Você não precisa ser nenhum profundo conhecedor de animação japonesa para conhecer esse desenho. Dragon Ball é um dos animes mais famosos do mundo tanto no oriente quanto no ocidente e seus personagens são reconhecidos dentro da cultura pop com uma facilidade incrível. Durante o início dos anos 2000, os personagens do desenho criado por Akira Toryiama eram uma verdadeira febre entre as crianças brasileiras e as aventuras de Goku e seus amigos permanecem até hoje na minha memória e na de outras milhares de pessoas da minha geração. Dragon Ball, sua fase “Z” e até mesmo a controversa série “GT” animaram as manhãs de crianças (e de alguns adultos) durante quase uma década no Brasil mas, feliz ou infelizmente, chegou ao final.
Por se tratar de um produto deveras lucrativo e com uma legião de fãs gigantesca, o desenvolvimento de OVAS e longas-metragens nunca ficou completamente estagnado. A notícia de que, em 2013, Goku e seus amigos voltariam às telas de cinema em uma aventura inédita fez muitos fãs aguardarem ansiosos e implorarem à distribuidora para que uma cópia do filme fosse exibida em suas cidades. O filme de animação japonesa mais esperado do ano finalmente chegou ao Brasil, quase seis meses depois do tremendo barulho que fez nos cinemas japoneses, e minha expectativa quanto ao filme finalmente foi posta à prova mas, adivinhem só, mais uma vez ela não foi correspondida. E não foi pouco.
Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses acontece entre os eventos de DBZ e DBGT. Nele, o Deus da destruição, Bills, acorda depois de 30 anos de descanso e busca um adversário à altura de seu poder. Durante seu sono, Bills sonha com um novo deus que pudesse bater de frente com o seu próprio nível de poder: o Deus Super Sayajin. Quando descobre que Freeza destruiu o planeta Vegeta e que quase todos os sayajins do universo foram exterminados, Bills decide encarar o assassino de Freeza em uma batalha um contra um. Certo de que um dos sayajins restantes já deveria ter despertado o poder supremo da raça, o Deus-cachorro parte em uma viagem pelo universo checando todos os guerreiros em busca do suposto Deus Super Sayajin. Na Terra, Bills finalmente se encontra com seu adversário e promete destruir o planeta caso vença a batalha contra ele. Mais uma vez, Goku deve despertar o poder supremo dos sayajins e vencer Bills para proteger a Terra e todos os seus habitantes.
A ideia central contida nessa sinopse não é ruim, e não foi isso que me incomodou. Que conste, nessa crítica, que um fã de DBZ como eu nunca esperaria mais do que um adversário muito mais forte que o anterior impulsionando o poder do personagem principal ainda mais. Há muito tempo, o clássico “mais de oito mil!”, que Vegeta profere ao medir o poder de Goku no início da série Z, ficou para trás. Ao longo de toda a série animada, a estrutura do roteiro se repetia incansavelmente e era comprada por nós com muita facilidade. À medida que o nível dos inimigos de Goku ia subindo, o próprio sayajin ia adquirindo novas transformações que sempre o faziam superar os desafios. Isso tudo era manjado, mas nunca chegou a contar como um ponto negativo porque era muito benfeito. Este último longa de Dragon Ball é preguiçoso, mal construído e envergonha o cânone das séries em vários pontos.
O antagonista de Goku, Bills, é um personagem raso e completamente imbecilóide. Não que o Majin Boo, vilão do último (<polêmica> e melhor </polêmica>) arco da série Z, tenha sido um personagem cheio de motivações, críticas e pensamentos, mas o vilão deste novo filme não representa absolutamente nada. Nem me incomodou o fato de ele ser desenhado como um gato bípede da raça Sphynx. O que irrita é sua posição na trama: uma entidade cósmica que destrói planetas e extermina civilizações sem nenhum critério, temido por todos os outros deuses sem qualquer explicação e sem nenhuma motivação real para fazer o que faz da forma que o faz. Serve apenas como uma forma fácil demais de trazer Goku de volta à ativa, mas que, na prática, acaba não demonstrando nem 1% da ameaça anunciada por todos os outros personagens do roteiro.
E por falar em outros personagens do roteiro, com exceção de uma cena de luta do Vegeta (que não dura mais do que 1 minuto do filme), nenhum deles serve para mais do que um alívio cômico de baixa qualidade. No final, suas aparições se limitam a ocupar o tempo de filme com piadas de humor imbecilóide em sequências de comédia que tentam te fazer gargalhar o tempo todo, mas, pela qualidade dos diálogos e ações descritas no roteiro, conseguem apenas arrancar um ou dois sorrisinhos forçados. O filme poderia muito bem remover todos os personagens secundários que não têm absolutamente nenhuma utilidade na trama e deixar apenas Goku e Bills em um embate de 90 minutos pelo destino do universo, o que talvez atingisse um resultado melhor. É difícil de acreditar que personagens tão bem utilizados nas séries regulares tenham sido reduzidos a um alivio cômico que, de tão vergonha alheia, me entristeceu de uma forma que não achei que fosse possível.
