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  • Os Filmes (e OVAs de) Dragon Ball Z – Parte 3

    Os Filmes (e OVAs de) Dragon Ball Z – Parte 3

    Finalizando nosso especial sobre os filmes, OVAs e afins de Dragon Ball Z (leia a Parte 1 e Parte 2 aqui), retomamos nosso artigo, falando de forma cronológica, levando em consideração a data que os filmes foram lançados oficialmente.

    Broly: O Retorno do Guerreiro Lendário

    Lançado em Março de 1994, Doragon Bōru Zetto: Kiken na Futari! Sūpā Senshi wa Nemurenai é o primeiro filme em que Gohan já é adulto, e o primeiro em que o pequeno Goten também luta. Apesar de contradizer a saga Boo, ele se passaria durante ela, e começa com Videl, Goten e  Trunks indo atrás das esferas, já que a moça queria ver o dragão Shenlong, mesmo que isso não seja motivo bom o suficiente para gastar um ano de desejos além da busca que isso envolve.

    Broly caiu na Terra depois de vagar pelo espaço como moribundo e acorda de uma hibernação, com o choro de Goten. Daí o vilão, que antes não era páreo para Piccolo, Vegeta e Goku se ocupa de lutar com duas crianças, basicamente porque o precário roteiro decide assim. O filme, dirigido por Shigeyasu Yamauchi só começa a melhorar próximo do final, quando Gohan intervém e tenta deter o antagonista. Até certo ponto a luta é acirrada, mas não empolga durante muito tempo. O final mostra Goku fantasma e seus filhos atacando em um triplo Kame-hame-ha, e o narrador não sabe precisar como isso ocorreu, se foi realmente o espectro dele, se foi uma interferência ex machina das esferas, com um desejo inconsciente dos filhos de Goku. O fim é tão anti climático quanto o restante do especial.

    O Combate Final Bio Broly

    O  filme começa com um clichê que ainda tinha sido pouco utilizado na obra de Akira Toriyama, que é a clonagem. Doragon Bōru Zetto: Sūpā Senshi Gekiha!! Katsu No wa Ore da mostra um novo vilão, chamado Lord Jaguar, que quer vencer Mr. Satan, lembrando outro filme O Homem Mais Forte do Mundo, onde o objetivo era vencer Kame. Jaguar manda o Doutor Collie coletar amostras de homens poderosos, e um deles é o sangue de Broly, que dá origem a um clone: Bio Broly. O filme de Yochiro Ueda é como uma refeição requentada. Seu plot inicial mostra numero 18 indo atrás de Satan cobrar sua dívida, junto a Kuririn – que na saga Boo deveria estar petrificado – e também com os jovens Goten e Trunks, por motivos mal explicados.

    O farsante Satan recebe um convite de seu antigo rival e vai até uma ilha isolada para enfrentar os bio soldados desse inimigo. Ali aparece Bio Broly, um ser verde que imita o saiyajin mas é bem menor forte do que o mesmo. Ele enfrenta os garotos e Kuririn, e perde de uma infantil, ao perceber que a água salgada do oceano o faz enfraquecer. O filme poderia até se encaixar na cronologia do anime após a batalha contra o demônio cor de rosa, mesmo se ignorar o fato de que os menino não fazem a fusão, mas perto de acabar o filme Goku é mostrado morto, no Outro Mundo, sabendo que Broly atacou de novo. Esse desfecho é simbolico, porque resume bem toda a trama desse especial, algo banal e desnecessário.

    O Renascimento da Fusão

    De Shigeyasu Yamauchi, em 1995, Doragon Bōru Zetto Fukkatsu no Fyūjon!! Gokū to Bejīta começa mostrando uma luta de Goku no além, logo depois um fluxo enorme de almas vão a entrada que Enma Daioh guarda. Um ogro se descuida com a máquina de lavar almas, sai de lá, Janemba, um lutador amarelado, enorme e poderoso, mas de mentalidade infantil, que faz essa dimensão se tornar em algo estranho, cheio e perolas coloridas, que mais parecem doces. Os mortos voltam como almas encarnadas na Terra e assustam muitas pessoas, há aparições de vampiros, até de Hitler, e Gohan e Videl são chamados a ajudar na cidade, enquanto Goku e Paikuhan também são convocados a ajudar outras pessoas, dessa vez, Enma Daioh que está preso pelo tal monstro.

    Goku apela para a transformação em SSJ3, e diz que já enfrentou Majin Boo assim, ou seja, a cronologia põe esse filme ao menos após a primeira luta contra o demônio. Na Terra, as figuras históricas enfrentam Goten e Trunks e as cenas são estranhas, pois os personagens tem um contorno estranho em volta de si, parece que foram colocados ali por cima. Alem disso, alguns vilões aparecem.Para deter a segunda forma de Janemba, Goku fala com Vegeta, que veio do inferno  para que façam a dança da fusão Metamoru. Esse filme não se encaixa de modo algum na cronologia do anime/mangá, já que no momento em que Vegeta e Goku estavam mortos ao mesmo tempo era um tempo muito curto, Goku estava ocupado com Gohan no planeta supremo, e aqui o primogênito de Goku e Chichi estava na Terra, tranquilamente, enquanto Majin Boo estava matando a tudo e todos. No entanto o maior problema do filme é que ele é extremamente genérico, seu vilão é visualmente arrojado em sua segunda forma, mas não há motivação para ele estar ali, e o roteiro é fraco.

    O Ataque do Dragão ou A Explosão do Golpe do Dragão

    Doragon Bōru Zetto: Ryū-Ken Bakuhatsu!! Gokū ga Yaraneba Dare ga Yaru, dirigido por Mitsuo Hashimoto foi lançado em 1995 e mostra Gohan e Videl agindo como o grande Saiyamen 1 e 2. Eles salvam um senhor de idade que encena um suicídio. Ele quer ressuscitar um guerreiro chamado Tapion e mais uma vez são usadas as esferas,

    Uma criatura estranha, gigante e poderosa começa a destruir a cidade. É Hildegarn, ainda que claramente seu corpo esteja em construção – a altura do começo do especial, só há a parte de baixo da cintura e pernas da tal criatura. Gohan o enfrenta, e ouve uma música, que vem da flauta de Tapion. Apesar desse ser mais um filme extremamente generico, repleto de clichês, Tapion é um personagem que contém alguma originalidade e até um certo mistério em torno de si. A composição de sua persona vai além do visual legal que muitos personagens de DBZ tem, e a maldição da dupla identidade o faz soar como um personagem trágico.

    Tal qual o filme de Janemba, esse também foi lançado em meio a saga de Majin Boo, e traz alguns fatos que ocorrem após a vitoria sobre o demônio antes mesmo delas serem exibidas no Japão, mas, teoricamente, esse especial pode sim fazer parte da mesma cronologia do anime, uma vez que se encaixa a perfeição depois que Boo é derrotado, ainda que a versão gorda do antigo antagonista não tenha aparecido, fato que pode ser explicado pelo fato de as pessoas ainda poderem se lembrar do que o sujeito fez quando ainda era mal.

    Tapion sofre de uma maldição, que ocorreu consigo e com seu irmão mais novo, e ele vê no pequeno Trunks um paralelo com seu parente. No entanto, todo o pano de fundo é deixado de lado, para mostrar Hildegard lutando contra os guerreiros Z de maneira genérica, enquanto Goku vence o vilão no meio de uma cidade, que foi toda destruída sem remorso, já que Shenlong as ressuscitará a todos. A formula se desgasta demais, e nem a entrega que Tapion faz a Trunks, da espada que seria a que ele usaria como Mirai Trunks (e em Dragon Ball GT) salva esse final da mediocridade de roteiro.

    O Retorno de Goku e Seus Amigos

    Passado dois anos depois da batalha contra  Boo, dirigido por Yoshihiro Ueda e escrito por Takao Koyama, foi lançada em 2008, Doragon Bōru: Ossu! Kaette Kita Son Gokū to Nakama-tachi!! supostamente ocorre antes do desejo de Goku para que a Terra esqueça o mal causado por Boo, já que o personagem gordo não aparece. 

    Após Videl convidar Gohan e os outros para almoçarem para comemorar o aniversário da derrota do demônio, até que duas naves chegam a Terra, com uma delas contendo um saiyajin pequeno, chamado Tarble, o irmão de Vegeta. Todos se surpreendem com essa novidade, uma vez que o príncipe jamais falou abertamente sobre ter algum familiar que não os que morreram no planeta que levava seu nome, e o espanto dos personagens é o mesmo dos espectadores, já que teoricamente, Raditz, Nappa ele e Kakaroto deveriam ser os últimos da raça…mas até aí houve Thurles, Broly e outros, o impacto de um novo saiyajin não repercute tanto.  Alguns elementos que seriam utilizados no futuro da saga são mostrados aqui, como a plantação e rabanetes que serve de sustento para Chichi e Goku. 

    Tarble tem a idade de Goku  e também é de uma classe inferior. Apesar dele não ser um personagem canônico teoricamente, ele é citado em Dragon Ball Super, e é mais fraco que os membros das Forças Especiais Ginyu, e está sendo perseguido pelos capangas chamados Abo e Kado, além de ser casado, com uma alienígena chamada Gure. Quando os quatro chegam a Terra, os guerreiros z permitem Goten e Trunks de enfrentarem os dois, e quando eles se fundem, utilizam o golpe Hoga-fufuken de Yamcha, que estava sumido desde a fase Dragon Ball clássica.

    Fora as curiosidades relacionadas a Tarble (o mais fraco saiyajin vivo, o único que não morreu e que possui calda, além de jamais ter chegado ao nivel de SSJ) pouco se acrescenta. O especial é engraçado e bem animado, mas poderia ter um opositor mais forte, mesmo considerando Aka, a fusão de Abo e Kado. Claramente a ideia da obra  era ser engraçadinha, e ela não é dispensável, muito por conta do remixe de  Chala-Edchala.

    Bardock: O Lendário Super Saiyajin

    O último OVA de DBZ foi chamado de  Doragon Bōru: Episōdo obu Bādakku, e proveio de um manga de três capítulos criado por Naho Ooishi . Seu tamanho é o  de um capítulo comum do anime, mas com animação em HD, semelhante ao que foi feito em Dragon Ball Kai. É baseado no jogo Dragon Ball Heroes, e possui uma história continuação do especial Dragon Ball Z: Bardock, O Pai de Goku, no qual o personagem-titulo sobrevive a destruição do planeta Vegeta e é mandado para o passado, combatendo o ancestral de Freeza, Chilled, e se transforma em Super Saiyajin.

    Como foi no outro OVA tenta atacar Freeza, quando o mesmo destrói o planeta Vegeta, mas ao invés de morrer,  ele acorda em uma cama, cuidado por dois estranhos alienígenas, Ipana e seu filho Berry. No lugar onde acorda ele percebe uma nave chegando, que é bem parecida com a de Freeza, dela saem dois capangas, e facilmente são derrotados por ele. Não demora a aparecer o chefe dos mesmos, Chilled.

