Tag: Akira Toriyama

  • Review | Dragon Quest XI

    Review | Dragon Quest XI

    Dragon Quest tem marcado presença forte ultimamente. Nos últimos anos, diversos títulos spin-offs foram lançados e bem recebidos. Neste caso, estamos falando das séries estilo Minecraft, Dragon Quest Builders, e dos títulos em estilo musou Dragon Quest Heroes (confira os nossos reviews do primeiro e segundo jogos). Em meio aos spin-offs, finalmente a Square-Enix lançou um novo título da franquia principal: Dragon Quest XI. E desde o início, tiveram uma decisão interessante.

    O jogo foi produzido no estilo de Dragon Quest VIII, tanto visual quanto de jogabilidade, e foi lançado para o Playstation 4 em 2017 no Japão. Também foi produzida uma versão de Nintendo 3DS, com gráficos mais simples. A versão portátil conta com dois estilos gráficos simultâneos: o 3D, em estilo “cabeçudinho”, e 2D, remetendo aos primeiros jogos da franquia, cada um em uma tela do console. Um ano depois, apenas a versão do Playstation 4 foi lançada no ocidente, também disponível no PC. Portanto, este review é voltado para a versão de PS4 e PC.

    Sabemos que Dragon Quest não costuma se destacar por histórias complexas e elaboradas, apesar de sobrar carisma e atmosfera de grande aventura. Porém, este jogo conseguiu fazer uma trama com momentos que esbanjam drama e maturidade, o que pode surpreender os fãs da franquia. Iniciamos a jornada controlando apenas o herói, e ao longo da aventura, novos amigos se juntam ao grupo, claro. Cada personagem já possui uma classe definida, cabendo ao jogador decidir qual formação é melhor em cada situação.

    O sistema de batalhas continua basicamente o mesmo, mas com uma sutil novidade: agora é possível se movimentar na tela de batalha. No início parece interessante, mas com poucos minutos percebemos que é um elemento inútil, então acabei voltando para o formato clássico. Existe um sistema parecido com a Tension de DQVIII, onde é possível desferir ataques e habilidades potentes, inclusive com a ajuda dos outros integrantes do grupo.

    Outra novidade (quase) inútil é o pulo. Não fez mal, mas também não acrescentou muita coisa ao jogo. Só vale destacar que é o primeiro título da série principal com pulo.

    Um dos maiores acertos foi eliminar as batalhas aleatórias. Ao andar pelo mundo, é possível visualizar o inimigo, que correrá atrás de você caso se aproxime muito. Este elemento, inclusive, foi implementado no remake de DQVIII para o 3DS, apesar de já existir em jogos anteriores da franquia, como Dragon Quest Joker do Nintendo DS. Eliminar as batalhas aleatórias permite ao jogador escolher o momento de batalhar e o momento de simplesmente explorar o mundo. E, comparando aos outros títulos da franquia (inclusive ao DQVIII do 3DS), Dragon Quest XI não possui um grinding tão forçado. Ao longo das 60 horas até o último chefe, não foi necessário parar muitas vezes pra subir o nível dos personagens.

    Prepare-se para uma longa jornada em um mundo gigantesco. A sensação de grandiosidade e aventura épica está ainda maior que DQVIII. Sem dúvidas, Dragon Quest XI é o melhor título da franquia e uma maravilhosa porta de entrada para quem quer conhecê-la. Um JRPG nos moldes clássicos, mas que eliminou diversos elementos enfadonhos.

  • Crítica | Dragon Quest: Your Story

    Crítica | Dragon Quest: Your Story

    Em termos de história, Dragon Quest V é um dos jogos mais elogiados da franquia. Enquanto que seu antecessor, Dragon Quest IV, trazia vários núcleos de personagens que se encontram, no V a história se desenvolve ao longo das gerações de uma família. Outro diferencial foi trazer os monstros para seu lado da batalha. Feito o mini review do jogo, vamos ao filme.

    O longa de animação faz uma adaptação interessante da história em pouco mais de 100 minutos. Optaram pela arte em 3D, seguindo a linha visual dos jogos VIII e XI. Apesar disso, os traços possuem alguns detalhes diferentes do estilo consagrado de Akira Toriyama, o que não chega a ser um problema.

    A história começa de uma forma bem inusitada e interessante: o protagonista é filho de um grande herói, mas uma tragédia faz com que ele se torne um escravo do vilão por anos. É claro que nosso protagonista conseguirá escapar (mesmo demorando anos, o que é deveras interessante), e entrará em uma grande jornada para derrotar o maligno vilão. Mais Dragon Quest que isso, impossível.

    É claro que um jogo com dezenas de horas não poderá ser condensado em 100 minutos de filme, então sim, a história é bem corrida e sem grandes detalhes. Infelizmente alguns momentos dramáticos e fortes, como o próprio início, perdem um pouco do impacto devido ao escasso tempo de tela.

    O grande barato desta história é mostrar o enorme lapso temporal. Acompanhamos o protagonista desde o nascimento, inclusive é mostrada a cena do jogo original, o que a princípio parece apenas um fan service. A narrativa atravessa muitos e muitos anos, literalmente mostrando as gerações futuras de nosso herói. Isso traz um tom ainda mais épico à jornada, fazendo-a grandiosa.

    Não espere um filme extremamente profundo, complexo e sem clichês. É Dragon Quest, ora bolas!  É claro que existem momentos inusitados, mas o cerne é a típica aventura do herói contra o grande vilão. Todos os elementos carismáticos da franquia estão aqui: os monstros criados por Toriyama, as memoráveis músicas de Koichi Sugiyama, os sons corriqueiros das magias e os personagens mais importantes do jogo. O ritmo é muito bom, não há muito espaço para enrolações, e os 100 minutos passarão muito rápido. A grande sacada foi a mensagem final do filme, que é bem inusitada, mas acaba trazendo uma reflexão interessante para todos nós. Se eu falar mais do que isso, vou acabar estragando a surpresa. Não é algo transcendental que mudará a sua vida, ok? Então pode baixar as expectativas para não se frustrar.

    Não é necessário jogar Dragon Quest V para aproveitar este filme, mas talvez te anime para conhecer os jogos. A dublagem brasileira é razoável.

  • Os Filmes (e OVAs de) Dragon Ball Z – Parte 3

    Os Filmes (e OVAs de) Dragon Ball Z – Parte 3

    Finalizando nosso especial sobre os filmes, OVAs e afins de Dragon Ball Z (leia a Parte 1 e Parte 2 aqui), retomamos nosso artigo, falando de forma cronológica, levando em consideração a data que os filmes foram lançados oficialmente.

    Broly: O Retorno do Guerreiro Lendário

    Lançado em Março de 1994, Doragon Bōru Zetto: Kiken na Futari! Sūpā Senshi wa Nemurenai é o primeiro filme em que Gohan já é adulto, e o primeiro em que o pequeno Goten também luta. Apesar de contradizer a saga Boo, ele se passaria durante ela, e começa com Videl, Goten e  Trunks indo atrás das esferas, já que a moça queria ver o dragão Shenlong, mesmo que isso não seja motivo bom o suficiente para gastar um ano de desejos além da busca que isso envolve.

    Broly caiu na Terra depois de vagar pelo espaço como moribundo e acorda de uma hibernação, com o choro de Goten. Daí o vilão, que antes não era páreo para Piccolo, Vegeta e Goku se ocupa de lutar com duas crianças, basicamente porque o precário roteiro decide assim. O filme, dirigido por Shigeyasu Yamauchi só começa a melhorar próximo do final, quando Gohan intervém e tenta deter o antagonista. Até certo ponto a luta é acirrada, mas não empolga durante muito tempo. O final mostra Goku fantasma e seus filhos atacando em um triplo Kame-hame-ha, e o narrador não sabe precisar como isso ocorreu, se foi realmente o espectro dele, se foi uma interferência ex machina das esferas, com um desejo inconsciente dos filhos de Goku. O fim é tão anti climático quanto o restante do especial.

    O Combate Final Bio Broly

    O  filme começa com um clichê que ainda tinha sido pouco utilizado na obra de Akira Toriyama, que é a clonagem. Doragon Bōru Zetto: Sūpā Senshi Gekiha!! Katsu No wa Ore da mostra um novo vilão, chamado Lord Jaguar, que quer vencer Mr. Satan, lembrando outro filme O Homem Mais Forte do Mundo, onde o objetivo era vencer Kame. Jaguar manda o Doutor Collie coletar amostras de homens poderosos, e um deles é o sangue de Broly, que dá origem a um clone: Bio Broly. O filme de Yochiro Ueda é como uma refeição requentada. Seu plot inicial mostra numero 18 indo atrás de Satan cobrar sua dívida, junto a Kuririn – que na saga Boo deveria estar petrificado – e também com os jovens Goten e Trunks, por motivos mal explicados.

    O farsante Satan recebe um convite de seu antigo rival e vai até uma ilha isolada para enfrentar os bio soldados desse inimigo. Ali aparece Bio Broly, um ser verde que imita o saiyajin mas é bem menor forte do que o mesmo. Ele enfrenta os garotos e Kuririn, e perde de uma infantil, ao perceber que a água salgada do oceano o faz enfraquecer. O filme poderia até se encaixar na cronologia do anime após a batalha contra o demônio cor de rosa, mesmo se ignorar o fato de que os menino não fazem a fusão, mas perto de acabar o filme Goku é mostrado morto, no Outro Mundo, sabendo que Broly atacou de novo. Esse desfecho é simbolico, porque resume bem toda a trama desse especial, algo banal e desnecessário.

    O Renascimento da Fusão

    De Shigeyasu Yamauchi, em 1995, Doragon Bōru Zetto Fukkatsu no Fyūjon!! Gokū to Bejīta começa mostrando uma luta de Goku no além, logo depois um fluxo enorme de almas vão a entrada que Enma Daioh guarda. Um ogro se descuida com a máquina de lavar almas, sai de lá, Janemba, um lutador amarelado, enorme e poderoso, mas de mentalidade infantil, que faz essa dimensão se tornar em algo estranho, cheio e perolas coloridas, que mais parecem doces. Os mortos voltam como almas encarnadas na Terra e assustam muitas pessoas, há aparições de vampiros, até de Hitler, e Gohan e Videl são chamados a ajudar na cidade, enquanto Goku e Paikuhan também são convocados a ajudar outras pessoas, dessa vez, Enma Daioh que está preso pelo tal monstro.

    Goku apela para a transformação em SSJ3, e diz que já enfrentou Majin Boo assim, ou seja, a cronologia põe esse filme ao menos após a primeira luta contra o demônio. Na Terra, as figuras históricas enfrentam Goten e Trunks e as cenas são estranhas, pois os personagens tem um contorno estranho em volta de si, parece que foram colocados ali por cima. Alem disso, alguns vilões aparecem.Para deter a segunda forma de Janemba, Goku fala com Vegeta, que veio do inferno  para que façam a dança da fusão Metamoru. Esse filme não se encaixa de modo algum na cronologia do anime/mangá, já que no momento em que Vegeta e Goku estavam mortos ao mesmo tempo era um tempo muito curto, Goku estava ocupado com Gohan no planeta supremo, e aqui o primogênito de Goku e Chichi estava na Terra, tranquilamente, enquanto Majin Boo estava matando a tudo e todos. No entanto o maior problema do filme é que ele é extremamente genérico, seu vilão é visualmente arrojado em sua segunda forma, mas não há motivação para ele estar ali, e o roteiro é fraco.

    O Ataque do Dragão ou A Explosão do Golpe do Dragão

    Doragon Bōru Zetto: Ryū-Ken Bakuhatsu!! Gokū ga Yaraneba Dare ga Yaru, dirigido por Mitsuo Hashimoto foi lançado em 1995 e mostra Gohan e Videl agindo como o grande Saiyamen 1 e 2. Eles salvam um senhor de idade que encena um suicídio. Ele quer ressuscitar um guerreiro chamado Tapion e mais uma vez são usadas as esferas,

    Uma criatura estranha, gigante e poderosa começa a destruir a cidade. É Hildegarn, ainda que claramente seu corpo esteja em construção – a altura do começo do especial, só há a parte de baixo da cintura e pernas da tal criatura. Gohan o enfrenta, e ouve uma música, que vem da flauta de Tapion. Apesar desse ser mais um filme extremamente generico, repleto de clichês, Tapion é um personagem que contém alguma originalidade e até um certo mistério em torno de si. A composição de sua persona vai além do visual legal que muitos personagens de DBZ tem, e a maldição da dupla identidade o faz soar como um personagem trágico.

    Tal qual o filme de Janemba, esse também foi lançado em meio a saga de Majin Boo, e traz alguns fatos que ocorrem após a vitoria sobre o demônio antes mesmo delas serem exibidas no Japão, mas, teoricamente, esse especial pode sim fazer parte da mesma cronologia do anime, uma vez que se encaixa a perfeição depois que Boo é derrotado, ainda que a versão gorda do antigo antagonista não tenha aparecido, fato que pode ser explicado pelo fato de as pessoas ainda poderem se lembrar do que o sujeito fez quando ainda era mal.

    Tapion sofre de uma maldição, que ocorreu consigo e com seu irmão mais novo, e ele vê no pequeno Trunks um paralelo com seu parente. No entanto, todo o pano de fundo é deixado de lado, para mostrar Hildegard lutando contra os guerreiros Z de maneira genérica, enquanto Goku vence o vilão no meio de uma cidade, que foi toda destruída sem remorso, já que Shenlong as ressuscitará a todos. A formula se desgasta demais, e nem a entrega que Tapion faz a Trunks, da espada que seria a que ele usaria como Mirai Trunks (e em Dragon Ball GT) salva esse final da mediocridade de roteiro.

    O Retorno de Goku e Seus Amigos

    Passado dois anos depois da batalha contra  Boo, dirigido por Yoshihiro Ueda e escrito por Takao Koyama, foi lançada em 2008, Doragon Bōru: Ossu! Kaette Kita Son Gokū to Nakama-tachi!! supostamente ocorre antes do desejo de Goku para que a Terra esqueça o mal causado por Boo, já que o personagem gordo não aparece. 

    Após Videl convidar Gohan e os outros para almoçarem para comemorar o aniversário da derrota do demônio, até que duas naves chegam a Terra, com uma delas contendo um saiyajin pequeno, chamado Tarble, o irmão de Vegeta. Todos se surpreendem com essa novidade, uma vez que o príncipe jamais falou abertamente sobre ter algum familiar que não os que morreram no planeta que levava seu nome, e o espanto dos personagens é o mesmo dos espectadores, já que teoricamente, Raditz, Nappa ele e Kakaroto deveriam ser os últimos da raça…mas até aí houve Thurles, Broly e outros, o impacto de um novo saiyajin não repercute tanto.  Alguns elementos que seriam utilizados no futuro da saga são mostrados aqui, como a plantação e rabanetes que serve de sustento para Chichi e Goku. 

    Tarble tem a idade de Goku  e também é de uma classe inferior. Apesar dele não ser um personagem canônico teoricamente, ele é citado em Dragon Ball Super, e é mais fraco que os membros das Forças Especiais Ginyu, e está sendo perseguido pelos capangas chamados Abo e Kado, além de ser casado, com uma alienígena chamada Gure. Quando os quatro chegam a Terra, os guerreiros z permitem Goten e Trunks de enfrentarem os dois, e quando eles se fundem, utilizam o golpe Hoga-fufuken de Yamcha, que estava sumido desde a fase Dragon Ball clássica.

    Fora as curiosidades relacionadas a Tarble (o mais fraco saiyajin vivo, o único que não morreu e que possui calda, além de jamais ter chegado ao nivel de SSJ) pouco se acrescenta. O especial é engraçado e bem animado, mas poderia ter um opositor mais forte, mesmo considerando Aka, a fusão de Abo e Kado. Claramente a ideia da obra  era ser engraçadinha, e ela não é dispensável, muito por conta do remixe de  Chala-Edchala.

    Bardock: O Lendário Super Saiyajin

    O último OVA de DBZ foi chamado de  Doragon Bōru: Episōdo obu Bādakku, e proveio de um manga de três capítulos criado por Naho Ooishi . Seu tamanho é o  de um capítulo comum do anime, mas com animação em HD, semelhante ao que foi feito em Dragon Ball Kai. É baseado no jogo Dragon Ball Heroes, e possui uma história continuação do especial Dragon Ball Z: Bardock, O Pai de Goku, no qual o personagem-titulo sobrevive a destruição do planeta Vegeta e é mandado para o passado, combatendo o ancestral de Freeza, Chilled, e se transforma em Super Saiyajin.

    Como foi no outro OVA tenta atacar Freeza, quando o mesmo destrói o planeta Vegeta, mas ao invés de morrer,  ele acorda em uma cama, cuidado por dois estranhos alienígenas, Ipana e seu filho Berry. No lugar onde acorda ele percebe uma nave chegando, que é bem parecida com a de Freeza, dela saem dois capangas, e facilmente são derrotados por ele. Não demora a aparecer o chefe dos mesmos, Chilled.

    Bardock estava no planeta Planta, antigo nome do planeta saiyajin e ao se enfurecer ele desperta o super saiyajin, como seu filho fez quando Freeza matou Kuririn. Antes de morrer, Chilled pede para que avisem a sua família para tomar cuidado, com o super saiyajin e dai viria a lenda. Por ser baseado em um mangá  esse OVA possui um sub texto um pouco melhor trabalhado, e tem mais a ver com tudo o que se adaptava por sua época. Fica lado a lado em qualidade de Gohan e Trunks Guerreiros do Futuro. Muito se discute sobre se ele é canônico ou não em especial por sua origem ser ligado a uma festa da Shonen Jump e não a algo criado por Akira Toriyama, mas a qualidade é superior há quase tudo que envolveu o criador de Goku.

    One Piece x Toriko x Dragon Ball Z

    Esse é um crossover bem viajandão entre as três séries que dão nome ao capitulo. Nele ocorre uma corrida da carne, um evento estranho e surreal que tem toda a carga ácida típica de One Piece. Não dá para levar muito a sério esse especial, e o mesmo jamais passou no Brasil oficialmente. Não há muito o que falar, da parte de Dragon Ball ele resgata muitos elementos da época do primeiro filme canônico, A Batalha dos Deuses, e é bastante psicodélico, até para conseguir comportar personagens tão diferentes e com níveis de poder tão díspares. Goku vence o monstrengo que está relacionado a corrida utilizando algumas de suas técnicas, entre elas, a Genki Dama, o Kamehamehha e o nível SSJ3.

    Filmes Canônicos

    Em 2013, antes até do crossover com Toriko e One Piece, foi lançado A Batalha dos Deuses, um filme que mostra uma aventura de Goku  que se passa antes dos episódios finais de DBZ. A mitologia em volta de Bill, Whis e as novas divindades deu tão certo nesses filmes que favoreceu não só a nova fase de Super mas também ajudou a ignorar  a questão de Dragon Ball GT. No inicio, Bulma reclama da ausência de Goku em sua festa de aniversário,  ou seja, o heroi continua ausente dos eventos de seus amigos e entes queridos.Além disso, esse filme serviu para restabelecer os deuses como seres mais fortes do universo, já que Bills é mais poderoso do que os lutadores, mais forte que os Kaiohs, Kaioh-samas, Kami-samas e afins, e depois Whis é dito como uma figura ainda mais poderosa, por mais que nesse momento não se saiba.

    Muita gente reclamou da covardia de Vegeta diante de Bills, mas na saga Freeza, se nota que o príncipe dos sayajins tem medo do soberano, e se faz de humilde até ter noção de que poderia vencê-lo, fato que obviamente não acontece até essa fase pelo menos, daí se percebe que ele abre mão de sua arrogância caso precise preservar sua sobrevivência.   Batalha dos Deuses ocorre seis meses após a vitória sobre Boo, e aparentemente são poucos meses entre ele e Renascimento de F, já que Pan era recém nascida, ou seja, incapaz até de andar. Algumas fontes citam 10, outras 12 meses entre esse o longa anterior.

    Esse filme ratifica um retcon, que é relacionado ao nascimento da filha de Gohan, Pan, que é antecipado, uma vez no final de DBZ ela teria quatro anos, e o mesmo se passa 10 anos após Boo ser derrotado. O nascimento foi antecipado em aproximadamente 4 ou 5 anos.

    Freeza está no inferno, em um casulo, cercado por anjos fofinhos, diferente demais das versões em que aparece no inferno nos filmes, OVAs, fillers de DBZ e Dragon Ball GT. Sorbe e Tagoma vem a Terra capturam Pilaf e sua gangue, se apossam das esferas e ressuscitam os restos mortais de Freeza, todo retalhado desde que Trunks do futuro o matou. Sorbe quis ressuscitar o Rei Cold também, mas foi impedido por Shu, o cachorro capanga de Pilaf que pede um milhão de iens. O corpo do vilão é restaurado através da tecnologia dos soldados de seu exército. Esse rapto de Pilaf faz lembrar o que o Rei Piccolo fez na saga Piccolo Daimaoh mostrando mais uma vez uma história cíclica.

    Bonustrack – Dragon Ball GT O Legado do Heroi

     O Legado do Heroi se passa ao fim de todo o seriado DB GT. De nome original Gokū Gaiden! Yūki no Akashi wa Sū shin chū, lançado em Março de 1997, Yoshihiro Ueda e Hidehiko Kadota . Esse especial grifa ainda mais algumas incongruências do final do anime, primeiro, com o fato de não haver qualquer variação genética dentro da família dos saiyajins, já que o descendente de Vegeta é igual a ele e a descendente de Bulma também e igual a ela (esta ultima é mãe do pequeno Vegeta Jr.) a outra questão é que algo muito terrível deve ter acontecido com a familia Son/Satan, uma vez que Goku Jr. só tem sua tataravó, não tem pai, mãe, tios, avós, nada.

