Tag: Terminator

  • Os Personagens em CGI Mais Realistas do Cinema

    Os Personagens em CGI Mais Realistas do Cinema

    Desde que um dinossauro apareceu rugindo na chuva, em Jurassic Park, a porteira nunca mais se fechou. De 1993 pra cá, tudo ficou possível numa tela de cinema, e o velho lema de Stanley Kubrick (“se você imagina, você pode filmar”) virou, finalmente uma verdade, forjada por muitas horas de trabalho, pesquisa e experimentações técnicas. A busca por realismo segue incessante, com Christopher Nolan liderando o grupo de cineastas que evitam a computação gráfica e apostam pesado nos efeitos práticos, que costumam não envelhecer. Mesmo assim, maravilhas já foram criadas numa tela de computador, e seguem impactantes como sempre. Abaixo, uma lista dos dez efeitos de computação gráfica mais realistas de todos os tempos.

    10. Thanos, de Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato (2018 e 2019)

    A Marvel humanizou o tirano Thanos com uma figura totalmente gráfica, em Vingadores: Guerra Infinita, pautada em realismo para que o vilão fosse crível, quase que palpável nas suas rugas e expressões hiper-naturalistas. Um feito extraordinário, também ajudada pelo trabalho de voz e postura do ator Josh Brolin.

    9. Simba, de O Rei Leão (2019)

    Se o filme foi fraco, a savana e seus habitantes criados em computador em O Rei Leão, em 2019, é tão impressionante que lembra um documentário da Discovery Channel. Cada músculo, cada pelo… Simba saiu do desenho e virou um leãozinho tangível, talvez mais real até que o do zoológico.

    8. Ava, de Ex-Machina: Instinto Artificial (2014)

    Ava é a androide mais realista da história do cinema, e perturbadoramente humana em seus trejeitos. Numa combinação perfeita de efeitos práticos, e CGI, a robô de Ex-Machina interage com atores reais, e a excelência da iluminação da textura do metal que substitui boa parte da sua pele não será superada, por muito tempo.

    7. Homem de Ferro (2008)

    Quando o Homem de Ferro chegou nos cinemas, foi difícil acreditar que sua armadura, colorida ou prata, não fosse de verdade. É possível quase que sentir a temperatura do material, a dureza, o som de cada parte que se encaixam… feito esse não repetido com o mesmo realismo nos outros filmes com o herói, desde 2008.

    6. O Urso, de O Regresso (2015)

    Leonardo DiCaprio foi atacado por um urso em O Regresso, e nada me diz que isso é mentira. O nível de veracidade nas imagens é tamanho, que jamais duvidamos que há uma fera bestial em cima do homem, rasgando a sua pele enquanto baba, e ofegante, cheira a sua presa. Pobre DiCaprio. Ele era bonito.

    5. T-1000, de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991)

    O T-1000 de O Exterminador do Futuro 2 é uma força da natureza tecnológica, e até hoje, desde 1992, os efeitos criados em computador pelo genial James Cameron seguem acachapantes. O robô assassino que vira líquido, explode no nitrogênio, que perde suas partes e se recompõe por nanotecnologia, marcou uma geração.

    4. Alienígenas, de Distrito 9 (2009)

    Os alienígenas “camarão” de Distrito 9 naufragaram na África do Sul, e lá, fizeram suas favelas. O diretor Neil Blomkamp conseguiu a proeza de colocar um alien e um humano lado a lado, e em suas diferentes formas físicas, fazer parecer que a imagem do homem é mais falsa que a do extraterrestre. Um uso de efeitos fenomenal.

    3. Richard Parker, de As Aventuras de Pi (2012)

    Se o urso de O Regresso era de verdade, e Simba também (quase…), o que falar do tigre de As Aventuras de Pi? Richard Parker é o animal mais realista da história do cinema, desde que aparece naquela jaula na Índia. Uma pena que a empresa de efeitos especiais que o fez, a Rhythm & Hues, faliu em 2013, mas seu legado é eterno.

    2. Caesar, de Planeta dos Macacos: A Guerra (2017)

    Desde o Senhor dos Anéis, o ator Andy Serkins se especializou em interpretar criaturas na técnica de ‘captura de movimento’, e todo mundo achou que o seu Gollum nunca seria igualado, quiçá superado. Mesmo assim, Cesar, o macaco inteligente de Planeta dos Macacos: Guerra, acabou sendo a criatura mais realista já criada em computador. A segunda, na verdade.

    1. Rachel, de Blade Runner 2049 (2017)

    Um rosto. 100% digital, e 101% real. A Rachel de Blade Runner 2049 não existe, mas ninguém pode confirmar isso antes de ver o making-of do filme. Nele, vemos como foi a construção de sua face, pixel por pixel, cheia de calor, drama, falas, lágrimas, cabelos, e que faz Thanos, o urso e até o T-1000 parecem personagens do Playstation 2. Eis o grande triunfo do CGI. Superá-lo será reinventar a roda. Pago pra ver. #IWantToBelieve

  • Crítica | O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

    Crítica | O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

    O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio começa simples, com uma gravação de sua heroína, a Sarah Connor de Linda Hamilton, que estava ausente desde o 2º filme, ainda no manicômio falando a respeito do dia do Juízo Final, em 1997. A gravação a fazia parecer paranoica, mas ela era autoritária, forte, bem resolvida  e durona, e a escolha por começar  esse sexto episódio da franquia no cinema, que relembra outras cenas clássicas, inclusive fazendo uma rima visual que, apesar de ser um recurso clichê, aqui combina demais, com as comparações das diferentes praias, uma no caos futurista e outra na calmaria pré tragédia pessoal.