    Bardock estava no planeta Planta, antigo nome do planeta saiyajin e ao se enfurecer ele desperta o super saiyajin, como seu filho fez quando Freeza matou Kuririn. Antes de morrer, Chilled pede para que avisem a sua família para tomar cuidado, com o super saiyajin e dai viria a lenda. Por ser baseado em um mangá  esse OVA possui um sub texto um pouco melhor trabalhado, e tem mais a ver com tudo o que se adaptava por sua época. Fica lado a lado em qualidade de Gohan e Trunks Guerreiros do Futuro. Muito se discute sobre se ele é canônico ou não em especial por sua origem ser ligado a uma festa da Shonen Jump e não a algo criado por Akira Toriyama, mas a qualidade é superior há quase tudo que envolveu o criador de Goku.

    One Piece x Toriko x Dragon Ball Z

    Esse é um crossover bem viajandão entre as três séries que dão nome ao capitulo. Nele ocorre uma corrida da carne, um evento estranho e surreal que tem toda a carga ácida típica de One Piece. Não dá para levar muito a sério esse especial, e o mesmo jamais passou no Brasil oficialmente. Não há muito o que falar, da parte de Dragon Ball ele resgata muitos elementos da época do primeiro filme canônico, A Batalha dos Deuses, e é bastante psicodélico, até para conseguir comportar personagens tão diferentes e com níveis de poder tão díspares. Goku vence o monstrengo que está relacionado a corrida utilizando algumas de suas técnicas, entre elas, a Genki Dama, o Kamehamehha e o nível SSJ3.

    Filmes Canônicos

    Em 2013, antes até do crossover com Toriko e One Piece, foi lançado A Batalha dos Deuses, um filme que mostra uma aventura de Goku  que se passa antes dos episódios finais de DBZ. A mitologia em volta de Bill, Whis e as novas divindades deu tão certo nesses filmes que favoreceu não só a nova fase de Super mas também ajudou a ignorar  a questão de Dragon Ball GT. No inicio, Bulma reclama da ausência de Goku em sua festa de aniversário,  ou seja, o heroi continua ausente dos eventos de seus amigos e entes queridos.Além disso, esse filme serviu para restabelecer os deuses como seres mais fortes do universo, já que Bills é mais poderoso do que os lutadores, mais forte que os Kaiohs, Kaioh-samas, Kami-samas e afins, e depois Whis é dito como uma figura ainda mais poderosa, por mais que nesse momento não se saiba.

    Muita gente reclamou da covardia de Vegeta diante de Bills, mas na saga Freeza, se nota que o príncipe dos sayajins tem medo do soberano, e se faz de humilde até ter noção de que poderia vencê-lo, fato que obviamente não acontece até essa fase pelo menos, daí se percebe que ele abre mão de sua arrogância caso precise preservar sua sobrevivência.   Batalha dos Deuses ocorre seis meses após a vitória sobre Boo, e aparentemente são poucos meses entre ele e Renascimento de F, já que Pan era recém nascida, ou seja, incapaz até de andar. Algumas fontes citam 10, outras 12 meses entre esse o longa anterior.

    Esse filme ratifica um retcon, que é relacionado ao nascimento da filha de Gohan, Pan, que é antecipado, uma vez no final de DBZ ela teria quatro anos, e o mesmo se passa 10 anos após Boo ser derrotado. O nascimento foi antecipado em aproximadamente 4 ou 5 anos.

    Freeza está no inferno, em um casulo, cercado por anjos fofinhos, diferente demais das versões em que aparece no inferno nos filmes, OVAs, fillers de DBZ e Dragon Ball GT. Sorbe e Tagoma vem a Terra capturam Pilaf e sua gangue, se apossam das esferas e ressuscitam os restos mortais de Freeza, todo retalhado desde que Trunks do futuro o matou. Sorbe quis ressuscitar o Rei Cold também, mas foi impedido por Shu, o cachorro capanga de Pilaf que pede um milhão de iens. O corpo do vilão é restaurado através da tecnologia dos soldados de seu exército. Esse rapto de Pilaf faz lembrar o que o Rei Piccolo fez na saga Piccolo Daimaoh mostrando mais uma vez uma história cíclica.

    Bonustrack – Dragon Ball GT O Legado do Heroi

     O Legado do Heroi se passa ao fim de todo o seriado DB GT. De nome original Gokū Gaiden! Yūki no Akashi wa Sū shin chū, lançado em Março de 1997, Yoshihiro Ueda e Hidehiko Kadota . Esse especial grifa ainda mais algumas incongruências do final do anime, primeiro, com o fato de não haver qualquer variação genética dentro da família dos saiyajins, já que o descendente de Vegeta é igual a ele e a descendente de Bulma também e igual a ela (esta ultima é mãe do pequeno Vegeta Jr.) a outra questão é que algo muito terrível deve ter acontecido com a familia Son/Satan, uma vez que Goku Jr. só tem sua tataravó, não tem pai, mãe, tios, avós, nada.

    Assim como em GT coincidiu o uso das esferas negras com os dragões malignos terem aparecido pouco tempo depois da primeira calamidade envolvendo os artefatos mágicos, esse também se vale muito das coincidências para o estado de paz da Terra e para a decisão de Goku Jr. em tentar achar as esferas, mesmo sem saber como encontra-las. Ele pega carona com um caminhoneiro suspeito, que rouba seus doces…com os elementos mostrados nesse ponto, assusta como não houve associação desse personagem a um possível molestador pedófilo.

    E para variar o desfecho dessa micro aventura de Goku Jr não apresenta nada ou divertido ou novo, os adversários que aparecem são sem carisma e sem grandes poderes, nem mesmo a velha Pan salva qualquer sensação nostálgica, nem que seja dos seus gritos insuportáveis, o que é uma pena, pois por muito tempo era essa a última coisa feita para a saga das esferas do dragão, que fora o “arrebatamento” de Goku, nada guarda de realmente memorável nem nos 64 episódios e nem nesse especial.

     

    E assim terminam os especiais, OVAs e filmes de Dragon Ball Z. Confira as outras partes do especial abaixo:

    Os Filmes e OVAs de Dragon Ball Z Parte 1

    Os Filmes e OVAs de Dragon Ball Z Parte2

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  • Os Filmes (e OVAs) de Dragon Ball Z – Parte 2

    Os Filmes (e OVAs) de Dragon Ball Z – Parte 2

    Como fizemos com o especial na primeira parte, continuaremos nosso artigo a respeito dos filmes, especiais e afins de Dragon Ball Z, falando de forma cronológica.

    O Retorno dos Androides ou Super Androide 13

    De nome Doragon Bōru Zetto: Kyokugen Battle!! San Dai Super Saiyajin, lançado em 1992, o filme de Daisuke Nishio deveria se passar antes da batalha de Cell, e anteciparia até As fusões/absorções de androides. Ele foi exibido entre os episódios 147 e 148 quando Piccolo e 17 estão se enfrentando. O começo do filme mostra 17 matando Maki Gero, e a cena é bem bonita visualmente, apreço esse não antes visto nos filmes de DBZ. Logo se revela que outro computador , no subsolo, criava androides ainda mais poderosos, com premissa parecida com a de Cell.

    O ponto de partida para os heróis é uma ida a cidade grande. Oolong, Kame, Kuririn e Gohan tentam entrar num evento de modelos de biquíni, enquanto Goku e sua família estavam fazendo compras, até que abruptamente aparecem dois seres poderosos e violentos. Eles vão atrás de Goku, o que faz lembrar que obviamente ele já está bem de saúde, recuperado da doença do coração, e não está na sala do tempo, tampouco passou por lá porque Gohan não se torna SSJ.

    O visual do Super 13 emula a disposição e estilo dos super sayajins, embora suas cores sejam diferentes, com azul e cabelo espetado laranja, parecido um pouco com os cabelos de Gogeta (fusão de Vegeta e Goku pela dança metamoru) SSJ 4 visto em Dragon Ball GT. Não se sabe se a Toei reciclou a ideia deste vilão para fazer o seu Super 17 em Dragon Ball GT, fato é que em GT a ideia estava mais madura e inteligente.

    Apesar de tudo, esse é um dos poucos – se não o único – filme em que realmente se teme pela vida de Goku e os outros, e onde não temos apenas o protagonista lutando. O Super 13 é o exato oposto de Kooler, ele não aparenta ser tão poderoso, como o irmão de Freeza parecia, mas este dá muito mais trabalho que o filho do Rei Cold.

    Para variar o especial acaba com todos rindo, no hospital com Kuririn e Gohan se recuperando, enquanto Piccolo e Vegeta sentam-se num pedaço de gelo, largado no oceano, cada um de um lado, frustrados por não lutarem como gostariam.

    Gohan e Trunks – Guerreiros do Futuro

    Em Zetsubō e no Hankō!! Nokosareta Chō-Senshi • Gohan to Torankusu, é mostrado um futuro alternativo, e entre a morte de Goku por uma doença cardíaca e o presente desta realidade, passaram-se 13 anos. O clima de desolação é total e essa versão lembra demais filmes apocalípticos, como os da franquia Exterminador do Futuro. Os Androides 17 e 18 assassinam as pessoas à revelia, basicamente matando por puro prazer.

    Lançado em 1993, foi comercializado na época da saga de Cell, entre os capítulos 175 e 176 do anime original. Trunks implora ao único guerreiro Z sobrevivente, o já adulto Son Gohan,  com 23 anos, enquanto o filho de Vegeta e Bulma tem 14.

    Dirigido por Yoshiro Ueda – que também dirigiu episódios do anime, e participou do departamento de arte de DBZ – A Árvore do Poder – ele é baseado em um capítulo curto do mangá, que não foi traduzido no seriado. Com conseqüências mais graves que os outros filmes e especiais, aqui Gohan perde um braço tentando salvar Trunks do ataque dos androides, e fica com cicatrizes no rosto, bem parecidas com as de Yamcha. Nesta realidade as coisas são mais graves. Aliás, Trunks demora a ganhar o poder de se transformar em super sayajin, isso só acontece quando Gohan é morto pelos adversários, por sua vez, o descendente de Goku já domina esse nível de poder.

    Gohan é um bom mestre bom e usa a última semente dos deuses para salvar o garoto, no meio da batalha, e depois de treina-lo, o faz desacordar antes de ir enfrentar 17 e 18 para que Trunks não perecesse. Apesar de não ter muita ação – até porque ela já havia ocorrido antes – as curvas dramáticas do especial são bem construídas. A morte de Gohan, por exemplo é muito sentida por quem sobrevive, Trunks e Bulma sentem o impacto, e três anos depois o guerreiro tenta vingar seu mestre, sendo ainda incapaz de vencê-los, e isso é muito bom, pois foge do clichê de Dragon Ball, sem um final feliz. A mensagem escrita na máquina do tempo faz muito sentido, e é um dos artifícios mais maduros. As soluções não são rápidas e fáceis de prever, tampouco se subestima a inteligência do espectador. Ao lado do especial Bardock – O Pai de Goku são os únicos que realmente alteram o status quo da obra como um todo, sendo nesse os acontecimentos bem mais graves.