Como eu já citei nesse texto, Dragon Ball sempre foi sobre um alienígena que aumenta cada vez mais os seus poderes para salvar o planeta de inimigos cada vez mais fortes. Quando achávamos que a série já tinha atingido o ápice de sua escala de poder, decidem comparar Goku a um Deus. A ideia, a princípio, me deixou muito empolgado. Uma transformação de Super Sayajin Deus deveria ser uma coisa de parar o universo, mas nesse ponto o filme desanima também. Uma resolução fácil muito (MUITO MESMO) ridícula é utilizada para deixar o personagem principal em uma situação de igualdade com seu antagonista. O cuidado com esses minutos finais do filmes é tão podre e o design do famigerado Super Sayajin Deus é tão porco, que você sente pela representação em tela que o Deus Goku é ainda mais fraco que o Goku Sayajin. O que vem após a transformação ridícula é uma batalha entre os dois personagens principais que é animada numa sobreposição mal feita de animação tradicional e um cenário feito em CG que regride bastante em relação à batalha Boo X Gogeta, por exemplo. A transição dos cenários é feita também de uma forma porca, e a luta não empolga nem quando Goku ataca Bills com seu tradicional Kamehameha (algo que, na versão DEUS deveria ter sido muito mais massavéio).
Um desserviço à série original, DBZ: A Batalha dos Deuses falha em praticamente todos os quesitos técnicos, tem um roteiro extremamente mal feito, cheio de remendos que emburrecem os fãs da série, e não cumpre seu único propósito: me mostrar que a evolução do poder do personagem principal não tem limites. A batalha de Bills contra Goku não se mostrou mais impressionante que o primeiro embate de Goku com Vegeta, por exemplo, que é uma das primeiras lutas da série animada. O roteiro recheado de humor nonsense de baixa qualidade trai tudo o que a série construiu para cada um dos personagens secundários durante os anos que ficou no ar.
Tava indo bem, coerente e com bons argumentos, até dizer que a melhor saga é a do Madinbu (como a Globo escrevia). PORRA, Aoshi! Você ERRA e erra PRA CARALHO! Não só a saga do Freeza é indiscutivelmente e indubitavelmente a melhor de todas, todas, TODAS (pra qualquer um que tenha, no mínimo, meio neurônio funcionando), como vc tá se contradizendo. A saga Boo foi o ponto de ruptura, onde o Toryama achou que seria legal abandonar a seriedade/dramaticidade pra qual a história tinha evoluído, com inimigos EVIL e batalhas epicas, e regredir, REGREDIR para os primórdios de Dragon Ball, onde o humor bem non sense e infantil era até mais importante que a ação. Naturalmente que não funcionou, com os personagens ficando mais palhaços e meio que esquecendo que sabiam lutar FUDEROSAMENTE (as lutas ficam bem mais contidas). Vc chegar num ponto de grandiosidade e fodacidade e depois querer voltar, idéia mais idiota impossível. Depois veio o GT, que não foi nada mais que a escalada da tendência iniciada na saga Boo, culminando nesse A Batalha dos Deuses, que escancara o quão ridículo esse direcionamento fica aplicado NESSE MOMENTO DA HISTÓRIA, COM OS PERSONAGENS NESSE NÍVEL DE PODER E TENDO PASSADO POR TUDO QUE PASSARAM ANTES. Querem fazer historinhas engraçadinhas, que situem então na fase inicial de DB, com o Goku criança.
Voto com o relator.
Melhor saga é a do Freeza;
Cell é mais ou menos
Majin Bu é uma droga
Dragon Ball Z poderia ter parado na saga do Freeza
Muito bom o texto, Aoshi. Eu não achei o filme tão ruim, achei divertido mas a sensação de precisamos acabar com a história no final deu um corte abrupto na trama.
Só para constar, este longa foi feito como o inicio de uma nova fase para substituir GT. GT não foi feito pelo Toriyama – porque ele não queria fazer Dragon Ball, por isso o nome Z – e muitos fãs tem raiva da série. Sabe lá o que fez o cara mudar de ideia, e ele resolveu criar o longa.
Eu podia jurar que eles tinham obrigado o Toriyama a escrever o GT, como fizeram com a saga do Buu… ^_^
Ah, sim. A saga de Freeza foi boa porque estava nos planos de Toriyama. A saga Cell foi um pouco pior porque insistiram que ele a fizesse. Já a saga Majin Buu foi feito na obrigação e na má vontade, pelo dinheiro mesmo. Era para ser só do Gohan, e quando os fãs reclamaram, ele trouxe o Majin Buu e o Goku de volta. Depois disso, nem o dinheiro o fez mudar de ideia.
Por fim, Toriyama é um autor de comédia japonesa que fez uma serie de ação para ganhar dinheiro e ficar famoso. Por isso que Dragon Ball tem essas cenas de humor – japonês, que muitas vezes não entendemos. Mas, já assistiu o episódio do Goku aprendendo a dirigir? Hilário.
Deixando a minha opinião sobre o assunto:
Eu gosto da Saga do Buu mais do que gosto da do Cell. Acho que mesmo mesmo lá ele tem momentos interessantes como, por exemplo, quando o bichinho fica de boa e um filho da puta vai lá matar o cachorro dele, o que desencadeia a penúltima transformação dele e traz o Buu malvado devolta.
A saga do Buu tem uma boa quantidade de batalhas, nível de fodulência muito maneiro e algumas tiradas muito boas (com o Gotenks, por exemplo…). Pra mim, é a melhor fase da série Z.
Sobre o filme, que aparentemente ninguém comentou porra nenhuma:
O que me deixou muito triste não é o humor nonsense (ele está, como o Rafael colocou muito bem, presente na série regular também). O descaso com os personagens secundários e, principalmente, a luta final NADA EMPOLGANTE foram as coisas que mais decepcionaram. Dragon Ball é sobre pancarias e poderzinhos, mas isso faltou no filme. A questão sobre o post não é se o Buu é melhor que o Cell ou se o Frezza é o melhor inimigo da série, isso foi só uma polemiquinha pra puxar comentários. A questão é o filme. Ele não apresentou fodulencia suficiente, o que mostra que realmente o que se tinha para tirar de bom dos personagens já foi tirado.
Se alguém viu o filme e quiser discutir essas coisas, beleza, mas a minha opinião não muda: no quesito batalhas e tiradinhas cômicas, a última saga da série Z é a melhor!
Ja ne!
Só lembrando que esse filme não tem roteiro do Akira Toryiama (o guião é de Yûsuke Watanabe). Já tiveram mil outros filmes, ovas e o caralho a 4 de DBZ, um pior que o outro, e o público brasileiro parece não comprar de jeito nenhum…
Verei, depois discutimos ele Yoshi, mas pelo visto, é uma bomba mesmo!
Enfim, resumindo toda essa bagaça aí. O filme foi feito apenas com o intuito de ser mais um projeto caça-níquel, nada mais. O problema é o pessoal tentar encontrar seriedade em coisa que não tem mais e nem teria. Apreciem o filme como se fosse Sessão da Tarde ou larguem a mão. É difícil perceberem que a série Dragon Ball já foi finalizado? Que o que vem depois é apenas para sugar o dinheiro do bolso de vocês? Que se contentem com o final da série Z com a derrota do Majin Boo, ou a seriedade da Saga Freeza ou que fiquem com a deprimente saga GT.
Ainda não assisti esse filme mas se eu for assistir, com certeza irei desligar a minha massa encefálica e irei curtir mais um episódio de Goku e sua família do jeito que deve ser feito, apenas como um mero entretenimento de fim de semana. Sem mais.
Maneiro Angelo, q vc pense desse jeito, encarar como mais uma merda produzida com os personagens do Toryiama é o melhor mesmo a ser feito, no entanto, o filme foi lançado nos cinemas daqui, a forma como vc vai consumir é diferente, vc provavelmente vai baixar e ver em casa, é outra expectativa.
Há um clamor enorme para q esses filmes venham para a tela grande do Brasil, e quando são escolhidos pra isso tornam-se uma decepção para o público…alguma coisa está muito errada.
Sim entendo Filipe Pereira, boa parte do público que esperava ver o filme nas telas do cinema eram fãs já consagrados e que esperavam por algo a mais. Mas temos que levar em consideração também o público mirim que nunca teve contato com esse tipo de entretenimento antes. Acredito que o filme teve como propostas apenas recordar a velha nostalgia dos tempos em que nós assistíamos Dragon Ball através da TV Plim Plim e para que haja novos consumidores, que no caso seriam as crianças. E temos também o fator caça-níquel que já havia mencionado antes.
Enfim, não vou me ater a prolongar muito a discussão pois o que já foi feito, já foi feito. Não há volta e não adianta ficar se lamentando. Ou encare o filme como uma mera Sessão da Tarde ou largue a mão. Decepções sempre irão surgir e para isso que existe alternativas.
QUE VENHA NOVA SAGA DE DRAGON BALL Z.
Esta ruim mesmo… comparado as melhors sagas é claro
O problema sao as lutas mesmo… e o vilao que de repente, era conhecido, mas nunca tinha sido mencionado.
O que um bom filme , gráficos e personagens está ótimo, melhor do que qualquer outro filme . É divertido e muito divertido.