    Uma das maiores preocupações por parte dos fãs, era se Tim Miller conseguiria repetir os bons momentos de O Exterminador do Futuro e O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final no quesito ação, e ao menos nesse sentido, não há do que reclamar. Os 20 minutos iniciais são de uma ação frenética absurda, e mesmo os efeitos especiais soam naturais, bem melhor do que o rejuvenescimento de O Exterminador do Futuro: Genesis, que visto hoje, faz Arnold Schwarzenegger parecer realmente um boneco mal feito.

    A introdução dos novos personagens é um pouco apressada,mas o ritmo acelerado faz com que o estranhamento seja facilmente driblado. Tanto Grace (Mackenzie Davis) quanto Dani Ramos (Natalia Reyes) são personagens que parecem um pouco apagadas, mas até  para manter o mistério em torno delas, faz sentido isso ocorrer. A luta que Grace tem com o Exterminador REV-9 de Gabriel Luna é sensacional, em especial a sequencia na estrada, pós saída da fábrica, uma pena que boa parte desses momentos já tivessem sido antecipados no material de divulgação.

    Hamilton, no presente do filme, acrescenta demais a trama, seja no espírito de guerrilheira que  ela veste, como no aspecto de heroína de ação que prosseguiu evoluindo, tal qual foi em T2. Aliás, o núcleo de protagonistas ser todo formado por mulheres é um aspecto muito bem vindo, e ela que faz lembrar os momentos mais legais de mulheres badass do cinema recente, quase como uma Charlize Theron mais madura, uma evolução da Imperator Furiosa de Mad Max: Estrada da Fúria e da espiã de Atômica.

    O roteiro de David S. Goyer, Justin Rhodes e Billy Ray não é primoroso. A historia se perde um pouco ao não causar muito impacto com aspectos novos da franquia, e com essa outra versão do destino da humanidade. Talvez a quantidade grande de roteiristas e de argumentistas ( foram cinco, incluindo o produtor James Cameron) tenha ajudado a diluir essa importância que deveria ter sido dada. Além disso, há uma reciclagem tanto da trama de T2, quanto de muitos aspectos das continuações que foram “descanonizadas”. De O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas, há  o conceito de uma mulher viajando no tempo e sendo badass, de O Exterminador do Futuro: A Salvação, o conceito de um humano aprimorado e de T: Genesys, a questão do envelhecimento do tecido orgânico do T-800 de Arnold.

    Apesar de se valer demais de flashbacks – o que é ruim – ao menos é possível observar como essa versão do futuro é suja, lembrando inclusive Aliens: O Resgate em boa parte dos aspectos, mostrando que Miller é muito reverencial ao legado de Cameron. No entanto, a repetição de ciclos, com mulheres sempre se sacrificando pela sobrevivência da humanidade, não é tão bem traduzida para a parte da nova geração. Ao menos, o sub plot do T-800 é bem legal, e faz sentido mesmo com a suspensão de descrença. Se as máquinas são capazes de se revoltar e exterminar os homens, não há porquê elas não evoluírem ao ponto de criar uma espécie de ética própria, ainda mais se essa máquina não tiver nenhuma ordem ou comando. A mensagem sobre propósitos e a necessidade de tê-los é um pouco piegas, mas não chega a ser ofensivo, até porque Schwarzenegger está engraçadíssimo, à vontade como há muito não se via.

    Exterminador do Futuro: Destino sombrio acerta demais nos aspectos ligados a action movies, tem sequencias de luta muito boas, um bom vilão, que não deixa tanto a desejar para o T 1000 de Robert Patrick, e que tem em Linda Hamilton sua âncora, com uma atuação muito tocante e inspirada da veterana atriz, com um desempenho tão bom que quase faz esquecer que Reyes e Davis não estão tão bem.

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  • Crítica | O Exterminador do Futuro: A Salvação

    Crítica | O Exterminador do Futuro: A Salvação

    Exterminador A Salvação 1

    Trazendo Christian Bale para a franquia antes pensada por James Cameron, McG tinha a princípio todos os fatores que denotariam uma boa alternativa ao reinício da saga Terminator, exceto, é claro, pelas muitas interferências do estúdio, agora pela Warner – a quarta produtora de quatro filmes. O Exterminador do Futuro: A Salvação começa em 2003, com um recordatório de Marcus Wright ( Sam Warthington), que assina um termo antes de sua sentença de morte, cujo documento está ligado a Cyberdine, embrião do que seria a Skynet.

    A trama viaja ao futuro, em 2018, anos antes da vitória dos homens sobre os temidos exterminadores. A primeira cena de ação envolvendo John Connor (Bale) é bastante intensa e graficamente interessante, com o pretenso salvador se exibindo de um modo bastante viril, como se esperava do herói que seria a última esperança da Terra, como foi dito pelo Kyle Reese de Biehn em O Exterminador do Futuro. Connor pisa sobre a cabeça da carcaça mecânica de poder, simbolizando a ordem hierárquica estabelecida entre ele e seus inimigos, talvez no momento de mais inteligência no script de Michael Ferris e John D. Brancato.