    Assim como em GT coincidiu o uso das esferas negras com os dragões malignos terem aparecido pouco tempo depois da primeira calamidade envolvendo os artefatos mágicos, esse também se vale muito das coincidências para o estado de paz da Terra e para a decisão de Goku Jr. em tentar achar as esferas, mesmo sem saber como encontra-las. Ele pega carona com um caminhoneiro suspeito, que rouba seus doces…com os elementos mostrados nesse ponto, assusta como não houve associação desse personagem a um possível molestador pedófilo.

    E para variar o desfecho dessa micro aventura de Goku Jr não apresenta nada ou divertido ou novo, os adversários que aparecem são sem carisma e sem grandes poderes, nem mesmo a velha Pan salva qualquer sensação nostálgica, nem que seja dos seus gritos insuportáveis, o que é uma pena, pois por muito tempo era essa a última coisa feita para a saga das esferas do dragão, que fora o “arrebatamento” de Goku, nada guarda de realmente memorável nem nos 64 episódios e nem nesse especial.

     

    E assim terminam os especiais, OVAs e filmes de Dragon Ball Z. Confira as outras partes do especial abaixo:

    Os Filmes e OVAs de Dragon Ball Z Parte 1

    Os Filmes e OVAs de Dragon Ball Z Parte2

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  • Crítica | Dragon Ball Super: Broly

    Crítica | Dragon Ball Super: Broly

    Depois que terminou Dragon Ball Z, Akira Toriyama claramente não queria continuar a historia de sua obra mais famosa. Dragon Ball GT foi produzido por outras pessoas, com pouca ou nenhuma participação do mangaká e dois filmes foram produzidos, até a estréia de Dragon Ball Super, que acabou de ser exibido no ano de 2018. Ao anunciar que a historia continuaria em Dragon Ball Super: Broly, muitas expectativas foram ativadas pelos fãs, em especial por se tratar de um personagem não oficial e erroneamente chamado de filler (essa sentença só serve tecnicamente para encheção de historias para que a serie não alcance o mangá, e os filmes não fazem sequer parte da cronologia do anime) que era bastante popular.

    O inicio do longa reúne elementos de muito material extra serie, do especial Bardock: o pai de Goku, Episódio de Bardock e principalmente, o mangá Dragon Ball Minus, que mostra Goku sendo enviado a Terra por seu pai tal qual Superman voou de Krypton a Terra. No entanto a parte mais rica do roteiro de Toriyama, pois retorna mais de 40 anos no tempo e mostra Freeza assumindo o império de seu pai, em cenas lindíssimas visualmente e onde ele já se demonstra o ser cruel que destruiria basicamente toda namek.

    Na época em que Dragon Ball Z :Batalha dos Deuses e Dragon Ball Z :O Renascimento de F foram lançados, muito se falou da ótima animação que eles abarcavam, e de fato é indiscutível que isso acontecia quase a perfeição. Ao serem adaptados para o anime de Dragon Ball Super essa mesma qualidade em alguns pontos se mostrava inconstante. Personagens minimalistas, com movimentos quebrados e designs poucos inspirados aconteciam principalmente nas primeiras sagas, e aparentemente, este novo filme sofre do mesmo mal. Ao mesmo tempo em que há gráficos muito bonitos e psicodélicos nas lutas, há outros que os personagens mais parecem bonecos de palitos, o que é péssimo e simplesmente tira toda a atenção do espectador do bom drama que há em cena.

    O roteiro é surpreendentemente bom, ainda mais se comparado as ultimas obras de Goku e seus amigos. A mitologia em volta não só do expansionismo de Freeza como da casta dos Saiyajins é muito bem pensado e conduzido. O drama de Broly e Paragas reúne elementos do filme original Broly: O Lendário Super Saiyajin, mas os erros hiper infantis de motivação dos personagens são reescritos e ressignificados de um modo mais inteligente e condizente com a toda a lenda em volta de Broly.

    Mais do que simplesmente uma adaptação de mangá e anime, o longa que Tatsuya Nagamine conduz tem alma, e um personagem principal forte. Os coadjuvante que cercam Broly são simples, mas bastante carismáticos, e o personagem que nomeia o filme também é bem trabalhado, é um personagem trágico, um homem incompreendido e com um poder gigante, cercado desde seu nascimento por pessoas gananciosas. Quando nasce, ele é expulso pelo Rei Vegeta de seu planeta natal e seu pai vai atrás dele, preocupado consigo, mas Paragas também demonstra ser falho e ganancioso. O modo como ele cria o garoto e o homem é agressivo e severo, e dá para notar que sua persona tem camadas e complexidade, e que ele só se tornou tirano como é por conta das circunstâncias.

    Infelizmente, da metade para o final o filme não consegue manter o bom ritmo. Na parte do presente é onde ocorrem os maiores equívocos de animação, mas isso é compensado por dois  fatores importantes, o primeiro, a construção de vilão de Freeza, que é claramente o nêmesis de Goku e Vegeta, como o Coringa era de Batman e Robin. Seu segundo retorno canônico a vida mostra que ele nada aprendeu e ele continua sendo o vilão formidável e malandro de sempre, a forma como ele encontra de fazer Broly evoluir é engraçadíssima e debochada. O segundo são obviamente as lutas, muito bem feitas, com uso extensivo de CGI, de cores gritantes e cenas em primeira pessoa onde se enxerga tudo pelos olhos de Broly, que claramente é o protagonista do filme, embora Goku e Vegeta tenham momentos épicos também, e outros engraçados, onde se valem das muitas transformações que tem direito a fazer.

    A dublagem brasileira está excelente, Wendel Bezerra que faz Goku é o diretor de dublagem, e ele conseguiu captar muito bem todo o espírito do cast, sejam dos novos como também dos velhos. Outra preocupação de alguns fãs que não conseguiram assistir Super inteiro é se o filme é compreensível para quem não viu tudo. Tirando alguns aspectos como o retorno de Freeza a vida, fruto de sua participação no Torneio do Poder e algumas menções visuais a outros personagens e que sequer são nominados, não há grandes mistérios, ao contrario, até as transformações são comedidas e todas já foram exploradas em filmes de Dragon Ball Z.

    Broly é elevado a um nível de complexidade que nunca antes havia se visto em si, e tem um passado que o credencia a ser talvez o opositor mais bem construído de toda a saga que Toriyama escreveu pós Dragon Ball Clássico, e seria um desperdício que não fosse reutilizado após esse filme. Ainda não se tem garantias de que o seriado Drgon Ball Super voltará, apesar dos rumores apontarem para um retorno, mas mesmo que só  hajam filmes seria algo natural retomar ele como personagem regular, dado não só seu poder e capacidade de aprendizado, mas também a relação breve mas muito bem construída entre ele e Kakaroto. Dragon Ball Super Broly consegue resgatar um clima aventuresco e jovial, tal qual os momentos mais marcantes de DBZ, sem deixar de lado as novas escalas de poder estabelecidas em Super e apelando para um lado massa veio bem divertido e escapista.

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  • Os Filmes (e OVAs) de Dragon Ball Z – Parte 1

    Os Filmes (e OVAs) de Dragon Ball Z – Parte 1

    Como fizemos com o especial de filmes e ovas de Dragon Ball, retomamos as análises dos filmes e afins de Dragon Ball Z, falando de forma cronológica, levando em consideração quando foram lançados. Lembrando que a maior parte desses filmes, com exceção de A Batalha dos Deuses e O Renascimento de Freeza, não são canônicos e tem pouca participação de Akira Toriyama na trama, sendo roteiro pensado pela Toei, fato que faz com que a maioria não tenha muito viés cronológico dentro do seriado.

    Devolva-me Gohan ou Zona Mortal

    Daisuke Nishio conduz o filme que começa com um gemido de Piccolo, se preparando para mais tarde tentar enfrentar Goku. Se passam cinco anos após os eventos finais de Dragon Ball (Dragon Ball – Parte 3: O Rei Demônio Piccolo Daimaoh), após a vitória de Goku no Torneio de Artes Marciais. O nome original do filme lançado em 1989 é Ora no Gohan o Kaese!!, e possui 41 minutos de duração.

    Gohan é mostrado com sua mãe, Chichi, estudando como ela gostava de fazer. Ele aparentemente não sabia lutar ainda, o que põe este especial cronologicamente antes da chegada de Raditz a Terra, apesar de algumas contradições. Logo, o vilão Garlick Jr aparece próximo de Gohan, golpeando o Rei Cutelo e a mãe do garoto para pegar a esfera de quatro estrelas. A contradição maior aí é que Goku encontra seus amigos e fala de Gohan, que só foi apresentado no piloto do anime.

    O filme perde um tempo precioso mostrando Gohan brincando no castelo do inimigo, dando trabalho aos capangas de Garlick, ao provar uma maçã mágica que o faz ficar embriagado, passando então a brincar com fantasias de criaturas coloridas, semelhantes a aves, dinossauros e outras viagens de ácido. O vilão não demora a conseguir fazer seu pedido de vida eterna, basicamente para desafiar Kami-Sama, uma vez que o Garlick Senior competiu com o alienígena pelo posto de deus da Terra anos atrás.

    Kuririn sofre uma mijada (literalmente) do bêbado Gohan, seria impossível não lembrar que isso aconteceu, fato que ironicamente comprova o não pertencimento do filme a cronologia, já que ser urinado pelo filho de seu amigo certamente seria lembrado pelo lutador budista. De positivo, há o discurso malévolo de Garlick Jr convocando os demônios a saírem de suas tumbas para provocar o mal em quer que se opusesse a eles, em uma postura parecida demais com a de Piccolo Daimaoh.

    Garlick não é um personagem forte, apesar de imortal e as lutas não são muito emocionantes. A carga dramática é maior pela destruição do local da luta e pelo vácuo do vórtice da tal Zona da Morte que aparece do nada. O deus ex machina mora na catástrofe e isso por si só já demonstra o quão desimportante é o filme no final das contas.

    O Homem Mais Forte do Mundo

    Kono Yo de Ichiban Tsuyoi Yatsu foi lançado em 1990, e começa nas planícies geladas de Tsurumai, onde Piccolo é mostrado, para logo depois passar a Gohan e Oolong procurando as esferas do dragão, que estavam se reunindo em quatro, de maneira misteriosa. O menino usa roupas iguais as de Piccolo o que faz pensar que isso se passa pelo menos na época em que eles já se encontraram e viraram pupilo e discípulos.

    Shenlong é convocado para ressuscitar o Doutor Willow, que está com o corpo preso naquelas geleiras há muito tempo. Nishio também conduz esse produto, que começa promissor, mostrando umas criaturas estranhas surgindo e enfrentando o alien verde, e que faziam lembrar os saibaimans, sendo na verdade robôs. O começo aparenta mostrar eventos depois da morte de Goku contra Raditz, mas o pai do rapaz é mostrado logo depois, fato que demonstra que não há qualquer necessidade de incluir esta produção na cronologia do anime. Inclusive há cenas de Piccolo se sacrificando com o golpe de Nappa que acertaria Gohan.

    Os malfeitores, liderados pelo assistente de Wilow, chamado de Dr Kochin, procuram o sujeito mais poderoso da Terra e acharam que ele era Kame. O plano de transferir a mente do cientista para um corpo forte é mirabolante e muito bobo, feito por homens que só desejam a destruição e nada mais, em uma tentativa besta de dominação mundial. Há uma cena musical, em que Gohan comemora a presença de Piccolo e isso destoa totalmente do restante do filme.

    Goku usa o Kaioken para vencer um dos robôs assassinos, o que não faz muito sentido, outra coisa que não faz sentido é o dublador Wendel Bezerra ter chamado o Bastão Mágico de Varinha Sagrada. Goku termina tentando dar uma genki dama em seu adversário, mas em uma versão pequena e fraca. Não há nenhuma luta interessante ou trama digna de nota, o que é uma pena, pois o filme apesar de não conseguir ser encaixado de qualquer forma na cronologia da série, ainda assim parecia ter potencial para ser algo realmente primoroso.

    Dragon Ball Z: O Filme ou A Árvore do Poder A Maior Batalha de Todos os Tempos Está Para Começar        

    Quando estreou nos cinemas brasileiros em 14 de julho de 2000, tinha o nome de Dragon Ball Z: O Filme – o que faz sentido, pois ele tem 60 minutos de duração, maior que os outros, e depois ganhou o nome de batismo para o lançamento em VHS. Na trama, Oolong, Kuririn, Bulma e Gohan estão acampando, em um clima despreocupado.

    O filme de nome original Chikyū Marugoto Chō-kessen foi lançado em 1990 no Japão, e seu chamado a aventura começa quando um estranho cometa corta o céu. Nele, esta um grupo de piratas espaciais, liderados por um sujeito misterioso, chamado Tullece, que tencionam achar um planeta onde plantar uma árvore estranha, a Árvore Sagrada. Eles comemoram as condições do planeta e o fato de Kakaroto não ter destruído o mundo, assim a planta que sugaria toda a vida do planeta pode ser implantada.

    Esse filme não poderia acontecer na cronologia, porque a essa altura Goku também deveria estar em Namekusei, por isso ele inteiro soa como um filler contraditório. Todos os guerreiros Z, incluindo Kame vão até a casa de Goku, em uma rara reunião no lugar onde o principal herói reside. Lá eles são avisados por Kaioh Sama do perigo da árvore, e tentam destruí-la.

    Logo, Tullece aparece, e ele é quase idêntico a Goku, com exceção de dois fatos, sendo o primeiro que ele é na verdade um conquistador de mundos independente de Freeza, e segundo que ele come os frutos da árvore, que faz com que ele fique muito mais forte que seu adversário. A Toei fez uma contra-parte malvada do herói para mostrar como poderia ter sido se Kakaroto conquistasse a Terra como mandava o protocolo Sayajin, o problema sério é que fora Tullece, todos os outros capangas são genéricos e muito fracos. De novo há uma tentativa de solução final via genki dama, e a completa ausência de carisma nos personagens novos faz com que tudo aqui pareça extremamente genérico.

    Bardock, o Pai de Goku ou A Batalha de Freeza Contra o Pai de Goku

    O primeiro OVA de DBZ chamava-se Doragon Bōru Zetto: Tatta Hitori no Saishū Kessen e foi lançado em outubro de 1990. O pequeno Goku nasce, e Bardock não faz menção de voltar ao seu planeta natal para ver seu caçula, uma vez que ele nasceu com um nível de poder baixo. O saiyajin está acompanhado de seus asseclas, e recebe o golpe de um dos habitantes de Kanasa, onde o morto que tinha uma capacidade de premonição, o amaldiçoa.

    A dublagem desse especial é bizarra, uma das mulheres claramente tem voz masculina, assim como Nappa tem uma voz diferente daquela do anime, sai Guilherme Lopes e entra Alfredo Rollo que faz a voz de Vegeta no desenho seriado. Como o príncipe dos SJs aqui é uma criança, ele não foi exigido, mas ainda assim é bizarro notar isso.

    Bardock é mostrado como um sujeito impetuoso e cruel, diferente do retcon que faria depois, no especial de Bardock e no mangá de Toriyama Dragon Ball Minos. Sua elite é formada por Toma, Seripa, Toteppo e Panbukin, aliás, Seripa é a prova viva de que a raça saiyajin (ou SJ) tem pessoas do sexo feminino.

    Nesse especial, em meio as alucinações do protagonista, há cenas de Goku encarando Freeza, fato que ainda não havia ocorrido no decorrer do anime. O especial para vídeo termina de forma trágica, Bardock perece (aparentemente, pois isso seria revisitado mais tarde) e logo depois pede a seu filho que vingue seu povo. Apesar de mostrar um plano de fundo bem legal sobre como funcionava o dia-a-dia da raça de Goku e Vegeta, a dramaticidade é fraca e não faz sentido na maior parte da confusão mental e sentimental de Bardock, ainda assim é bem melhor que qualquer outro produto fora do anime/mangá lançado pela Toei até então.

    Goku, o Super Saiyajin ou Lorde Slug

    De nome original Sūpā Saiya-jin da Son Gokū, lançado em 1991. Uma estrela vem na direção da Terra, e os heróis tem de desvia-la, mas sem destruí-la, correndo o risco de acabar as condições de vida no planeta, e claro, tendo alvo principal a Cidade do Oeste, que seria a principal metrópole da mitologia de Toriyama. Ao entrar na atmosfera, mesmo com os esforços de Goku e Kuririn, eles não conseguem deter a entrada do corpo celeste, e maremotos acontecem, além de outros eventos catastróficos de pequeno porte.

    Na verdade, aquilo que entrou no planeta era uma nave invasora, liderada pelo vilão Senhor Slug. O filme de 51 minutos tem o cuidado de não dar muitos spoilers do anime/mangá, por isso não há o acréscimo de Vegeta como personagem fixo, uma vez que ele só se aliou a pouco tempo aos heróis na série animada. O vilão, ao se revelar mostra ser um namekusenjin, de porte grande, alto e mais forte até que Piccolo. Ele procura as esferas do dragão, após uma dica de Bulma, as pega e deseja a juventude eterna.

    Os capangas genéricos de Slug fazem lembrar demais os demônios de Daimaoh. O filme se calca demais no sensacionalismo. Slug só se revela um nameki faltando pouco para o final, e depois de Goku atingir uma transformação de pseudo super saiyajin, conhecida como Fake Super Saiyajin pelos fãs, além disso, em um contato telepático, Kaioh Sama diz que Slug seria mais forte que Freeza. Vale lembrar que esse Fake SSJ foi mostrado antes do real Super Saiyajin no anime. O vilão fica gigante, como Piccolo fez antes, aliás é o antigo adversário de Goku que consegue atingir um ponto fraco do antagonista da vez, arrancando as próprias orelhas e pedindo para Gohan assobiar, porque isso supostamente derruba os namekuseijin. A solução deus ex machina é desnecessária e muito infantil.

    Ao assistir Doragon Bōru Zetto: Sūpā Saiyajin da Son Gokū, se percebe que ainda não foi dessa vez que um dos especiais de DBZ acertou, seu vilão é fraco e tenta parecer super forte, as lutas são genéricas, há pouca ação dos outros guerreiros Z, não se teme realmente pela vida dos que aparecem e não há qualquer charme nos personagens novos, tampouco carisma.

    Uma Vingança para Freeza ou Os Rivais Mais Fortes

    De nome original, Doragon Bōru Zetto: Tobikkiri no Saikyō tai Saikyō foi lançado em 1991, curiosamente antes mesmo da morte de Freeza no anime, ou seja, Uma Vingança Para Freeza contém mais spoilers sobre a saga. O especial começa na destruição do planeta Vegeta, com Koola (ou Cooler ou Kooler, não me preocuparei com a grafia, pois de acordo com os fãs a grafia é discutível até hoje para esse e outros nomes) observando a nave de Kakaroto indo para a terra. Ele permite que isso aconteça, mostrando que não é exatamente o melhor planejador do universo.

    Já no presente, Cooler decide ir a Terra, interceptar Goku e seus amigos. O grupo de elite do vilão faz uma coreografia bem semelhante a das forças especiais Ginyu, inclusive recebendo o mesmo prefixo, de Forças Especiais Koola. Aliás, demora muito para começar uma luta com o real vilão.

    Não há a presença de Vegeta aqui, provavelmente porque cronologicamente, o especial se passa após ele tomar a nave que o pai de Bulma construiu, a fim de treinar. O filme tem 47 minutos, dos quais só há luta entre antagonista e herói nos 17 finais. Meia hora de enrolação, imitando o que é típico da saga Freeza. Aliás, a voz de Cooler na dublagem brasileira é a mesma de Freeza, de Carlos Campanille, que também faz a voz do narrador dos torneios.

    Finalmente um vilão à altura de Goku aparece nos filmes. O irmão mais velho de Freeza, o primogênito é tão mais hábil que tem uma nova forma, uma quinta, anterior a de Golden Freeza e bem diferente visualmente desta. Seu design desenhado por Toriyama é bem legal.

    Infelizmente, a primeira grande batalha dos filmes é curta e sem um clímax minimamente bem encaixado. Apesar de arrogante e estiloso, Cooler não é páreo para o Goku, e faltou um roteiro uma melhor exploração do potencial do personagem, o que é uma pena, porque esse é o filme que mais se aproxima de ser algo minimamente bom, ao menos até então.

    O Retorno de Koola

    De Daisuke Nishio, Doragon Bōru Zetto: Gekitotsu!! Hyaku-Oku Pawā no Senshi-tachi mostra o retorno do irmão de Freeza, Kooler, aparentemente com uma forma de cyborg metálico, bem melhor construído que a versão hibrida com máquina de seu irmão. Foi lançado em 1992 entre os episódios 129 e 130 do anime.

    A contradição junto ao seriado começa pelo fato de Piccolo aparecer aqui, enquanto deveria estar lutando contra 17 pouco antes de Cell absorve-lo, e isso se dá porque Vegeta e Goku se transformam em SSJ enquanto Gohan ainda não o faz, ou seja, ele não entrou ainda na sala do tempo e conseguiu atingir sua nova fase. Outra contradição monstruosa é que Dende já é o Kami-Sama da Terra, e é ele que revela aos guerreiros Z que a nova nameki foi invadida por uma nave/máquina estranha.