    Broly: O Lendário Super Saiyajin

    Doragon Bōru Zetto: Moetsukiro!! Nessen Ressen Chō-Gekisen é o de maior duração até aqui, com 76 minutos. Seus gráficos são bonitos, muito bem detalhados e animados – muito melhores que os da fase Cell. Foi lançado em 1993, entre os episódios 176 e 177 de Dragon Ball Z, à altura do torneio de Cell. Goku e Chichi esperam por uma entrevista que farão para um colégio onde Gohan poderia estudar, enquanto todos os outros guerreiros estão fazendo um piquenique com karaokê.

    O longa é dirigido por Shigeyasu Yamauchi, que também fez os filmes de CDZGuerreiros Deuses, A Lenda dos Defensores de Atena e Os Guerreiros do Armageddon. O filme se passa durantes os dias à espera do torneio. Enquanto Goku aguarda na fila, chega na Terra uma nave, comandada por um sayajin estranho, sem um olho e cheio de cicatrizes. Seu nome é Paragas, e ele convoca o príncipe dos SJs para ir reinar em um novo planeta, onde outros sobreviventes da raça também estão. Ele não aceita, até ter seu ego confrontado, ao falar que Vegeta talvez seja o único capaz de vencer o lendário super saiyajin, que até então, era apenas uma lenda. Goku encontra os outros no novo planeta, e lá eles descobrem que Paragas guarda outro sayajin, seu filho Brolly e ali é mostrado que ele guarda um segredo: Broly é poderoso demais e precisa de um inibidor de seu poder, que está em posse de seu pai.

    Brolly é um guerreiro trágico, um homem poderoso, sem controle sobre seus próprios poderes, e guarda uma mágoa antiga de Kakaroto, que muito pequeno, acordava ele, chorando por ter fome. Em uma noite de sono, Brolly se descontrola e ataca Goku arbitrariamente, depois de lembrar do trauma que teve em sua infância. Nesse momento, seu ki aumenta e seus cabelos mudam de cor, ficando roxos, e esse nem parece ser seu real patamar de poder.

    Antes de se transformar em super sayajin, o cabelo de Brolly fica azulado também, e depois, ao se tornar SSJ, fica amarelo esverdeado, e essa diferenciação jamais foi retomada, até acontecer o Torneio do Poder, em Dragon Ball Super, dessa vez tendo isso canonizado por Akira Toriyama e Toyotarō.

    Parte do fato que faz Broly ser tão implacável, é que seu poder o torna quase irracional, faz lembrar um personagem da Marvel, chamado Drax, que quanto mais burro, mais forte é. Aqui não há ignorância, e sim selvageria. Broly é único, suas vestes (igual a seu pai) não é a do exército de Freeza, visto que ele está exilado desde muito pequeno, e isso faz todo sentido, já que ele é muito mais forte que todo o império de Freeza reunido, talvez até mais que Perfect Cell.

    Vegeta nem se atreve a lutar com Broly, percebendo seu pouco poder. Piccolo, Trunks, Gohan e Goku lutam, enquanto ele fica atônito diante de tanto poder. Essa postura não tem muito a ver com o que acontece no anime e mangá, nem mesmo diante de Cell ou Majin Boo. Quando ele decide, é claramente tarde demais, e nesse momento, ele aceita que é só um coadjuvante. Apesar dessa licença poética, a atitude não é todo ruim, bem como a luta com Broly, que é um adversário formidável, talvez capaz até de sobreviver a destruição do planeta. Inclusive, o desfecho do combate não poderia ser outro que não uma tentativa de fuga. Infelizmente o fim do antagonista também é um pouco anticlímax, mas ainda assim é o melhor entre os filmes de DBZ.

    A Batalha dos Dois Mundos ou Torneio Interdimensional

    Após o sucesso do filme anterior, envolvendo Broly, Yoshihiro Ueda retorna a direção, cujo nome original é Doragon Bōru Zetto: Ginga Giri-Giri!! Butchigiri no Sugoi Yatsu. A duração é em torno de 50 minutos e foi lançado no cinema no Brasil, junto ao filme O Retorno da Fusão, e tem gráficos bem elaborados, com imagens em alta definição e com riqueza de detalhes animados, cores vivas que causariam inveja até nos animes atuais. Essa parte conhecida como Torneio Interdimensional foi exibido no Japão em 1993, enquanto no anime passava a saga filler O Torneio do Outro Mundo, cuja temática se assemelha de certa forma.

    Goku está com o senhor Kaioh, no mundo os mortos, enquanto os vivos participam de um torneio de artes marciais, organizado por um homem muito rico, e os guerreiros Z aparecem, entre eles os humanos Kuririn (mais uma vez como alivio cômico), Tenshinhan, Yamcha, além de Gohan, Piccolo e Mirai Trunks, que voltou no tempo para avisar os amigos que venceu os andróides em sua linha temporal. Curiosamente, Gohan é dublado novamente por Fatima Nova, e não Yuri Chesman como havia sido na batalha contra Cell.

    As lutas entre os heróis são bem legais, em especial entre Tenshin e Trunks. E obviamente, isso serve apenas de despiste, para se apresentar o verdadeiro antagonista, Bojack e seus capangas, seres de outra galáxia, de cor esverdeada e cabelos loiros, que podem sofrer mutações para aumentar suas capacidades. As lutas dos heróis contra os asseclas de Bojack são bem divertidas e orquestradas a maestria, em cenários grandiosos, que deveriam servir ao torneio organizado pelo homem rico.

    A explicação sobre quem é o vilão vem de Sr Kaioh-sama, que diz que ele era um pirata e saqueador cósmico, que estava preso atrás de um selo que foi rompido assim que Goku trouxe Cell para explodir no outro mundo. Daí ele e seus auxiliares, Bujin, Gokua, Zangya e Bido. A raça do quinteto é chamada comumente de Hera-Sejin, e eles são os únicos sobreviventes do planeta Hera.

    Gohan enfrenta os guerreiros praticamente sozinho, ao final, contra as teias telepáticas dos capangas e contra a covardia de Bojack, que até lança sua assecla mulher no rapaz, para distrai-lo. Gohan corta ao meio dois de seus adversários, transformado em SSJ 2, em uma das poucas vezes em que a saga de DBZ se permite ser completamente violento, sem medo de soar adulto demais. Infelizmente, a luta termina rápida demais, mas ainda assim é um dos melhores filmes da saga do Toriyama.

    Plano Para Erradicar os Sayajins

    Lançado em VHS, junto com o jogo Dragon Ball Z Gaiden: Saiyajin Zetsumetsu Keikaku – aliás, esse foi o primeiro jogo com historia original – o nome original deste especial é Saiyajin Zetsumetsu Keikaku e foi dirigido por Shigeyasu Yamauchi, o mesmo que fez o filme de Broly, Cavaleiros do Zodiaco O Prologo do Céu e alguns episódios da fase Hades. O especial possui uma trilha sonora própria, onde o Rock predomina, e antes de começar a ação, um ser misterioso reúne esferas parecidas com as dragon balls, mas que na verdade nada tem a ver com isso.

    Logo depois aparece Goku e Gohan lidando com a fazendo onde vivem. Ambos se tornam super saiyajins, ou seja, já ao menos passaram pela sala do tempo antes da batalha contra Cell, e estão vivos. O sujeito que aparece no começo envia  Terra alguns capangas, que visam protegers as máquinas que soltam o gás destron, que aparentemente, fazem com que a energia dos guerreiros Z seja cessada, de maneira igualmente estranha a todas essas aparições.

    Para surpresa dos herois aparecem vilões antigos, já assassinados, Freeza, Koola, Slug e Thales, trazidos de volta como fantasmas para tentar atrasar os heróis. Isso é uma coisa que de certa forma é legal, pois resgata saudosismo com esses personagens, alem de colocar juntos os irmãos filhos do Rei Cold, embora na haja realmente uma interação real entre eles. Eles na verdade são fantasmas, e se desintregam e reintegram facilmente. Ainda assim, não são páreos para o quinteto envolvendo os 4 sayajins que estavam na saga Cell e o Nameki.

    O responsável por tudo isso é o Doutor Raichi, um tsufujin, único sobrevivente de sua raça, que por sua veez foi exterminada pelos saiyajins no planeta Plant, que mais tarde foi rebatizado com o nome do líder da revolta Sj, o Rei Vegeta, que é pai do Vegeta do mangá e anime. Os personagens então decidem ir até o planeta sombrio onde está o vilão, para confrontar ele de uma vez.

    Acontece que esse é apenas um mcguffin, Raichi é um despiste para o verdadeiro vilão, Hatchyack, que é a manifestação da máquina que reunia o ódio dos tsufurujins pelos saiyajins, que gerou por sua vez os fantasmas dos vilões e até de Raichi. Esse conceito mistura metafísica com os clichês de ação de maneira bem orgânica e surpreendente para um vídeo que é só um especial lançado como auxiliar a um jogo eletrônico. Incrivelmente os filmes, OVAs e especiais de DBZ estavam melhorando bastante nesse período, com uma ordem muito vindo do Guerreiros do Futuro, o primeiro filme de Broly, o que envolve Bojack e esse analisado.

    Ao contrário dos outros, esse termina de maneira cooperativa e condizente com o restante das lutas finais do mangá, mas sem toda a enrolação que a Toei geralmente empregava no seriado. Em 1994, o ova virou um game movie, no Bandai Play Dia que por sua vez era um console especial, e tinha 4 finais diferentes, que ocorriam de acordo com os comandos que o player selecionava, variando em alguns momentos do produto original. O mais diferenciado, na realidade, é um que encurta o especial, mostrando Koola, Freeza, Slug e Thales vencendo

    Remake

    Em 2010, quando foi lançado o jogo Dragon Ball Z Rageblast 2 foi feito um remake deste OVA, remasterizado e encurtado para quase metade da duração original, o que fez com que houvesse mudanças no enredo. Por exemplo, foi Popo avisou sobre o gás destron e não Bulma como na versão deste século; Goku Piccolo e Gohan lutam contra capangas genéricos na Corporação Capsula, fato que não ocorre na outra versão; Há monstros protegendo as maquinas no primeiro especial; Trunks e Vegeta participam de mais lutas e Piccolo participa mais da luta final contra o chefe, e também há diferenças nas cores do vilão, nas perolas que tem sobre seu corpo

    Extra: Reunam-se O Mundo de Goku

    Lançado em 1992, era um especial para o brinquedo/game chamado terebikko. Ele começa com Gohan ainda criança acordando Goku, para que ele ensine as crianças a usar o terebikko, que é uma especie de telefone que faz com que as crianças escolham entre as opções a se selecionar, como em um quiz. Trunks do futuro utiliza sua máquina do tempo para brincar pelas linhas do tempo do desenho, enquanto as crianças decidem o que fazer.

    Goku, Gohan, Trunks e Bulma se reúnem na casa do Mestre Kame onde estão Kuririn e Mestre Kame. Kuririn, Gohan, Trunks, Bulma e Goku viajam no tempo na máquina do tempo de Trunks e através de um telefone passa todos os conhecimentos e até o próprio Mestre Kame, do tempo atual, dos dias em que Goku era pequeno até a chegada do andróide Cell e do dia depois quando absorve os andróides Nº 17 e Nº 18.