    O entorno da resistência é bem exemplificado através de personagens universais, que se não têm muito tempo para se aprofundar no caráter destes, ao menos possuem carisma e simpatia, como funciona com General Ashdown (Michael Ironside), Kate Connor (Bryce Dallas Howard) e claro, com a nova faceta de Kyle Reese (Anton Yelchin). A úncia personagem que destoa dos demais até perto de uma hora de exibição é a nova encarnação de Wright, que se assemelha demais a uma figura misteriosa e messiânica, que furta o tempo dela que poderia ser de Connor e Reese.

    O declínio do filme ocorre da metade para o final, curiosamente no ponto em que toda franquia inicia também sua derrocada, uma vez que foi em A Rebelião das Máquinas que se iniciou a parte fraca e incongruente de toda a saga. Os furos de argumento iniciam-se pela premissa de um autômato tão avançado ter precedido a máquina de matar, que seria o T800 de Arnold Schwarzenegger.

    A referência visual que McG faz dos membros da resistência em comparação com os humanos sobreviventes de Matrix é um easter egg inteligente, especialmente por retribuir a influência que os Watchowski retiraram de Terminator, mas, ao final, tudo se assemelha demais a uma masturbação visual semelhante ao que ocorre no restante das boas sequências de ação do filme, que em suma reprisam os erros de tantos outros produtos, com roupagens interessantes e conteúdo nulo, assim como foi com os dois As Panteras e com o que seria a quadrilogia Transformers.

    É curioso que o plot de mútua cooperação entre Connor e um exterminador tenha sido revisitado em Exterminador do Futuro Gênesis, e de maneira igualmente tosca, que resulta também na retirada de protagonista do Messias futurista. Mesmo que rivalize muito em nível de absurdos, O Exterminador do Futuro: A Salvação consegue ser bem mais repleto de conceitos furados, como o que ocorre com o protagonista de Avatar, que tem seu seu poder atrelado a Skynet e no entanto se rebela sem maiores consequências para si, ao contrário, ele é reformado e decide mais uma vez mudar de lado enquanto a inteligência artificial assiste a tudo passivamente.

    Mais do que mero simbolismo, a cena da cirurgia cardíaca, cujo plot e ideia são completamente desnecessários, visa tentar justificar a presença de Wright entre os principais personagens, no entanto a tentativa falha por só exibir um fracassado modo de redenção do roteiro. A insegurança passada durante a produção, que contou até com Bale fazendo um tremendo escândalo, condiz demais com gigantesca confusão que resulta em O Exterminador do Futuro: A Salvação, que até tenta ser salvo, tolamente pelas mãos atabalhoadas de McG, claro, sem sequer arranhar a expectativa de redenção da franquia.

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  • Review | O Exterminador do Futuro: As Crônicas de Sarah Connor

    Review | O Exterminador do Futuro: As Crônicas de Sarah Connor

    exterminador-sarah-connor-cro-1Começando a partir do ponto onde termina O Exterminador do Futuro 2:  O Julgamento Final, sabiamente ignorando a parte três da franquia, o seriado derivado das aventuras narradas por James Cameron, O Exterminador do Futuro: As Crônicas de Sarah Connor acompanha a personagem título, vivida por Lena Headey, que ainda gozava do prestígio de ter feito um papel importante em 300 de Zack Snyder, e que, de certa forma, reprisava o arquétipo de mulher durona, no proceder de proteger o futuro salvador da Terra.

    As primeiras cenas já inserem Sarah em posições constrangedoras, com ela sendo detida usando uma saia de tamanho mínimo, resgatando o rapaz em puberdade, John (Thomas Dekker), que é obrigado junto a ela a exercer uma vida nômade, sem qualquer garantia de continuidade de uma vida normal. John troca de nome a todo momento, e tenta se apegar a rotina comum, frequentando escolas, tentando interagir com garotas, até encontrar Cameron Phillips (Summer Glau), uma moça interessante, que estranhamente lhe dá condições de flerte amoroso.

    As incongruências são vistas já no primeiro episódio. Mesmo levando e contra a suspensão de descrença em relação ao estranho fato de John estudar normalmente, fica difícil considerar interessante que a alcunha fake que ele use tenha por sobrenome Reese, tampouco é interessante que a dupla de familiares não mude sequer o tom dos cabelos, ou arranje qualquer outro meio de disfarçar a própria aparência. Nem mesmo a questão de se inserir um Exterminador mulher em fase adolescente, bem na época em que os hormônios do rapaz começam a eclodir é tão irritante quanto o fato de choverem androides assassinos a cada mísero episódio.

    A posição de Cameron é, supostamente a de um modelo mais avançado que os personagens de Arnold Schwarzenegger, chamado de TOK715. Sua busca é a de proteger John, passando-se então por sua irmã. A partir desta estranha união, surge a ideia de investigar as ocorrências de robôs assassinos atrás do núcleo familiar. A partir dela que ocorre a esdrúxula ideia de resgatar uma máquina do tempo, que os levaria ao momento e, que a Skynet seria criada, onde começaria mais uma frustrada tentativa de mudar os fatos através de viagens temporais, pulando então de 1999 para o ano de 2007.