    Essa invasora é uma estrela, chamada Estrela Gete (a pronuncia adotada no Brasil foi Bigue) e foi ela que encontrou Kooler vagando pelo espaço, semelhante a quando o Rei Cold encontrou Freeza. Essa repetição de arco soa infantil e oportuna demais, bem como as lutas que ocorrem no planeta quando os sayajins e demais guerreiros viajam pelo espaço. Basicamente só se enfrenta Metal Kooler, para depois, aparecer centenas de “clones” dele, na verdade, sendo só autômatos, organizados pela estrela/nave para capturar a energia dos adversários. Tudo ali foi feito como uma armadilha, para atrair Goku e os outros a fim de capturar suas forças a seu favor.

    Vegeta e Goku são presos dentro do compartimento da estrela, onde sofrem o roubo de suas forças, e onde se mostra a real aparência de Kooler, somente uma cabeça flutuante. Sem falar que a exploração dos robôs como antagonistas, sejam os mais baixos como os Metal Kooler é demasiado mal feito, e a tentativa de emular o que dava certo na animação seriada simplesmente não funciona, pois esses robôs daqui não tem personalidade como as criações de Maki Gero.

    Além do mais, apesar de ter dado mais trabalho aqui, Kooler aparentava ser mais ameaçador no filme anterior, e consegue ser derrotado de uma forma ainda mais esdrúxula do que no capítulo passado, o que é uma pena, pois ele tinha potencial para ser algo a mais do que uma cópia.

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  • Review | Dragon Ball Z – A Saga Majin Boo

    Review | Dragon Ball Z – A Saga Majin Boo

    A paz reina após sete anos passados da ameaça envolvendo o vilão Cell e do Torneio do Outro Mundo, a quarta saga grande de Dragon Ball Z começa na cidade  de Satan City, em homenagem ao homem que – para todos os efeitos – matou Cell. Gohan corta o céu com a nuvem voadora de seu pai, provavelmente para não rastrearem seu ki nesses tempos de bonança, enquanto se dirige à escola secundária Estrela Laranja.

    O primeiro capítulo do garoto na escola não é exatamente um filler, mas os eventos são tão banais que parecem ser apenas preenchimento de tempo e espaço. O rapaz impede um assalto, transformado em super sayajin, e logo percebe que precisa usar uma identidade secreta se quiser fazer isso de novo, uma vez que quase foi pego pela raivosa e bonita Videl, sua colega de sala e filha de Mr. Satan, o falso vencedor da batalha que salvou o mundo. É curioso notar que ele, o real sujeito que derrotou Cell teria com a filha do outro uma família estabelecida.

    Gohan é ingênuo, não percebe como deve esconder algumas informações, como a distancia de sua casa para a cidade, que daria de carro umas cinco horas. Toda essa seqüência é divertida e completamente descompromissada, o único evento realmente comprometedor são as suspeitas de Videl sobre quem é Gohan. Para manter sua identidade secreta, Gohan pede para Bulma uma roupa especial, e passa então a usar a alcunha de Grande Saiyaman – Saiyaman é uma referencia clara a tokusatsus  como Kamen Rider, Jaspion e Jiraya. Antes de receber o relógio que guarda as vestes (em uma referência clara ao herói velocista da DC), ele se encontra com Trunks, repetindo o dueto que teria no especial Guerreiros do Futuro, em que combateriam o pós-apocalipse provocado pelos androides. Na fazenda onde mora, é mostrado o irmão caçula de Gohan, uma cópia exata de Goku criança, Son Goten, ou seja, na batalha de Cell, Chichi já estava grávida. A dubladora  dele era o mesmo de Gohan criança na dublagem brasileira, Fátima Nova

    Os fillers mostram Gohan vivendo entre encontros pré-romance com Videl e sua preocupação em não se revelar como homem poderoso exatamente para não alarmar as pessoas comuns. A abertura e boa parte dos números musicais muda, assim como boa parte das idéias primordiais de Dragon Ball. Gohan está se importando demais com sua identidade, tanto que cede a chantagem de Videl, para participar do Tenkaichi Budokai. Vegeta decide também ir ao torneio, e Goku, magicamente, decide se comunicar depois de tanto tempo, basicamente para lutar, não para ver seu filho primogênito Gohan, nem para ver seu caçula ainda não conhecido ou sua viúva, que aliás, mudou bastante de postura. Chichi se preocupa em parecer bonita para seu falecido esposo, ela deixou de ser tão severa com Gohan sobre os estudos, e fala para ele treinar a fim de conseguir o premio em dinheiro, que é alto, já que a família de Goku está quase sem dinheiro.

    Enquanto se ocupa de falar com todos os personagens, Gohan passa pelo set do filme sobre o Grande Saiyaman, e até participa das gravações. Aqui quase nada acontece de relevante, exceto algumas semelhanças que o diretor de cinema tem com o comandante Red, da saga Red Ribbon. Logo, aparecem os outros personagens, Kuririn deixa seu cabelo crescer e treina com sua esposa 18; Piccolo está no lar de Kami-sama, ao lado de Popo e Dende.

    Goten consegue facilmente se tornar um SSJ, e pelo visto já conseguia antes, e não faltam teorias para essa transformação ter ocorrido tão cedo, entre elas, a condição de Goku ter engravidado sua esposa quando já tinha um nível alto de poder. Trunks também se transforma, e Vegeta ao engravidar Bulma ainda não era um SSJ. Há um tempo demasiado dedicado a mostrar uma rivalidade entre Videl e Chichi, mostrando ambas como pessoas explosivas e muito parecidas, basicamente para mostrar que pai e filho tem gostos similares.

    Antes do torneio, o narrador reconhece os guerreiros Z, e é um dos poucos que intuiu que não foi Satan que venceu  Cell, alias o comentário a respeito da idolatria ao ícone muda com tempo, mostrando-se como crítica agora, mas admirável e útil quando no final se precisa de energia da genki-dama dos moradores da Terra. No torneio infantil, Trunks mostra uma certa presunção com seus adversários, apesar de obviamente ser bem mais forte que os meninos, e quando o filho de Vegeta vence o torneio e disputa com Satan o público acha mesmo que Satan perdeu de propósito.

    No meio do torneio, apareceram quatro personagens misteriosos, Yun e Spopovitch, além de Kaioshin e Kibito, duas duplas muito diferentes, com objetivos completamente opostos. A partir daí se revela o real vilão da saga, que é o Mago Babidi, que busca tirar do casulo o demônio Majin Boo, junto ao rei das trevas Dabura. A partir daí começa uma série de lutas em uma nave. Aqui, a enrolação acontece por muitos episódios, e as lutas são enfadonhas, inclusive a que poderia ser acirrada, entre Dabura e Gohan. Tudo isso só serve para Vegeta ser enfeitiçado pelo mago.

    Vegeta demonstra que não mudou, ou ao menos não mudou muito, visto que seu desejo por vencer seu rival é maior até que manter seu orgulho, já que só consegue ultrapassar os poderes de Goku com auxílio de terceiros, ao menos é o que pensa. Como foi na saga Cell, ele não calcula direito o perigo, e após alguns longos episódios, decide por tentar se redimir, assumindo que permitiu Babidi dominar sua mente para aumentar seu poder e tencionando também matar o Majin Boo recém desperto, mas ele não consegue se manter assim por muito tempo, e cede ao sacrifício, mesmo quando alertado por  Piccolo de que se realmente morresse, dificilmente iria para o paraíso onde Goku estava, ou seja, não poderia dar vazão a sua revanche e provavelmente reencarnaria.

    Muito se discute em torno da criação de Majin Boo, e materiais oficiais como as Daisenchus afirmam que o demônio não foi criado por Bibidi, e sim dominado por ele já que era um mago habilidoso e bem poderoso. Essa explicação faz mais sentido, uma vez que os magos, tanto pai quanto filho não são tão poderosos, e não conseguiriam trazer à vida uma criatura forte o bastante para se tornar um adversário tão poderoso.

    Duas frentes de treinamento são estabelecidas, uma envolvendo Goten e Trunks que tem de aprender a fusão metamoru, e outra com Shin e Gohan. Enquanto isso, Goku vai distrair o vilão, mostrando seus poderes como super Saiyajin. Há momentos bizarros, como quando Majin Boo vira um vilão educativo, que mostra às crianças como escovar os dentes e usar o “troninho”. Esse é o mesmo que comete um genocídio. É nesse tempo que o Boo gordo se afeiçoa por Mister Satan e enfim o bufão ganha alguma importância de fato no anime. Nesse momento, ele se divide em dois e a parte má consome a outra, ocasionando uma transformação.

    Há alguns destaques curiosos nessa parte, como o advento da Espada Z, que lembra a mesma que Trunks utiliza quando vem do futuro, mas que na verdade serve apenas de receptáculo para Dai Kaiohshin, um ser de quinze gerações atrásGohan tem seu último suspiro como protagonista da saga Dragon Ball em geral, quando termina seu treinamento com Dai Kaiohshin e atinge seu nível Místico, que é a manifestação de seu poder oculto. O filho mais velho de Goku desce à Terra e luta contra Boo, ao ponto de vence-lo facilmente, mas também caindo na tentativa dele de ludibria-lo. A absorção de Gotenks foi uma das manobras mais burras possíveis, uma vez que os meninos não precisavam se fundir de novo. Depois que Goku retorna a vida, há uma explicação sobre os brincos Potara, e o guerreiro também dá mole, assim que a fusão do Gotenks acaba, permitindo que Gohan Mistico seja absorvido, em mais um subestimar da inteligência do vilão.

    Nesse ponto, são ditas as regras sobre a fusão Potara e isso seria revisto mais a frente, em Dragon Ball Super, a princípio pelo que se diz uma vez colocados os brincos não haveria como separar os fundidos, e Vegeta e Goku só se separaram por estarem no organismo de Boo, que poderia ser encarado como um anti Supremo Senhor Kaioh. A aparição de Tenshinhan, além de divertida, abriria possibilidade de fusão de Goku com ele, se não estivesse obviamente inconsciente, mas faz perguntar se Goku poderia se tornar um SSJ, e isso também é de certa forma respondido em Super.

    Nesse ponto também há muita enrolação, e pior que a demora de Vegetto em finalizar Boo, é a busca de Dabura, Bulma, Chichi e Videl pelo paraíso atrás de Gohan, que está vivo. Vegetto entra no corpo de Boo, conseguindo libertar os amigos e até mesmo a versão bondosa do vilão. Depois de voltar a ser o Kid Boo, Kibitoshin (a fusão potara de Kaiohshin e Kibito) lembra de quando o demônio apareceu pela primeira vez, e absorveu dois supremos Kaiohs, o do norte, que era super forte, e o Sagrado, que era um homem gordo e bondoso. Após isso, Boo se tornou mais dócil e mais manipulável por Bibidi, o que ainda não explica o fato dele ter trancafiado a sua criatura no recipiente que seu filho tentou abrir no início desta saga.

    Depois de muitas reviravoltas, e mudanças de cenário de luta, os terráqueos decidem usar as esferas para ressuscitar as pessoas boas mortas pelo demônio. Após a  Terra ser destruída, os saiyajins atraem Boo para o planeta supremo, Goku assume que poderia ter matado o Boo gordo, mas queria que a Terra se protegesse sozinha. Isso é uma demonstração de egoísmo tremenda, pois ele encara como algo comum deixar a Terra em apuros só para provar seu ponto.

    Vegeta tem um plano de criar uma grande Genki Dama para derrotar o vilão. Goku decide pedir auxílio, e muitos personagens das fases clássicas aparecem, como os índios Bora e Apu e seu pai, o androide número 8, e até Launch, que estava sumida há muito, desde que largou a casa do Kame para ir morar com Tenshinhan, que inclusive tem bastante aparições em DBZ, mas não com ela como par, o que é no mínimo estranho, ou a demonstração clara de que eles não estão mais juntos.

    Nos últimos episódios pouca ação ocorre, o que se vê é a tentativa dos guerreiros em se readaptar a vida comum, e claro, seguir treinando. Há alguns fillers bastante chatos, envolvendo o demônio tentando conviver com a questão monetária evidente. Nesses momentos o grande Saiyaman ataca, agora em dupla, com Gohan e Videl. Depois dos insuportáveis fillers mostrando a rotina dos heróis, passam-se dez anos nos últimos três capítulos. Trunks, já adulto vai visitar Goten, e ao não acha-lo, procura Gohan, que já está casado com Videl, e tem uma filha pequena chamada Pan. 

    Além do torneio de artes marciais que apresenta o pequeno Oob, também se notam algumas coisas interessantes, como o envelhecimento da maioria dos humanos, e a mudança de cabelo de Goten, que mais velho se parece bem menos com seu pai do que quando era garoto. Isso provavelmente ocorreu por conta da reclamação dos fãs, de que os penteados eram parecidos demais, e também ocorreu para não haver confusão entre os personagens. Satan também está diferente, está calvo, e tem um acordo com Boo, para que ele ganhe de todos, e chegue a final entregando a luta para Satan.

    O que se diz é que Goku e Bulma não se encontram há pelo menos 5 anos, ou seja, os amigos e rivais saiyajins Vegeta e Kakaroto não se enfrentam a um bom tempo, além disso, Pan possui 4 anos nesse momento, fato que faz contradizer alguns pontos em Dragon Ball Super. Independente dessa questão, é um absurdo Goku abandonar sua família e amigos para treinar com Oob. O final de DBZ pontua a obsessão de Goku/Kakaroto com lutas e com aumento dos seus níveis de poder, mostrando que os ciclos da vida do personagem giram em torno disso. Essa sem dúvida é a mais enfadonha e esticada das sagas originais e Toriyama parecia já estar cansado de escrever sobre Goku, mas ainda tinha alguns bons momentos, e por mais que tenha mais de noventa episódios é bem menos chato que Dragon Ball GT e seus filmes recentes.

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  • Review | Dragon Ball Z – A Saga do Torneio do Outro Mundo

    Review | Dragon Ball Z – A Saga do Torneio do Outro Mundo

    Segunda saga filler de Dragon Ball Z – a primeira foi Garlic Jr. –  que ocorre logo após os eventos da Saga dos Androides, com Goku já morto, treinando com o Senhor Kaioh, em cinco episódios, que seriam chamados de O Torneio do Outro Mundo. Obviamente que Goku precisava achar novos desafios.

    Em alguns pontos, esses episódios desafiam e contradizem boa parte da cronologia oficial do anime, uma vez que mostra guerreiros que viveram há muito tempo, e que são bem mais poderosos que Goku, ou seja, mais poderosos que boa parte dos guerreiros Z. Mas apesar disso, também ajuda a explicar boa parte das novas técnicas que o herói traria na próxima saga, entre elas, uma aparição de um personagem secundário que tem uma jaqueta bem parecida com a utilizada nos lutadores que se utilizam da fusão metamoru – aquela da dancinha engraçada.

    Aqui é reexplicado que o senhor Kaioh é responsável por lidar com o outro mundo do hemisfério Norte da Galáxia, enquanto o rival do Kaioh-sama que se conhece, tem rivalidade com o do Oeste, que por sua vez tem um lutador poderoso também a sua disposição, chamado de Paikuhan. Cell chega ao inferno, o que também contradiz o mangá, já que um androide supostamente não tem alma, e se junta a Freeza e seus capangas, para provocar uma revolta. A questão é que claramente Akira Toriyama deve pensar no outro mundo como um lugar cheio de regras, incluindo aí o inferno.

    Quando o torneio enfim começa, fica muito divertido. O premio seria um treinamento exclusivo, com o Grande Senhor Kaioh, um personagem místico somente visto aqui nesses fillers. Na luta final, Goku é posto à prova, com Paikuhan lutando com muito afinco. Para vencer o adversário, o herói usa o super sayajin combinado com o kaioken, mistura essa que boa parte dos fãs acreditavam ser impossível. Mais tarde, isso seria também incorporado ao método de batalha de Dragon Ball Super, continuação canônica de DBZ.

    Após a luta, o Grande Senhor Kaioh se demove de treinar o vencedor, por conta de preguiça, usando o argumento de que eles violaram as regras em meio a luta. A parte das lutas termina de maneira cômica, para então lembrar dos outros núcleos do anime, mostrando a Terra, onde já se passavam sete anos, com Gohan já adulto, indo para uma cidade grande, chamada Satan City para estudar em um curso pré-vestibular, abandonando as aulas particulares que sempre tinha, e estabelecer um grau a mais em nostalgia por meio de sua locomoção através da nuvem voadora que seu pai também usava quando criança na saga clássica. E de forma bem animada – muito superior aos instantes finais da saga dos androides, por exemplo – a microssaga é bobinha e infantil, mas divertida.

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  • Review | Dragon Ball Z – A Saga Cell e os Androides

    Review | Dragon Ball Z – A Saga Cell e os Androides

    Após uma micro saga com  Garlick Jr como antagonista,  os guerreiros Z estão em um tempo de paz. A nova fase já começa com um episódio filler, em que Kuririn pede a mão de Maron em casamento. A historia termina com o cancelamento do casório e com os guerreiros Z esperando Goku que está a um ano fora. Gohan está as voltas com um novo tutor e professor particular, enquanto Bulma assume para Yamcha que tem algum interesse em Vegeta.

    Freeza ainda está vivo, e vem a Terra junto a seu pai, o rei Cold, fato que, de certa forma, contradiz toda a saga anterior. Afinal, ele aparentemente era o imperador dos piratas e conquistadores interplanetários. Todos os personagens humanos se reúnem junto a Vegeta, Piccolo, pequeno Gohan e Kuririn, para verem o inimigo que é capaz de destruir o planeta. Uma vez que Goku não está presente, esse fato parece fácil de acontecer.

    A nova aparência de Freeza referencia a Tao Paipai, que também volta com partes robóticas após perder para Goku, e em seguida, também é derrotado por outro guerreiro. No caso, um sayajin de cabelos roxos que consegue se transformar em SSJ. Ele assassina Freeza e seu pai Cold, não sem antes receber a proposta do segundo para trabalhar em parceria, mesmo depois de ter assassinado seu herdeiro. Cold implora por sua vida e morre sem a mínima dignidade.

    Goku retorna e diz que descobriu uma nova técnica, o teletransporte, aprendido no planeta yadora. O Sayajin é na verdade Trunks, filho de Vegeta, e ele vem do futuro para dizer que dois seres poderosos aparecerão em uma ilha, monstros terríveis que nem parecem desse planeta. São androides super dotados, humanos com partes cibernéticas – ou seja ciborgues, e não androides como na tradução – e são feitos pelo Doutor Maki Gero, um cientista sobrevivente da Red Ribbon, organização que Goku derrotou na segunda parte do anime clássico, no Arco Red Ribbon. A notícia da doença no coração de Goku é aliviada pela chegada do remédio que Trunks deixa com ele, mas o anúncio das novas noticias deixam todos apreensivos.

    As sagas com inimigos cada vez mais fortes contradizem o paradigma da série. Ora, se na Terra havia uma forma de superar até os poderes de Freeza, para que Goku e os outros precisam fazer vagar pelo universo a fim de encontrar novos desafios? Além dessa contradição, há uma outra questão sobre o multiverso que ainda não é abordada: o viajante no tempo volta ao passado sem ter certeza de que existirá ou não. Tal questão será tratada posteriormente, com a chegada de outro personagem.

    Após mais alguns episódios fillers, os guerreiros treinam, aventuram-se tentando aprender a dirigir (um dos episódios mais bobos, aliás), e se reencontram no local indicado, na ilha, a espera dos tais monstros. Estes atacam Yajirobe e se apresentam como os androides 19 e 20, representados por um homem obeso e outro mais velho. Eles pegam Yamcha. Primeiro parecem absorver algo antes de derrotá-lo facilmente, trespassando o braço por seu peito.

    O androide número 20 assume que observou Goku, através de um robô inseto, mas os dois primeiros que aparecem não são tão fortes. 19 só vence Goku por conta da doença do coração e Vegeta aparece para detê-los, ainda que segundo suas próprias palavras, Piccolo poderia acabar com eles. Finalmente, o príncipe dos sayajins se transforma em Super Sayajin, depois de muito treinar e alcançar isso através da raiva e da frustração por ter sido superado por seu rival Kakaroto.

    A tentativa do n 20 de absorver energia dos guerreiros Z tem a intenção de liberar os vilões mais fortes. Uma tática clichê que evoluiria e seria repetida mais tarde também na saga Majin Boo. Alias, nesse período se gasta um bocado das sementes dos deuses, para repor a energia roubada dos heróis.

    Dragon Ball Z é um anime de ação com elementos de comédia, mas também faz paralelos com uma realidade trágica e péssima. A paternidade é mostrada como um fardo, seja para Goku, que não pensa duas vezes em ficar dois anos separado de família e amigos para aprender novas técnicas, como para Vegeta, rude com a mulher e com seu filho. Mesmo após perceber que o viajante no tempo é a contra parte a La Cable de seu primogênito, o príncipe ainda é ignorante e turrão, deixando claro que não se importa com eles. Um traço comum aos sayajins, porque até esse momento, tanto Bardock quanto Rei Vegeta também não se importavam muito com os dois SJS de raça pura ainda vivos. É bizarro, porém, como Akira Toriyama retrata as famílias ou exibindo pais ausentes, ou casais não exatamente monogâmicos, como são os pais de Bulma.

