Crítica | Barão Vermelho: Por Que A Gente é Assim?
Trabalho de Mini Kerti, Barão Vermelho: Por Que A Gente é Assim? começa com a discussão entre os integrantes iniciais, especialmente Guto Goffi (bateria) e Maurício Barros (teclados), sobre a formação inicial do que seria o Barão Vermelho. Logo, encontrariam o nerd Roberto Frejat (guitarra) e o baixista Dé Palmeira. Para formar o quinteto, faltava uma voz, e depois da recusa de Léo Jaime, que achava o som deles muito alto, surgiu a possibilidade do rapaz de voz doce, Cazuza, sujeito bon vivant e garoto Zona Sul que tinha um estilo próprio e um estilo de vida bastante diferente dos demais músicos da banda.
No início, Frejat destaca que com a entrada de Cazuza os outros rapazes tiveram uma malandragem adquirida quase automaticamente. É curioso notar as falas de Lucinha Araújo, mãe do cantor, destacando a amizade entre o vocalista e o guitarrista, diferentes aos olhos dela, já que Roberto parecia ser um rapaz bastante regrado, diferente de Cazuza. Não demora ao documentário apresentar a parceria fundamental para que o grupo fizesse sucesso, apresentando a persona de Ezequiel Neves, o Zeca, produtor e co-compositor de vários sucessos da banda, homem extremamente engraçado, mentiroso e carismático.
Para os integrantes do conjunto, dois eventos foram fundamentais, sendo o primeiro deles o dia em que foram presos, o que alavancou a popularidade da banda, e claro, o show histórico no Rock in Rio, em 1985. Cazuza era como um carro desgovernado. A cisão de Barão e Cazuza foi muito bem exemplificada nas entrevistas comandadas por Kerti, mostrando quem ficou do lado da banda, mostrando também a disputa de Maurício e Frejat pelo posto de vocalista e frontman.
Os percalços deles eram enormes, primeiro pelo fato de ter que remanejar tudo, depois por tornarem os caminhos difíceis, visto que a gravadora priorizava Cazuza, coisa que não vinha evidentemente do cantor. O Barão se reinventou, pegou letras póstumas de Júlio Barroso, parcerias com Renato Russo, e foi Ezequiel que ajudou a se fazer as pazes entre o cantor e Frejat que voltaram a compor juntos, apesar da divisão da banda.
Apesar de soar reverencial demais – e por vezes chapa branca – a escalada que o documentário faz passando pelas diversas fases do conjunto, somente citando o que seria o futuro deles após a saída recente de Frejat. Por Que A Gente é Assim? funciona como uma análise pouco contundente da biografia do Barão Vermelho, mas ao menos é uma boa porta de entrada para quem não conhece o legado do grupo de Dé, Cazuza, Frejat, Guto e Maurício.
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