    A trama paralela, envolve o agente do FBI James Ellisson (Richard T. Jones), que está a caça de Sarah pelo assassinato de Miles Dyson, e que se vale das informações de Charley Dixon (Dean Winters), antigo noivo de Connor, um homem que não aceitou bem a rejeição que lhe foi imposta.

    O decorrer da primeira temporada desvela uma quantidade enorme de coincidências e conveniências, como a reaproximação oito anos depois dos Connors com os Dixons – que não acha nem um pouco incongruente toda a história de viagem no tempo – além de acréscimo do personagem Derek Reese (Brian Austin Green). No final da última temporada há uma leve subida na qualidade do folhetim, com um emocionante encontro em que Derek leva seu sobrinho para conhecer a contraparte de seu pai, Kyle Resse, ainda um infante, brincando com o paralelo do próprio Derek quando criança, além de uma cena interessante, filmada abaixo de uma piscina enquanto um dos vilões exterminadores aniquila todo uma patrulha do FBI, exibindo a crueldade típica dos vilões dos filmes de James Cameron.

    O segundo ano começa cheio de reviravoltas, com uma tola troca de lado por parte da androide sensual Cameron, logo restaurada a sua programação boazinha. John começa a quebrar paradigmas, se permitindo interessar por meninas, apesar dos reclames de sua mãe, aludindo a uma adolescência normal que jamais poderia ser alcançada.

    A derradeira temporada tinha tudo para explorar de maneira mais demorada muitos dos conceitos lançados no ano inicial, e a intenção é até interessante, mas se perde em meio a tramas paralelas bobas, como a de Catherine Weaver (Shirley Manson), uma T-1001 que age infiltrada como SEO de uma empresa, a busca de impedir a criação da Skynet. A ideia poderia ser boa, a de um modelo mais avançado do vilão do segundo filme ao lado dos “mocinhos”, mas o que sobra são momentos de absoluto constrangimento visual.

    Em paralelo  com toda a esquisita história, começa um treinamento liderado por Reese, para pretensos resistentes, onde ataques a noite são impetrados ao exterminadores que aparecem. As roupas camufladas e a noite fazer ficar ainda mais ridícula a pecha utilizada no primeiro filme, de que os humanos se sentiam mais seguros ao lutar a noite, já que para uma máquina daquele porte, isso pouco importaria, graças a visão de infravermelho.

    O restante do folhetim serve para inserir as personagens em situações toscas de disfarce, com Sarah e Cameron fingindo interesse nas rodas de pessoas ricas, ou investigando a participação de exterminadores genéricos pelo passado. Mas nada é tão imbecil quanto a sede por sangue de Catherine, que propaga uma chacina na empresa aonde trabalhava –  e se disfarçava – após sofre um jato de urina de um funcionário, uma vez que ela usa suas capacidades transmórficas para assumir a forma de um mictório.

    Após muitas viradas de roteiro, despedidas de personagens fixos, que até emocionavam mais que pouco acrescentavam a trama, o seriado tenta em seus últimos momentos fazer algum sentido, mas se perde em meio aos muitos plots mal explorados e engendrados, especialmente no que toca os disfarces de Sarah, que em muitos momentos parece mais preocupada em parecer descolada, do que treinar seu filho para se tornar a lenda que seria prevista por seu pai, O Exterminador do Futuro de 1984. Apesar de Thomas Dekker não comprometer, falta a ele uma história que apoiasse sua atuação, sua sorte não foi nem de longe a mesma de Edward Furlong em Exterminador 2, ao contrário, as tramas paralelas também tiraram sua importância, inclusive na mirabolante trama do “programado” John Henry, que põe Garret Dillahunt em uma nova função, variando entre a máquina vilanesca até uma inteligência artificial bem intencionada, treinada pelo agente da lei Ellison. Apesar da bela intenção, o plot soa bastante imbecil.

    O Exterminador do Futuro As Crônicas de Sarah Connor termina sem um vilão interessante. Mesmo as poucas  figuras maléficas da trama vão se voltando para o lado da humanidade, como se houvesse uma previsão da derrota, justificando uma desistência coletiva que acaba ocorrendo. O grupo que seria o embrião da resistência ao invés de se esgueirar  se preparar para o futuro, serve na prática como uma tola tropa de resgate, desafiando qualquer conceito básico de estratégia e tática furtiva.

    No episódio derradeiro, John está só, Sarah está presa e Cameron finalmente entrega sua nudez ao adolescente que não consegue se livrar de sua virgindade, para executar um movimento semelhante a interação sexual, mas só serve de paralelo, não de realidade. O desfecho, ocasionado sem prévia pelo cancelamento reúne Sarah, John, Ellison e Weaver em torno do mesmo objetivo, com cenas que relembram a parte três da saga, ainda que os efeitos especiais sejam ainda piores, condizentes com a união estúpida de antigos antagonistas. Apesar da boa intenção, e das ligações ditas somente nos dez minutos finais da série, mais uma vez se apela para a viagem temporal, dessa vez para o futuro, com John se encontrando com Derek, Kyle Reese e com a versão carnal de Cameron, em um momento que deveria ser emotivo, mas que beira a pieguice, finalmente reunindo romanticamente o casal que jamais teve um enlace de fato.