    Não há muito a acrescentar, há poucas cenas ineditas, lembra demais os capítulos que recapitulam momentos anteriores, como os fillers de Dragon Ball e DBZ. É curioso que, como foi nos flashbacks da saga Boo, aqui a parte em que Vegeta aparece na primeira batalha com os guerreiros Z na Terra, seus cabelos estão negros, e não vermelhos como foi animado pela Toei na versão original.

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  • Os Filmes (e OVAs) de Dragon Ball Z – Parte 1

    Os Filmes (e OVAs) de Dragon Ball Z – Parte 1

    Como fizemos com o especial de filmes e ovas de Dragon Ball, retomamos as análises dos filmes e afins de Dragon Ball Z, falando de forma cronológica, levando em consideração quando foram lançados. Lembrando que a maior parte desses filmes, com exceção de A Batalha dos Deuses e O Renascimento de Freeza, não são canônicos e tem pouca participação de Akira Toriyama na trama, sendo roteiro pensado pela Toei, fato que faz com que a maioria não tenha muito viés cronológico dentro do seriado.

    Devolva-me Gohan ou Zona Mortal

    Daisuke Nishio conduz o filme que começa com um gemido de Piccolo, se preparando para mais tarde tentar enfrentar Goku. Se passam cinco anos após os eventos finais de Dragon Ball (Dragon Ball – Parte 3: O Rei Demônio Piccolo Daimaoh), após a vitória de Goku no Torneio de Artes Marciais. O nome original do filme lançado em 1989 é Ora no Gohan o Kaese!!, e possui 41 minutos de duração.

    Gohan é mostrado com sua mãe, Chichi, estudando como ela gostava de fazer. Ele aparentemente não sabia lutar ainda, o que põe este especial cronologicamente antes da chegada de Raditz a Terra, apesar de algumas contradições. Logo, o vilão Garlick Jr aparece próximo de Gohan, golpeando o Rei Cutelo e a mãe do garoto para pegar a esfera de quatro estrelas. A contradição maior aí é que Goku encontra seus amigos e fala de Gohan, que só foi apresentado no piloto do anime.

    O filme perde um tempo precioso mostrando Gohan brincando no castelo do inimigo, dando trabalho aos capangas de Garlick, ao provar uma maçã mágica que o faz ficar embriagado, passando então a brincar com fantasias de criaturas coloridas, semelhantes a aves, dinossauros e outras viagens de ácido. O vilão não demora a conseguir fazer seu pedido de vida eterna, basicamente para desafiar Kami-Sama, uma vez que o Garlick Senior competiu com o alienígena pelo posto de deus da Terra anos atrás.

    Kuririn sofre uma mijada (literalmente) do bêbado Gohan, seria impossível não lembrar que isso aconteceu, fato que ironicamente comprova o não pertencimento do filme a cronologia, já que ser urinado pelo filho de seu amigo certamente seria lembrado pelo lutador budista. De positivo, há o discurso malévolo de Garlick Jr convocando os demônios a saírem de suas tumbas para provocar o mal em quer que se opusesse a eles, em uma postura parecida demais com a de Piccolo Daimaoh.

    Garlick não é um personagem forte, apesar de imortal e as lutas não são muito emocionantes. A carga dramática é maior pela destruição do local da luta e pelo vácuo do vórtice da tal Zona da Morte que aparece do nada. O deus ex machina mora na catástrofe e isso por si só já demonstra o quão desimportante é o filme no final das contas.

    O Homem Mais Forte do Mundo

    Kono Yo de Ichiban Tsuyoi Yatsu foi lançado em 1990, e começa nas planícies geladas de Tsurumai, onde Piccolo é mostrado, para logo depois passar a Gohan e Oolong procurando as esferas do dragão, que estavam se reunindo em quatro, de maneira misteriosa. O menino usa roupas iguais as de Piccolo o que faz pensar que isso se passa pelo menos na época em que eles já se encontraram e viraram pupilo e discípulos.

    Shenlong é convocado para ressuscitar o Doutor Willow, que está com o corpo preso naquelas geleiras há muito tempo. Nishio também conduz esse produto, que começa promissor, mostrando umas criaturas estranhas surgindo e enfrentando o alien verde, e que faziam lembrar os saibaimans, sendo na verdade robôs. O começo aparenta mostrar eventos depois da morte de Goku contra Raditz, mas o pai do rapaz é mostrado logo depois, fato que demonstra que não há qualquer necessidade de incluir esta produção na cronologia do anime. Inclusive há cenas de Piccolo se sacrificando com o golpe de Nappa que acertaria Gohan.

    Os malfeitores, liderados pelo assistente de Wilow, chamado de Dr Kochin, procuram o sujeito mais poderoso da Terra e acharam que ele era Kame. O plano de transferir a mente do cientista para um corpo forte é mirabolante e muito bobo, feito por homens que só desejam a destruição e nada mais, em uma tentativa besta de dominação mundial. Há uma cena musical, em que Gohan comemora a presença de Piccolo e isso destoa totalmente do restante do filme.

    Goku usa o Kaioken para vencer um dos robôs assassinos, o que não faz muito sentido, outra coisa que não faz sentido é o dublador Wendel Bezerra ter chamado o Bastão Mágico de Varinha Sagrada. Goku termina tentando dar uma genki dama em seu adversário, mas em uma versão pequena e fraca. Não há nenhuma luta interessante ou trama digna de nota, o que é uma pena, pois o filme apesar de não conseguir ser encaixado de qualquer forma na cronologia da série, ainda assim parecia ter potencial para ser algo realmente primoroso.

    Dragon Ball Z: O Filme ou A Árvore do Poder A Maior Batalha de Todos os Tempos Está Para Começar        

    Quando estreou nos cinemas brasileiros em 14 de julho de 2000, tinha o nome de Dragon Ball Z: O Filme – o que faz sentido, pois ele tem 60 minutos de duração, maior que os outros, e depois ganhou o nome de batismo para o lançamento em VHS. Na trama, Oolong, Kuririn, Bulma e Gohan estão acampando, em um clima despreocupado.

    O filme de nome original Chikyū Marugoto Chō-kessen foi lançado em 1990 no Japão, e seu chamado a aventura começa quando um estranho cometa corta o céu. Nele, esta um grupo de piratas espaciais, liderados por um sujeito misterioso, chamado Tullece, que tencionam achar um planeta onde plantar uma árvore estranha, a Árvore Sagrada. Eles comemoram as condições do planeta e o fato de Kakaroto não ter destruído o mundo, assim a planta que sugaria toda a vida do planeta pode ser implantada.

    Esse filme não poderia acontecer na cronologia, porque a essa altura Goku também deveria estar em Namekusei, por isso ele inteiro soa como um filler contraditório. Todos os guerreiros Z, incluindo Kame vão até a casa de Goku, em uma rara reunião no lugar onde o principal herói reside. Lá eles são avisados por Kaioh Sama do perigo da árvore, e tentam destruí-la.

    Logo, Tullece aparece, e ele é quase idêntico a Goku, com exceção de dois fatos, sendo o primeiro que ele é na verdade um conquistador de mundos independente de Freeza, e segundo que ele come os frutos da árvore, que faz com que ele fique muito mais forte que seu adversário. A Toei fez uma contra-parte malvada do herói para mostrar como poderia ter sido se Kakaroto conquistasse a Terra como mandava o protocolo Sayajin, o problema sério é que fora Tullece, todos os outros capangas são genéricos e muito fracos. De novo há uma tentativa de solução final via genki dama, e a completa ausência de carisma nos personagens novos faz com que tudo aqui pareça extremamente genérico.

    Bardock, o Pai de Goku ou A Batalha de Freeza Contra o Pai de Goku

    O primeiro OVA de DBZ chamava-se Doragon Bōru Zetto: Tatta Hitori no Saishū Kessen e foi lançado em outubro de 1990. O pequeno Goku nasce, e Bardock não faz menção de voltar ao seu planeta natal para ver seu caçula, uma vez que ele nasceu com um nível de poder baixo. O saiyajin está acompanhado de seus asseclas, e recebe o golpe de um dos habitantes de Kanasa, onde o morto que tinha uma capacidade de premonição, o amaldiçoa.

    A dublagem desse especial é bizarra, uma das mulheres claramente tem voz masculina, assim como Nappa tem uma voz diferente daquela do anime, sai Guilherme Lopes e entra Alfredo Rollo que faz a voz de Vegeta no desenho seriado. Como o príncipe dos SJs aqui é uma criança, ele não foi exigido, mas ainda assim é bizarro notar isso.

    Bardock é mostrado como um sujeito impetuoso e cruel, diferente do retcon que faria depois, no especial de Bardock e no mangá de Toriyama Dragon Ball Minos. Sua elite é formada por Toma, Seripa, Toteppo e Panbukin, aliás, Seripa é a prova viva de que a raça saiyajin (ou SJ) tem pessoas do sexo feminino.

    Nesse especial, em meio as alucinações do protagonista, há cenas de Goku encarando Freeza, fato que ainda não havia ocorrido no decorrer do anime. O especial para vídeo termina de forma trágica, Bardock perece (aparentemente, pois isso seria revisitado mais tarde) e logo depois pede a seu filho que vingue seu povo. Apesar de mostrar um plano de fundo bem legal sobre como funcionava o dia-a-dia da raça de Goku e Vegeta, a dramaticidade é fraca e não faz sentido na maior parte da confusão mental e sentimental de Bardock, ainda assim é bem melhor que qualquer outro produto fora do anime/mangá lançado pela Toei até então.

    Goku, o Super Saiyajin ou Lorde Slug

    De nome original Sūpā Saiya-jin da Son Gokū, lançado em 1991. Uma estrela vem na direção da Terra, e os heróis tem de desvia-la, mas sem destruí-la, correndo o risco de acabar as condições de vida no planeta, e claro, tendo alvo principal a Cidade do Oeste, que seria a principal metrópole da mitologia de Toriyama. Ao entrar na atmosfera, mesmo com os esforços de Goku e Kuririn, eles não conseguem deter a entrada do corpo celeste, e maremotos acontecem, além de outros eventos catastróficos de pequeno porte.

    Na verdade, aquilo que entrou no planeta era uma nave invasora, liderada pelo vilão Senhor Slug. O filme de 51 minutos tem o cuidado de não dar muitos spoilers do anime/mangá, por isso não há o acréscimo de Vegeta como personagem fixo, uma vez que ele só se aliou a pouco tempo aos heróis na série animada. O vilão, ao se revelar mostra ser um namekusenjin, de porte grande, alto e mais forte até que Piccolo. Ele procura as esferas do dragão, após uma dica de Bulma, as pega e deseja a juventude eterna.