    Vegeta e Trunks do futuro vão até o local onde despertarão 18 e 17. Após serem despertados, Gero tem a revolta de suas criaturas, pois tinha receio de serem desobedientes, e logo destroe o mecanismo de controle dos androides. Trunks assiste atônito tais fatos, primeiro sabendo que o n19 foi feito em um modelo menor mas forte, que absorve energia com as mãos, composto para terminar a transformação de Gero em n20. O segundo fato é o despertar do n16, o androide que não tem partes humanos, mais frio e imprevisível, possivelmente mais poderoso que os dois irmãos. A questão aqui é que 16 se recusa a lutar, basicamente porque Goku não está ali.

    Uma luta começa, Número 18 contra Vegeta. Lula interrompida por Trunks, que não consegue ver seu pai sofrendo. N 17 interfere no embate também e começa uma surra geral para os heróis. há algumas semelhanças narrativas com a parte em que Nappa enfrenta os guerreiros, na saga Sayajin, ainda que eles estejam mais bem preparados agora com melhores treinamentos. Piccolo fica com raiva ao ser comparado com os benfeitores e relembra a Kuririn que quer conquistar o mundo, já que ainda se mantém mal. Obviamente isso é uma falácia, já que seus objetivos mudaram com o passar dos anos. A parte de ação da serie segue bem divertida mas se prolonga em excesso com fillers.

    Trunks não parece ser muito inteligente. Enquanto Gohan pequeno já consegue entender o conceito de viagem no tempo e a criação de realidades paralelas, ele parece não compreender nada. Essa ignorância talvez explique o fato do personagem ter sido ludibriado em uma das versões de seu futuro, uma vez que Bulma entra em contato com os guerreiros Z enquanto eles tentam esconder Goku ainda doente, dizendo que há uma maquina do tempo idêntica a que ele usa, só que mais envelhecida. A ideia de Toriyama de referenciar a Exterminador do Futuro não iguala seu personagem a John Connor, e sim ao guerreiro menos esperto, mas ainda assim bravo, Kyle Reese e também Nathan Summers. A nave deteriorada veio três anos após a saída de Trunks do futuro e chegou um ano antes dele chegar e matar Freeza, fato que aparentemente influenciou de alguma forma o poder dos androides 17 e 18, tornando-os mais fortes.

    A questão envolvendo Piccolo e sua fusão com Kami Sama é bem discutível em qualidade. Há um flashback mostrando a trajetória de Piccolo Daimaoh, a reencarnação e até mesmo cenas inéditas mostrando Kami quando se candidatou ao posto de deus. A despedida entre o ser divino e Senhor Popo é emocionante, e para não deixar o antigo amigo na mão, a fusão entre as duas partes afirma ser nem Kami e nem Piccolo, e sim uma namekusei que há muito tempo esqueceu o próprio nome.

    O nameki então desce a Terra e se defronta com a criatura monstruosa: um ser humanoide com aspecto de inseto que já conhece os guerreiros Z. Este é Cell, um bio androide criado por Maki Gero, mas que foi abandonado pela falta de tempo. Ainda assim, o computador continuou coletando informações e códigos de DNA de Freeza, Vegeta, Goku, Piccolo e os outros guerreiros poderosos, através do mini robô do tamanho de uma abelha, alimentando dados para um computador locaolizado no sub solo do laboratório de Gero. Cell veio do futuro, para tentar se fundir com dois seres únicos, o número 17 e 18.

    Toda essa historia é contada pelo antagonista ao namekusenjin que está mais poderoso. A narrativa permitiu que o vilão achasse que poderia derrotá-lo após saber sua trajetória para, então, descobrir que Cell assassinou Trunks em sua realidade e pegou a máquina do tempo programada para voltar um pouco antes da primeira chegada do filho de Bulma e Vegeta.

    Os locais após os ataques de Cell tem uma predominância de êxodo: as pessoas estão sumidas, sobram só suas roupas, como nas lendas bíblicas do arrebatamento, ainda que aqui haja mais danação maior do que bonança ao contrário do conto bíblico. Goku acorda e imediatamente sente fom como bom glutão que é. Mas seu impulso inicial é de disciplina, seu desejo é ir para a sala do tempo com os outros sayajins imediatamente, para ficar mais forte que os adversários.

    Piccolo parece capaz de deter 17 e luta bem contra ele, mas o androide leva vantagem por não cansar. Ainda assim, a luta não termina, porque Cell aparece, e finalmente 16 entra em ação para enfrentar Cell, a fim de salvar o seu amigo. O bio Androide e Cell tem o mesmo nível de poder e Cell tenta absorve-lo. Esse conceito também seria revisitado em Majin Boo. De maneira impressionante, Toriyama consegue reciclar conceitos sem ficar tão evidente a repetição.

    Depois de se tornar a figura mais poderosa do universo, Cell ainda quer se fundir a 18  em mais um exercício de vaidade. Por mais que DBZ seja um anime de ação descompromissada, a ideia por trás da vaidade é bem madura, seja no que se vê em Cell, que quer ser a criatura de poder supremo, ou em Vegeta que continua em busca de ser mais poderoso que seu rival Goku. Na prática , essa busca do Sayajin é uma mostra de infantilidade para se provar como o mais forte, ação típica de animais machos inseguros que deixam sua arrogância falar mais alto e que não conseguem ter maturidade ou humildade suficientes para perceber que podem ser superados. Até o final do seriado, Vegeta cometeria esse erro diversas vezes.

    16 além de ser totalmente cibernético, é também baseado no soldado que era filho de Maki Gero – fato revelado em retcons no jogo Dragon Ball Fighter Z –  além disso, ele claramente tem um visual que se assemelha ao de Arnold Schwarzenegger em Exterminador do Futuro. Curiosamente, também mudando de lado como faz T800 em Exterminador do Futuro 2.

    Vegeta supera os poderes de um SSJ e Cell, em sua segunda forma, não é forte suficiente para derrota-lo. O sayajin continua arrogante e desdenha do bio androide. A luta é bastante feia, não há muitos movimentos. A sequência é quase toda estática, mais que o comum até aqui, talvez motivada pelos detalhes da figura de Cell, cheio de manchas, fato que causou arrependimento no autor que detestava desenha-lo, por conta da quantidade enorme de detalhes.

    A fase final de Cell só é atingida graças ao preciosismo dos personagens. Primeiro de Kuririn que ao invés de usar o dispositivo que desativaria 18, destrói o tal controle. Depois, Vegeta permite que o vilão absorva a androide porque quer saciar sua curiosidade a respeito dos poderes do adversário para confrontá-lo.

    Os jogos de Cell se dariam em dez dias, tempo mais que suficiente para Vegeta e seu filho não só crescerem de poder, mas também aprenderem a utilizar a sua “nova forma” de Super Vegeta (e Super Trunks), basicamente os dois com cabelos mais espetados e mais musculosos. Ainda que visualmente observemos somente tais mudanças, o poder de ambos de fato é maior e sem controle, porém, não o suficiente para bater em Perfect Cell. Mais uma maratona de episódios que alongam a luta que se aproxima.

    Depois de outros episódios filler, com preenchimento desnecessário sobre o nascimento de Gohan – momento enfadonho ao extremo – finalmente Goku pensa nas esferas do dragão, indo atrás de outro nameki, para ocupar a vaga de Kami Sama. Assim, convoca Dende, amigo de Gohan e Kuririn, para ocupar a vaga. Ainda falando em filler, são mostrados os discípulos de Mister Satan, Piroshikin e Carron que falham em qualquer ajuda contra o vilão. Tudo em volta de Mr Satan faz referência a falsidade e a manipulação midiática, crítica que se tornaria mais evidente na saga Boo.

    A luta entre Goku e Cell começa no episódio 177, mas o primeiro golpe só é desferido com 7 minutos (o total do capitulo é de 20 minutos). A batalha contra Cell prometia ser tão ou mais extensa que a de Freeza em Namekusei. A luta termina no episodio 180, mas Cell só tem seu fim mais para frente, no 191. A luta  é interrompida por Goku, e ele desiste por falta de poder para deter o monstro, apontando que Goham poderia derrotá-lo. Tal atitude é reclamada por quase todos os personagens adultos que acusam Goku de ter sido irresponsável – e realmente foi, Gohan só tinha 11 anos – ao colocar seu único filho contra p ser mais poderoso do universo. O argumento de que ele mesmo tinha lutado com 11 anos é invalido. No anime clássico, Goku enfrentou somente inimigos mais comuns, não com potencial de destruir o planeta.

    Gohan mostra uma diferença fundamental para seu pai. O garoto não deseja lutar. Não tem gana nem desejo por batalhas como o pai e seus antepassados. Sua motivação para se elevar a novos níveis de poder não surge por raiva, mas por dor. Principalmente ao ver alguém pacifico como ele, o andróide 16, ser pisoteado por Cell unicamente porque o vilão podia matá-lo.

    O desencadear do nível Super Sayjin nível 2 (que a essa altura sequer tinha esse nome) é feita de modo natural. A inteligência por trás do roteiro mostra personagens com dilemas diferentes atingindo níveis de poderes extraordinários cada um por sua via, com gravidades e detalhes narrativos diferenciados. A questão envolvendo Gohan só atinge a perfeição por conta da vilania dos Cell Pequeninos.

    Durante esse período há muitos flashbacks desnecessários. Entre eles, há um que vale a pena ser visto, que se passa durante o tempo em que pai e filho estavam na  sala do tempo em que Goku percebeu que o herdeiro tinha um poder de luta incomensurável antes mesmo dele se transformar em um SSJ 2. Gohan tem uma expressão e coloração de cabelos muito semelhante ao chamado Gohan Mistico, que só seria descoberto da saga Boo. Isso talvez fosse um sinal do que estaria por vir nos planos de Toryama, ainda que para muitos essa fosse a ultima saga do mangá segundo os supostos desejos do criador. Declarações a parte, parece ser sim uma premonição do que viria.

    A luta contra Cell é tão intensa e o poder de Gohan é tamanho que o vilão usa suas forças e expele a número 18, vomitando-a. Gohan teve mais de uma chance para matar o monstro, que involui para sua forma numero dois, e em uma tática desesperada, o inimigo se infla para explodir e Terra e seus habitantes. Mesmo um guerreiro mais sentimental como Gohan é capaz de errar e de agir com preciosismo. ao ponto de seu pai ter que se sacrificar e sacrificar também o Senhor Kaioh.

    A volta do vilão é repentina. Sua explicação não é boa, beira o clichê do deus ex machina, com uma interferência maior (ainda que não seja literalmente uma interferência de qualquer ser divino, é claro). Não faz sentido Cell ter retornado e mantido a mesma potência. As células sayajins explicam ele voltar com mais poder do que morreu, graças a regra do Zenkai, mas não explica a evolução para a forma perfeita mesmo sem ter absorvido 18 novamente. O poder supremo do mal parece ter decidido que a batalha estava curta demais, e esse artifício de roteiro tem males terríveis, pois banaliza o sacrifício de Son Goku, tornando-o um simples lacaio em um retorno de um antagonista que sequer percebeu que poderia voltar.

    Apesar disso, há contornos dramáticos no final, com Cell acertando o peito de Trunks, praticamente matando-o. Um fato que faz Vegeta revelar seus sentimentos pela versão mais velha de seu filho. Ambos tombam, Cell fere Gohan no braço, o mesmo membro que foi tirado de sua contra parte no OVA – Guerreiros do Futuro. Esse detalhe nos faz perguntar se de certa forma o destino em Dragon Ball não tende a se repetir, já que em ambas versões, Goku está morto, Gohan é a ultima esperança e ainda tem um dos braços incapaz de ser usado como instrumento de ataque.

    O modo como Cell é despachado é bem emocionante, mas perde boa parte do impacto após os três episódios repletos de preenchimento que seguem antes da micro saga filler do Torneio do Outro Mundo. Tais capítulos pouco acrescentam, mostram a repetição do arco de Kuririn no inicio da fase pós Freeza,  em que ele é rejeitado por sua amada – aqui 18, e não Maron- além dos pedidos de Shenlong, que agora dá direito a dois desejos, ao invés de um só. Isso não inclui Goku, que já havia sido revivido antes. Dessa forma, retornaram Trunks e demais vitimas, com o antigo herói da saga aceitando a morte, acreditando que sua presença atrai o mal para a Terra. O outro pedido seria feito por Kuririn, que quer que 18 e 17 se tornem humanos, mas o dragão nega o pedido, e depois aceita que possam ser retiradas as bombas que estavam dentro dos robôs, fato que comove a bela hibrida entre humano e máquina. Ainda assim, Chichi fica desolada por ser viúva tão jovem. Por mais chata e fútil que ela se apresente, sempre se dedicou a sua família, e não merecia ficar sem seu par, ainda mais dessa maneira triste.

    Há algo errado com o ultimo capitulo que se passa na linha de tempo de Mirai Trunks (esse é o nome utilizado posteriormente a essa saga para designar esta versão do herói), ainda mais se analisarmos que Cell só retorna no tempo porque Trunks mata 17 e 18. Ele adquire esse poder somente após a volta ao passando, reencontrando o próprio Cell. Para enfrentá-lo, decide entrar na sala do tempo com seu pai para, posteriormente, voltar ao futuro, matar os androides e, sabendo que Cell existe, obliterando-o. O vilão só poderia retornar se o heróis tivesse consciência disso tudo anteriormente, fazendo com que essa parte fique confusa e contraditória.

    Graficamente a saga de Cell perde muito em qualidade até mesmo em comparação com as sagas anteriores. Apresenta uma uma animação estática demais e que não evolui em quase nada. Em alguns momentos, parece um Motion Picture do mangá, sendo que mesmo o mangá apresenta maior dinamismo se comparado as últimas lutas dessa fase. Ainda assim, a saga dos androides tem bons momentos de roteiro, desafiando até seus próprios clichês, apresentando uma sensação de mortalidade e do impacto das perdas de grandes personagens.

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  • Review | Dragon Ball Z – A Saga de Freeza

    Review | Dragon Ball Z – A Saga de Freeza

    O trigésimo sexto episódio de Dragon Ball Z marca o início da Saga Freeza. A Terra acaba de ser salva por Gohan, Kuririn e Goku. Os amigos chegam para recepcionar os guerreiros que sobraram, e nesse momento se percebe que a preocupação na família Son passa apenas por Chichi, sendo Goku um pai bastante irresponsável com seu filho, ao ponto de causar em sua esposa espécie para que ela nem ligue para ele que acabou de ressuscitar. Os corpos dos guerreiros Z são levados para câmaras criogênicas, como no final de Dragon Ball, no surgimento de Piccolo Daimaoh.

    O senhor Kaioh ajuda os guerreiros a acharem o local onde os sobreviventes dos namekuseijins estão, um planeta distante da Terra. Kami-sama foi mandado a Terra para ser salvo da destruição do seu planeta, em mais  uma clara referência de Akira Toriyama ao Superman e Kripton – mais tarde, em um retcon, Kakaroto também seria lançado dessa forma, mostrando o quanto Toriyama foi influenciado pelos comics americanos. A partir desse momento, os heróis preparam um grupo ao outro planeta, com Gohan se oferecendo para ir, já que quer ressuscitar Piccolo, sua real figura paterna.

    Nos fillers, Bulma viaja pelo espaço com roupa íntima o tempo inteiro, em uma clara apelação para os onanistas não desligarem a TV, enquanto há uma encheção de linguiça ligada ao treinamento dos guerreiros. Reza a lenda que essa seria a última saga do mangá, mas os fãs insistiram muito para que Toriyama continuasse, daí surgiu a saga dos androides. O visual de Freeza vem dos pesadelos do criador de DBZ, que sonhava com uma criatura monstruosa. A primeira vez que o vilão aparece é na superfície de Namekusei, com seus soldados leais Dodoria e Zarbon, e ele chega junto com os terráqueos e Vegeta.

    Vegeta aliás tem uma rivalidade com um dos soldados de Freeza, chamado Kiwi, um sujeito que fica provocando o saiyajin a troco de nada. Percebendo uma possível traição, o imperador deixa claro sua suspeição sobre o príncipe dos Saiyajins, que ainda tem seu poder aumentado graças ao Zenkai, uma técnica de sua raça que aumenta demais a força desses seres após quase morrerem.

    Alguns detalhes revelam um problema de continuidade tremendo no seriado, aqui se entende que o sangue dos habitantes de Namekusei é roxo e essa cor mudou com o tempo, já se mostrando verde e até vermelho em outras sagas. Outra questão curiosa, que revela ignorância, mas aí não sendo dos criadores do programa e sim dos personagens, é a destruição dos comunicadores, que serviam também como radar para a procura das esferas mágicas do dragão, em que Freeza e seu soldado assistem passivos os fracos habitantes de Nameki fazendo isso impunes.

    Mesmo mais evoluídos que os humanos, o exército de Freeza demonstra que conseguem ser ludibriados facilmente, isso talvez resulte de uma característica que o autor incuba sobre a sua própria raça, capaz de se reinventar apesar de não ter um poder ou potencial grande o suficiente para enfrentar qualquer guerreiro intergalático. Se falta força ou poder, sobra engenhosidade e perspicácia.

    Em Namekusei, Gohan e Kuririn observam silenciosamente os combates e se sentem inúteis, e impotentes frente aos vilões. Quando Dodoria agride os namekuseis, entre eles Dende, personagem que teria uma grande importância no futuro da saga. Acontecem muitas lutas nesse ínterim, Freeza verbaliza a Zarbon que teme a chegada do lendário Super Sayajin, achando q ele poderia ser Vegeta. É irônico que a destruição do planeta Vegeta ocorre por causa disso, e se não tivesse ocorrido, certamente Raditz não iria tão cedo ao encontro de Goku, tampouco o despertaria para um novo universo de lutadores e campeões poderosos.

    A saga que já era divertida e com um bom ritmo, ganha força com a chegada das Forças Especiais Ginyu. Aqui há referências aos tokusatsus de equipes coloridas, que passavam seus dias fazendo coreografias, falas decoradas em uníssono, lutando contra vilões que soltavam faíscas. Gurdo é facilmente derrotado por Vegeta, que interrompe o combate de maneira brusca, mas ele esbarra em Rikum, o mais diferenciado guerreiro do quinteto. A luta é tão cômica que ele rasga as roubas ficando com a  sua bunda a mostra.

    Aqui se repara em algo estranho, uma mostra de benevolência de Vegeta, pois de certa forma, por mais que o mesmo negue, ele defende o filho de Kakaroto e seu melhor amigo. Ao chegar, Goku entrega ao príncipe saiyajin uma semente dos deuses já que ele está quase morto retribuindo o bom favor prestado aos seus, de certa forma solidificando uma nova aliança entre eles.

    A saga Freeza não é dita como a melhor à toa, pois ela não se resume a lutas contra o vilão que dá nome a tal parte, mas também nas batalhas contra capangas, e adversários que vão tendo o poder aumentado pouco a pouco, em uma escalada que faz com que a jornada seja acompanhada por um interesse genuíno pelo espectador.

    Vegeta narra a lenda do Super Sayajin, mostrando ali um macaco gigante aloirado dentro desse conto, de certa forma falando do Gold Oozaru, que viria a aparecer em Dragon Ball GT, embora aqui seja só uma fantasia. As pessoas acreditam que Goku é o Super Sayajin, nome que dão a lenda do Sayajin Lendário, mesmo que até esse momento não houvesse de fato a transformação.

    Há momentos graficamente fortes, com Freeza arrancando o braço de Neil na maior frieza e facilidade do universo, ainda que seja bem suavizado, se comparado com o mangá. Quando Goku tem seu corpo trocado com Ginyu, ele ao invés de lamentar o fato de poder até morrer, pensa primeiro nos seus aliados em Nameki – mostrando uma preocupação madura com Kuririn e seu filho – para depois, lembrar das broncas que Chichi poderia lhe dar. Esse formato de mostrar coisas graves e engraçadas em sequência se tornou uma marca do programa, ainda mais freqüente nessa versão Z.

    Quando finalmente vencem Ginyu, Goku vai para uma câmara de recuperação, enquanto Vegeta dá uniformes das tropas Freeza para Kuririn e Gohan, tornando a aliança entre eles visualmente plena. O dragão de Nameki, Porunga, morre graças ao grande ancião, que aparentemente, faleceu por causas naturais – isso na verdade é diferente e melhor explicado no mangá, onde Kaioh explica que a morte do Patriarca foi natural, mas foi acelerada pelo stress causado pela invasão de Freeza, por isso, ele poderia voltar, nem que fosse para viver só mais um pequeno tempo.

    Freeza começa a enfrentar o grupo de herói  sofrendo então sua primeira transformação, em uma cena de metamorfose bizarra, onde seu corpo estica muito. Seu objetivo em evoluir e involuir é controlar melhor seu poder, e, de certa forma, esconder dos adversários seu potencial de luta. Essa parte do anime contém fillers, como as cenas envolvendo o Rei Vegeta e sua morte, mas nada que cause tanto enfado e tédio quanto, por exemplo, os momentos em que Bulma fica sozinha.

    Ao menos é nesse momento que Gohan dá mostras do que poderia se tornar, um exímio guerreiro saiyajin, inclusive usando a indumentária correspondente aos guerreiros de sua raça, claro, sem mostrar o que poderia e viria a se tornar na saga seguinte.