  • Crítica | O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas

    Crítica | O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas

    Exterminador III 1

    O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas procura repetir os projetos anteriores ao iniciar-se com uma narração de um novo John Connor, vivido pelo feio ator Nick Stahl, andando pelas estradas em uma moto, ao modo de Edward Furlong. Sua desolação é notada tanto pela ausência de sua mãe quanto pela desconfiança em todo o cenário, que aparenta tranquilidade. Para o ex-futuro salvador do mundo, as histórias que o fizeram crescer ainda servem como premonição, e não são mais pesadelo indiscriminados.

    O nomadismo de John serve também como referência ao posto da cadeira de diretor da franquia, executada por Jonathan Mostow, bem como a péssima construção vilanesca da personagem de Kristanna Loken, T-X, que mostra-se primeiro com sensualidade extrema e, depois, desdenha de figuras estereotípicas femininas, tanto do arquétipo da moda, quanto da mulher preocupada com a outra. A análise abarca essa terrível problemática, que pode ser encarada como misógina, mas que é aplacada pelo fato de ser este um vilão. Além disso, um foco importante é dado na figura de Kate Brewster (Claire Danes), uma misteriosa mulher que teria uma parte importante na trama de O Exterminador do Futuro 3.

    As duas figuras heroicas do filmes são expostas de modo confuso. John Connor é um sujeito maltrapilho, que não inspira confiança e que se medica com medicamentos veterinários; já o Exterminador age de modo diferente, se aproximando nu de um clube das mulheres.

    É engraçado o modo como o roteiro trata John: um homem adulto, assustado, enjaulado diante da paranoia herdada de sua mãe, que destruiu por completo sua autoestima e o deixou à mercê da bondade de uma mulher pseudo desconhecida. Qualquer boa intenção em retratar o stress pós-trauma vai por água abaixo diante das cenas repetidas que sequer se aproximam do impacto dos primeiros filmes, bem como a construção  fraca tanto das cenas de ação quanto da figura do vilão.

    Mesmo o action hero parece cansado. Arnold Schwarzenegger aparenta fadiga física e psicológica, enfadado com o gênero de filmes que o tornaria famoso o suficiente para candidatar-se ao cargo de governador da Califórnia. O primeiro momento de leve inspiração de sua personagem se dá aproximadamente aos 40 minutos de filme, quando ele revela que o Dia do Julgamento Final só foi adiado, e não evitado.

    O caixão que o Exterminador usa para conter seu protegido é simbólico ao extremo, por homenagear o fim temporário que teria a franquia, relegada ao esquecimento graças ao fracasso do filme. A partir de 2003, a saga se bifurcaria, sendo levada para um seriado ruim, um spin off e uma continuação tosca, ambos de cabeças pensantes completamente diferentes. Uma esquizofrenia gigante por parte dos produtores, mais confusa que a formação poli mimética do vilão da fita.

    O final dos dois exterminadores é completamente anticlimático, com a corrupção do ethos do herói que antes se redimiu. A brincadeira envolve a necessidade de T-800 em variar de lado, não se esquecendo de suas origens enquanto ativista pró-máquinas, um conceito válido e interessante, mal executado ao extremo.

    Apesar de todos os tropeços ocorridos durante os  quase 105 minutos de filme, o final, fundamentado nos fracos personagens, serve de alento, já que é a prova cabal de que não importa o quanto tente se mudar o destino; o mesmo segue inexorável. A inevitabilidade da destruição humana viria através de sua própria arrogância, mesmo que o argumento usado seja fundamentado no complexo de  Frankenstein. Ainda assim, entrega-se muito pouco do que foi prometido para esta continuação, resultando em um filme pífio, que não provoca entusiasmo em qualquer fã da franquia.

  • Crítica | O Exterminador do Futuro: Gênesis

    Crítica | O Exterminador do Futuro: Gênesis

    o exterminador do futuro - genesis

    Reiniciando a saga, pensada após o abandono de James Cameron a sua obra mais notória, O Exterminador do Futuro: Gênesis se baseia no que deu certo antes, resgatando nostalgicamente o futuro negro onde habitavam John Connor e Kyle Reese, claro, repaginando absolutamente tudo. Os novos intérpretes da dupla são Jason Clarke, como o pretenso salvador do lado humano da guerra, contracenando Jai Courtney, que faz Michael Bien, ainda que não seja tão deslocado quanto o primeiro Reese.

    A narração feita por Courtney serve de alerta para qualquer desavisado: o universo da franquia foi de novo modificado. Um longo tempo é gasto mostrando o modo de operar da resistência, nos anos de escravidão dos humanos. A tomada de poder por parte dos homens é apresentada em detalhes, incrivelmente bem realizados, em termos de cenas de ação, por Alan Taylor, que consegue não reprisar de modo tão tosco os erros de seu Thor: O Mundo Sombrio.

    A problemática do roteiro de Laeta Kalogridis e Patrick Lussier se nota essencialmente quando a trama passa a ocorrer pelos idos de 1984, época do primeiro O Exterminador do Futuro. A ação frenética invade a tela, inclusive fazendo referência ao vilão de O Exterminador do Futuro: O Julgamento Final, mostrando que as linhas temporais estão todas misturadas, fazendo mais uma bagunça com os personagens pensados por Cameron e Gale Anne Hurd.

    A miscelânea de citações inclui desde o terceiro episódio da franquia até os ditos do malfadado seriado The Sarah Connor Chronicles, inclusive com uma cena idêntica a do piloto do seriado, envolvendo uma das muitas viagens temporais do filme, artigo este que se torna banal, de tão comum.

    A apresentação de Arnold Schwarzenegger é interessante, mesmo com a quantidade de clichês que ele profere, repetindo inúmeras vezes a frase de que é apenas “velho, não obsoleto”. Pelo fato de ser um filme de ação, as frases de efeito não são um incômodo, se tornando irrelevantes graças à premissa empolgante, com outras tantas cenas de ação bem orquestradas.

    Há certo subtexto inteligente, além da discussão sobre a necessidade do homem em estar conectado o tempo inteiro – especialmente pela evolução que a Ciberdyne e o método de controle Genesys, um conceito novo na franquia, mas antigo desde os cyberpunks de Gibson. Outro aspecto positivo é a tentativa de multifacetar o Exterminador de Arnold, chamado por Sarah carinhosamente de “Papi”. Mas o entorno não corrobora na mesma qualidade, nem por parte da famosa Emilia Clarke, que exala sensualidade mas carece de talento dramatúrgico.

    O aspecto mais digno de críticas é o fato das viagens no tempo se tornarem comuns, defeito copiado do seriado. Ao final, o reboot se assemelha a um retcon tosco, especialmente na virada que sofre o personagem de Jason Clarke, já tratado como vilão nos trailers, pôsteres e materiais promocionais do filme. Qualquer efeito surpresa e expectativa positiva são encerrados neste ponto. A quantidade exorbitante de coincidências faz inclusive Arnold parecer deslocado em pedaços da trama.

    Apesar do belo grafismo apresentado na fita, há sérios problemas de lógica no argumento final, como o lançamento de T800 com máquinas tão melhores disponíveis, curiosamente reprisando os erros de O Exterminador do Futuro: A Salvação. No final da epopeia, fica o lamento pelas recaídas nos mesmos clichês, além da enfadonha questão de repetir o gancho para novas continuações – previstas até então para se ter mais dois filmes. A direção de Taylor não compromete o produto final, mas também pouco acrescenta, graças a um roteiro atrapalhado. Ao menos, no quesito diversão, a franquia retorna aos bons tempos. Ainda que não seja nada semelhante ao brilhantismo da fase de James Cameron como diretor.

  • Crítica | O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final

    Crítica | O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final

    O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final

    Em geral, as sequências de grandes filmes de ação ou ficção tentam ser maiores e mais espetaculares que o original. Normalmente, isso acaba gerando filmes que, se não são completos desastres, em nenhum momento conseguem se aproximar do original. O espetacular O Exterminador do Futuro 2 é uma das exceções à regra. Orçada em estimados 105 milhões de dólares (filme mais caro da história até True Lies, coincidentemente também dirigido por James Cameron e estrelado por Arnold Schwarzenegger), contra o orçamento de 6,5 milhões de Exterminador do Futuro, a fita consegue unir perfeitamente uma boa história, interpretações inspiradas e efeitos especiais que, mesmo após 24 anos de seu lançamento, mantêm-se atuais e críveis.

    Na trama do filme, a Skynet envia o T-1000, um modelo avançado de exterminador ao ano de 1995 para eliminar John Connor, o líder da resistência humana contra as máquinas no ano de 2029, então com 10 anos. Porém, os humanos conseguem enviar um T-800 reprogramado para protegê-lo. Ainda que pareça simples, a trama vai se desdobrando à medida que o T-800, John Connor e Sarah Connor vão tentando desesperadamente fugir do assassino de metal líquido ao mesmo tempo que partem para impedir o “Dia do Julgamento” e reescrever o futuro.

    O diretor James Cameron mostra sua melhor forma, filmando grandes sequências de ação ao mesmo tempo que vai desenvolvendo bem a trama e as relações entre o trio de protagonistas. É interessante perceber como o filme é montado em pequenos arcos, com cada cena de ação sendo bem preparada antes de ocorrer. O ritmo inicial é alucinante e vai em um crescendo até que o diretor pisa bruscamente no freio para depois ir acelerando até o final da película. O trabalho técnico é irrepreensível. Com o orçamento turbinado pela Pepsi, que em troca do dinheiro investido teve uma exposição monstruosa de seus produtos ao longo do filme, a produção contratou a Industrial Light and Magic para cuidar dos efeitos visuais, o que resultou em um trabalho que não envelheceu nada desde 1991. Ainda que faça grande uso dos efeitos gerados por computador, os efeitos práticos não foram abolidos e foram idealizados por Stan Winston e sua empresa. O falecido mago da maquiagem e sua equipe possivelmente entregaram seu melhor trabalho de todos os tempos, trabalho esse que foi devidamente reconhecido com um Oscar, assim como os efeitos visuais.