    Os capangas genéricos de Slug fazem lembrar demais os demônios de Daimaoh. O filme se calca demais no sensacionalismo. Slug só se revela um nameki faltando pouco para o final, e depois de Goku atingir uma transformação de pseudo super saiyajin, conhecida como Fake Super Saiyajin pelos fãs, além disso, em um contato telepático, Kaioh Sama diz que Slug seria mais forte que Freeza. Vale lembrar que esse Fake SSJ foi mostrado antes do real Super Saiyajin no anime. O vilão fica gigante, como Piccolo fez antes, aliás é o antigo adversário de Goku que consegue atingir um ponto fraco do antagonista da vez, arrancando as próprias orelhas e pedindo para Gohan assobiar, porque isso supostamente derruba os namekuseijin. A solução deus ex machina é desnecessária e muito infantil.

    Ao assistir Doragon Bōru Zetto: Sūpā Saiyajin da Son Gokū, se percebe que ainda não foi dessa vez que um dos especiais de DBZ acertou, seu vilão é fraco e tenta parecer super forte, as lutas são genéricas, há pouca ação dos outros guerreiros Z, não se teme realmente pela vida dos que aparecem e não há qualquer charme nos personagens novos, tampouco carisma.

    Uma Vingança para Freeza ou Os Rivais Mais Fortes

    De nome original, Doragon Bōru Zetto: Tobikkiri no Saikyō tai Saikyō foi lançado em 1991, curiosamente antes mesmo da morte de Freeza no anime, ou seja, Uma Vingança Para Freeza contém mais spoilers sobre a saga. O especial começa na destruição do planeta Vegeta, com Koola (ou Cooler ou Kooler, não me preocuparei com a grafia, pois de acordo com os fãs a grafia é discutível até hoje para esse e outros nomes) observando a nave de Kakaroto indo para a terra. Ele permite que isso aconteça, mostrando que não é exatamente o melhor planejador do universo.

    Já no presente, Cooler decide ir a Terra, interceptar Goku e seus amigos. O grupo de elite do vilão faz uma coreografia bem semelhante a das forças especiais Ginyu, inclusive recebendo o mesmo prefixo, de Forças Especiais Koola. Aliás, demora muito para começar uma luta com o real vilão.

    Não há a presença de Vegeta aqui, provavelmente porque cronologicamente, o especial se passa após ele tomar a nave que o pai de Bulma construiu, a fim de treinar. O filme tem 47 minutos, dos quais só há luta entre antagonista e herói nos 17 finais. Meia hora de enrolação, imitando o que é típico da saga Freeza. Aliás, a voz de Cooler na dublagem brasileira é a mesma de Freeza, de Carlos Campanille, que também faz a voz do narrador dos torneios.

    Finalmente um vilão à altura de Goku aparece nos filmes. O irmão mais velho de Freeza, o primogênito é tão mais hábil que tem uma nova forma, uma quinta, anterior a de Golden Freeza e bem diferente visualmente desta. Seu design desenhado por Toriyama é bem legal.

    Infelizmente, a primeira grande batalha dos filmes é curta e sem um clímax minimamente bem encaixado. Apesar de arrogante e estiloso, Cooler não é páreo para o Goku, e faltou um roteiro uma melhor exploração do potencial do personagem, o que é uma pena, porque esse é o filme que mais se aproxima de ser algo minimamente bom, ao menos até então.

    O Retorno de Koola

    De Daisuke Nishio, Doragon Bōru Zetto: Gekitotsu!! Hyaku-Oku Pawā no Senshi-tachi mostra o retorno do irmão de Freeza, Kooler, aparentemente com uma forma de cyborg metálico, bem melhor construído que a versão hibrida com máquina de seu irmão. Foi lançado em 1992 entre os episódios 129 e 130 do anime.

    A contradição junto ao seriado começa pelo fato de Piccolo aparecer aqui, enquanto deveria estar lutando contra 17 pouco antes de Cell absorve-lo, e isso se dá porque Vegeta e Goku se transformam em SSJ enquanto Gohan ainda não o faz, ou seja, ele não entrou ainda na sala do tempo e conseguiu atingir sua nova fase. Outra contradição monstruosa é que Dende já é o Kami-Sama da Terra, e é ele que revela aos guerreiros Z que a nova nameki foi invadida por uma nave/máquina estranha.

    Essa invasora é uma estrela, chamada Estrela Gete (a pronuncia adotada no Brasil foi Bigue) e foi ela que encontrou Kooler vagando pelo espaço, semelhante a quando o Rei Cold encontrou Freeza. Essa repetição de arco soa infantil e oportuna demais, bem como as lutas que ocorrem no planeta quando os sayajins e demais guerreiros viajam pelo espaço. Basicamente só se enfrenta Metal Kooler, para depois, aparecer centenas de “clones” dele, na verdade, sendo só autômatos, organizados pela estrela/nave para capturar a energia dos adversários. Tudo ali foi feito como uma armadilha, para atrair Goku e os outros a fim de capturar suas forças a seu favor.

    Vegeta e Goku são presos dentro do compartimento da estrela, onde sofrem o roubo de suas forças, e onde se mostra a real aparência de Kooler, somente uma cabeça flutuante. Sem falar que a exploração dos robôs como antagonistas, sejam os mais baixos como os Metal Kooler é demasiado mal feito, e a tentativa de emular o que dava certo na animação seriada simplesmente não funciona, pois esses robôs daqui não tem personalidade como as criações de Maki Gero.

    Além do mais, apesar de ter dado mais trabalho aqui, Kooler aparentava ser mais ameaçador no filme anterior, e consegue ser derrotado de uma forma ainda mais esdrúxula do que no capítulo passado, o que é uma pena, pois ele tinha potencial para ser algo a mais do que uma cópia.

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  • Review | Dragon Ball Z – A Saga Majin Boo

    Review | Dragon Ball Z – A Saga Majin Boo

    A paz reina após sete anos passados da ameaça envolvendo o vilão Cell e do Torneio do Outro Mundo, a quarta saga grande de Dragon Ball Z começa na cidade  de Satan City, em homenagem ao homem que – para todos os efeitos – matou Cell. Gohan corta o céu com a nuvem voadora de seu pai, provavelmente para não rastrearem seu ki nesses tempos de bonança, enquanto se dirige à escola secundária Estrela Laranja.

    O primeiro capítulo do garoto na escola não é exatamente um filler, mas os eventos são tão banais que parecem ser apenas preenchimento de tempo e espaço. O rapaz impede um assalto, transformado em super sayajin, e logo percebe que precisa usar uma identidade secreta se quiser fazer isso de novo, uma vez que quase foi pego pela raivosa e bonita Videl, sua colega de sala e filha de Mr. Satan, o falso vencedor da batalha que salvou o mundo. É curioso notar que ele, o real sujeito que derrotou Cell teria com a filha do outro uma família estabelecida.

    Gohan é ingênuo, não percebe como deve esconder algumas informações, como a distancia de sua casa para a cidade, que daria de carro umas cinco horas. Toda essa seqüência é divertida e completamente descompromissada, o único evento realmente comprometedor são as suspeitas de Videl sobre quem é Gohan. Para manter sua identidade secreta, Gohan pede para Bulma uma roupa especial, e passa então a usar a alcunha de Grande Saiyaman – Saiyaman é uma referencia clara a tokusatsus  como Kamen Rider, Jaspion e Jiraya. Antes de receber o relógio que guarda as vestes (em uma referência clara ao herói velocista da DC), ele se encontra com Trunks, repetindo o dueto que teria no especial Guerreiros do Futuro, em que combateriam o pós-apocalipse provocado pelos androides. Na fazenda onde mora, é mostrado o irmão caçula de Gohan, uma cópia exata de Goku criança, Son Goten, ou seja, na batalha de Cell, Chichi já estava grávida. A dubladora  dele era o mesmo de Gohan criança na dublagem brasileira, Fátima Nova

    Os fillers mostram Gohan vivendo entre encontros pré-romance com Videl e sua preocupação em não se revelar como homem poderoso exatamente para não alarmar as pessoas comuns. A abertura e boa parte dos números musicais muda, assim como boa parte das idéias primordiais de Dragon Ball. Gohan está se importando demais com sua identidade, tanto que cede a chantagem de Videl, para participar do Tenkaichi Budokai. Vegeta decide também ir ao torneio, e Goku, magicamente, decide se comunicar depois de tanto tempo, basicamente para lutar, não para ver seu filho primogênito Gohan, nem para ver seu caçula ainda não conhecido ou sua viúva, que aliás, mudou bastante de postura. Chichi se preocupa em parecer bonita para seu falecido esposo, ela deixou de ser tão severa com Gohan sobre os estudos, e fala para ele treinar a fim de conseguir o premio em dinheiro, que é alto, já que a família de Goku está quase sem dinheiro.

    Enquanto se ocupa de falar com todos os personagens, Gohan passa pelo set do filme sobre o Grande Saiyaman, e até participa das gravações. Aqui quase nada acontece de relevante, exceto algumas semelhanças que o diretor de cinema tem com o comandante Red, da saga Red Ribbon. Logo, aparecem os outros personagens, Kuririn deixa seu cabelo crescer e treina com sua esposa 18; Piccolo está no lar de Kami-sama, ao lado de Popo e Dende.

    Goten consegue facilmente se tornar um SSJ, e pelo visto já conseguia antes, e não faltam teorias para essa transformação ter ocorrido tão cedo, entre elas, a condição de Goku ter engravidado sua esposa quando já tinha um nível alto de poder. Trunks também se transforma, e Vegeta ao engravidar Bulma ainda não era um SSJ. Há um tempo demasiado dedicado a mostrar uma rivalidade entre Videl e Chichi, mostrando ambas como pessoas explosivas e muito parecidas, basicamente para mostrar que pai e filho tem gostos similares.

    Antes do torneio, o narrador reconhece os guerreiros Z, e é um dos poucos que intuiu que não foi Satan que venceu  Cell, alias o comentário a respeito da idolatria ao ícone muda com tempo, mostrando-se como crítica agora, mas admirável e útil quando no final se precisa de energia da genki-dama dos moradores da Terra. No torneio infantil, Trunks mostra uma certa presunção com seus adversários, apesar de obviamente ser bem mais forte que os meninos, e quando o filho de Vegeta vence o torneio e disputa com Satan o público acha mesmo que Satan perdeu de propósito.

    No meio do torneio, apareceram quatro personagens misteriosos, Yun e Spopovitch, além de Kaioshin e Kibito, duas duplas muito diferentes, com objetivos completamente opostos. A partir daí se revela o real vilão da saga, que é o Mago Babidi, que busca tirar do casulo o demônio Majin Boo, junto ao rei das trevas Dabura. A partir daí começa uma série de lutas em uma nave. Aqui, a enrolação acontece por muitos episódios, e as lutas são enfadonhas, inclusive a que poderia ser acirrada, entre Dabura e Gohan. Tudo isso só serve para Vegeta ser enfeitiçado pelo mago.

    Vegeta demonstra que não mudou, ou ao menos não mudou muito, visto que seu desejo por vencer seu rival é maior até que manter seu orgulho, já que só consegue ultrapassar os poderes de Goku com auxílio de terceiros, ao menos é o que pensa. Como foi na saga Cell, ele não calcula direito o perigo, e após alguns longos episódios, decide por tentar se redimir, assumindo que permitiu Babidi dominar sua mente para aumentar seu poder e tencionando também matar o Majin Boo recém desperto, mas ele não consegue se manter assim por muito tempo, e cede ao sacrifício, mesmo quando alertado por  Piccolo de que se realmente morresse, dificilmente iria para o paraíso onde Goku estava, ou seja, não poderia dar vazão a sua revanche e provavelmente reencarnaria.

    Muito se discute em torno da criação de Majin Boo, e materiais oficiais como as Daisenchus afirmam que o demônio não foi criado por Bibidi, e sim dominado por ele já que era um mago habilidoso e bem poderoso. Essa explicação faz mais sentido, uma vez que os magos, tanto pai quanto filho não são tão poderosos, e não conseguiriam trazer à vida uma criatura forte o bastante para se tornar um adversário tão poderoso.

    Duas frentes de treinamento são estabelecidas, uma envolvendo Goten e Trunks que tem de aprender a fusão metamoru, e outra com Shin e Gohan. Enquanto isso, Goku vai distrair o vilão, mostrando seus poderes como super Saiyajin. Há momentos bizarros, como quando Majin Boo vira um vilão educativo, que mostra às crianças como escovar os dentes e usar o “troninho”. Esse é o mesmo que comete um genocídio. É nesse tempo que o Boo gordo se afeiçoa por Mister Satan e enfim o bufão ganha alguma importância de fato no anime. Nesse momento, ele se divide em dois e a parte má consome a outra, ocasionando uma transformação.

    Há alguns destaques curiosos nessa parte, como o advento da Espada Z, que lembra a mesma que Trunks utiliza quando vem do futuro, mas que na verdade serve apenas de receptáculo para Dai Kaiohshin, um ser de quinze gerações atrásGohan tem seu último suspiro como protagonista da saga Dragon Ball em geral, quando termina seu treinamento com Dai Kaiohshin e atinge seu nível Místico, que é a manifestação de seu poder oculto. O filho mais velho de Goku desce à Terra e luta contra Boo, ao ponto de vence-lo facilmente, mas também caindo na tentativa dele de ludibria-lo. A absorção de Gotenks foi uma das manobras mais burras possíveis, uma vez que os meninos não precisavam se fundir de novo. Depois que Goku retorna a vida, há uma explicação sobre os brincos Potara, e o guerreiro também dá mole, assim que a fusão do Gotenks acaba, permitindo que Gohan Mistico seja absorvido, em mais um subestimar da inteligência do vilão.

    Nesse ponto, são ditas as regras sobre a fusão Potara e isso seria revisto mais a frente, em Dragon Ball Super, a princípio pelo que se diz uma vez colocados os brincos não haveria como separar os fundidos, e Vegeta e Goku só se separaram por estarem no organismo de Boo, que poderia ser encarado como um anti Supremo Senhor Kaioh. A aparição de Tenshinhan, além de divertida, abriria possibilidade de fusão de Goku com ele, se não estivesse obviamente inconsciente, mas faz perguntar se Goku poderia se tornar um SSJ, e isso também é de certa forma respondido em Super.

    Nesse ponto também há muita enrolação, e pior que a demora de Vegetto em finalizar Boo, é a busca de Dabura, Bulma, Chichi e Videl pelo paraíso atrás de Gohan, que está vivo. Vegetto entra no corpo de Boo, conseguindo libertar os amigos e até mesmo a versão bondosa do vilão. Depois de voltar a ser o Kid Boo, Kibitoshin (a fusão potara de Kaiohshin e Kibito) lembra de quando o demônio apareceu pela primeira vez, e absorveu dois supremos Kaiohs, o do norte, que era super forte, e o Sagrado, que era um homem gordo e bondoso. Após isso, Boo se tornou mais dócil e mais manipulável por Bibidi, o que ainda não explica o fato dele ter trancafiado a sua criatura no recipiente que seu filho tentou abrir no início desta saga.

    Depois de muitas reviravoltas, e mudanças de cenário de luta, os terráqueos decidem usar as esferas para ressuscitar as pessoas boas mortas pelo demônio. Após a  Terra ser destruída, os saiyajins atraem Boo para o planeta supremo, Goku assume que poderia ter matado o Boo gordo, mas queria que a Terra se protegesse sozinha. Isso é uma demonstração de egoísmo tremenda, pois ele encara como algo comum deixar a Terra em apuros só para provar seu ponto.

    Vegeta tem um plano de criar uma grande Genki Dama para derrotar o vilão. Goku decide pedir auxílio, e muitos personagens das fases clássicas aparecem, como os índios Bora e Apu e seu pai, o androide número 8, e até Launch, que estava sumida há muito, desde que largou a casa do Kame para ir morar com Tenshinhan, que inclusive tem bastante aparições em DBZ, mas não com ela como par, o que é no mínimo estranho, ou a demonstração clara de que eles não estão mais juntos.

    Nos últimos episódios pouca ação ocorre, o que se vê é a tentativa dos guerreiros em se readaptar a vida comum, e claro, seguir treinando. Há alguns fillers bastante chatos, envolvendo o demônio tentando conviver com a questão monetária evidente. Nesses momentos o grande Saiyaman ataca, agora em dupla, com Gohan e Videl. Depois dos insuportáveis fillers mostrando a rotina dos heróis, passam-se dez anos nos últimos três capítulos. Trunks, já adulto vai visitar Goten, e ao não acha-lo, procura Gohan, que já está casado com Videl, e tem uma filha pequena chamada Pan. 

    Além do torneio de artes marciais que apresenta o pequeno Oob, também se notam algumas coisas interessantes, como o envelhecimento da maioria dos humanos, e a mudança de cabelo de Goten, que mais velho se parece bem menos com seu pai do que quando era garoto. Isso provavelmente ocorreu por conta da reclamação dos fãs, de que os penteados eram parecidos demais, e também ocorreu para não haver confusão entre os personagens. Satan também está diferente, está calvo, e tem um acordo com Boo, para que ele ganhe de todos, e chegue a final entregando a luta para Satan.

    O que se diz é que Goku e Bulma não se encontram há pelo menos 5 anos, ou seja, os amigos e rivais saiyajins Vegeta e Kakaroto não se enfrentam a um bom tempo, além disso, Pan possui 4 anos nesse momento, fato que faz contradizer alguns pontos em Dragon Ball Super. Independente dessa questão, é um absurdo Goku abandonar sua família e amigos para treinar com Oob. O final de DBZ pontua a obsessão de Goku/Kakaroto com lutas e com aumento dos seus níveis de poder, mostrando que os ciclos da vida do personagem giram em torno disso. Essa sem dúvida é a mais enfadonha e esticada das sagas originais e Toriyama parecia já estar cansado de escrever sobre Goku, mas ainda tinha alguns bons momentos, e por mais que tenha mais de noventa episódios é bem menos chato que Dragon Ball GT e seus filmes recentes.

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  • Review | Dragon Ball Z – A Saga do Torneio do Outro Mundo

    Review | Dragon Ball Z – A Saga do Torneio do Outro Mundo

    Segunda saga filler de Dragon Ball Z – a primeira foi Garlic Jr. –  que ocorre logo após os eventos da Saga dos Androides, com Goku já morto, treinando com o Senhor Kaioh, em cinco episódios, que seriam chamados de O Torneio do Outro Mundo. Obviamente que Goku precisava achar novos desafios.

    Em alguns pontos, esses episódios desafiam e contradizem boa parte da cronologia oficial do anime, uma vez que mostra guerreiros que viveram há muito tempo, e que são bem mais poderosos que Goku, ou seja, mais poderosos que boa parte dos guerreiros Z. Mas apesar disso, também ajuda a explicar boa parte das novas técnicas que o herói traria na próxima saga, entre elas, uma aparição de um personagem secundário que tem uma jaqueta bem parecida com a utilizada nos lutadores que se utilizam da fusão metamoru – aquela da dancinha engraçada.

    Aqui é reexplicado que o senhor Kaioh é responsável por lidar com o outro mundo do hemisfério Norte da Galáxia, enquanto o rival do Kaioh-sama que se conhece, tem rivalidade com o do Oeste, que por sua vez tem um lutador poderoso também a sua disposição, chamado de Paikuhan. Cell chega ao inferno, o que também contradiz o mangá, já que um androide supostamente não tem alma, e se junta a Freeza e seus capangas, para provocar uma revolta. A questão é que claramente Akira Toriyama deve pensar no outro mundo como um lugar cheio de regras, incluindo aí o inferno.

    Quando o torneio enfim começa, fica muito divertido. O premio seria um treinamento exclusivo, com o Grande Senhor Kaioh, um personagem místico somente visto aqui nesses fillers. Na luta final, Goku é posto à prova, com Paikuhan lutando com muito afinco. Para vencer o adversário, o herói usa o super sayajin combinado com o kaioken, mistura essa que boa parte dos fãs acreditavam ser impossível. Mais tarde, isso seria também incorporado ao método de batalha de Dragon Ball Super, continuação canônica de DBZ.

    Após a luta, o Grande Senhor Kaioh se demove de treinar o vencedor, por conta de preguiça, usando o argumento de que eles violaram as regras em meio a luta. A parte das lutas termina de maneira cômica, para então lembrar dos outros núcleos do anime, mostrando a Terra, onde já se passavam sete anos, com Gohan já adulto, indo para uma cidade grande, chamada Satan City para estudar em um curso pré-vestibular, abandonando as aulas particulares que sempre tinha, e estabelecer um grau a mais em nostalgia por meio de sua locomoção através da nuvem voadora que seu pai também usava quando criança na saga clássica. E de forma bem animada – muito superior aos instantes finais da saga dos androides, por exemplo – a microssaga é bobinha e infantil, mas divertida.

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  • Review | Dragon Ball Z – A Saga Cell e os Androides

    Review | Dragon Ball Z – A Saga Cell e os Androides

    Após uma micro saga com  Garlick Jr como antagonista,  os guerreiros Z estão em um tempo de paz. A nova fase já começa com um episódio filler, em que Kuririn pede a mão de Maron em casamento. A historia termina com o cancelamento do casório e com os guerreiros Z esperando Goku que está a um ano fora. Gohan está as voltas com um novo tutor e professor particular, enquanto Bulma assume para Yamcha que tem algum interesse em Vegeta.

    Freeza ainda está vivo, e vem a Terra junto a seu pai, o rei Cold, fato que, de certa forma, contradiz toda a saga anterior. Afinal, ele aparentemente era o imperador dos piratas e conquistadores interplanetários. Todos os personagens humanos se reúnem junto a Vegeta, Piccolo, pequeno Gohan e Kuririn, para verem o inimigo que é capaz de destruir o planeta. Uma vez que Goku não está presente, esse fato parece fácil de acontecer.

    A nova aparência de Freeza referencia a Tao Paipai, que também volta com partes robóticas após perder para Goku, e em seguida, também é derrotado por outro guerreiro. No caso, um sayajin de cabelos roxos que consegue se transformar em SSJ. Ele assassina Freeza e seu pai Cold, não sem antes receber a proposta do segundo para trabalhar em parceria, mesmo depois de ter assassinado seu herdeiro. Cold implora por sua vida e morre sem a mínima dignidade.

    Goku retorna e diz que descobriu uma nova técnica, o teletransporte, aprendido no planeta yadora. O Sayajin é na verdade Trunks, filho de Vegeta, e ele vem do futuro para dizer que dois seres poderosos aparecerão em uma ilha, monstros terríveis que nem parecem desse planeta. São androides super dotados, humanos com partes cibernéticas – ou seja ciborgues, e não androides como na tradução – e são feitos pelo Doutor Maki Gero, um cientista sobrevivente da Red Ribbon, organização que Goku derrotou na segunda parte do anime clássico, no Arco Red Ribbon. A notícia da doença no coração de Goku é aliviada pela chegada do remédio que Trunks deixa com ele, mas o anúncio das novas noticias deixam todos apreensivos.

    As sagas com inimigos cada vez mais fortes contradizem o paradigma da série. Ora, se na Terra havia uma forma de superar até os poderes de Freeza, para que Goku e os outros precisam fazer vagar pelo universo a fim de encontrar novos desafios? Além dessa contradição, há uma outra questão sobre o multiverso que ainda não é abordada: o viajante no tempo volta ao passado sem ter certeza de que existirá ou não. Tal questão será tratada posteriormente, com a chegada de outro personagem.

    Após mais alguns episódios fillers, os guerreiros treinam, aventuram-se tentando aprender a dirigir (um dos episódios mais bobos, aliás), e se reencontram no local indicado, na ilha, a espera dos tais monstros. Estes atacam Yajirobe e se apresentam como os androides 19 e 20, representados por um homem obeso e outro mais velho. Eles pegam Yamcha. Primeiro parecem absorver algo antes de derrotá-lo facilmente, trespassando o braço por seu peito.

    O androide número 20 assume que observou Goku, através de um robô inseto, mas os dois primeiros que aparecem não são tão fortes. 19 só vence Goku por conta da doença do coração e Vegeta aparece para detê-los, ainda que segundo suas próprias palavras, Piccolo poderia acabar com eles. Finalmente, o príncipe dos sayajins se transforma em Super Sayajin, depois de muito treinar e alcançar isso através da raiva e da frustração por ter sido superado por seu rival Kakaroto.

    A tentativa do n 20 de absorver energia dos guerreiros Z tem a intenção de liberar os vilões mais fortes. Uma tática clichê que evoluiria e seria repetida mais tarde também na saga Majin Boo. Alias, nesse período se gasta um bocado das sementes dos deuses, para repor a energia roubada dos heróis.

    Dragon Ball Z é um anime de ação com elementos de comédia, mas também faz paralelos com uma realidade trágica e péssima. A paternidade é mostrada como um fardo, seja para Goku, que não pensa duas vezes em ficar dois anos separado de família e amigos para aprender novas técnicas, como para Vegeta, rude com a mulher e com seu filho. Mesmo após perceber que o viajante no tempo é a contra parte a La Cable de seu primogênito, o príncipe ainda é ignorante e turrão, deixando claro que não se importa com eles. Um traço comum aos sayajins, porque até esse momento, tanto Bardock quanto Rei Vegeta também não se importavam muito com os dois SJS de raça pura ainda vivos. É bizarro, porém, como Akira Toriyama retrata as famílias ou exibindo pais ausentes, ou casais não exatamente monogâmicos, como são os pais de Bulma.

    Vegeta e Trunks do futuro vão até o local onde despertarão 18 e 17. Após serem despertados, Gero tem a revolta de suas criaturas, pois tinha receio de serem desobedientes, e logo destroe o mecanismo de controle dos androides. Trunks assiste atônito tais fatos, primeiro sabendo que o n19 foi feito em um modelo menor mas forte, que absorve energia com as mãos, composto para terminar a transformação de Gero em n20. O segundo fato é o despertar do n16, o androide que não tem partes humanos, mais frio e imprevisível, possivelmente mais poderoso que os dois irmãos. A questão aqui é que 16 se recusa a lutar, basicamente porque Goku não está ali.

    Uma luta começa, Número 18 contra Vegeta. Lula interrompida por Trunks, que não consegue ver seu pai sofrendo. N 17 interfere no embate também e começa uma surra geral para os heróis. há algumas semelhanças narrativas com a parte em que Nappa enfrenta os guerreiros, na saga Sayajin, ainda que eles estejam mais bem preparados agora com melhores treinamentos. Piccolo fica com raiva ao ser comparado com os benfeitores e relembra a Kuririn que quer conquistar o mundo, já que ainda se mantém mal. Obviamente isso é uma falácia, já que seus objetivos mudaram com o passar dos anos. A parte de ação da serie segue bem divertida mas se prolonga em excesso com fillers.

    Trunks não parece ser muito inteligente. Enquanto Gohan pequeno já consegue entender o conceito de viagem no tempo e a criação de realidades paralelas, ele parece não compreender nada. Essa ignorância talvez explique o fato do personagem ter sido ludibriado em uma das versões de seu futuro, uma vez que Bulma entra em contato com os guerreiros Z enquanto eles tentam esconder Goku ainda doente, dizendo que há uma maquina do tempo idêntica a que ele usa, só que mais envelhecida. A ideia de Toriyama de referenciar a Exterminador do Futuro não iguala seu personagem a John Connor, e sim ao guerreiro menos esperto, mas ainda assim bravo, Kyle Reese e também Nathan Summers. A nave deteriorada veio três anos após a saída de Trunks do futuro e chegou um ano antes dele chegar e matar Freeza, fato que aparentemente influenciou de alguma forma o poder dos androides 17 e 18, tornando-os mais fortes.

    A questão envolvendo Piccolo e sua fusão com Kami Sama é bem discutível em qualidade. Há um flashback mostrando a trajetória de Piccolo Daimaoh, a reencarnação e até mesmo cenas inéditas mostrando Kami quando se candidatou ao posto de deus. A despedida entre o ser divino e Senhor Popo é emocionante, e para não deixar o antigo amigo na mão, a fusão entre as duas partes afirma ser nem Kami e nem Piccolo, e sim uma namekusei que há muito tempo esqueceu o próprio nome.

    O nameki então desce a Terra e se defronta com a criatura monstruosa: um ser humanoide com aspecto de inseto que já conhece os guerreiros Z. Este é Cell, um bio androide criado por Maki Gero, mas que foi abandonado pela falta de tempo. Ainda assim, o computador continuou coletando informações e códigos de DNA de Freeza, Vegeta, Goku, Piccolo e os outros guerreiros poderosos, através do mini robô do tamanho de uma abelha, alimentando dados para um computador locaolizado no sub solo do laboratório de Gero. Cell veio do futuro, para tentar se fundir com dois seres únicos, o número 17 e 18.

    Toda essa historia é contada pelo antagonista ao namekusenjin que está mais poderoso. A narrativa permitiu que o vilão achasse que poderia derrotá-lo após saber sua trajetória para, então, descobrir que Cell assassinou Trunks em sua realidade e pegou a máquina do tempo programada para voltar um pouco antes da primeira chegada do filho de Bulma e Vegeta.

    Os locais após os ataques de Cell tem uma predominância de êxodo: as pessoas estão sumidas, sobram só suas roupas, como nas lendas bíblicas do arrebatamento, ainda que aqui haja mais danação maior do que bonança ao contrário do conto bíblico. Goku acorda e imediatamente sente fom como bom glutão que é. Mas seu impulso inicial é de disciplina, seu desejo é ir para a sala do tempo com os outros sayajins imediatamente, para ficar mais forte que os adversários.

    Piccolo parece capaz de deter 17 e luta bem contra ele, mas o androide leva vantagem por não cansar. Ainda assim, a luta não termina, porque Cell aparece, e finalmente 16 entra em ação para enfrentar Cell, a fim de salvar o seu amigo. O bio Androide e Cell tem o mesmo nível de poder e Cell tenta absorve-lo. Esse conceito também seria revisitado em Majin Boo. De maneira impressionante, Toriyama consegue reciclar conceitos sem ficar tão evidente a repetição.

    Depois de se tornar a figura mais poderosa do universo, Cell ainda quer se fundir a 18  em mais um exercício de vaidade. Por mais que DBZ seja um anime de ação descompromissada, a ideia por trás da vaidade é bem madura, seja no que se vê em Cell, que quer ser a criatura de poder supremo, ou em Vegeta que continua em busca de ser mais poderoso que seu rival Goku. Na prática , essa busca do Sayajin é uma mostra de infantilidade para se provar como o mais forte, ação típica de animais machos inseguros que deixam sua arrogância falar mais alto e que não conseguem ter maturidade ou humildade suficientes para perceber que podem ser superados. Até o final do seriado, Vegeta cometeria esse erro diversas vezes.

    16 além de ser totalmente cibernético, é também baseado no soldado que era filho de Maki Gero – fato revelado em retcons no jogo Dragon Ball Fighter Z –  além disso, ele claramente tem um visual que se assemelha ao de Arnold Schwarzenegger em Exterminador do Futuro. Curiosamente, também mudando de lado como faz T800 em Exterminador do Futuro 2.

    Vegeta supera os poderes de um SSJ e Cell, em sua segunda forma, não é forte suficiente para derrota-lo. O sayajin continua arrogante e desdenha do bio androide. A luta é bastante feia, não há muitos movimentos. A sequência é quase toda estática, mais que o comum até aqui, talvez motivada pelos detalhes da figura de Cell, cheio de manchas, fato que causou arrependimento no autor que detestava desenha-lo, por conta da quantidade enorme de detalhes.

    A fase final de Cell só é atingida graças ao preciosismo dos personagens. Primeiro de Kuririn que ao invés de usar o dispositivo que desativaria 18, destrói o tal controle. Depois, Vegeta permite que o vilão absorva a androide porque quer saciar sua curiosidade a respeito dos poderes do adversário para confrontá-lo.

    Os jogos de Cell se dariam em dez dias, tempo mais que suficiente para Vegeta e seu filho não só crescerem de poder, mas também aprenderem a utilizar a sua “nova forma” de Super Vegeta (e Super Trunks), basicamente os dois com cabelos mais espetados e mais musculosos. Ainda que visualmente observemos somente tais mudanças, o poder de ambos de fato é maior e sem controle, porém, não o suficiente para bater em Perfect Cell. Mais uma maratona de episódios que alongam a luta que se aproxima.

    Depois de outros episódios filler, com preenchimento desnecessário sobre o nascimento de Gohan – momento enfadonho ao extremo – finalmente Goku pensa nas esferas do dragão, indo atrás de outro nameki, para ocupar a vaga de Kami Sama. Assim, convoca Dende, amigo de Gohan e Kuririn, para ocupar a vaga. Ainda falando em filler, são mostrados os discípulos de Mister Satan, Piroshikin e Carron que falham em qualquer ajuda contra o vilão. Tudo em volta de Mr Satan faz referência a falsidade e a manipulação midiática, crítica que se tornaria mais evidente na saga Boo.

    A luta entre Goku e Cell começa no episódio 177, mas o primeiro golpe só é desferido com 7 minutos (o total do capitulo é de 20 minutos). A batalha contra Cell prometia ser tão ou mais extensa que a de Freeza em Namekusei. A luta termina no episodio 180, mas Cell só tem seu fim mais para frente, no 191. A luta  é interrompida por Goku, e ele desiste por falta de poder para deter o monstro, apontando que Goham poderia derrotá-lo. Tal atitude é reclamada por quase todos os personagens adultos que acusam Goku de ter sido irresponsável – e realmente foi, Gohan só tinha 11 anos – ao colocar seu único filho contra p ser mais poderoso do universo. O argumento de que ele mesmo tinha lutado com 11 anos é invalido. No anime clássico, Goku enfrentou somente inimigos mais comuns, não com potencial de destruir o planeta.

    Gohan mostra uma diferença fundamental para seu pai. O garoto não deseja lutar. Não tem gana nem desejo por batalhas como o pai e seus antepassados. Sua motivação para se elevar a novos níveis de poder não surge por raiva, mas por dor. Principalmente ao ver alguém pacifico como ele, o andróide 16, ser pisoteado por Cell unicamente porque o vilão podia matá-lo.

    O desencadear do nível Super Sayjin nível 2 (que a essa altura sequer tinha esse nome) é feita de modo natural. A inteligência por trás do roteiro mostra personagens com dilemas diferentes atingindo níveis de poderes extraordinários cada um por sua via, com gravidades e detalhes narrativos diferenciados. A questão envolvendo Gohan só atinge a perfeição por conta da vilania dos Cell Pequeninos.

    Durante esse período há muitos flashbacks desnecessários. Entre eles, há um que vale a pena ser visto, que se passa durante o tempo em que pai e filho estavam na  sala do tempo em que Goku percebeu que o herdeiro tinha um poder de luta incomensurável antes mesmo dele se transformar em um SSJ 2. Gohan tem uma expressão e coloração de cabelos muito semelhante ao chamado Gohan Mistico, que só seria descoberto da saga Boo. Isso talvez fosse um sinal do que estaria por vir nos planos de Toryama, ainda que para muitos essa fosse a ultima saga do mangá segundo os supostos desejos do criador. Declarações a parte, parece ser sim uma premonição do que viria.

    A luta contra Cell é tão intensa e o poder de Gohan é tamanho que o vilão usa suas forças e expele a número 18, vomitando-a. Gohan teve mais de uma chance para matar o monstro, que involui para sua forma numero dois, e em uma tática desesperada, o inimigo se infla para explodir e Terra e seus habitantes. Mesmo um guerreiro mais sentimental como Gohan é capaz de errar e de agir com preciosismo. ao ponto de seu pai ter que se sacrificar e sacrificar também o Senhor Kaioh.

    A volta do vilão é repentina. Sua explicação não é boa, beira o clichê do deus ex machina, com uma interferência maior (ainda que não seja literalmente uma interferência de qualquer ser divino, é claro). Não faz sentido Cell ter retornado e mantido a mesma potência. As células sayajins explicam ele voltar com mais poder do que morreu, graças a regra do Zenkai, mas não explica a evolução para a forma perfeita mesmo sem ter absorvido 18 novamente. O poder supremo do mal parece ter decidido que a batalha estava curta demais, e esse artifício de roteiro tem males terríveis, pois banaliza o sacrifício de Son Goku, tornando-o um simples lacaio em um retorno de um antagonista que sequer percebeu que poderia voltar.

    Apesar disso, há contornos dramáticos no final, com Cell acertando o peito de Trunks, praticamente matando-o. Um fato que faz Vegeta revelar seus sentimentos pela versão mais velha de seu filho. Ambos tombam, Cell fere Gohan no braço, o mesmo membro que foi tirado de sua contra parte no OVA – Guerreiros do Futuro. Esse detalhe nos faz perguntar se de certa forma o destino em Dragon Ball não tende a se repetir, já que em ambas versões, Goku está morto, Gohan é a ultima esperança e ainda tem um dos braços incapaz de ser usado como instrumento de ataque.

    O modo como Cell é despachado é bem emocionante, mas perde boa parte do impacto após os três episódios repletos de preenchimento que seguem antes da micro saga filler do Torneio do Outro Mundo. Tais capítulos pouco acrescentam, mostram a repetição do arco de Kuririn no inicio da fase pós Freeza,  em que ele é rejeitado por sua amada – aqui 18, e não Maron- além dos pedidos de Shenlong, que agora dá direito a dois desejos, ao invés de um só. Isso não inclui Goku, que já havia sido revivido antes. Dessa forma, retornaram Trunks e demais vitimas, com o antigo herói da saga aceitando a morte, acreditando que sua presença atrai o mal para a Terra. O outro pedido seria feito por Kuririn, que quer que 18 e 17 se tornem humanos, mas o dragão nega o pedido, e depois aceita que possam ser retiradas as bombas que estavam dentro dos robôs, fato que comove a bela hibrida entre humano e máquina. Ainda assim, Chichi fica desolada por ser viúva tão jovem. Por mais chata e fútil que ela se apresente, sempre se dedicou a sua família, e não merecia ficar sem seu par, ainda mais dessa maneira triste.

    Há algo errado com o ultimo capitulo que se passa na linha de tempo de Mirai Trunks (esse é o nome utilizado posteriormente a essa saga para designar esta versão do herói), ainda mais se analisarmos que Cell só retorna no tempo porque Trunks mata 17 e 18. Ele adquire esse poder somente após a volta ao passando, reencontrando o próprio Cell. Para enfrentá-lo, decide entrar na sala do tempo com seu pai para, posteriormente, voltar ao futuro, matar os androides e, sabendo que Cell existe, obliterando-o. O vilão só poderia retornar se o heróis tivesse consciência disso tudo anteriormente, fazendo com que essa parte fique confusa e contraditória.

    Graficamente a saga de Cell perde muito em qualidade até mesmo em comparação com as sagas anteriores. Apresenta uma uma animação estática demais e que não evolui em quase nada. Em alguns momentos, parece um Motion Picture do mangá, sendo que mesmo o mangá apresenta maior dinamismo se comparado as últimas lutas dessa fase. Ainda assim, a saga dos androides tem bons momentos de roteiro, desafiando até seus próprios clichês, apresentando uma sensação de mortalidade e do impacto das perdas de grandes personagens.

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  • Review | Dragon Ball Z – A Saga de Freeza

    Review | Dragon Ball Z – A Saga de Freeza

    O trigésimo sexto episódio de Dragon Ball Z marca o início da Saga Freeza. A Terra acaba de ser salva por Gohan, Kuririn e Goku. Os amigos chegam para recepcionar os guerreiros que sobraram, e nesse momento se percebe que a preocupação na família Son passa apenas por Chichi, sendo Goku um pai bastante irresponsável com seu filho, ao ponto de causar em sua esposa espécie para que ela nem ligue para ele que acabou de ressuscitar. Os corpos dos guerreiros Z são levados para câmaras criogênicas, como no final de Dragon Ball, no surgimento de Piccolo Daimaoh.

    O senhor Kaioh ajuda os guerreiros a acharem o local onde os sobreviventes dos namekuseijins estão, um planeta distante da Terra. Kami-sama foi mandado a Terra para ser salvo da destruição do seu planeta, em mais  uma clara referência de Akira Toriyama ao Superman e Kripton – mais tarde, em um retcon, Kakaroto também seria lançado dessa forma, mostrando o quanto Toriyama foi influenciado pelos comics americanos. A partir desse momento, os heróis preparam um grupo ao outro planeta, com Gohan se oferecendo para ir, já que quer ressuscitar Piccolo, sua real figura paterna.

    Nos fillers, Bulma viaja pelo espaço com roupa íntima o tempo inteiro, em uma clara apelação para os onanistas não desligarem a TV, enquanto há uma encheção de linguiça ligada ao treinamento dos guerreiros. Reza a lenda que essa seria a última saga do mangá, mas os fãs insistiram muito para que Toriyama continuasse, daí surgiu a saga dos androides. O visual de Freeza vem dos pesadelos do criador de DBZ, que sonhava com uma criatura monstruosa. A primeira vez que o vilão aparece é na superfície de Namekusei, com seus soldados leais Dodoria e Zarbon, e ele chega junto com os terráqueos e Vegeta.

    Vegeta aliás tem uma rivalidade com um dos soldados de Freeza, chamado Kiwi, um sujeito que fica provocando o saiyajin a troco de nada. Percebendo uma possível traição, o imperador deixa claro sua suspeição sobre o príncipe dos Saiyajins, que ainda tem seu poder aumentado graças ao Zenkai, uma técnica de sua raça que aumenta demais a força desses seres após quase morrerem.

    Alguns detalhes revelam um problema de continuidade tremendo no seriado, aqui se entende que o sangue dos habitantes de Namekusei é roxo e essa cor mudou com o tempo, já se mostrando verde e até vermelho em outras sagas. Outra questão curiosa, que revela ignorância, mas aí não sendo dos criadores do programa e sim dos personagens, é a destruição dos comunicadores, que serviam também como radar para a procura das esferas mágicas do dragão, em que Freeza e seu soldado assistem passivos os fracos habitantes de Nameki fazendo isso impunes.

    Mesmo mais evoluídos que os humanos, o exército de Freeza demonstra que conseguem ser ludibriados facilmente, isso talvez resulte de uma característica que o autor incuba sobre a sua própria raça, capaz de se reinventar apesar de não ter um poder ou potencial grande o suficiente para enfrentar qualquer guerreiro intergalático. Se falta força ou poder, sobra engenhosidade e perspicácia.

    Em Namekusei, Gohan e Kuririn observam silenciosamente os combates e se sentem inúteis, e impotentes frente aos vilões. Quando Dodoria agride os namekuseis, entre eles Dende, personagem que teria uma grande importância no futuro da saga. Acontecem muitas lutas nesse ínterim, Freeza verbaliza a Zarbon que teme a chegada do lendário Super Sayajin, achando q ele poderia ser Vegeta. É irônico que a destruição do planeta Vegeta ocorre por causa disso, e se não tivesse ocorrido, certamente Raditz não iria tão cedo ao encontro de Goku, tampouco o despertaria para um novo universo de lutadores e campeões poderosos.

    A saga que já era divertida e com um bom ritmo, ganha força com a chegada das Forças Especiais Ginyu. Aqui há referências aos tokusatsus de equipes coloridas, que passavam seus dias fazendo coreografias, falas decoradas em uníssono, lutando contra vilões que soltavam faíscas. Gurdo é facilmente derrotado por Vegeta, que interrompe o combate de maneira brusca, mas ele esbarra em Rikum, o mais diferenciado guerreiro do quinteto. A luta é tão cômica que ele rasga as roubas ficando com a  sua bunda a mostra.

    Aqui se repara em algo estranho, uma mostra de benevolência de Vegeta, pois de certa forma, por mais que o mesmo negue, ele defende o filho de Kakaroto e seu melhor amigo. