são convocadas para tomar uma decisão, e até mesmo o Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum) é consultado sobre salvar ou não as criaturas, e seu conselho é  de não dar vazão a isso. Obviamente o conselho é acatado pelos governos  dos Estados Unidos, obviamente que alguém com muito dinheiro decide financiar a saída das criaturas dali, o que faz com que a dupla de protagonista Claire (Bryce Dallas Howard) e Owens (Chris Pratt) de volta a ação, apelando claro ao emocional de ambos para que não houvesse recusa.

    O magnata em questão é Benjamin Lockwood (James Cramwell), um homem já bem idoso, de compleição e saúde frágeis. Ele tinha alguma proximidade de John Hammond, idealizador de Parque Jurassico, que apareceu em Jurassic Park clássico, aliás, a fragilidade de Benjamin se assemelha demais da versão de Hammond em O Mundo Perdido: Jurassic World. O boa praça Eli Mills (Rafe Spall) cuida da fortuna e dos sonhos que Lockwood não conseguirá viver para realizar. O grave problema do roteiro é a previsibilidade, quase todos os eventos que ocorrem com esse núcleo telegrafados de tão óbvios que são esses momentos.

    Goldblum só aparece para palestrar bem no inicio e no final, e em um lugar apenas – deve inclusive ter feito essa gravação num tempo muito curto – mas é fundamental para o longa que ele seja a voz da razão , reunindo em seu discurso um pouco de Hammond e um pouco de Alan Grant, que era feito por Sam Neill no primeiro filme e em Jurassic Park 3. Todas as curvas dramáticas envolvendo a tentativa de comercio das criaturas e as sub tramas super “malignas” combinam bem com a ganância primordial da franquia, em tentar ser deus. Aqui isso é substituído por algo mais básico, e mais clichê, e por incrível que pareça, combina mais algo menos ambicioso com o clima de pura aventura que essa nova parte da franquia apresenta.

    O escapismo predomina nas desventuras de Owens e Claire, e por mais que ambos estejam muito diferentes do outro filme, a química entre ambos faz muito mais sentido. Mesmo a ideologia ingênua da moça cabe bem diante do montante de situações absurdas que se apresentam aqui. Alem disso, o fato de não se levar a sério torna esta continuação em um objeto bastante carismático, apesar de piegas as vezes a história de Connolly e Trevorrow reforça a ideia de que o velho sobrepõe o novo, como acontecia no primeiro capítulo da franquia, de que trazer a luz a espécie que foi predominante antes, é um risco para toda sorte de vida que habita a Terra na atualidade.

    O filme tem um final surpreendente, principalmente se levar em conta toda a preguiça geral que ocorre no restante da trama. Uma nova era se estabelece, com um futuro nem um pouco otimista para os homens, provavelmente até invertendo, provavelmente, a questão do topo da cadeia alimentar, abrindo possibilidade para um conflito semelhante ao que ocorreu em Planeta dos Macacos: O Confronto, e seu capitulo posterior, Planeta dos Macacos: A Guerra, claro, dependendo do desempenho financeiro deste Jurassic World: Reino Ameaçado, e o trabalho da Bayona é muito bem orquestrado em seu resultado final, apesar dos claros problemas de coincidência visto no texto do longa.

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  • Crítica | Vingadores: Guerra Infinita

    Crítica | Vingadores: Guerra Infinita

    Como eu havia escrito no meu texto sobre as expectativas em torno de Vingadores: Guerra Infinita, a hora havia chegado. O filme que marca os 10 anos do conhecido Universo Cinematográfico Marvel – UCM chegou aos cinemas com muitas dúvidas, desde as mais óbvias no que diz respeito ao encaixe de dezenas de heróis e seus coadjuvantes em tela, passando pelas apostas sobre qual herói seria o candidato a morrer e a partir os corações dos fãs, até a pergunta mais óbvia e com extrema relevância para a trama: onde está a Joia da Alma?

    Vingadores: Guerra Infinita entrega aos fãs e ao espectador aquilo que satisfaz desde os mais aficionados até aqueles que não estão tão familiarizados assim com o UCM e melhor, além de encher os olhos daquele que assiste, causando as mais diversas sensações, amarra todo o universo iniciado em 2008 com Homem de Ferro, tendo Pantera Negra como último “representante”, solucionando todas as dúvidas e amarrando todas as pontas soltas no decorrer do caminho, além de jogar no ar muitas outras perguntas que, talvez comecem a ser respondidas nas produções Homem-Formiga e a Vespa, Capitã Marvel e, obviamente, na quarta aventura da equipe que estreará somente em 2019, embora já esteja em estágio final de filmagem.

    Tentando evitar spoilers ao máximo neste texto, Guerra Infinita, como todos já sabem, marca a busca do vilão Thanos (Josh Brolin) pelas Jóias do Infinito e tem como ponto de partida os minutos seguintes da cena pós-créditos de Thor: Ragnarok, quando a nave da nova Asgard é abordada por outra gigantesca nave. Logo em seus primeiros minutos o filme já mostra quem de fato é Thanos e ele é assustador. Assim, deu-se início ao maior filme da curta, porém, de sucesso história da Marvel.