    Há também uma mudança de tom em relação ao original. Enquanto o primeiro filme é praticamente todo passado à noite e possui uma fotografia bem escura, provavelmente para esconder as limitações referentes ao orçamento e a outras eventuais falhas, O Exterminador do Futuro 2 é um filme bastante “iluminado”, com grandes sequências ocorrendo durante o dia, principalmente no início da fita, e mesmo quando passa para locais fechados, em nenhum momento assume um tom dark. Podemos inclusive associar essa mudança de tom ao fato da diferença de objetivos de cada filme. Se no primeiro o futuro se pronunciava implacável e imutável, só restando a Sarah Connor sobreviver, nesse segundo surge a possibilidade de alterar e reescrever o futuro, aniquilando a existência da Skynet ainda nos primórdios de seu desenvolvimento.

    O roteiro de William Wisher e do próprio Cameron é bem escrito e acaba por estabelecer algumas discussões profundas, como a relação paterna que acaba surgindo entre o T-800 e John Connor. Nesse âmbito, cabe ressaltar as atuações de Arnold Schwarzenegger e Edward Furlong. O primeiro, ciente das suas limitações dramáticas, usa isso a seu favor e acaba entregando uma excelente interpretação para o papel que nasceu para fazer, pois o ator literalmente se torna uma máquina que vai evoluindo aos poucos para se tornar mais humano. Já o segundo consegue cativar a plateia com sua interpretação para um garoto longe de ser prodígio, mas que é muito inteligente e safo. Linda Hamilton cria com competência uma Sarah Connor amargurada e paranoica que passou anos preparando seu filho para se tornar o líder da resistência. Uma mãe superprotetora, mas que acaba se tornando muito mais um general do que uma figura materna, ainda que preserve resquícios de ternura.  Já Robert Patrick, o T-1000, se estabelece como uma presença constante e um perseguidor implacável, ainda que não tenha o carisma de Arnold quando interpretou a máquina assassina do primeiro filme.

    Clássico instantâneo, assim como a primeira parte, O Exterminador do Futuro 2 é um filme que, apesar de ter sido lançado há quase 25 anos, mantém-se atemporal e eletrizante, mesmo que seja visto pela milésima vez.

  • Crítica | O Exterminador do Futuro

    Crítica | O Exterminador do Futuro

    Lançado no longínquo ano de 1984, O Exterminador do Futuro utiliza uma fórmula simples, mas muito bem executada, para fazer transcorrer a narrativa: um assassino está caçando sua vítima. Na trama, Sarah Connor (Linda Hammilton), uma garçonete comum, é duplamente perseguida por um homem (Michael Biehn) e um ciborgue assassino do futuro (Arnold Schwarzenegger).

    A abertura deixa mais ganchos do que respostas sobre o que estamos vendo naquela Los Angeles do futuro. O filme já começa apresentando o vilão, e logo em seguida o herói. Há pouquíssimos espaços vazios entre uma cena ou outra, e sequer vemos passar as quase duas horas de duração com alguma cena monótona.

    O trunfo do roteiro do diretor James Cameron ao aplicar nessa mesma fórmula de assassino à solta e um escopo de viagem no tempo é dar poucas explicações sobre que ocorre no futuro, mostrando migalhas em boas elipses entre algumas cenas. Tudo para exatamente manter o foco de que manter Sarah viva no passado é muito mais importante do que saber o que aquele futuro traz.

    Acompanhamos no início do filme três núcleos de personagens que vão se encontrar futuramente. Existem detalhes narrativos para contextualizar onde cada peça se encaixa no roteiro. A sensação de terror que o Ciborgue poderia nos trazer é em parte arranhada pelo sotaque carregado do Schwarzenegger, mas que compensa muito bem intimidando fisicamente, com a câmera fazendo questão de mostrar que o vilão é infinitamente superior ao herói, como deve ser.  Talvez o elemento que mais tire a tensão a todo o momento é a trilha sonora sintetizada, que parece ter sido feita toda em MIDI.

    Sarah se passa por vítima, como qualquer pessoa comum se sentiria ao ser caçada, mas conforme Kyle vai contando sobre o futuro, e dando seu parecer sobre o que ela representa, existe um crescimento na construção da personagem, que passa a lutar pela própria sobrevivência e a do seu filho prometido, que algum dia irá salvar a humanidade. Linda Hammilton consegue encarnar as duas facetas naturalmente, fazendo de fato parecer que houve ali uma tomada de decisão para a mudança quando tudo parece já estar acabado.

    É realmente intimidadora a forma como o ciborgue, já sem sua carapaça humana, é apresentado. O alto número de cenas de ação também serve para justificar a degradação do seu corpo, para finalmente, na cena final, ressurgir das chamas para matar. E, a despeito de o vermos muito pouco, é o suficiente pelo filme inteiro.

    Apesar de já ter visto mais de uma vez o segundo filme da franquia, nunca havia assistido o primeiro. Tal qual um Exterminador, voltei no tempo hoje e vi pela primeira vez o início de uma das franquias mais populares de ficção científica que pouco envelheceu em qualidade, e ainda nos traz um belo registro visual do que eram as roupas e penteados nos EUA dos anos 1980, que certamente deixam saudade.

    Texto de autoria de Halan Everson.