    A terceira forma de Freeza referencia a Alien: O Oitavo Passageiro. Freeza não tem dificuldade nem contra o ressuscitado e bem mais forte Piccolo em sua quarta e final forma, muito menos contra Vegeta, que passa a batalha inteira se chamando de super saiyajin de maneira mentirosa. Freeza era claramente o homem mais poderoso do universo, e ele causa medo e receio não só nos personagens, mas também em seu público, seja se mostrando poderoso ou impiedoso, a exemplo disso quando mata o pequeno Dende, a troco de absolutamente nada. Tudo o que viria depois seria uma cópia desse arquétipo, mais estilosa talvez (em Cell principalmente) mas a essência é a mesma, no entanto, os produtores não souberam parar.

    Pouco antes de sua morte, Vegeta diz acreditar de fato que Goku é o super saiyajin. Por mais que sempre fosse um personagem sabotado por Toriyama, ele se mostra aqui como um ser complexo. Ele prefere que seu rival sobreponha o exterminador de sua raça. Ao enfrentar Goku, o vilão diz que ele foi o único a machucá-lo, fora seus pais. Isso contradiz a fala do antagonista em O Renascimento de Freeza, de que jamais treinou e por isso não tinha desenvolvido todo seu poder. Pior é que esse argumento até casava antes com algumas das ideias , já que o antagonista não tinha noção ou controle real sobre seus poderes.

    Próximo dos vinte/quinze episódios finais, acontecem eventos bizarros ocorrem, visando preencher tempo. Essa quantidade exorbitante de fillers matam um pouco do impacto da luta final, que só melhora a partir da morte de Kuririn. Munido de fúria, Goku  tem enfim uma nova transformação bem diferente do macaco gigante que virava no começo de Dragon Ball, onde fica com cabelos loiros, olhos azuis e muito mais poder, tal qual a lenda do super saiyajin. Ao menos na dublagem brasileira, não fica claro se essa seria a transformação do Lendário Super Saiyajin, que teria esse tema retomado no filme que introduz Broly ou não e essa é uma dúvida que até hoje não é muito bem explicada por grande parte do fandom.

    Goku afirma que somente se transformou por conta do seu coração bondoso. Há uma contradição disso arcos depois, já que até os vilões, se tiverem poder suficiente, se transformarão em super saiyajin. No entanto, a pureza retornaria ao conceito, segundo o autor, sendo isso melhor discutido em Dragon Ball Super, quando os personagens se deparam com suas contra-partes de outras realidades.

    Dragon Ball Z é conhecido pela enrolação e falta de dinamismo em suas lutas, e é aqui que isso se agrava pela primeira vez. Segundo os relatos de Freeza, Namekusei explodirá em 5 minutos, mas a temporada ainda dura ali mais de dez episódios, com 20 minutos corridos cada. Na luta final o traço do desenho muda um pouco. O design de Goku fica maior, mais bruto, em alguns momentos, até a imagem fica feia. Talvez a ideia fosse mostrar o personagem como algo mais pitoresco, mais brutal no sentido de selvageria, como se Goku fosse um predador.

    Goku decide ficar em Nameki  mesmo com o planeta em colapso, não por querer se sacrificar a fim de fazer seus amigos sobreviverem e sim por vaidade. Não há motivo para ele lutar com Freeza já que estavam todos salvos. Os dois (em outra óbvia referencia temporal furada) minutos que sobrariam estavam lá só para provar quem era o mais forte. O desfecho é lento demais, há muita coisa que não existe no mangá, como quando Raditz, Nappa e Vegeta são humilhados por Freeza, de maneira extremamente gratuita, basicamente só para mostrar que Vegeta sabia que foi Freeza quem destruiu o seu planeta. Não há impacto, sequer na humilhação de Vegeta, ao contrário, só se força uma auto-humilhação do nobre, que já agia como um imbecil, ao falar que se Kakaroto e Freeza morressem, ele seria o ser mais poderoso do universo.

    Os momentos derradeiros são longos também por conta da luta derradeira, tão extensa que faz perder o interesse do espectador. Torna-se enfadonho. Os instantes finais de Freeza então, são patéticos, ele é retalhado por Goku, sobra só metade de seu torso, e o herói da um pouco de sua energia para que ele possa se mexer, então o vilão decide flutuar, só com a metade que lhe resta, para ser um cotoco voador. Seu final é patético.

    Após a batalha final há poucos momentos realmente dignos de nota, como Muri assumindo o papel de patriarca namekuseijin, e Gohan tentando segurar o ímpeto de Vegeta, lutando contra ele na Terra enquanto o planeta nameki perece. Também há o convite generoso de Bulma aos alienígenas e a Vegeta para morarem em sua casa, ainda que ela avise de modo engraçado ao saiyajin que não é para ele se apaixonar por ela. Há muitas piadas em relação a eles estarem juntos e possivelmente esse era o embrião do casamento que ocorreria no futuro.

    Apesar de ter um final onde pouco acontece – e onde as esferas do dragão são usadas para reestabelecer o status quo – essa é a parte mais divertida do anime e do mangá, onde acontecem mais tragédias, onde menos se usa o clichê dos pedidos ex machina, mas ela, tal qual a saga Saiyajin, peca pelo excesso de preenchimentos, o que é uma pena. As melhores lutas envolvem Freeza, e é nessa saga que ainda há um espírito parecido com o caráter de Dragon Ball Clássico, onde obviamente há um senso de urgência maior e uma escala de poder crescente, não à toa o vilão escolhido para retornar em uma fase vindoura foi o que dá nome ao arco. Claramente DBZ poderia ter terminado aqui, onde a fórmula ainda não estava esgotada, mas ele prosseguiu, e prosseguiu para mais desventuras e mais tragédias.

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  • Review | Dragon Ball Z – A Saga Garlic Jr.

    Review | Dragon Ball Z – A Saga Garlic Jr.

    Após os eventos em Namekusei, com a derrota de Freeza – e com receio de alcançar a cronologia do mangá – foi instituída o primeiro grande filler de Dragon Ball Z, começando no episódio 108, se estendendo por 9 capítulos.

    Claramente os eventos levam em conta os eventos dos filmes, incluindo aí elementos visuais e dramáticos, como o personagem do dragão que acompanha o menino Gohan, além é claro do assobio irritante cantado, especialmente, no filme Dragon Ball Z: O Homem Mais Forte do Mundo. Kuririn ganha maior desenvolvimento, namorando Maron, uma mulher muito parecida com Bulma, se diferenciando apenas pelo tamanho dos cabelos.

    Apesar do preenchimento, há informações valiosas nesses episódios, como a tentativa de Kami Sama em passar o posto de protetor da Terra para sua contra-parte, Piccolo. Garlic Jr. volta da estranha zona da morte sem explicar como chegou ali. Essa micro saga só faz sentido graças ao fato de Goku treinar fora e Vegeta viajar na nave que o pai de Bulma lhe deu, do contrário nenhum dos vilões seriam páreos para os dois.

    O plano é o de ressuscitar o Garlic Sênior, através das esferas do dragão. Os capangas de Jr convertem os amigos de Gohan, na casa de Kame, em uma técnica bastante deus ex machina, e dizem que o modo de libertar Bulma, Yamcha, Kame e os outros seria por meio de uma água ultra sagrada, ou seja, mais um item mágico genérico nunca antes citado na série.

    A neblina maligna não captura a consciência de Gohan, Kuririn e Maron, e não existe qualquer justificativa para isso. A parte que cabe a Vegeta durante a série é passear pelo espaço em busca de Goku, obviamente sem sucesso. Ele transita entre planetas sem usos de nave, novamente desafiando a lógica de Akira Toriyama de que os Sayajins não sobreviveriam no espaço vazio.

    Há momentos constrangedores, como Maron malhando na Torre Karin, onde as proporções tanto dela quanto de Mestre Karin e Yajirobe estão todas mal encaixadas. Também é bastante ofensiva a sexualização da personagem.

    A questão do Planeta Maligno, assim como a força de Garlic Jr. simplesmente não faz sentido, assim como também não faz sentido a dificuldade que Gohan, Piccolo e Kuririn têm em enfrentá-lo, depois de tudo que passaram na Saga Freeza. O trio não deveria ter tanto trabalho ao enfrentar um vilão com tão pouco poder.

    Ainda assim, se perdeu uma oportunidade para colocar Yamcha, Tenshinhan e os outros heróis Z para lutar, já que claramente esses não eram vilões tão fortes, e poderia se dar alguma importância mínima a eles, que perdem muita importância desde o início da fase Z. Ainda assim, falta qualquer coisa interessante nessa micro saga, que consegue ser a mais malfadada de toda a série.

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  • Resenha | Jaco: O Patrulheiro Galáctico

    Resenha | Jaco: O Patrulheiro Galáctico

    Akira Toriyama se tornou conhecido pela obra Dragon Ball. Além disso, ganhou um certo reconhecimento por Doutor Slump, obra essa mais ligada ao humor. Jaco: Patrulheiro Galáctico, consegue mesclar um pouco desses dois universos do autor. O mangá teve onze números e mostra a história do personagem-título, narrado por um cientista misterioso – que o leitor não sabe quem é num primeiro momento.

    Na trama, somos apresentados a estranha nave de Jaco chegando a ilha do narrador, em vias de ser consumida por um tubarão gigante. O narrador é um velho engenheiro, que a princípio não acredita que Jaco seja um alienígena, tampouco que ele tem toda a pompa que diz ter, e acha estranho tanto a composição do veículo quanto a aparência do extraterrestre, que remete demais ao visual dos tokusatsus, em especial Ultraman, Ultraseven e o restante da família Ultra.

    Jaco revela que sempre existiu pesquisas extraterrestres na Terra, e uma em cada 100 mil moscas são robôs de pesquisa, e por isso ele sabe alguns dados do planeta, como por exemplo os alimentos terráqueos que se parecem com os seus. O velho se apresenta, com o nome de Oomori, e uma das primeiras perguntas que faz para o ser mais evoluído é se é possível viajar no tempo, recebendo a resposta de que há uma lei galáctica muito rígida que proíbe tais viagens.

    Oomori é um sujeito solitário, trabalha na tal ilha e graças as condições do local acabou perdendo sua amada enquanto ali vivia. O fato de ninguém do governo – para quem trabalhava – ter lhe dado qualquer ajuda com sua a situação o tornou cético, e ele fala a Jaco que a humanidade tem muitos homens maus, fato que faz o patrulheiro não lamentar então a vinda de um alienígena que chegará a Terra.

    O quadrinho além de possuir um humor bem ácido, também carrega um conjunto de referências muito grandes. A composição de 38 patrulheiros espaciais faz lembrar um pouco da Tropa dos Lanternas Verdes, assim como a insegurança de Jaco com sua baixa estatura faz lembrar um bocado dos receios de Goku e Kuririn no início da série Dragon Ball. Mas o mangá também mantém vivas questões críticas ao governo e a grandes corporações, a descrença de Oomori deixa de parecer paranoia para se tornar algo maior, com a ordem do governo para que ele se retire da ilha – o mesmo local onde está o túmulo de sua falecida esposa e também de seus projetos de construção de uma máquina do tempo.

    O ritmo de leitura da revista é bastante dinâmico, Toriyama dosa bem as revelações com as conversas entre os personagens centrais. Os acontecimentos são revelados aos poucos, dando tempo do leitor digerir os acontecimentos, assim como o humor ocorre na medida certa. O último número, ao contrário dos outros, é repleto de revelações bombásticas, inclusive com referências diretas à Dragon Ball.

    A  revista não é refém dos produtos anteriores, e na verdade até alimenta a mitologia da série maior, não só com eventos óbvios como com a chegada dos saiyajins a Terra, mas também ao explicar que um intercâmbio de tecnologia pode ser a fonte da genialidade e riqueza da Corporação Cápsula, e toda sua fortuna e influência. A construção do ideário dos personagens é interessante, Oomori é um sujeito rabugento mas dócil e prestativo apesar da sua idade, além de muito inteligente, Jaco é engraçado e orgulhoso e Tights é descolada e assertiva. Cada um dos três tem personalidade e tempo para desenvolver seus dramas e vontades, e por mais que exista um sem número de referências a outras obras de Toriyama, há  também muita personalidade e graça nessa história do membro da elite da patrulha galáctica. 

    Compre: Jaco – O Patrulheiro Galáctico.

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  • Os 5 Melhores Capangas de Dragon Ball Z

    Os 5 Melhores Capangas de Dragon Ball Z

    Para essa lista, resolvi ignorar vilões óbvios como Cell, Freeza, Majin Boo e Vegeta, e privilegiar os vilões que em algum momento do anime/mangá conseguem roubar a cena para si, apesar de obviamente não serem tão poderosos quanto seus chefes. Abaixo, alguns desses capangas e as justificativas para eles serem tão queridos.

    Nappa

    Os sayajins são guerreiros muito poderosos e os primeiros  adversários reais dos guerreiros Z no seriado. O primeiro a aparecer é Raditz, o mais fraco dos três restantes – excluindo é claro Goku/Kakaroto – logo depois, a dupla Vegeta e Nappa chegam a Terra, barbarizando os humanos e Piccolo. Nappa é sádico, trata mal seus adversários, humilha Yamcha mandando os saibaimen matarem ele, ARRANCA o braço de Tenshinhan, permite que Chaos se mate para tentar detê-lo, obviamente sem sucesso, assassina Piccolo e quase mata Kuririn e Gohan. Nappa é detido por Goku e morto por seu antigo parceiro, Vegeta, e certamente é mais cruel e vilanesco até que Vegeta, apesar de sua curta passagem na fase Z.

    Zarbon

    Apesar de pouco forte e atrapalhado, Zarbon é um personagem imponente. Ele e Dodoria formam a dupla de soldados de elite de Freeza, e o alienígena verde humilha Vegeta na primeira vez que luta. Ele seria um dos primeiros personagens a mostrar uma segunda forma, tal qual os sayajins e os membros da raça de Freeza, e ainda capturaria a atenção sexual de Bulma, quando ele enfrenta o sayajin baixinho. Teve um fim um pouco menos glamouroso do que deveria, vencido por Vegeta depois da utilização do zenkai, a técnica que faz com os que os membros da raça se tornem após se recuperarem de ferimentos quase fatais.

    Recoome ou Rikum

    Das Forças Especiais Ginyu, o mais mortal entre os cinco certamente é Recoome, um guerreiro ruivo, muito louco e que gosta de batalhas e de tomar sorvete. Ele luta muito bem contra Gohan, Kuririn e Vegeta, e não tem dificuldades contra eles, ao menos num primeiro momento. Precisa chegar Goku para o quadro mudar e ele levar uma surra. O sayajin criado na Terra o deixa quase morto, jogado no chão, e quase o poupa, se Vegeta não o executasse de maneira covarde. A coisa mais engraçada e curiosa ocorrido com o vilão aconteceu em sua luta contra os sayajins e Kuririn, onde ele tem sua roupa rasgada, inclusive deixando sua bunda à mostra, pagando um belo de um cofre. Do quinteto que imita os tokusatsus antigos, ele é o mais carismático, e possivelmente mais poderoso até que Ginyu, ainda que isso possa ser discutível.

    Androide 17

    Misto de humano com ser robótico – o que deveria ser chamado de Cyborg e não androide – ele é tão adorado pelos fãs que foi repaginado em Dragon Ball GT, como Super 17 e retornou a ribalta em Dragon Ball Super onde teve uma boa participação no Torneio de Poder. Seu nome original era Lapis. Ele foi programado para matar Goku, mas jamais conseguiu enfrentá-lo, pois no futuro de Trunks – onde ele é bem mais cruel – o herói já estava morto, e na linha oficial do anime/mangá, ele estava se recuperando da doença que na outra linha o matou. Supostamente ele é mais forte que sua irmã gêmea, Número 18 (ou Lazuli). Para muitos, 17 é considerado infantil, por não pensar em nada a não ser matar seu adversário, mas a realidade é que esse traço tem mais a ver com a alienação e frieza típica de um sociopata. Ele é o primeiro a ser absorvido por Cell, e gera a versão quase perfeita do vilão, além disso, luta contra Piccolo depois dele se fundir com Kami-Sama. Curioso é que todo carisma do personagem resulta somente nessa luta, ao menos na linha do tempo comum.

    Dabura

    Dabura acompanha Babidi, no início da Saga de Majin Boo, ele é chamado de rei do reino dos demônios. É cruel, estiloso, bem desenhado e tem “grandes” poderes, como um cuspe que transforma o que for tocado em pedra. O vilão dá bastante trabalho a Gohan e quando é derrotado tem uma vida pós-morte curiosa, pois vai para o paraíso, já que sendo rei do inferno não poderia retornar ao seu lar, e no céu acaba se tornando uma boa pessoa. Se fosse ressuscitado, certamente lutaria pelo lado do bem. Seu poder acredita-se ser equivalente ao de Cell em sua forma perfeita, o que faz perguntar porque ele não veio a Terra quando apareceu o bio-androide. Conveniências de roteiro.

    Espero que tenham gostado da lista e não esqueçam de deixar outros vilões de segunda categoria que vocês gostam.

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  • Review | Dragon Ball Z – A Saga dos Saiyajins

    Review | Dragon Ball Z – A Saga dos Saiyajins

    A Terra vivia tempos de paz, cinco anos após Ma Junior, a reencarnação de Piccolo Daimaoh derrotada por Goku, o status de tranqüilidade seria interrompido. Acompanhamos o pequeno Gohan, filho de Goku, é tratado com muito zelo por sua mãe, Chichi. Antes mesmo de mostrar o pequeno menino, que inclusive tem um rabo como seu pai tinha, antes de Kami-Sama cortá-lo para todo o sempre.

    Gohan é batizado assim por conta do avô falecido de Goku, e é apresentado aos amigos de seu pai, Mestre Kame, Kuririn e Bulma, quando o menino já tem quatro anos. Enquanto isso, chega ao planeta um sujeito de armadura e cabelos enormes, que se diz parte da raça Saiyajin , segundo o próprio os mais fortes guerreiros do universos. Ele grita por Kakaroto. Esses momentos demonstram algumas coisas já de início, primeiro, que ele é um sujeito relapso com suas amizades já que demorou tanto tempo para apresentar seu filho aos mais chegados, segundo que Bulma ainda sente falta das aventuras atrás das esferas, e do que foi visto desde Dragon Ball, e o terceiro é que apesar de Chichi insistir para que seu filho estude, ele tem um poder oculto enorme, tanto que é ele que atrai os olhares de Raditz, irmão do tal Kakaroto. O personagem misterioso reconhece Goku como o tal procurado, e diz que ele é igual ao seu pai.

    Por conta de um golpe forte que levou em sua cabeça ainda criança, Goku esqueceu de sua programação e origem (isso sofreria um novo retcon, feito pelo próprio Akira Toriyama). Aparentemente, Kame sabia que Goku tinha chegado em uma nave, e de sua origem alienígena, ainda que obviamente não soubesse de grandes detalhes. Raditz  revela qual a função dos Saiyajins e de suas ambições de escravizar planetas com bons ecossistemas. Aos planetas com pessoas poderosos, eles enviam adultos, aos mais fracos como a Terra, enviam crianças. As discussões entre os familiares são engraçadas, Raditz acha Kakaroto um imbecil, por ter perdido a cauda e não ter subjugado a todos – isso seria revisto em Dragon Ball Super. O primogênito, fala que Goku precisa se juntar aos seus conterrâneos, para continuar o avanço imperialista, dizendo que a situação se agravou com a destruição de seu planeta natal, sobrando então somente quatro da raça, incluindo os dois irmãos.

    Até esse momento, Raditz é o ápice dos lutadores da saga, e derrubando portanto o herói com um só golpe. Sua crueldade é tanta que até suborna Goku, levando Gohan como refém, pedindo que mate seis humanos como prova de lealdade. O herói se vê sem poder contar com Kame e Kuririn, pois eles já foram ressuscitados pelas esferas, e não se pode pedir a mesma coisa de novo. Isso já determina o quanto mais catastrófica e complicada é essa nova fase, mais voltada para o público adolescente.

    A prova material de que as coisas mudaram, é que Piccolo, o antigo vilão da série, decide fazer uma aliança com Goku para derrubarem o inimigo mais forte em comum, ainda que o demônio esverdeado não se importe com o filho de Goku. Há algo engraçado na dublagem brasileira. Tal qual na época do final de Dragon Ball, Wendel Bezerra já fazia a voz de Goku, e segue aqui, mas a tradução dos episódios era no mínimo curiosa. Na versão em inglês, o quarto capítulo chama Piccolos Plan, ou seja, O Plano de Piccolo, ou algo que o valha, mas no Brasil, era Piccolo Usa Sua Melhor Estratégia, Gohan é Um Garoto Muito Chorão, um título e subtítulo, tudo para resumir a surra que Raditz dá em Goku e Piccolo.

    Quando o vilão cai, em meio a um sacrifício do personagem principal longe de seus familiares (e tendo até seu filho em perigo), ele faz questão de passar todas as informações sobre as esferas do dragão para seus amigos Saiyajins, e que em um período curto, certamente dois novos vilões se aproximariam, sendo eles o príncipe Vegeta, e seu companheiro inseparável, o careca e bigodudo Nappa. A ideia do membro da realeza é ir a Terra, pegar os artefatos para conseguirem o dom da imortalidade. Além disso, eles elucubram que, se Gohan é poderoso como diz o relatório, então misturar o sangue de sua raça com a humana pode gerar descendentes ainda mais fortes.