    Logo no início desse texto foi falado que um dos maiores desafios da produção seria encaixar tantos heróis, protagonistas e coadjuvantes em tela, e após o término do filme, tem-se se a sensação que cada um dos milhares de nomes que aparecem nos créditos finais, desde a direção de Joe e Anthony Russo, passando pela história escrita por Christopher Markus e Stephen McFeely, até prestadores de serviço como o “cozinheiro de Robert Downey Jr”, ou o “cabeleireiro de Don Cheadle”, merecem ser aplaudidos de pé. O cuidado com a história é tão minucioso que coisas “bobas”, mas que poderiam ter ficado de fora estão lá. Um pequeno exemplo disso é que devemos lembrar que Bruce Banner (Mark Ruffalo), por exemplo, abandonou o planeta ao final de Vingadores: Era de Ultron e ficou anos fora do ar, enquanto, na Terra, acontecia os eventos de Guerra Civil, Homem-Formiga, Doutor Estranho, Homem-Aranha: De Volta ao Lar e Pantera Negra. Banner acaba sendo atualizado de algumas coisas de uma maneira muito divertida.

    Aliás, Banner, a julgar pelo que aconteceu nos últimos anos, está mais leve, sem aquela agonia constante que o personagem entregava nos demais filme e isso contribui para alguns momentos de humor serem protagonizados por Mark Ruffalo. Humor esse que está presente em todo o transcorrer da fita, cada um a sua maneira. As partes dos Guardiões da Galáxia são tão autênticas que parecem que foram escritas por James Gunn e isso foi bem acertado no filme, já que aqui, um não invade o território do outro no que diz respeito ao estilo de cada personagem e assim, meio que temos um núcleo de personagens habilidosos com o humor e outro núcleo bem mais sereno. Tudo isso aliado à diversas cenas de luta e ação desenfreada, todas muito bem feitas e bem resolvidas.

    Em Guerra Infinita todo herói tem seu momento de protagonismo. O roteiro e a direção, de maneira habilidosa, cedem espaço para todos, sem exceção, algo que foi muito bem construído por Joss Whedon no primeiro filme, mas totalmente esquecido pelo diretor em Era de Ultron e pelos Irmãos Russo em Guerra Civil, quando há momentos em que Visão (Paul Bettany) e Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), dois dos mais poderosos no campo de batalha, simplesmente desaparecem, buscando de maneira preguiçosa, deixar a batalha mais equilibrada. Aqui, ninguém é esquecido e pra adicionar ainda mais um desafio para produção, ainda temos gratas surpresas, como o retorno de alguns bons personagens, além da inclusão de outros novos. Contudo, com relação ao seu herói preferido, fica o alerta de que você poderá ficar um pouco decepcionado se considerarmos o tamanho de sua expectativa. Guerra Infinita não tem tempo para desenvolver os personagens e as relações entre eles e os motivos são tanto relacionados ao desenvolvimento da produção, como ao desenvolvimento da história, porque Thanos, simplesmente, não deixa. E isso nos leva a dois destaques: o já mencionado titã louco e o deus do trovão, Thor (Chris Hemsworth).

    O Thanos de Brolin é incrível. Ele não é um vilão clássico, megalomaníaco, que busca somente destruir tudo e todos em busca única e exclusiva de poder, desbancando Loki (Tom Hiddleston) do trono de melhor vilão do UCM. Thanos tem um propósito até justificável e percebe-se que ele sofre por carregar esse fardo, tanto que a cada conquista, em vez de comemoração, vemos certo desânimo em seu semblante e chega num determinado momento em que você fala consigo mesmo “vai, Thanos!” tamanha a serenidade do personagem. A clássica vilania fica por conta de seus filhos Fauce de Ébano (poderosíssimo), Proxima Meia-Noite, Corvus Glaive e o brutamontes Estrela Negra.

    Já Thor sofreu mudanças significativas em Ragnarok e o personagem, dentro dos principais, foi o que mais evoluiu se levarmos em conta seus dois primeiros filmes que foram ruins e suas duas participações nos dois primeiros filmes dos Vingadores. E também, o contato junto dos Guardiões, fez com que o semideus se sentisse em casa, se encaixando na equipe como uma luva. Thor sempre foi um herói dotado de extrema arrogância e em Guerra Infinita podemos perceber que ele é um grande guerreiro.

    Muito se especulou sobre a empreitada ser um enorme filme que foi dividido em duas partes, assim como as produções finais de Harry Potter, Crepúsculo e Jogos Vorazes e embora, ambas histórias tenham tido filmagens simultâneas, optou-se por ser duas produções distintas e com títulos próprios e o que se vê em Guerra Infinita é a síntese disso. Um filme próprio, com começo, meio e fim bem distribuídos. Além disso, ao término da produção, fica claro que o filme é sobre Thanos, algo que foi incrivelmente acertado, deixando a entender que o próximo será sobre a equipe.

    O sentimento que Guerra Infinita deixa é de alegria e dever cumprido, o que aumenta ainda mais a expectativa para o próximo filme que chega aos cinemas daqui aproximadamente um ano. Enquanto isso, ficamos no aguardo da San Diego Comic Con em julho, que pode trazer as primeiras imagens e informações da misteriosa conclusão da história.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Vingadores: Guerra Infinita | Teorias e análises sobre o primeiro trailer

    Vingadores: Guerra Infinita | Teorias e análises sobre o primeiro trailer

    As primeiras imagens de Vingadores: Guerra Infinita foram mostradas em julho durante o evento da Disney chamado D23 e causou furor entre os presentes. Os fãs que estavam lá tiveram o “privilégio” de ver que os Vingadores, Guardiões da Galáxia e demais heróis do chamado Marvel Cinematic Universe – MCU terão muito, mas muito trabalho para enfrentar Thanos e seus soldados da Ordem Negra.