  • Entrevista | Arnold Schwarzenegger

    Entrevista | Arnold Schwarzenegger

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    O astro de cinema Arnold Schwarzenegger participou de uma entrevista coletiva no Rio de Janeiro, no Copacabana Palace, para divulgação de seu novo filme O Exterminador do Futuro: Gênesis. Diante das perguntas dos jornalistas, periodistas e críticos de cinema brasileiro, esbanjando simpatia e verborragia, o ex-governador da Califórnia falou sobre política, sucessão de atores de filmes de ação e suas continuações, e discutiu a musculação na meia-idade como forma de se manter ativo.

    Como foi trabalhar com uma nova Sarah Connor, vivida por Emilia Clarke?

    Emilia Clarke faz os homens babarem, não só por sua beleza estonteante, mas também por seu talento. O sucesso em Game of Thrones a credenciou para participar da franquia, mas seus esforços foram muito além da simples fama. A sua predileção em meio ao treinamento físico revelava um esmero enorme, especialmente nas cenas com pesos e armas, onde sua evolução era vista gradativamente, apesar das dificuldades. Acho-a uma excelente escolha para o papel, respeito-a enquanto artista.

    Como é agir como herói de ação com 67 anos?

    Bom, como disse anteriormente, não me sinto obsoleto. Meu personagem é especial, e o roteiro me apoia nisto. A máquina só envelhece na casca, feita de tecido que emula a humanidade. Por ser uma máquina de matar perfeita, é preciso que eu faça ginástica todos os dias. Tive de engordar cinco quilos para igualar ao meu peso de 1984. Mas a maior novidade é a missão invertida daquela vista no primeiro filme de James Cameron, onde deixo de ajudar as máquinas para juntar as forças com a humanidade.

    No processo de espera, o que faz o Exterminador?

    O papel de T-800 é mais sutil: se infiltra, age como humano e tenta aprender a sorrir, como ocorreu no O Exterminador do Futuro 2. A gargalhada se assemelha a de um cavalo de tão caricata, mas vai evoluindo com o tempo. O Exterminador passa a se compadecer dos humanos, evoluindo com eles, e grande parte desse estimulo vem da música de Hans Zimmer.

    Como é reencontrar o personagem?

    Não foi difícil,  é como andar de esqui após o verão acabar, você não esquece. Eu também não esqueço como fazer o personagem que me fez famoso. O mais difícil era gravar cenas de disparos, um trabalho árduo, já que eu não poderia piscar, porque uma máquina não piscaria,  e sequer se assustaria com o barulho.

    Como trata a tecnologia na sua vida pessoal?

    Em primeiro lugar, em 84 não se imaginava fora da fantasia uma disputa entre homem e máquina. E hoje, finalmente, isso ocorre e levamos a pior. Não consigo ganhar uma partida de xadrez do meu iPad. A realidade das máquinas convivendo com a humanidade é presente e mais próxima do que se viu nos roteiros de Cameron, um visionário.

    Depois de voltar com Conan e com a continuação de Irmãos Gêmeos, levando em conta a falta de tempo, você pretende voltar à política?

    É uma honra voltar [o astro diz sua famosa frase “I’ll be back”, arrancando gargalhadas da plateia]. Conan foi um filme expositivo, fico lisonjeado por poder retornar à franquia. Estou verdadeiramente agradecido com a enorme confiança em mim. Trigêmeos (anunciada continuação de Irmãos Gêmeos) será engraçadíssimo, até por causa da mistura. Pelo grande número de projetos me dedico ao trabalho de ator, inclusive em matéria de manter a forma.  Já ouvi muitos nãos desde os tempos de fisiculturismo na Áustria, até mesmo pela falta de tradição do país. Me deixaram com medo, mas superei. Diziam que eu jamais seria o ator principal e tentavam me alertar dizendo “olha o seu sotaque, olha o tamanho do seu nome”. Não levei isso em conta, usei isso pra me fortalecer. É importante não dar atenção às negativas. Se o homem tem um sonho, ele deve persegui-lo.

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    Ao final, o ator declarou amar o Rio de Janeiro, revelando que fez questão de passar pela cidade para falar sobre seu novo projeto, já que é íntimo da cidade carioca desde os anos 1970. Descontraído e desenvolto, Schwarzenegger fez revelações interessantes, como os bastidores das gravações de O Exterminador do Futuro original:

    “Tá vendo aquele carro, com explosivos? Vou te filmar – dizia James Cameron a ele – no momento que você bater, vai explodir, dai você liga o carro. No meio do tráfego de Hollywood Boulevard. Eu ia, começava a andar como Terminator e todos me olhavam esquisito. Eu entrei no carro para dirigi-lo. Não tinha licença nem para filmar nas ruas que usávamos de locações. Eram outros tempos.”

    Arnold ainda fala sobre a política do Brasil: diz que se fosse governador no país iria buscar conciliação, o melhor para o bem estar geral. Não se dedicar ao partido, mas sim, ao povo, já que enquanto executivo eleito dizia ser odiado por conquistar o amor do povo californiano. Após elogiar a organização da Copa do Mundo e afirmar que acredita estar vindo outro espetáculo nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, Schwarzenegger declarou novamente seu apreço pelo país, a despeito de uma polêmica sobre turismo sexual no Brasil alguns anos atrás. É visível o amadurecimento do Terminator após uma extensa carreira de ator, ex-fisiculturista e ex-político.

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