    Kami-Sama toma o corpo de Goku para fazer algo especial, enquanto os saiyajins mais fortes não chegam a Terra. Essa espera pela chegada de novos e mais fortes inimigos é outro dos clichês do seriado, que se repetiria em outros momentos da série. Outro fator interessante é que Bulma também tem importância na trama, consertando o visor que calcula o poder dos oponentes e os encontra, aqui chamado de Ki. Ainda acontece o treinamento de Piccolo a Gohan, ainda que no inicio, a tutela seja ocorrida a força, graças ao poder oculto do rapaz. Esse foi o início de uma relação paterna bem mais desenvolvida até do que com o pai biológico, Goku.

    Mesmo nos episódios em que a maior parte do enredo é repleto de fillers, se vêem coisas interessantes, como a severidade de Piccolo com o discípulo. Kami-Sama também fala sobre o destino das vítimas do demônio, que supostamente vagavam pelo deserto das almas, enquanto Raditz foi direto para o outro mundo, fato que invocaria alguma bondade nele. Isso basicamente serve para esfregar na cara do espectador que o personagem está mudando.

    Nos fillers, de importante mesmo, só a vinda de Yajirobe, que convoca Kuririn e os outros para que treinem com Kami-Sama. Também é nessa sequência de capítulos que Gohan vê a lua cheia e se transforma em um macaco gigante, em uma transformação que faria lembrar a de um lobisomem. De resto, os enchimentos são muito chatos, mostrando Gohan vivendo nas planícies, Yamcha jogando baseball, Vegeta e Nappa contradizendo o fato de os Saiyajins não sobreviverem no espaço ao destruírem um planeta que para eles é inútil. Considerando que do episódio 7 até 20, há apenas um capítulo completamente canônico, e já no vigésimo segundo há outro que também se mune de fillers, sendo essa a maior sequência de momentos que não está no mangá, mesmo que mais a frente existam algumas microssagas inteiras inéditas além dos quadrinhos.

    O final do caminho da serpente é o décimo oitavo episodio, e finalmente Goku chega ao seu destino, no pequeno planeta em que mora Kaioh. Lá ele tem dificuldade de andar, por conta da gravidade, e a narrativa também tem dificuldades em seguir fluida, uma vez que o episódio é sensacionalista, e só mostra o mestre no final. É aqui que se estabelece a mudança de gravidade como método de treinamento para aumentar o ki dos lutadores.

    Da parte inédita, Kaioh conta quem habitava o planeta Vegeta, os Saiyajins e os Tsufurujins, com os primeiros agindo mais como bárbaros enquanto os outros eram mais tecnológicos. A predação dos Saiyajins aconteceu obviamente por conta da lua cheia e das transformações em símio. A versão que Kaioh conta seria desmentida depois, mas ainda assim é válido assistir isso – ainda que não esteja assim no mangá – principalmente graças as técnicas que o mestre ensina.

    A Genki Dama, técnica que reúne a energia de tudo que é vivo tem um conceito filosófico muito belo, de que a cooperação mútua entre todos os seres viventes, é capaz de gerar uma energia tamanha que faz gerar um poder destrutivo capaz de consumir o mal localizado. De todo o treinamento de  Kaioh, esse é o que tem maior diferencial e o que marca mais.

    Há algumas coisas cômicas dignas de se pontuar, primeiro que Kaioh erra a hora que Goku deveria voltar, o que ocasiona um numero grande de perdas dos defensores da terra, outra são títulos de episódios com spoilers, como Yamcha Morre, por exemplo. Vegeta é poderoso e manda matar o atual pretendente da sua futura esposa, e também sabe a que raça Piccolo pertence, fato que nem o próprio ou Kami sabem. Há também um acréscimo de violência repentino, com Nappa arrancando o braço de Tenshin com um golpe certeiro. Em Cavaleiros do Zodíaco: A Guerra Galatica, acontece uma cena parecida com Nashi de Lobo, no mangá, mas no anime, suprimiram isso, a coragem por parte dos produtores foi grande, porque o antigo Dragon Ball desde o arco de Goku era mais apreciado por crianças.

    Piccolo é bem severo com Gohan ao perceber que ele se acovarda, em meio a luta contra os Saiyajins, e não é à toa, os amigos de seu pai estão morrendo um a um. Essa sequência mostra o quão inúteis foram os fillers a respeito da sobrevivência do menino nas planícies, pois ele pouco pareceu aprender, até o ponto de ruptura que o faz liberar um pouco do seu poder.

    Tal qual no Arco de Piccolo em Dragon Ball, Goku está muito acima dos outros guerreiros do lado bom, e mesmo se comparados aos Saiyajins também é superior. Após tentar encurtar o caminho atrasado para o lugar onde está acontecendo a luta, Piccolo é nocauteado e aparentemente morto por Nappa, ainda que depois o namekusei volte. Vegeta teme a aproximação do herói ressuscitado, e levanta já aí a possibilidade de haverem esferas mais poderosas que as da Terra, como as do próprio planeta dos seres verdes, explorada na próxima saga.

    Vegeta explica o sistema de castas dos saiyajins, explicando que cada guerreiro tem um grau, e que os que estão abaixo são mandados para planetas inferiores, como foi o caso de Kakaroto e a Terra. Já dá para perceber antes mesmo da luta começar a rivalidade que se estabeleceria entre os dois, mesmo que para Toriyama, o plano para o príncipe dos saiyajins fosse morrer ali, e não ser mais aproveitado nas sagas futuras como aconteceu.

    O príncipe luta bem contra o herói de Dragon Ball, mas ainda assim perde para ele, tendo de apelar para a transformação em Ozaru, o macaco gigante, como Goku fazia quando criança. Duas coisas são engraçadas nesse ponto, a primeira é a explicação técnica que Vegeta dá, de que ondas específicas refletem a energia do sol, fazendo com que o poder dos Saiyajins se maximize e obviamente Goku não entende a explicação, assim como o segundo ponto cômico, em que Kakaroto ainda não percebe que foi se transformando que matou seu velho avô de criação. O ardil de Vegeta inclui colocar uma esfera artificial que emularia a lua cheia.

    Goku multiplica seu poder com o Kaioken, mas não é páreo para Vegeta transformado dessa forma. Kuririn é obrigado a voltar por Gohan, mas ainda assim o personagem sem cabelos se mune de coragem, para tentar arrancar a cauda do saiyajin, enquanto Yajirobe foge, covardemente. Obviamente que isso dá errado, e o massacre continua. Essa talvez seja uma das lutas mais acirradas de todo o anime, incluindo até outras batalhas entre os dois saiyajins.

    O acréscimo de Yajirobe, cortando sorrateiramente a cauda do vilão é um uso bem encaixado de um personagem que claramente não tem força e poder para bater de frente com os opositores. Os que não pereceram se juntam, para uma longa luta, que envolve até outra transformação, fato que viraria a ser um clichê também da série. Mesmo com quase todos mortos, há um momento filosófico, começando com Kaioh dizendo que a origem do mal deveria ser cortada, depois com Goku implorando a Kuririn que não termine de matar Vegeta, para que possam voltar a batalhar.

    O final da saga mostra os personagens desolados, mas ainda com uma esperança de ir em direção a outro planeta onde também haveriam esferas do dragão, para reviver seus amigos. O final agridoce faz lembrar o clima de Império Contra-Ataca, mas o resultado final é de um tomo que contém uma quantidade gigantesca de episódios de preenchimento em comparação com o que está no mangá, sendo quase todos completamente inúteis. Ainda assim, a ideia de Goku em ter sempre com quem batalhar é solidificada e explicitada aqui e bem enquadrada, e Dragon Ball Z já aqui se demonstra um anime de muita aventura e lutas épicas.

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  • Os 5 Piores Fillers de Dragon Ball

    Os 5 Piores Fillers de Dragon Ball

    O seriado infantil Dragon Ball adapta a Jornada ao Oeste, ao menos em seu início, mas logo depois seu criador, Akira Toriyama começa a inserir outras influências a sua obra, fato que ajudou ele a solidifica-lo como um belo exemplar de aventura repleta de ação. No entanto, para que a animação não alcançasse o mangá, foram inseridos muitos fillers, e dentre esses insuportáveis separamos os cinco mais impertinentes.

    Pilaf e a Falsa Esfera do Dragão

    Isso é logo no começo, no episódio 30, onde Pilaf é passado para trás por um comerciante, que faz esferas do dragão falsas e as vende por aí. Esse senhor teve um fim trágico, mas o que é mais estranho nisso tudo é que as esferas são itens mágicos, que poucas pessoas tem ciência da existência, mas para a Toei é completamente normal que tenha um comerciante fazendo elas em alta escala para vender como um simples larápio…Não há logica alguma nisso, e se torna tudo ainda mais bobo quando Pilaf, Goku e a Red Ribbon caem nessa.

    Goku Viaja no Tempo

    Em meio ao treinamento com Mister Popo acontecem alguns dos fillers menos desnecessário de toda a série, onde se aprofunda o método de Kami-Sama em instruir seus pupilos. Mas, em um deles Goku entra na sala do tempo e acaba voltando muito tempo no passado, para a época em Kame era jovem, assim como Tsuru, e ainda eram discípulos do Mestre Mutaito. A trama é boba e trata o espectador como imbecil, além de já mostrar que Kame era extremamente desrespeitoso com as mulheres desde sempre, o que nem é um problema em si, mas que só está lá para ser gratuito, basicamente. Não há motivo para fazer essa regressão, uma vez que sequer se ensina o mafuba para o garoto, enfim, desnecessário até a alma.

    Imitação de Mad Max

    Logo depois da micro saga da Vovó Uranai, Goku vai fazendo andanças desnecessárias, e encontra uma vila onde tem uns rapazes que fazem muitas algazarras em uma pequena vila. Goku que já havia lutado muito, procurava adversários pelo mundo e obviamente que não achava nenhum de nível bom nessas andanças e esse seria um clichê de filler cada vez mais presente… Enfim ele chega nesse vilarejo onde dois vilões que imitam o visual de Mad Max 2 ameaçam as pessoas comuns, dizendo que poderiam prender essas pessoas engarrafando-as num suposto item mágico, e acontece uma das lutas mais desiguais e anti climáticas da série. Tudo é extremamente bobo e sem necessidade de acontecer, de novo…

    Interação entre Goku e Chichi no final do anime

    Chichi é reintroduzida no Torneio de Artes Marciais que fecha o seriado, como uma mulher raivosa que tenciona vingança contra Goku, que não se lembrava da promessa que fez a ela de se casar. Para tentar aplacar o impacto de logo no início de DBZ, quando Goku já aparece pai, há uma série de cinco episódios, exatamente os finais, que mostram os dois agindo em dupla, chegando ao cúmulo de mostrar eles casando, o que nem é tão ruim, mas as lutas que os dois se metem, para tentar arrumar um artefato que apagaria o fogo do castelo do Rei Cutelo é de querer morrer de tão enfadonho que é, mesmo a presença do vovô Gohan não salva o enredo, já que ele é sub utilizado. Chichi que antes parecia ser só fútil, por só pensar no tal casamento, também é mostrada como uma pessoa muito chata.

    A Lenda do Dragão

    Em um episódio todo errado (em que Blue enfrenta boxers) Kame explica pra Lunch e Kuririn, de que no passado era uma única esfera gigante e depois foi dividida, e daí vem um show de mitologia toda errada, e isso é bizarro, porque ele mesmo carregava uma em seu pescoço, e deu a Bulma na primeira saga sem saber absolutamente nada sobre elas… A distância entre os dois momentos era de trinta episódios, e bem pouco tempo corrido entre um e outro, além disso, o acréscimo de mitologia é bem fraco e até imbecil, além de extremamente ilógico.

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  • Crítica | Dragon Ball Evolution

    Crítica | Dragon Ball Evolution

    Em 2009, um sonho estava prestes a se realizar para todos os fãs de Dragon Ball: o lançamento do filme em live-action oficial, chamado Dragon Ball Evolution. Cercado por expectativas grandes, a direção coube a James Wong, diretor responsável pelo terror chiclete Premonição e pelo bom filme americano de Jet Li, O Confronto. A mitologia do anime/mangá já é modificada em seu início, ao mostrar que Piccolo foi aprisionado séculos atrás por uma técnica chamado Mafuba e tinha como capanga um macaco gigante chamado Oozaru.

    Não demora até aparecer seu protagonista, vivido por Justin Chatwin, um rapaz  (de aproximadamente 26 anos) que vivia na cidade, frequentava a escola, sofria bullying e treinava com seu avô, Son Gohan (Randall Duk Kim), esse sim com uma aparência japonesa. Ora, por mais que se reclame, Goku não precisaria ter feições japonesas, pois tecnicamente é um alienígena, mas na história original, geraria estranheza se não o fosse. Como aqui ele está na América, tudo certo, ao menos aparentemente.

    Goku é mostrado como um garoto comum, apaixonado pela garota bonita da escola, Chichi (Jamie Chung), muito diferente do menino eremita que durante muitos anos de sua vida só teve contato com seu avô, não só no fato de ser antissocial e não adepto de algumas normas comuns ao contrato social, mas também de não se deixar intimidar. O modo como ele encontra para se aproximar de sua amada, é utilizar suas habilidades de ki para abrir todos os armários da escola ao mesmo tempo, em um exibicionismo fora das lutas que fere qualquer código de ética de arte marcial.

    Talvez o único senão positivo do filme, indiscutivelmente, sejam os designs das esferas do dragão. As bolas alaranjadas tem seu número de estrelas flutuante ao longo de sua circunferência, para que qualquer pessoa possa ver de qual esfera se trata. Elas parecem emanar um poder mesmo distantes umas das outras e essa sempre foi a impressão que o anime passou desde a primeira vez que foi exibido no Brasil pelo canal SBT.

    Mas logo essa sensação boa é cortada, para mostrar a ida do protagonista como penetra na festividade de Chichi, onde ele exibe suas esquivas em slow motion contra o bully Carey Fuller (Texas Battle), o mesmo que namora a moça. Há alguns detalhes legais nesse momento, como a festa ser num castelo, referenciando o lar do Rei Cutelo e da pequena Chichi na fase clássica do desenho, e as referências à lua cheia, ainda que Goku não tenha rabo e não possa se transformar em um macaco gigante assassino.

    A personificação de Goku não é falha só por conta dele não ser um capiau sem noção do que é a vida, mas também por seu visual. Seu cabelo emplastado de gel faz ele parecer mais um dos coadjuvantes desimportantes de séries da CW como Arrow e The Flash, já que se enquadra no padrão de rapaz descoladinho que circula nesse tipo de série, mas não bem arrumado o suficiente para estar no elenco principal, que normalmente é ocupado por atores e atrizes de corpos esculturais, mas completamente inexpressivos. Chatwin consegue ficar no limbo entre as duas características, já que não se trata de um sujeito de beleza indiscutível, assim como também não é um mal ator, aliás ele normalmente se apresenta bem nos seriados que faz, o problema aqui é claramente o roteiro.

    A libertação de Piccolo do feitiço que o prendia não é muito bem explicada, aliás falta nexo nessa sequência. Desse modo, Goku se vê obrigado a ir até o antigo mestre de Gohan para avisá-lo. Nesse ínterim ele encontra a bela Bulma (Emmy Rossum) que é a personagem mais parecida com a original, apesar de obviamente não ter feições típicas de uma asiática. A casa de Kame também não é localizada numa ilha no meio do oceano e sim no meio da cidade. Aqui também se vê um dos poucos pontos legais no filme, que é a forma que uma das motos de Bulma sai de dentro da cápsula, mas esse momento dura poucos segundos, e logo os preciosismos do roteiro de Ben Ramsey voltam, basicamente pondo o nada carismático Goku para lidar com o Kame, de Chow Yun Fat. Aqui, ele é chamado de Roshi (como normalmente é chamado nas animações nos Estados Unidos), e apesar da personalidade magnética de Fat, ele faz lembrar pouco o personagem original, ainda que este não seja exatamente um problema, já que o filme comete erros muito mais grotescos em torno dos seus 85 minutos.

    Ao menos o lado tarado de Kame é diminuído, ele é só um onanista que coleciona pornografia e não um homem que tenta bolinar toda garota que aparece. Impressionantemente cada vez que o texto acerta algo, ele logo faz questão em esquecer disso e trazer mais um caso grotesco à baila. Goku quanto toca as esferas mágicas sente uma premonição, e isso não faz sentido algum seja em qual versão do mito isso foi inspirado.

    Perde-se um tempo demasiado tentando fazer dois casais acontecerem, Bulma e Yamcha (Joon Park) e Goku e Chichi. Enquanto isso, Piccolo, vivido por James  Marsters, manda sua capanga Mai (Eriko Tamura) em busca das esferas do dragão. A hora do combate entre as forças do bem e do mal se aproxima, em eventos anti-climáticos. A maior parte do visual simplesmente não encaixa. A parte dos efeitos especiais e das rajadas de poder lançadas ficam extremamente genéricas, não tem nem charme nem semelhanças com o que se vê nas versões animadas. Até Matrix Revolutions tem mais em comum com a obra do Toriyama do que com este, nas lutas entre Senhor Smith e Neo.

    A luta contra Piccolo é totalmente anti climática, e a convocação a Shenlong é feito de um modo também nada inspirador ou digno de nota. O dragão é uma presença dourada, digna de Dragon Ball O Início da Magia, mas sem muita preocupação em parecer uma adaptação de Dragon Ball. O problema aqui claramente é de espírito, Dragon Ball Evolution pouco ou praticamente nada do material original, e aparenta ser só uma produção caça níqueis, feita a toque de caixa e sem preocupação alguma com o corpo enorme de fãs que a saga tem pelo mundo. É uma produção sem alma, ambiciosa e que acerta muito pouco, tanto no quesito adaptação quanto no quesito cinema, uma vez que nem as atuações (e isso inclui até Fat) não convencem, tampouco as sequências de ação. O filme ainda tem a pachorra de ter um final em aberto, com uma cena pós credito  das mais safadas, com um cliffhanger muito oportunista.

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  • Os Filmes (e OVAs) de Dragon Ball

    Os Filmes (e OVAs) de Dragon Ball

    Tal qual aconteceu na fase Z, Dragon Ball também teve uma série de filmes, OVAs e especiais para TV, cada um deles contando uma história nova, que poderia ou não se encaixar dentro da cronologia e mitologia do seriado animado baseado no mangá. Alguns desses filmes foram exibidos no cinema, alguns até no Brasil, em certos casos com uma participação pequena de seu criador — Akira Toriyama —, normalmente fazendo apenas os designs de novos personagens, com seu estilo característico.

    Filmes Oficiais

    A Lenda de Shenlong (ou Dragon Ball e os Rubis de Sangue)

    Batizado como Dragon Ball: Shenron no Densetsu, no Japão, e exibido no final de 1986, o longa realizado por Daisuke Nishio e escrito por Toshiki Inoue, é baseado no mangá original de Toriyama e conta uma versão alternativa da primeira busca das Esferas do Dragão por Goku e seus amigos. A introdução é violenta, mostra os soldados do rei Gurumes (ou Gourmet em algumas versões traduzidas), um sujeito enorme, que tem muita fome e precisa desejar mais comida a Shenlong a fim de saciar sua fome que parece inesgotável.

    O design dos cenários é muito bonito, em especial nas partes inéditas. A busca da garotinha Pansy, uma menina ruiva, é por Mestre Kame, considerado o homem mais forte do mundo, a fim de que ele defenda sua aldeia do tirano rei, que busca os rubis da cidade/aldeia para comprar mais e mais comida. O caminho de Pansy e dos aventureiros se cruzam e eles vão atrás do mestre.

    O filme é conciso, reúne os bons elementos do início do anime, como a fobia que Yamcha tem por garotas, é engraçado e tem lutas emocionantes, claro, levando em conta que nenhum dos personagens é assustadoramente forte. A forma como os heróis encontram para vencer o Rei Gurumes é bastante curiosa.

    A Bela Adormecida do Castelo Amaldiçoado

    De nome original Majin-jō no Nemuri Hime, de 1987, mostra Goku depois de receber uma missão de Mestre Kame, para ir a oeste, atrás do castelo amaldiçoado onde fica uma menina misteriosa. Aqui, se reconta a apresentação de Kuririn junto ao protagonista, e mais uma vez se apela para a tara de Kame.

    Não demora até Bulma, Yamcha e os outros aparecerem, e ao se dirigirem ao castelo dos monstros, Bulma se enfia em uma ilusão, em que é servida por um homem belo e com aparência de mordomo, chamado Lúcifer. O roteiro de Keiji Terui brinca com os mitos cristãos e a direção – novamente de Nishio – pontua bem essas piadas. No entanto, as batalhas desse são menos atraentes que as do filme anterior, em compensação o humor é muito maior.

    Os heróis são presos, e o modo com o roteiro encontra de faze-los se livrar dos grilhões é através da lua cheia e da transformação de Goku no macaco gigante Ozaru. Os opositores sacrificariam Bulma, a fim de tentar trazer a bela adormecida, além de tentar apagar o sol, em mais uma tentativa megalomaníaca, mas são facilmente vencidos pela forma monstruosa símia de Goku. No final, ainda há uma troca de Goku e Kuririn, entregando Launch (ou Lunch em algumas traduções) a moça com dupla personalidade

    A Aventura Mística

    Exibido em 1988, Makafushigi Dai-bōken era seu nome original. Kazuhisa Takenouchi conduz o roteiro de Yoshifumi Yuki, e se tem uma versão alternativa de Mifan, onde Kuririn e Goku treinarão para além das capacidades que Kame os ensinou. Já no início é mostrado um conluio entre Tao Paipai, seu irmão Mestre Tsuru, os discípulos desse segundo Tenshinhan e Chaos, além de Pilaf e seus capangas, que são descartados em nome dos outros malfeitores.