    Eis que a espera acabou e o resto do mundo pôde ver o que está por vir com a liberação do primeiro trailer oficial do filme. Informamos que a partir daqui, o texto poderá conter diversos spoilers, assim como teorias que poder ser verdades ou não.

    Logo no início, Nick Fury, Tony Stark, Visão, Thor, Natasha Romanoff proferem aquilo que seria o embrião da Iniciativa Vingadores, iniciada há quase 10 anos com a cena pós créditos de Homem de Ferro, de que havia uma ideia de reunir pessoas incríveis para ver se eles poderiam ser algo mais e que, então, se as pessoas precisassem deles, eles poderiam lutar as batalhas que as pessoas jamais poderiam lutar. Nas imagens já vemos Tony Stark (Robert Downey Jr) completamente acabado em sofrimento, onde se acredita que ele está segurando a mão de alguém que veio a padecer. Vemos também Bruce Banner (Mark Ruffalo) caído e assustado dentro de um buraco, sendo observado pelo Dr. Estranho (Benedict Cumberbatch) e Wong (Benedict Wong), quando a imagem corta para o Visão (Paul Bettany), em sua forma humana, num momento de carinho com Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), ao mesmo tempo em que Thor (Chris Hemsworth) aparece a bordo da Millano.

    As imagens a seguir já mostram Stark junto de Banner e Dr. Estranho dentro do Sanctum Sanctorum, enquanto Peter Parker (Tom Holland), dentro de um ônibus, tem seus pelos do braço completamente arrepiados para, logo após, observar uma enorme máquina circular pairando no céu de Nova Iorque. Embora as imagens sejam rápidas, é possível perceber que Stark tem um novo reator em seu peito e é muito provável que esse reator não seja somente um reator, mas também a fonte de onde sairá a sua armadura, o que remete, de certa forma, à armadura Extremis dos quadrinhos, muito embora, seu design seja bastante inspirado na Bleeding Edge, também dos quadrinhos.

    Temos também imagens de Thanos (Josh Brolin) chegando provavelmente na Terra através de um portal, enquanto o Homem-Aranha, vestindo a sua armadura mais tecnológica apresentada ao final de De Volta ao Lar, procura um jeito de desativar a máquina circular, enquanto T’challa (Chadwick Boseman) ordena que a cidade seja evacuada, que todas as defesas sejam acionadas e que peguem um escudo para o homem que sai das sombras. O homem é nada mais nada menos que Steve Rogers (Chris Evans), que inclusive, aparece em cena segurando uma lança atirada pela vilã Próxima Meia Noite. Vale destacar que esse escudo do qual T’Challa menciona, não deverá ser o tradicional escudo do Capitão América, mas sim um escudo usado em Wakanda, onde o guerreiro possui duas placas retráteis de vibranium nos braços.

    O trailer tem um caráter muito urgente e passa a impressão de que é mais tenso do que o primeiro trailer de Vingadores: Era de Ultron. Nas imagens, ainda podemos ver a Hulkbuster chegando em Wakanda, que inclusive receberá uma enorme batalha, onde Capitão América, Falcão (Anthony Mackie), Viúva Negra (Scarlett Johansson), Soldado Invernal (Sebastian Stan), junto do Pantera Negra, Máquina de Combate (Don Cheadle), Hulk e a líder das Dora Milaje, Okoye (Danai Gurira), liderarão o exército de Wakanda contra o exército do Titã Louco, formado pelos Batedores ou pelos Vrexllnexians que já apareceram na série Agents of S.H.I.E.L.D., o que, de certa forma, causa surpresa, uma vez que a decisão mais óbvia seria usar novamente o exército Chitauri do primeiro filme. O trailer termina com Thor perguntando quem são as pessoas para quem ele está olhando e a imagem aponta para os Guardiões da Galáxia, aqui formados por Senhor das Estrelas (Chris Pratt), ostentando um bigodão setentista, Groot (voz de Vin Diesel), em sua forma adolescente, Gamora (Zoe Saldana), Mantis (Pom Klementieff), Rocket Racoon (voz de Bradley Cooper) e Drax (Dave Bautista).

    No que diz respeito ao enredo propriamente dito, é muito provável que o filme já comece com Thor sendo atropelado junto com outros destroços pelos Guardiões da Galáxia e que, ao ser resgatado pela equipe, começa a contar o que houve com ele, onde a nave contendo a Nova Asgard foi interceptada e destruída pela nave de Thanos. Existe a possibilidade dos Guardiões já estarem numa investigação com o intuito de saberem o que aconteceu com o Colecionador (Benicio Del Toro) e com a Tropa Nova, uma vez que nas imagens do trailer, o vilão possui duas Joias do Infinito e uma delas é justamente o Orbe, que estava sob a posse da tropa, sendo que a outra é o Tesseract, que deve ter sido entregue por Loki (Tom Hiddleston) durante o ataque à nave. E é durante esse ataque que existe a possibilidade de Heimdall (Idris Elba), sob às ordens do Deus do Trovão, enviar Bruce Banner para pedir socorro a Stephen Strange, o que justificaria sua queda exatamente dentro do Sanctum Sanctorum. Banner contacta Tony Stark e eles, provavelmente, serão os primeiros a receberem a investidas de Thanos e sua Ordem Negra. Uma imagem chocante é aquela em que vilão, após colocar a segunda joia em sua manopla, dá um duro golpe que nocauteia o Homem de Ferro de forma muito violenta.

