A DC Animated Universe tem realizado um bom trabalho em animações direcionadas para o home vídeo. Realizam com consciência as adaptações de suas tramas e sempre optam por histórias fechadas que funcionem de maneira a entregar um bom filme sem que o espectador tenha que ser leitor das revistas em quadrinhos.
Recentemente, a editora tem investido em histórias clássicas, definidoras dentro do universo da personagem. A ideia é positiva, porém um tanto perigosa. Conhecemos tais histórias clássicas pela composição de narrativa e desenho. Uma adaptação pode ser um risco se muda os traços da história ou tenta amenizar o texto original.
Em Batman: Ano Um os traços de David Mazzucchelli e cores de Richmond Lewis são emulados para que a adaptação tenha semelhanças com a versão original. A composição escura e um tanto assustadora se perde por causa da formatação. Há cenas retiradas com perfeição do gibi, outras estilizadas em exagero, resultando em um pequeno desequilíbrio.
Mesmo com a pouca metragem, o ritmo não é tão frenético quanto no original, que abrange um longo espaço de tempo em cenas curtas, apresentando a evolução de Batman em sua jornada inicial de herói e Gordon reconhecendo a corrupção de Gotham. A tentativa de não perder o formato criado por Frank Miller retira a pouca liberdade que a animação poderia ter, escondendo tanto o herói que a história mais parece apenas o ano um de Gordon, e não o ínicio da longeva parceria dos amigos.
A transposição da história para as telas, como aconteceu com o também clássico O Cavaleiro das Trevas, tira parte de sua identidade e não consegue uma nova à altura. Os desenhos bem compostos, com estilo cinematográfico, são bonitos por si, mas parecem destoar do elemento original e não apresentar uma das melhores histórias do morcego à altura.
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