    Há eventos da segunda saga, Red Ribbon, mas também dos arcos com Piccolo, mostrando desde os eventos que envolvem a aldeia perto da torre Karin, os conflitos com algumas das autoridades da Red Ribbon, com capangas como Sargento Metálico, General Blue e outros. O filme tem pouco mais de quarenta minutos, e mostra uma configuração bem diferente da hierarquia dos bandidos. Chaos aqui é o imperador, e pede para que Tenshin o chame pelo nome, sem os tratamentos reais, para que se estabeleça uma intimidade maior entre eles. Obviamente ele é ludibriado, para que os lutadores se lancem na direção das esferas do dragão.

    O motim é interrompido, mas o resumo das fases dois e três do anime é muito apressado, fazendo com que esses não seja tão fácil de entender, soando confuso para quem não acompanhou o seriado até ali. Ainda assim, o final edificante e a versão alternativa dos fatos é bem diferente do usual, fato que causa uma nostalgia diferenciada no espectador.

    Especial de 10 Anos – A Caminho do Poder

    Essa é uma versão remasterizada, usando boa parte do visual que Dragon Ball GT já utilizava, para recontar o começo da jornada ao oeste, mostrando Goku ainda novo, como nos primeiros momentos de Dragon Ball – O Arco de Goku. O especial tem uma hora e dezenove, e é dirigido por Shigeyasu Yamauchi, responsável pela direção de  alguns filmes de Cavaleiros do Zodiaco, além de ter feito episódios da saga de Hades.

    Foi lançado em 1996 e mostra Bulma encontrando o menino que tem um estranho rabo. Em pouco tempo ele encontra Oolong, Yamcha e até a força Red Ribbon. Alem de relembrar os momentos canônicos do primeiro anime, há uma quantidade de lutas bem bonitas graficamente, além de ligeiras mudanças narrativas, que visam tornar o especial em algo mais fluido.

    O final dele também é diferente, no sentido do primeiro desejo das dragon balls, e faz muito mais sentido do que o alivio cômico do pedido do tarado Oolong. O especial fecha bem sua historia alternativa, com a musica de abertura excelente que tocava em Dragon Ball GT, e serve muito a quem tem saudades das primeiros aventuras do rapaz com rabo de macaco.

    Especiais Para a TV

    Regras de Trânsito e O Corpo de Bombeiros de Goku.

    Primeiro especial para TV do seriado, esse é um curta tão obscuro que nem chegou a ser dublado aqui no Brasil. Ainda criança, Goku parte a cidade do oeste, para entender como funciona o sistema de trânsito, em uma aventura educativa, que se torna ainda mais bizarra já que Goku no começo da aventura achava que os automóveis eram monstros gigantes. Foi exibido em 1988, possui 15 minutos e mostra não só Goku, como Kame, Yamcha, Pual, Oolong, Bulma, Kuririn. Há até uma mudança da letra do anime para se adequar a essas regras.

    O Corpo de Bombeiros de Goku é bem semelhante, foi exibido em 1988 e mostra Goku em uma praça qualquer, apagando o fogo que duas crianças acidentalmente fazem em uma lixeira no parquinho. Logo depois, Yamcha, Kuririn, Mr ROshi e o próprio Goku passam a salvarr a cidade do oeste, entre as vitimas, inclusive Bulma, em um esforço propagandista, claramente, dos bombeiros japoneses. Ambos episódios são muito curtos – esse tem pouco mais de dez minutos – srvem para valorizar os esforços das autoridades, mas soam mais infantis que o seriado e seus filmes.

    Live Actions Não Oficiais

    Muita gente reclama ( coberta de razão, aliás) da versão americana em carne e osso do manga de Toriyama. Dragon Ball Evolution é frustrante em muitos sentidos, mas duas outras produções foram feitas, nenhuma delas realmente de forma oficial e ambas com algo em comum entre elas.

    Dragon Ball: O Início da Magia

    Versão não oficial, ou seja sem os direitos dos personagens, essa é uma peça de cinema, chamada originalmente de Xin Qi Long Zhu. Ele é uma produção de Taiwan, e de certa forma, conta a mesma historia de Dragon Ball e os Rubis de Sangue. Um rei malvado invade um reino, atrás das perolas mágicas, que se juntadas, confeririam poderes de desejos a ele.

    Há alguma controvérsia sobre quem seria esse vilão. Em boa parte das traduções, diz-se que é Pilaf, em outros, que é o rei Gurumes. Fato é que os personagens tem seus nomes trocados, obviamente para não gerar problemas aos realizadores com direitos autorais. Do lado da justiça, há um homem mais velho e seu neto, claramente o velho Gohan e Goku, e essa é uma das únicas produções em que o avô do herói está vivo.

    O longa é absolutamente trash, o orçamento baixo se percebe nos jacarés falsos, nas roupas dos heróis e nas fantasias dos monstros que lutam com eles, além é claro dos equipamentos da Corporação Capsula, como o Radar do Dragão, que mais parece um assessório da velha imitação dos GIjoe, os Sos Comandos. Mesmo com a dificuldade econômica, essa é uma versão bastante fiel ao mangá e anime, em especial por tentar manter o clima de humor que Toriyama pensou para a obra.

    Há uma luta entre os paralelos de Goku e Yamcha em um ambiente que parece demais o cenário inicial de Mortal Kombat a Aniquilação, há inclusive cenas idênticas, com os mesmos ângulos, o que faz perguntar se John R. Leonetti não as referenciou, uma vez que O Inicio da Magia é de 1991 e a continuação de Mortal Konbat é de 1997.

    O dragão eterno aparece como uma animação tosca, dourada, que corre a tela e mal consegue interagir com os personagens, e o fim é abrupto. Essa é certamente a mais acertada versão protagonizada por atores baseada na mitologia que Toriyama fez ficar famosa.

    Dragon Ball SSwora Son-O-Gong Ygyeora Son-o-Gong

    Filme sul coreano de 1990, mostra Goku realmente criança, fazendo malabares como no início de sua jornada. O jeito que eles encontraram de reproduzir o visual do herói foi implastar o cabelo do ator Seong-tae Heo de gel, e ainda assim não conseguiram deixar ele suspense como era no mangá.

    Goku encontra Bulma, que dirige um Uno Mille vermelho. Visualmente consegue ser até mais fiel que O Inicio da Magia. Depois de serem atacados por um monstro que se movimenta como os capangas de Rita Repulsa em Power Rangers. Depois, Bulma dá um banho em Goku, com uma tanguinha tapando suas vergonhas. O humor funciona pouco aqui e é engraçado ver a abordagem que o diretor Ryong Wang colocou em seu longa.

    A personificação de Oolong é feito através de máscaras fantasias parecida com a que a Carreta Furacão utiliza em suas performances, e Pual é feito com um bichinho de pelúcia bem parecido com o original. A nuvem voadora é  um algodão gigante supertop e as lutas fazem lembrar muito os tokusatsus mais chechelentos do mundo, fazendo lembrar demais Os Jovens Tatuados de Beverly Hills.

    Da parte do humor há um pouco de exagero, como Oolong aliviando o ventre diante da câmera e da tartaruga mordendo o membro do Mestre Kame. O longa adapta boa parte da saga que envolve Pilaf, e traz Yamcha, Chichi, Rei Cutelo alem dos personagens já citados. Ele é bem menos divertido que a versão do Taiwan.

    Os opositores por sua vez são bem diferentes. O que deveria ser o Pilaf por exemplo é só um sujeito de orelhas grandes, e há menção até a vinda de um sayajin a Terra, pulando e muito a cronologia da animação. O filme termina com uma animação tosquíssima, de Shenlong com contornos verdes

    [Bônus Track]

    Super K: O Super-Herói do Espaço

    Super Kid é uma animação sul coreana em forma de anime, que lembra muito o início das aventuras de Goku e seus amigos, em especial nos arquétipos dos personagens principais. Gokdari é um menino extra-terrestre que faz parte de uma força tarefa que vem para salvar o mundo. Ele é acompanhado de um personagem gordo e careca, um homem esverdeado de aspecto demoníaco e um velho sábio segurando um cajado. Alem deles, há uma repórter em busca de um furo de reportagem, ao entrevistar o grupo Super Kid. Claramente essa são inspirados em Goku como o principal personagem, alem de Kuririn, Piccolo (ou Tamborim, seu assecla em DB clássico), Kame e claro Bulma, a questão é que as semelhanças param nos personagens.

    Apesar de ser chamado de um dos Super Kid, Gokdari tem quase 200 anos, o que contraria obviamente o titulo de Super Kid. A equipe ao se unir para combater os malfeitores lembram bastante a interação de equipes de Tokusatsus. O filme chegou a ser dublado no Brasil, o que é no mínimo bizarro, pois não tem qualquer apelo nem esse tipo de animação, e nem a trama em si, que é bastante genérica. Um dos dubladores ainda enfiou um easter egg clubista, ao assobiar o ritmo do hino da Sociedade Esportiva Palmeiras, da maneira mais gratuita possível

    Yi Yong Um conduz o longa que tem 105 minutos de duração, e nele há umas batalhas meio genéricas e bem mal desenhadas. A forma como Gokdari se movimenta tem ainda mais semelhanças com Goku, seu cabelo vibra como se fosse virar um SSJ, e seu bastão que usa como arma também cresce, e seus cabelos ficam vermelhos, como Vegeto em Dragon Ball GT e como em o Super Sayajin Deus visto em A Batalha dos Deuses.

    O traço lembra os de cartoons mais antigos, da década de sessenta e setenta, o que é no mínimo bizarro, já que o filme é dos anos noventa. Há momentos que a produção lembra os Dennis O Pimentinha e Inspetor Bugiganga, principalmente nas feições dos personagens coadjuvantes, normalmente narigudos e de voz engraçada. O desfecho do filme envolve uma luta fraca, contra vilões que parecem demônios, em um evento extremamente genérico. Se a realmente houve uma tentativa de copiar Dragon Ball, poderiam ter feito também com o ritmo aventuresco e divertido que Toriyama fazia em suas historias, mas não, Super Kid é extremamente bobo e frívolo, não marcando em absolutamente nada quem assiste o filme.

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  • Review | Dragon Ball – Parte 3: O Rei Demônio Piccolo Daimaoh

    Review | Dragon Ball – Parte 3: O Rei Demônio Piccolo Daimaoh

    Após todo o ocorrido no arco Red Ribbon, a terceira parte de Dragon Ball finalmente começa, com aproximadamente 70 capítulos. Yamcha e Kuririn estão viajando com Bulma, Kame, Launch e a tartaruga, a fim de participar do torneio de artes marciais, em um avião, com o ancião se segurando para não fazer suas necessidades fisiológicas ali no assento. Já nesse início percebe-se o humor pastelão do programa, ainda muito presente. Goku vai nadando até o local das lutas, atravessando o oceano.

    Essa parte é chamada Saga Tien Shinhan, por conta do adversário mais visto nesse período. Não demora para ele, Chaos e seu mestre Tsuru se apresentarem ao grupo de heróis, ainda sem o garoto com rabo de macaco. Quando Son Goku aparece, ele está com uma roupa parecida com a de um homem das cavernas. Também se nota seu crescimento.

    Em uma discussão, Tenshin mostra que não tem piedade com seus adversários, ao contrário de Yamcha, que permite que o inimigo viva, e isso serve de parâmetro diferencial entre os dois, ao menos até esse momento. Entre os oito finalistas Kuririn, Jackie Chun (Kame disfarçado, obviamente), Yamcha, Goku, Tenshin e Chaos. Aparentemente, Chaos tem um desfalque psíquico, que o faz parecer alienado e de mentalidade lenta. Ele não tem muita noção estética – vive chamando Kuririn de careca e nanico, mesmo também sendo, o fato é que o personagem tem poderes telepáticos,  e consegue manipular os confrontos, para que Tenshin e Yamcha se enfrentem já na primeira luta, além de Chaos e Kuririn.

    Chaos e Tenshin flutuam, técnica essa que os discípulos de Kame não dominam, e há algo bizarro na fisionomia do vilão, que simplesmente não fecha o terceiro olho ao dormir, ele aparentemente não possui pálpebras neste, e não se explica o motivo. Não demora para Kame perceber-se obsoleto, assumindo que a nova geração o superou e a partir dela, se mostram novas técnicas de luta, como o Taiyoken, que cega os oponentes, Shyoken que faz o lutador ter quatro braços, alem de Kikoho técnica suicida e mortal. As lutas passam a ser muito vagarosas, durando vários episódios. Entre um golpe e outro, Kame é desmascarado, mas não antes de tentar convencer Tenshin a mudar de lado, passando para o lado dos heróis. O maniqueísmo volta a atacar, mas é até comedido, considerando que o sonho do personagem é ser igual a Tao Paipai.

    O último combate! Quem será o melhor lutador de artes marciais? tem um total de 24 minutos, contando abertura e encerramento, ele passa quase  inteiro só em introdução à final, começando de fato só aos 18/19 minutos de exibição, para pouco depois vir o encerramento. Curioso é que o juiz / narrador diz que as lutas de Tenshin e Goku normalmente tem brigas que duram em média pouco mais de 30 segundos, o que se torna irônico, dada a demora para as batalhas realmente ocorrerem.

    Uma nova era de paz se estabeleceria após a luta que foi vencida por Tenshin (ainda que segundo o próprio, tenha sido por sorte). A dupla de antigos adversários se torna aliada dos heróis, graças a traição que fizeram a Tsuru — um revide, no caso, pois o mestre só pensava em vingar Tao Paipai e transformar seus seguidores em assassinos. Já aqui Launch se mostra apaixonada pelo guerreiro de três olhos. Mas o estado de paz é interrompido rapidamente, e aqui acontece a primeira tragédia com um dos personagens principais: Kuririn é misteriosamente assassinado por um monstro que busca as esferas do dragão e a lista dos lutadores do torneio.

    O responsável é Piccolo Daimaoh, que segundo a lenda contada por Kame e Tenshin, é um demônio que assola a Terra há muito tempo, levando em conta que Toriyama e o povo japonês não encaram o diabo e demônios da mesma forma que a mitologia cristã encara, e como a maioria já sabe, em fases posteriores descobrimos que sua aparência não tinha relação com qualquer questão demoníaca, mas ao fato de ser um ser alienígena da raça Namekuseijin, tal qual Kami-Sama.

    Kame conta alguns fatos do passado, quando ele e Tsuru lutaram juntos contra Daimaoh. Conta também de Mutaito, seu mestre que penou para prender Piccolo Daimaoh em um recipiente prisional, através da técnica Mafuba. Curiosamente essa é a última (e mais longa) saga de Dragon Ball clássico, e guarda muitas semelhanças com a mitologia a respeito de Majin Boo, também um vilão ancestral e enclausurado para não fazer mais mal aos seres comuns.

    Nesse momento se percebe o quão mais grave o programa se tornou. A destruição mundial ainda não havia sido inaugurada, nem havia qualquer inimigo tão implacável e malvado – isso também se tornaria uma marca da saga mais à frente, em Dragon Ball Z. O humor todo é deixado de lado, e Dragon Ball se torna melancólico, tal qual sua nova abertura, ainda que obviamente seja otimista e o clima de aventura permaneça.

    Para ainda manter algo engraçado, é acrescido um novo amigo a Goku, o corpulento espadachim Yajirobe, um garoto que parece ter fome eterna e que tem muitas semelhanças com Kuririn, no sentido de ser meio medroso. Nessa parte do anime, também há uma clara evolução de quadro nos personagens e isso é visto principalmente em Tenshin, que na busca que faz para tentar derrotar Piccolo, se arrepende diante de uma das suas vítimas do passado.

    O traço do anime deixa de lado o caráter mais infantil tornando-se ligeiramente mais maduro, com os personagens sendo mais finos em sua compleição física, em especial Goku, que parece estar crescendo realmente e até emagrecendo. A primeira batalha que o personagem faz com Piccolo Daimaoh acontece logo depois que ele derrota Tamborim, assecla de Piccolo, e se mostra emocionante, pois mostra o herói passando por apuros reais. Ali já se vê a capacidade dele de recuperação — aparentemente a técnica do Zenkai já parecia existir na cabeça de Toriyama, antes mesmo de apresentar Vegeta.

    No entanto, Piccolo continua praticando o mal, derrotando até o Mestre Kame, que perece ao tentar aprisioná-lo. A sequência é bastante emocionante, com Tenshin tendo de assistir a tudo atônito e quase inconsciente, graças a um remédio para dormir que lhe foi ministrado pelo velho. Chaos tenta impedir o vilão de fazer o pedido a Shenlong, sem êxito. Para terminar o infortúnio, ele assassina o dragão, fazendo com que as esferas sejam apenas pedras vazias.

    Apesar de um pouco demorado em seu treinamento, Goku retorna como uma surpresa, para vilão e heróis, juntando-se a Tenshinhan no intuito de derrotar o diabo. Suas habilidades deixam o adversário confuso, que apesar de rejuvenescido pelo pedido das esferas, e consequentemente mais poderoso, o menino consegue ser páreo para ele. Goku se torna famoso, após a derrota de Daimaoh, mas para variar decide buscar novas aventuras. Apesar de aqui ele ser um pouco mais altruísta, a busca por esses novos desafios já se assemelha a uma nova faceta de Goki, muitas vezes procurando novas lutas, independente até mesmo do destino da Terra.

    Dessa forma, Goku ruma a plataforma aérea onde enfrenta Popo, e tem muito trabalho para derrotá-lo nesse primeiro momento, mas logo aparece a pessoa que o rapaz procura. A condição de Kami-Sama, como contraparte de Piccolo é bastante singular e confusa, e logo é explicada. Kami se livra de sua maldade, e se torna Daimaoh, fugindo para o mundo, atormentando-o. Nesse momento, se percebe que Piccolo Jr. não seria filho de Daimaoh mas sim uma forma de sobreviver após ele desintegrar — uma vez que Jr. morrer, Kami também deixaria de existir. Depois que a figura divina restaura a vida de Shenlong, e os guerreiros mandam ressuscitar seus amigos, ocorrem mais seis episódios fillers, que mostram o treinamento com Popo, em prol do próximo torneio de artes marciais.

    Tecnicamente, a fase comumente chamada de Saga Piccolo Jr. tem apenas quinze episódios, além dos fillers. O reencontro dos guerreiros é saudoso e engraçado, e todos se assustam com finalmente Goku surge crescido e adulto, contrariando uma das idéias originais de Toriyama, de que o protagonista continuaria criança para sempre. Mais tarde se explicaria que o método de crescimento de sua raça é diferente dos humanos comuns.

    Não demora até o vilão aparecer. Essa versão é chamada de Ma Junior, nas primeira vezes em que aparecem.  A cena de fechamento também muda, com imagens dos lutadores mais velhos, com direito até a spoilers que mostram Goku e Chichi já casados. Um ciclo é fechado a partir desse instante, pois Kame não obriga mais seus discípulos a usar seus trajes alaranjados. No entanto, os três mandam fazer roupas iguais as que usavam quando mais jovens, honrando seu mestre.

    Quando começam as fases eliminatórias, se vê Tao Paipai retornando como um cyborg, vencendo facilmente Chaos, e prometendo vingar-se de Tenshin e Goku. Lutam também Yajirobe, que usa máscara, uma mulher misteriosa (Chichi), e Ma Junior. As quartas de finais tem seus competidores mais óbvios ganhando, exceção do alivio cômico Gen, que venceu Yajirobe. Aqui, Bulma já está adulta, e revida os assédios de Kame, talvez em resposta as muitas críticas negativas que a história recebeu por representar um personagem cheio de taras, que se permitia inclusive dar em cima de menores de idade. As lutas não fogem do usual, e tem uma carga de emoção moderada, mas ainda dignas de nota, como a de Tenshin contra Goku, e Cheng (Kami-Sama disfarçado) contra Junior, terminando com um Mafuba que dá errado, aprisionando a alma de deus.

    Piccolo e Goku se enfrentam, até o vilão revelar ser a reencarnação de Daimaoh, e além de mortal, a batalha tem a apresentação de novas técnicas, como quando o homem verde fica gigante, e para variar, se alonga demais até o desfecho da luta. De positivo, há a vontade de Kami-Sama em se entregar à morte, pedindo a Tenshinhan que o mate para acabar com Piccolo, logo depois do vilão verde acertar uma rajada que atravessa o peito de Goku, fato que torna bastante épica, relembrando que ali talvez o mundo estivesse prestes a acabar, com a derrota de seu maior protetor.

    Se desenrola também o fato de que se Kami morresse, as esferas perderiam seu valor. Goku é convidado para ser o novo deus da Terra, claramente em uma referência à vontade que Toriyama tinha de não continuar a historia, mas obviamente que o programa continuou, assim como no mangá, mas aqui mudando de nome, ao contrário da revista, que continuou sendo chamada apenas Dragon Ball.

    Os fillers que finalizam a serie mostram os detalhes dos preparativos do casamento entre Goku e Chichi. Chichi é extremamente barulhenta e fútil. Sua razão de existir é infantil, e nada na sua motivação é altruísta, mesmo quando ela se lamenta por Goku, é com medo de se tornar viúva. Nesse ínterim, o Rei Cutelo já tem a aparência que teria em Dragon Ball Z, sem a máscara/capacete que usava, agora de cara limpa, óculos e chifres. Nada de muito importante acontece aqui, há menção de mais um incêndio no castelo de Cutelo, um novo encontro com Pilaf e sua trupe, e claro, a preparação do casamento de Chichi e Goku.