    Vale destacar que o filme deve possuir alguns núcleos separados e somente em certo momento que o Capitão América, Falcão e Viúva Negra irão para Wakanda requerer auxílio ao Pantera Negra e ao Soldado Invernal. Antes disso, o grupo deve estar junto de Visão e Feiticeira Escarlate que sofrem um ataque da Proxima Meia Noite e de Corvus Glaive e é nesse momento que deve acontecer a primeira baixa da equipe, quando o sintetizoide possivelmente terá a jóia que carrega em sua cabeça extraída por Glaive.

    E deve ser Bruce Banner e o Coronel Rhodes que farão o elo de ligação entre os dois fronts de batalha, o de Nova Iorque com o de Wakanda. Por isso, acredita-se que é Banner quem pilota a Hulkbuster, que fará o transporte do cientista até o país africano. Curiosamente, a gigante armadura também aparece na batalha. Se for realmente Banner dentro dela, a teoria é que o herói esteja inseguro em se transformar em Hulk novamente, temendo que o Gigante Esmeralda tome por completo sua consciência, o que faz sentido, contudo, não vale de nada, uma vez que o monstro também aparece nas imagens.

    Obviamente, tudo isso se trata de suposições, afinal, alguns personagens e heróis ainda não apareceram, como o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Homem-Formiga (Paul Rudd) e a Nebulosa (Karen Gillan), além do fato dos trailers serem montados de maneira aleatória. De qualquer forma, as primeiras imagens de Vingadores: Guerra Infinita fizeram tanto sucesso que bateram recorde de visualizações em menos de 24 horas de seu lançamento.

    O filme estreia dia 26 de abril aqui no Brasil.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Crítica | Guardiões da Galáxia: Vol. 2

    Crítica | Guardiões da Galáxia: Vol. 2

    O cinema que James Gunn executa tem uma identidade própria e muito bem definida. Seus filmes atravessam multi-gêneros, variando entre o humor, a aventura escapista e até mesmo ao gore. Foi assim no terror de invasão alienígena Seres Rastejantes, filme que faz rir e constranger graças as nojeiras estabelecidas ao longo de sua duração, e foi assim também com seus dois filmes anteriores, Super e Guardiões das Galáxia que, a sua maneira, trataram de reformular o modo de contar histórias audiovisuais com elementos do universo dos quadrinhos.

    Guardiões das Galáxia Vol. 2 repete tudo que dá certo no primeiro exemplar, conseguindo através dos esforços de seu diretor e elenco superar os detalhes que já eram bons. Os principais expoentes cômicos certamente são o brucutu Drax, de Dave Bautista, que finalmente encontrou seu timing de comédia, e a pequena animação gráfica do Baby Groot, dublado por Vin Diesel.

    As promessas de expansão são cumpridas, em especial no clima aventuresco, que se torna ainda maior do que toda a disputa que havia ocorrido no volume um contra Ronan, O Acusador. Dessa vez, se explora o passado de Peter Quill (Chris Pratt), mostrando um preâmbulo ainda na Terra durante os anos 1980, onde é mostrado o personagem de Kurt Russell, Ego, fazendo às vezes do Starman, de John Carpenter, reutilizando de maneira cômica alguns dos elementos vistos até em Prometheus, ainda que o tom aqui seja completamente outro. A relação estabelecida entre Star-Lord e o personagem novo abre uma nova gama de assuntos, dando até uma inteligência emocional poucas vezes vista em filmes de super-heróis, uma vez que não se abre mão de toda a diversão típica da trupe centrada, assim como não há qualquer artifício que subestime o espectador.

    Além de explorar bem o background de Gamora (Zoe Saldana) – em especial no que diz respeito a sua irmã adotiva, Nebula (Karen Gillan) – sendo este também um enorme acerto do roteiro, ainda há um crescimento de importância para outros personagens secundários, como ocorre com Yondu, que por sua vez é interpretado pelo amigo de longa data de Gunn, Michael Rooker. O ator sempre causou nos espectadores de seus filmes e séries um incomodo tremendo, uma vez que sempre foi medíocre, além de normalmente encarnar personagens sem carisma ou sem predicados que tornassem a associação dele a uma figura minimamente simpática. Dessa vez tudo que o que ocorre com ele ganha uma importância enorme, em especial por sua ligação com Stakar Ogord (Sylvester Stallone) e com Peter. Em poucas oportunidades se viu uma transformação tão boa de uma figura de ódio para um mentor, ainda mais em tão pouco tempo.

