O governo de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos é envolto em muitas polêmicas, não só de pregação de intolerância com minorias e grupos tradicionalmente excluídos, mas também com uma negação da ciência em diversos pontos. Em um tweet, o presidente norte-americano tinha dito que viria uma nova “força” governamental, em breve, a Space Force, e a ideia de Greg Daniels (de The Office, Upload e Parks and Recreation) seria explorar essa possibilidade.
A primeira temporada da série começa imediatamente com a promoção do general Mark Naird (Steve Carrell) ao comando da Força Espacial. Já no episódio piloto é mostrado um pouco de sua personalidade e suas trapalhadas, mas não exatamente como seu personagem Michael Scott, em The Office. Apesar de Mark ser apresentado dessa forma, ele ainda possui uma capacidade de liderança razoável e consegue demonstrar bastante bom senso, diferente de Scott.
Grande parte da problemática da série mora exatamente nas expectativas, pois o seriado foi vendido como uma comédia rasgada e muito similar a The Office. Existem muitos elementos de humor, mas também muito drama e crítica social, fator esse que esbarra também em outro problema, a completa falta de acidez nos roteiros.
Há muitas piadas fracas, e uma insistência nelas, como a gag cômica do gabinete de Mark estar sempre ocupado por um visitante não anunciado. O fato de Daniels já ter experiência com séries, e de ter tido inícios ruins como foi em The Office e Parks & Recreation faz ter esperança de que a série cresça nas temporadas seguintes.
Assim como é difícil explicar a funcionalidade da Força Espacial, é difícil também explicar se o intuito do programa é fazer rir ou não. Lisa Kudrow tem algumas das melhores piadas, e ela sequer aparece em todos os episódios. Se gasta tempo demais criando casais sem química alguma, formando relacionamentos entre pessoas que ninguém se importa, resultando num tolo e fútil esforço.
Space Force tem dificuldade em encontrar sua própria identidade, e termina com um gancho bastante inoportuno, basicamente para ativar no espectador uma curiosidade que não conseguiu ser criada de maneira espontânea ao longo de toda a temporada. A expectativa minimamente positiva que fica é que se invista mais no desenvolvimento dos personagens, e que eles criem química naturalmente com o tempo, como ocorreu nas outras séries do criador.