    Apesar desses episódios finais conter muitas acontecimentos desnecessárias e aborrecidos, diversos fatos fundamentais na série se deram nesse momento, como o fato de Kami ter selado o rabo de Goku para que não pudesse se transformar em macaco, pondo a lua de volta ao seu lugar de origem, além é claro de reunir algumas das lutas mais emocionantes de toda a jornada de Goku e seus amigos. Dragon Ball fecha muito mais parecido com sua fase vindoura, exceção é claro aos episódios de preenchimento e segue galgando novos degraus de violência e poder, até o seu fim, resultando em uma jornada carismática e extremamente divertida.

    Leia: Parte 1: O Arco de Goku | Parte 2: A Organização Red Ribbon.

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  • Review | Dragon Ball – Parte 2: A Organização Red Ribbon

    Review | Dragon Ball – Parte 2: A Organização Red Ribbon

    A segunda parte do anime Dragon Ball começa imediatamente após o Torneio de Artes Marciais com Goku se despedindo de Yamcha, Bulma, Kuririnm Mestre Kame, Pual e Oolong, para buscar as esferas do dragão, basicamente para honrar o seu avô. Enquanto isso, Yamcha e os outros viajam de carro pelo deserto, Kuririn se vê isolado, já que Kame não o quer por perto, para basicamente poder ficar sozinho com Launch na sua ilha.

    Nesse ínterim, o personagem indiano  Nam, que foi ao torneio basicamente para ganhar fama e conseguir dinheiro para comprar água para sua aldeia, vê seu infortúnio aumentar, já que a cápsula que ele recebeu de Jackie Chun (que era na verdade Kame) não é suficiente para um longo período. Mais uma vez seu caminho é cruzado por Goku, e o homem adulto consegue subir na nuvem voadora, fato quase inédito, segundo as palavras do protagonista. Apenas os dois conseguiram subir no artefato mágico, graças ao coração bom dos dois. Esses primeiros cinco episódios são de preenchimentos, não existem no mangá e esses fillers são bastante fracos.

    Nesse princípio de nova fase se amarram várias pontas soltas, ou se introduz novos personagens. Pilaf, o chamado “marciano” retorna, Rei Cutelo e Chichi também são mencionados, até o Coronel Silver. Também há uma ilógica explicação de Kame a respeito das dragon balls. O velhinho não sabia do que se tratavam as esferas até entregar uma a Bulma ainda na fase 1, o arco de Goku, porque saberia disso? Além do mais, isso não é canônico, uma vez que não está no mangá de Akira Toriyama.

    De qualquer forma, Goku acaba por encontrar a Red Ribbon, ajudando alguns aldeões, e uma série de lutas bem divertidas ocorrem, inclusive em sequência, em um prédio onde o rapaz sobe andares para se defrontar com adversários mais e mais fortes, ao estilo Jogo da Morte, filme inacabado de Bruce Lee. Toriyama dá mostras do que dentro da cultura pop o influenciou a construir o mito de Goku, colocando ali inimigos robóticos, como o Sargento Metálico, Ninja Púrpura, etc.

    O traço do desenho é bastante caricato, ainda em comparações com as fases posteriores, como Dragon Ball Z. Mesmo os personagens grandes se parecem com monstros, com anatomias que fogem demais da realidade. O humor físico, que já havia sido bastante pontudo no Arco de Goku é intensificado nesta fase, e normalmente causam mais risos até do que as piadas ditas pelo menino protagonista e por seus amigos, cujas tiradas são meio bobas. Ainda assim, essa talvez seja a fase mais divertida do anime como um todo.

    A proximidade de Goku de antigos adversários -marca que seria ainda mais forte e recorrente na fase Z – encontra o seu auge no convencimento que o herói faz junto ao Andróide Numero Oito, um robô que lembra o monstro de Frankenstein e que é chamado pelo protagonista de Oitinho (ou Oitavo em dublagens mais recentes), e que ali resume não só a facilidade que os guerreiros bons tem em cooptar seus inimigos para o seu lado da justiça, assim formando uma força tarefa de pessoas bondosas independente da origem dessas.

    Se perde um tempo enorme mostrando Kame reduzindo seu tamanho, através de um aparelho que Bulma projetou para diminuir para o porte de um inseto. O sujeito utiliza isso para tentar assistir Bulma e Launch no banheiro, e normalmente fracassa na sua tentativa tarada de se aproveitar das meninas. Alem disso, é desenvolvido também o arco do General Blue, um sujeito vaidoso, que lembra muito o Misty de Lagarto que apareceu em Cavaleiros do Zodíaco – a Saga dos Cavaleiros de Prata, ainda que seja menos efeminado que esse. As semelhanças estão na futilidade e super valorização do estético, já que ele reprime ate seus capangas que estão acima do peso, como se isso denotasse qualquer falta de qualidade dos militares.

    Depois de alguns momentos de tensão contra a facção Red Ribbon, Goku acaba parando na Vila do Pinguim, em um crossover de Dr. Slump que dura demais. Esses momentos servem para tentar apresentar ao espectador outras obras do autor, e soam meio desnecessárias em alguns momentos, e isso só muda quando Goku sobre a torre de Karin, o mestre marcial gato que preveria as condições de treinadores especiais como seriam Kami Sama e Senhor Kaioh. A tentativa de superar o felino é só mais uma das provas difíceis pelas quais Goku tem que passar e que seriam facilmente superadas na fase adulta.

    Então, é apresentado talvez o melhor vilão até aqui, o assassino implacável Tao Paipai talvez o mostrando que Goku realmente tem dificuldades em vence-lo. Além de ser bastante divertido e engraçado o combate, é a luta mais emocionante e demorada, marca que seria ainda mais explorada na fase Z do anime/manga.

    O curso da luta com a Red Ribbon continua, indo até a invasão da parte do herói a base da organização. Lá ocorrem fatos realmente surpreendentes, como um motim, provocado por Black, que assassina o comandante Red , por conta da postura imbecil do mesmo, que punha os vilões em perigo basicamente para desejar ser mais alto. Tal futilidade foi retribuída com um tiro na cabeça do tirano, mas seu sucessor Mister Black era tão vilanesco quanto o antigo mestre, e prossegue lutando com Goku, usando um robô controlado por dentro, como um exo-esqueleto.

    Goku vai ficando cada vez mais poderoso, até Kame assume que ele pode te-lo superado. Com isso, Yamcha, Kuririn e Pual resolvem ir com Goku atrás da ultima esfera, e no caminho, o herói pega Upa, o índio que teve seu pai assassinado e que seria o alvo do desejo do pequeno protagonista. A partir daí, os aventureiros encontram Vovó Uranai, uma bruxa muito velha e misteriosa, irmã de Kame, que reúne alguns lutadores do outro mundo, entre eles, Son Gohan, que tem um momento de extrema emoção no reencontro com o personagem principal, sendo de certa forma, um prêmio a ele por ser tão altruísta, ao tentar buscar os artefatos mágicos para ressuscitar o pai de uma pessoa que ele mal conhece.

    Master Roshi aceita treinar Yamcha, mas manda Goku fazer uma peregrinação a pé, a fim de que se aprimorasse física e espiritualmente. Obviamente que essa era uma desculpa para exibição de cinco episódios repletos de fillers, onde o rapaz se dedica a salvar camponeses e treinar seu rabo, que é seu ponto fraco. Mas em Um Monstro Horrível Chamado Javeleta, são introduzidos dois adversários que viriam a ser importantes, Tenshinran e Chaos, guerreiros misteriosos que seriam mais explorados na próxima fase e no ínicio de DBZ. Nesses cinco episódios, passam-se três anos de Goku treinando sozinho, para o próximo Torneio de Artes Marciais. O incrível é que mesmo passado tanto tempo, o protagonista não troca a roupa azul, que tomou para si de um dos capangas caninos de Pilaf. Ainda assim, o saldo para o arco da Red Ribbon é muito positivo, pois é um dos períodos mais divertidos do programa baseado na obra de Akira Toriyama.

    Leia: Parte 1: O Arco de Goku | Parte 3: O Rei Demônio Piccolo Daimaoh.

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  • Review | Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King

    Review | Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King

    Três anos após o lançamento de Dragon Quest VII em 2001, no Playstation, a franquia embarcaria agora no Playstation 2, trazendo um dos jogos mais queridos pelos fãs. A primeira diferença drástica está no visual, agora totalmente em 3D, com personagens e cenários modelados em cel shading, fazendo com que você se sinta jogando um belo anime.

    Até poucos anos atrás, o jogo ficou restrito aos donos do Playstation 2. Felizmente, o título foi lançado para dispositivos móveis Android e iOS, apesar dessas versões não terem as vozes dos personagens e rodarem abaixo dos 30 frames por segundo. Em 2017, Dragon Quest VIII ganharia uma excelente versão no portátil Nintendo 3DS, inclusive com novidades. Este review tomará como base a versão do 3DS.

    A versão lançada no portátil da Nintendo possui  elementos diferentes. Alguns exemplos mais notórios:

    • As batalhas não são aleatórias. Você pode ver o monstro e só entrará em batalha se encostar nele, possibilitando uma exploração mais rápida dos cenários e a possibilidade de escolher os momentos em que irá se dedicar ao necessário grinding de experiência;
    • aumentar velocidade da batalha (a velocidade original é leeeeeenta de dor);
    • existem dois novos personagens jogáveis(não direi quem são para evitar spoilers);
    • é possível tirar fotos, cuja principal utilidade é ganhar alguns benefícios no jogo, como se fossem achievments;

    A história é simples e não tem ligação direta com os jogos anteriores. A jornada é muito longa, mais de 60 horas, e seria ainda maior caso o sistema de encontros aleatórios com inimigos tivesse sido mantido.

    Diversos elementos da franquia estão de volta, tais como monstros clássicos, mini medals escondidas pelo mundo, batalhas em turnos, efeitos sonoros clássicos e enorme variedade de equipamentos. Não há grandes novidades neste ponto. Uma pequena diferença está no sistema de classes. Criado em Dragon Quest III e utilizado inclusive no jogo anterior, Dragon Quest VII, aqui temos um sistema mais brando. A classe de seu personagem já está definida. Cabe a você escolher apenas as habilidades relacionadas a determinado tipo de arma. Por exemplo, se você quiser que Yangus seja mais eficaz ao utilizar machados, evolua a skill de machado, garantindo maior dano e habilidades exclusivas ao utilizar esse tipo de arma.

    A progressão da jornada é bem lenta, podendo incomodar quem não está acostumado aos JRPG mais clássicos. Diversas missões se desenrolam em outras menores, e no final das contas, para adquirir um item que dará acesso ao local X, será necessário ir ao local Y para conseguir um item Z que dará acesso ao local M para adquirir o item B que, aí sim, permitirá conseguir o item para acessar o local X. A estrutura do jogo é bem simples, mas esta é uma das características mais agradáveis da franquia. História simples, objetivos simples, tudo se juntando numa grande aventura. E neste jogo, a sensação de “grande aventura” é constante. O mundo é gigantesco, com inúmeras cidades e locais interessantes a serem visitados.

    Um dos problemas do jogo é justamente a longa duração. Apesar de eu ter me divertido ao longo das mais de 60 horas, em alguns momentos você deseja apenas que a história ande um pouco mais rápido. Algumas missões são menos divertidas, e as horas finais do jogo realmente incomodam. Não é apenas uma reta final extremamente difícil como Dragon Quest II, é simplesmente chato… e difícil também.

    A última “dungeon” é longa com mapeamento complexo, e neste ponto o desejo de terminar o jogo já estava gigantesco. Nela, já temos a impressão de que a aventura está caminhando para os finalmentes. Porém, ao vencer os chefes dela e sair, ainda temos uma outra missão chatíssima para, aí sim, enfrentar o último chefe que traz um salto de dificuldade muito grande. Enquanto que o penúltimo chefe não traz dificuldade alguma, o último é extremamente forte, te mata com um ou dois golpes e não tem um padrão de ordem de ataque (não sabemos se ele, no próximo turno, vai atacar primeiro ou depois de você, dificultando muito a estratégia a ser aplicada).

    O fato de terem eliminado os encontros aleatórios com inimigos (exceto quando você está andando de barco), o jogo poderia ter diminuido a necessidade do grinding. Ou adaptar o nível dos inimigos ao seu nível atual. Mas este é um elemento já clássico em JRPG. Aparentemente é algo que os jogadores japoneses realmente gostam, só que ao meu ver é uma forma preguiçosa de inflar a duração do jogo.

    Após terminar o jogo, existem algumas coisas que podem ser feitas, ampliando ainda mais a duração do jogo. Sinceramente, não senti vontade alguma de prosseguir. O jogo é demasiado longo, e na reta final já não estava com muita vontade de jogar mais. O trecho pós-último chefe vai exigir muito mais grinding. Boa sorte para quem se dispuser a isso.

    Dragon Quest VIII pode ser recomendado para os fãs da franquia ou para adoradores de JRPG clássicos. Quem detesta esse tipo de jogo vai continuar detestando após jogá-lo. Não deixa de ser uma ótima porta de entrada aos que desejam conhecer esta série que é tão amada no Japão. A identidade trazida por Yuji Horii (criador), Akira Toriyama (design dos personagens, criador de Dragon Ball) e Koichi Sugiyama (música) criam aquela “atmosfera mágica” que é difícil explicar, e é justamente isso que me faz gostar tanto da franquia. Apesar da reta final ter sido mais chata e cansativa, isso não exclui a diversão das dezenas de horas anteriores. Vale a pena conferir, será um bom aquecimento antes de Dragon Quest XI ser lançado no ocidente.

  • Review | Dragon Quest Heroes II

    Review | Dragon Quest Heroes II

    Recentemente, a clássica série de RPG Dragon Quest se aventurou no estilo musou, onde toneladas de inimigos aparecem na tela para você vencê-los com golpes e magias mirabolantes em combates rápidos e frenéticos. A fórmula deu certo e resultou em um bom jogo, Dragon Quest Heroes. Neste segundo jogo, eles mantiveram a essência do anterior e trouxeram boas novidades.

    O visual continua simples e estilizado, o que não tira a beleza do jogo. Preferiram manter o visual mais cartunesco, um enorme acerto. Os cenários também são muito bonitos e bem elaborados, melhor que o jogo anterior. A história mantém a simplicidade habitual da série: não se destaca, mas não ofende.

    Aliás, vale mencionar desde já a grande mudança: agora o jogo é um gigantesco mundo aberto. Sim, as “arenas” não estão mais isoladas. Temos uma cidade central e, a partir dela, podemos ir andando para todos os lugares. No caminho, há dezenas de monstros que podem ser facilmente ignorados, o que é bom para quem quiser ir mais rápido para seu destino. Os ambientes são bem variados e trazem aquela atmosfera de “estou em uma grande aventura” dos jogos clássicos. A magia de teleporte Zoom ainda existe, possibilitando viajar instantaneamente para os locais já visitados.

    O combate se manteve praticamente o mesmo. Toneladas de inimigos, chefes bem fortes, magias exageradas. Porém, tive a impressão de que a esquiva ganhou maior importância. Também foram adicionadas diversas magias, possibilitando combinações variadas para serem usadas nas batalhas. É possível selecionar quatro magias por vez, então escolha a combinação que melhor lhe atenda.

    Os personagens também são bem variados, cada um com sua classe e habilidades específicas. Agora é possível mudar a classe de seu herói, possibilitando variações de jogabilidade. Porém, tal como em Dragon Quest III, ao mudar a classe do personagem, seu nível voltará ao 1. Só é possível utilizar 4 personagens por vez, então será difícil usufruir de todos, e certamente você terá dúvidas de quais personagens utilizar. Felizmente, todos os personagens recebem experiência, permitindo troca constantemente de grupo sem haver diferenças grandes de níveis entre eles.

    Outra novidade são as “moedas de monstros”. No primeiro jogo, você coletava algumas moedas durante a batalha que permitia invocar o monstro para te ajudar. Foram adicionados outros dois tipos de moeda: uma que invoca o monstro para um ataque único (geralmente uma magia ou golpe poderoso) e outro tipo que transforma você no monstro! Isso traz ainda mais dinâmica e estratégia às batalhas.

    Apesar das possibilidades de estratégias, este jogo não exige tanta habilidade. É aquele tipo de jogo que não traz um enorme desafio, mas que também não subestima o jogador. É necessário um mínimo de estratégia, sendo algumas poucas fases bem difíceis.

    Finalmente implementaram um multiplayer online. É possível chamar pessoas para te ajudar nas missões, algo parecido com as invicações de Dark Souls. Experimentei esse modo de jogo pouquíssimas vezes, mas pareceu funcionar bem. Eu e meu companheiro, nas duas vezes em que joguei cooperativo online, utilizamos a heroína principal. Devido à dificuldade de encontrar pessoas online, não pude explorar o modo online com muitos detalhes, então, ficarei devendo maiores informações.

    Desde já, preciso elogiar a versão de PC, que se mostrou melhor otimizada que o primeiro jogo. Mesmo assim, para conseguir fazer o jogo rodar satisfatoriamente, precisei fazer algumas configurações meio avançadas na placa de vídeo. Então, se você tem um PC com as configurações necessárias, porém o jogo está rodando lento, busque informações na internet para configurar sua máquina.

    De resto, temos todos aqueles elementos que agradarão os fãs de Dragon Quest: as músicas fantásticas de Koichi Sugiyama, os monstros e personagens carismáticos de Akira Toriyama e, claro, a mente criativa de Yujii Horii. O fan service está explodindo neste jogo, é um prato cheio pra quem gosta do universo da franquia, em especial do Dragon Quest IV.

    Temos aqui um bom jogo, divertido, bem feito, ótimo para passar o tempo. Quem gostou do primeiro vai adorar o segundo. Dragon Quest Heroes II melhorou bastante a proposta do primeiro, aumentou o escopo e conseguiu trazer algumas inovações. Temos um “mais do mesmo” com pitadas de novidade. Recomendado para os fãs da franquia clássica, para quem gostou do primeiro Heroes e para quem quer fugir de jogos mais exigentes e frenéticos como Dark Souls e Bayonetta. Disponível para PC, PSVita, Playstation 3Playstation 4 Nintendo Switch.

  • Review | Dragon Quest IV

    Review | Dragon Quest IV

    Dragon Quest IV inaugura uma nova saga na franquia. Nos três primeiros jogos, vivenciamos a história do lendário herói Erdrick/Roto e de seus descendentes. Agora, iremos acompanhar a história de vários personagens que, de início, não têm ligação alguma. Ao longo da narrativa, seus caminhos irão se encontrar.

    A estrutura do jogo é muito interessante. Ele é dividido em capítulos, cada um focando em um personagem distinto. Em cada um, existem particularidades no estilo em que a narrativa se desenrola, dando bastante personalidade a cada um. Apesar das histórias seguirem a simplicidade costumeira da franquia, é suficientemente interessante para gerar muito carisma.

    O jogo foi originalmente lançado no NES. Posteriormente, ganhou remakes no Playstation e Nintendo DS. Esta versão do DS foi adaptada para dispositivos móveis iOS e Android. Este review terá como base a versão para Android.

    O sistema de batalha tem a mesma base dos jogos anteriores, desenvolvendo-se em turnos. Os personagens já possuem classes definidas, cada um evoluindo de maneira diferente seus atributos e habilidades. Há uma enorme variedade de equipamentos, sendo estes tão importantes quanto subir de nível. Os inimigos possuem diversas animações de ataque, o que enriquece bastante a experiência.

    A parte visual deste remake é parecida com aquela adotada em Dragon Quest VII: personagens em 2D, cenários em 3D, sendo possível girar a câmera em 360º na maioria dos lugares. Apesar da baixa resolução, o jogo é bonito. A versão original de NES se manteve praticamente igual aos três jogos anteriores.

    Só é possível utilizar 4 personagens nas batalhas. Porém, em momentos específicos, você poderá alterná-los durante a batalha, facilitando bastante algumas lutas. Mas não se iluda, o maldito grinding continua necessário, tanto quanto buscar armas e armaduras de qualidade.

    O novo formato narrativo permitiu criar personagens únicos e muito mais carismáticos, o que se manterá nos títulos futuros. Isso enriquece bastante a mitologia da série e dá ainda mais identidade. Tanto que será um dos maiores fan services dos Dragon Quest Heroes. Durante a jornada, é possível conversar com os personagens do grupo para saber o que estão pensando e, eventualmente, receber alguma dica sobre o que fazer a seguir.

    O mundo é bem vasto, com muitas cidades e locais para se aventurar. Não existe uma linearidade grande, é possível explorar o mundo com bastante liberdade. O ciclo de dia e noite se manteve, e determinados eventos só acontecem em determinado horário.

    Dragon Quest IV se mostrou um jogo mais equilibrado, um pouco mais fácil que os anteriores e mais divertido. Há poucos trechos frustrantes, permitindo que o jogador se mantenha interessado até finalizar a aventura. O final é muito simples, nada mirabolante, tal como os jogos anteriores, porém a sensação de “dever cumprido” é satisfatória e faz tudo valer a pena. São dezenas de horas bem divertidas, especialmente aos fãs de RPGs mais tradicionais. Jogar em plataformas móveis pode melhorar ainda mais a experiência, a versão de Android permite salvar o jogo em praticamente qualquer lugar, tornando possível jogatinas rápidas. Mais um excelente Dragon Quest.