    A trilha sonora continua repleta de hits de qualidade indiscutível, bem como continua muito interessante a participação de Rocket Racum (Bradley Cooper) como o rabugento carente que guarda consigo as sacadas cujo humor é mais refinado, ainda que certamente sejam de Drax os momentos mais escandalosamente hilários. Apesar de pouco acrescentar a mitologia da saga e franquia – ao menos se contar apenas elementos estruturais – há um salto de qualidade em níveis de escala, sendo esta a continuação da Marvel que mais se permite experimentar, sem abrir mão das marcas registradas de Gunn, que são a mistura de humor rasgado com crises existenciais, a edição videoclipe, e claro, um gore que apesar de não incomodar uma parcela do público, ao menos faz referência aos seus produtos mais antigos. Nesses quesitos, Guardiões das Galáxias prossegue como uma franquia quase irrepreensível, com histórias ainda caras e pungentes e uma visão de cinema bastante peculiar e diferenciada.

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  • Crítica | Passageiros

    Crítica | Passageiros

    Segundo as falas do Capitão Kirk em Jornada nas Estrelas – A Série Clássica, o espaço é a fronteira final, e para entender a história de Passageiros é preciso levar em conta esse clichê. O novo filme de Morten Tyldum usa esse conceito como ultimo estágio de um expansionismo terráqueo sobre outros planetas inabitados. A vida na Terra não é mais como antes e muitos buscam a alternativa de viver em outro lugar, e a historia mostra a nave Avalon viajando para Homestead II, em uma transição que dura aproximadamente um século, com os passageiros e a tripulação em animação suspensa. O problema é que um dos clientes, Jim Preston (Chris Pratt) acorda décadas antes, em uma situação de pane de sua cápsula de hibernação.

    O isolamento no espaço faz com que a comunicação externa seja muito demorada, com uma estimativa de décadas para se ter qualquer feedback, fator que torna a experiência de Jim ainda mais desesperadora. Com o tempo, ele passa a usufruir da sua estadia como pode, passando pelo desespero de aceitar sua morte lenta e gradual, tentando em alguns momentos reverter essa questão.

    A indústria de trailer em Holywood é comumente culpada por um sem número de revelação sobre tramas, plots e aparições de personagens, especialmente em blockbusters como Passageiros. O problema aqui é outro, já que o material de divulgação faz pensar algo e no roteiro de John Spaihts é bem diferente. A surpresa seria interessante, se o texto não perdesse tanto tempo apelando para o melodrama barato, em especial quando a personagem de Jennifer Lawrence entra em cena.

    Interessante notar que no início do filme, a premissa soa intrigante, em especial quando há conversas com o androide Arthur – vivido por Michael Sheen, o único personagem capaz de mostrar qualquer nuance ou humanidade – mas logo o texto trata de mostrar-se medíocre e pobre ao extremo. As partes onde Jim se encontra isolado mostram um tom completamente diferente quando seu par desperta e tal característica faz o filme transbordar um caráter indefinido. Além disso, iniciado o enlace sentimental, o texto abre mão por completo da discussão voltada a temas típicos da ficção-científica para dar espaço a uma trama amorosa sem química, repleta de intervenções ex-machina e revelações óbvias.

    As questões adultas da trama soam banais, desde os abusos de autoridade até as questões que poderiam gerar um debate a respeito da intervenção do homem em relação ao destino da mulher. Todas as tramas são sub aproveitadas, tendo o potencial jogado fora, sendo o mote reduzido a mais um bobo obstáculo para uma história de amor. As interações com outros personagens que não o casal são risiveis e também não acrescentam em absolutamente nada e todo a paixão construída é feito a partir de frases feitas de gosto absolutamente duvidoso.

    As belas imagens em computação gráfica do espaço e das engrenagens da Avalon acabam perdendo importância graças a uma trilha sonora terrível. Outro fator que denigre o filme de Tyldum é o fato dele aparentar em algum momento o desejo de discutir a questão da ganância como possível causa da pane geral, uma vez que a falha do sistema não era comum. Esse aspecto poderia gerar alguma discussão dentro das quase duas horas duração, mas não o faz, preferindo apelar para mais um retorno a paixão inexplicável entre os dois astros, com direito até mesmo a uma mensagem de auto-ajuda antes dos créditos finais. Passageiros poderia ousar mais, mas não o faz, restando uma irregular space opera em formato comédia romântica, que não soa engraçada, profunda ou divertida.

  • Crítica | Sete Homens e Um Destino (2016)

    Crítica | Sete Homens e Um Destino (2016)

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    Antoine Fuqua tem uma carreira cinematográfica é pautada basicamente em dramas policiais e de ação, alternando a qualidade em extremos, reunindo obras que normalmente variam em episódios interessantes do gênero e outros simplesmente execráveis. Após ter uma parceria com o criador de Sons of Anarchy Kurt Sutter, no roteiro do drama de boxe Nocaute, o diretor resolveu repetir a dobradinha com outro escritor de um programa bem sucedido, chamando o escritor de True Detective Nic Pizzollatto para redigir o argumento da nova versão de Sete Homens e um Destino.

    Novamente a trama segue uma cidade do oeste dos Estados Unidos que é atacada por um tirano, sendo Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard) o atual facínora. Seu personagem é performático e imperialista, mostrando sua crueldade assim que põe os pés no vilarejo, tratam de assassinar os poucos homens que apresentam resistência aos seus domínios. Cabe a Emma Cullen (Haley Bennett) pedir o auxílio ao pistoleiro Sam Chisolm (Denzel Washington) para que resgate a dignidade do lugar. A partir daí, o sujeito reúne justiceiros em torno de si para combater a figura de ódio, que tem um fato no passado em comum com o cowboy negro.

    As interações entre os heróis parece demais com o visto nos filmes da Marvel, no sentido de entregar um grupo repleto de alívios cômicos. O Josh Faraday de Chris Pratt é o principal dele, com o papel clássico do engraçado homem espirituoso e piadista, mas até Ethan Hawke e seu traumatizado Goodnight Robicheaux contém uma rotina de piadas, bem como o mexicano Vazquez (Manuel Garcia-Rulfo) e Jack Horne (Vincent D’Onofrio, mais uma vez inspirado). Essa pouca variação de arquétipos faz estranhar um pouco o tom sombrio da fotografia.

    Não há pretensão de Fuqua em apresentar um faroeste sombrio, como A Proposta de John Hillcoat, mas há elementos claros de reverência a Os Imperdoáveis. Em comparação com o Sete Homens e Um Destino de John Sturges há uma melhor elaboração da química entre os justiceiros do oeste, desde a ligação entre eles até a motivação de cada um. Gasta-se um tempo demasiado nestes.

    As cenas de ação tem o apuro comum aos produtos do diretor, repetindo com êxito o que fez sucesso em O Protetor. Os closes e variações rápidas de ângulos inseridas no final do longa são um diferencial, relembrando as obras mais famosas de Sergio Corbucci e Sergio Sollima, em especial Django e Sabata.  A nova versão de Sete Homens e Um Destino consegue soar interessante, apesar de todo o western exploitation recente, tendo boas sequências de ação e um ritmo interessante, não soando cansativo como o recente Django Livre e com um resgate de tema de vingança que remonta aos clássicos de gênero, além de deixar o aficionado pela trilha de Elmer Bernstein, no anúncio dos créditos.

  • Crítica | Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros

    Crítica | Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros

    Jurassic World 1

    Os acordes de John Williams são lembrados em estilo diversificado, agora com a batuta de Michael Giacchino, seguido de uma cena de ovos eclodindo, dando prosseguimento ao processo chamado vida. O diretor e roteirista Colin Trevorrow faz em Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros uma homenagem ao trilogia original e ao filme Mundo Perdido de 1925, ao mesmo tempo em que situa o público no universo estabelecido que pressupõe a abertura do dantesco parque temático Mundo Jurássico, na mesma Costa Rica onde aconteceram os eventos de Jurassic Park e de  Jurassic Park: Mundo Perdido e Jurassic Park III da franquia. O encanto do menino Gray (Ty Simpkis) relembra o quão era bela a expectativa do público, em 1993, por ver os seres pré-históricos revividos e convivendo com a humanidade.

    Nos primeiros minutos da produção, há uma clara crítica ao excessivo gasto para produzir a estrutura artificial do Parque dos Dinossauros,  aludindo aos preços de naming rights (diretos reservado de nome) da nova criatura geneticamente criada, Indominus Rex. Como um magnata entediado, que faz as vezes de John Hammond, Masrani (Irrfan Khan) é o responsável por injetar dinheiro no Parque e também por financiar as atividaded de Claire (Bryce Dallas Howard), uma executiva de sucesso que graças a sua dedicação a carreira é uma parente relapsa.

    Na introdução da personagem de Chris Pratt, Owen Grady, descobrimos seu ofício como adestrador de velociraptores. Owen é o típico herói arquetípico, belo, audaz, corajoso, tendencioso e desbravador, seu modus operandi é intervencionista, como o de um exímio caçador, parecido demais com seu Starlord de Os Guardiões da Galáxia, um perfil que se torna irresistível para a quadrada Claire que tenta em vão esconder sua rendição amorosa.

    Ao menos na esfera de expectativas, o filme entrega bem seus préstimos, mantendo um suspense que encontra no público uma boa resposta. Mantém-se uma leve excitação sobre o visual de Indominus, com a sábia decisão de não escancarar sua aparência no primeiro ataque. A primeira intervenção entre o monstro e homens é breve, mas guarda uma dose de violência grande, cuidadosamente feita para não chocar as plateias conservadoras e famílias, parte do público alvo. Enquanto esse dinossauro impacta pela violência, os velociraptores estabelecem uma forte crítica a manipulação genética e a produção de híbridos com a possibilidade de se tornarem uma arma bélica, uma análise incomum para um filme para as massas.

    Os clichês seguem firmes e mais repetidos do que as histórias anteriores, curiosamente reprisando arquétipos dos filmes passados como a versão do CEO intervencionista, piloto de aeronaves como o presidente de Bill Pullman em Independence Day, (ainda que seu desfecho seja muito mais realista do que a vista no filme de Rolland Emerich).

    Os personagens centrais evoluem durante a história, principalmente Claire que deixa a pompa de lado, agindo de modo mais enérgico, provando que sua corrupção era fruto da falta de tempo e que a negligência não fazia parte de sua índole e caráter. Apesar de não apresentar nada que seja realmente inédito – ainda mais com trailers bastante reveladores – o roteiro mantém interessante viradas.

    A personagem de Pratt é superexposta e cada aparição o amplia como uma espécie de mito, ampliando as habilidades e capacidades sobre-humanas, seja no adestramento dos animais, como também nos atos heroicos, estilo sempre em voga em Hollywood, como também visto na persona de The Rock em Terremoto: A Falha de San Andreas, ainda que Owen Grady seja uma figura muito mais aceitável e carismática do que os heróis genéricos dos subprodutos de ação do cinema blockbuster.

    Os momentos finais aludem ao desfecho do primeiro filme, reprisando os mesmos heróis. Apesar de não apresentar uma obra prima, Trevorrow resgata parcialmente a aura do original, baseado nos livros de Michael Crichton, lembrando o espírito presente no reboot da franquia Planeta dos Macacos. Ainda assim peca ao repetir os mesmos erros de um sem número de filmes de aventura atuais, principalmente por não ousar em quase nada e reforçar a exaustão todo o conjunto de clichês de ação e aventura.

  • Crítica | Guardiões da Galáxia

    Crítica | Guardiões da Galáxia

    guardiões da galáxia

    Os filmes de super-heróis se consolidaram com um gênero cinematográfico de tal maneira, que os vídeos estão cada vez mais parecidos com os quadrinhos. Não no sentido de fidelidade nas adaptações, mas em estruturas que podem ser reconhecidas em ambas as mídias. Temos continuações, cronologias confusas, reboots, e no meio desse emaranhado, fãs discutindo qual é o melhor. Agora, realizadores tentam faturar um pouco mais com personagens de baixo escalão. O segredo, nesses casos, parece ser a pouca pretensão por parte de quem produz e as baixas expectativas por parte de quem consome. Guardiões da Galáxia partiu da desconfiança total para uma leve curiosidade, e acabou se revelando mais um acerto do Marvel Studios.

    Embora exista há décadas e tenha passado por várias reformulações, o grupo nunca foi muito conhecido, nem mesmo entre os leitores de HQ. Até porque, a parte cósmica do Universo Marvel sempre foi um nicho dentro de outro. Entretanto, isso permitiu grande liberdade na hora da transposição para a telona: ainda que os personagens sejam, em sua maioria, fiéis às atuais versões dos gibi, o tom do filme vai por outro caminho. O humor sempre foi parte marcante nas produções do estúdio, mas Guardiões da Galáxia é, de longe, a que mais se assume como comédia. Ou melhor dizendo, uma aventura que não se leva a sério, com cara e alma de anos 80. Não à toa, a cultura pop dessa época é reverenciada ao longo de todo o filme, como por exemplo, a citação, gritantemente óbvia a Star Wars.

    Nessa linha descompromissada, o diretor James Gunn (co-roteirista ao lado de Nicole Perlman) não se preocupa em construir um plot elaborado, ou mesmo em estabelecer os detalhes do cenário em que a história se passa. Temos a sutil noção de uma história que se passa em um universo grande, multicultural, e com narrativa pregressa. Em um canto limitado desse universo, uma arma poderosa ameaça, não apenas a frágil paz entre duas civilizações, mas também todos os seres do cosmo. Argumento inegavelmente clichê, mas que não se mostra um problema, justamente por se apresentar-se desde o início, como uma justificativa para juntar uma galerinha do barulho que vai se meter em altas confusões – e garantir uma diversão insana durante a jornada.

    Os aspectos técnicos são irrepreensíveis, principalmente a trilha sonora, inspirada e perfeitamente conectada com a narrativa. Mas a chave para o filme funcionar é a maravilhosa interação entre os protagonistas. Todos têm espaço para se diferenciar enquanto indivíduos, ganhando um carisma que só aumenta conforme o grupo vai se formando. A união pode até ser rápida, mas convence. Em comum, eles são anti-heróis imperfeitos que, por baixo da pose, escondem traumas verdadeiros. Seres solitários que, mesmo sem entender ou admitir, são tocados por uma amizade que surge de forma natural, porém nada piegas, já que, como amigos de verdade, eles vivem zombando uns dos outros, comprovando que a zoeira não tem limites.

    Nessa conexão com a loucura espacial está o terráqueo Peter Quill, abduzido quando criança, logo após perder a mãe, e criado por saqueadores espaciais. Ele se torna um aventureiro canastrão que se autodenomina Senhor das Estrelas. O ator Chris Pratt começa atuando com um ar abobalhado, o que soa muito forçado, mas se recupera brilhantemente, conforme novas camadas são adicionadas ao personagem: um malandro que mostra ter bom coração e ser capaz de atos heroicos de pura abnegação, embora, logo em seguida, exija ser reconhecido e louvado por isso. As cenas são tão impagáveis quanto sua visão de Footloose e Kevin Bacon, que simplesmente valem o ingresso.

    Zoë Saldana como Gamora, repete com qualidade o papel que já representou várias vezes (Avatar, Star Trek, Os Perdedores, etc), a durona que esconde uma certa fragilidade. O conceito da “mulher mais perigosa do universo”, presente nos quadrinhos, foi levemente ignorado, mas o resultado foi uma personagem menos unidimensional e mais interessante. Drax, o Destruidor, encenado pelo competente Dave Bautista, seguiu um caminho parecido. Entretanto, seu background mostra-se denso e sombrio, o que destoa um pouco do contexto.  A solução para encaixá-lo foi manter sua postura séria e criar um humor involuntário em cima disso, como pode ser notado em suas sensacionais interpretações literais das gírias de Peter.

    Os membros mais estranhos do grupo são também os mais marcantes. É impressionante o carisma conseguido por Groot, uma árvore humanoide que só repete uma mesma fala. O personagem, (na voz de Vin Diesel) tem sido comparado a uma versão muito mais simpática de Chewbacca. E por fim, Rocket, o célebre Guaxinim com Trabuco que ganhou a voz, quase irreconhecível de Bradley Cooper, mostrando a versatilidade do ator nesse trabalho. Rocket é um gênio tecnológico e planejador, irônico, mordaz, sacana, carente e raivoso; mais um caso em que as camadas compõem um ótimo personagem.

    O restante do elenco conta com nomes notáveis em participações discretas, como Glenn Close (líder da Tropa Nova), John C. Reilly (oficial da mesma Tropa), Djimon Hounson (capanga do vilão) e Benicio Del Toro (mais uma vez como o afetado Colecionador, já visto na cena pós-créditos de Thor – O Mundo Sombrio). Michael Rooker se destaca um pouco mais, como o divertido Yondu, “pai adotivo” de Peter e Lee Pace se encaixa perfeitamente no estilo religioso fanático do vilão Ronan, o Acusador, personagem visualmente interessante, mas pouco desenvolvido. Karen Gillan também faz um bom trabalho, irreconhecível como a ajudante de Ronan, Nebulosa. O pai da moça, ninguém menos do que Thanos, aparece rapidamente, e ainda que seu interesse pelas Joias do Infinito seja citado explicitamente, sua sombra ameaçadora permanece apenas nas margens do filme, de forma que somente os bons amantes da Marvel entenderão.

    A conexão com o restante do universo cinematográfico da Marvel é tímida. A cena pós-créditos, por sinal, é tão desconexa quanto a de Homem de Ferro 3. Disso, porém, resulta algo de positivo. Guardiões da Galáxia mostrou potencial para ser uma franquia com identidade e atrativos próprios, e não apenas um laboratório para apresentar e testar conceitos a serem utilizados nos filmes dos astros do estúdio. A sequência, já anunciada, prova não apenas o conhecido planejamento da Marvel Studios, mas também sua capacidade de continuar expandindo e explorando novas propriedades.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Crítica | De Repente Pai

    Crítica | De Repente Pai

    Delivery-Man-Poster

    Refazendo o mesmo filme que lançou em 2011, até então chamado de Starbuck (versão esta feita pelo ator pouco conhecido Patrick Huard), Ken Scott agora leva seu filme a um patamar diferente, de comédia independente, tendo como protagonistas a dupla Vince Vaughn e Cobie Smulders – em alta, graças ao hype de How I Met Your Mother – e claro, com um orçamento muito mais amplo que Starbuck. De Repente Pai conta a trôpega trajetória de David Wozniak (Vaughn), em sua vida medíocre, quando este vê dois desafios à sua frente: o fato de sua namorada Emma (Smulders) estar grávida e um retorno a um ato do passado, em que descobre ser pai de 533 filhos de proveta, via doação de esperma.

    Não há muito aprofundamento prévio no drama dos personagens, David é logo mostrado como um sujeito derrotado, sem grandes feitos, a ausência de desenvolvimento não é um erro do roteiro, mas sim um artifício deste, que visa demonstrar a falta de ambição e de motivo para lutar do protagonista, seu background é ausente de substância porque o seu viver é vazio.

    Todo o incidente que muda a visão de Wozniak acontece por uma indiscrição da agência que guardava o sêmen dele. Tudo que envolve esta questão é tragicômico, é absurdo para flagrar que as vicissitudes da vida também o são, e a circunstância o faz finalmente tomar uma atitude – ainda que a eficácia desta seja deveras discutível. Ele decide visitar secretamente alguns dos seus herdeiros, e em dado momento este se vê realizado pelas realizações dos filhos, vivendo algumas das suas dificuldades, não só com a extensão de sua vida, mas tentando compensar a sua ausência.

    Há um sub-plot também pouco explicado, de uma dívida que David teria com agiotas, onde se até aventa algumas possibilidade para a origem do défice, mas nada confirmado. As consequências deste passivo é violenta, entretanto não se altera o estado de leveza da história. A dívida é um paralelo claro com a responsabilidade quimérica que ele tinha com os filhos de proveta.

    O desfecho envolve um problema jurídico onde o entregador (Delivery Man) tem de escolher entre processar a agência que quase revelou sua identidade e assumir sua alcunha de Starbuck. Esse dilema acaba tendo uma solução fácil, onde o herói da jornada consegue tudo o que quer sem muito esforço, somente com uma mudança de pensamento moral. A redenção em si é fraca, especialmente por ter uma solução Deus Ex Machina em sua construção, mas não invalida a construção do guião. A vida de David passa longe da normalidade, por ele ser um sujeito estúpido ao extremo e incapaz de acertar suas atitudes. Em contrapartida, é um sujeito que sempre consegue angariar amor para a sua figura. Apesar do esforço dos produtores em tornar o final em algo piegas e um produto feito para “toda a família”, o misto de drama com comédia funciona muito bem, tornando a experiência de ver o filme em algo divertido e prazeroso.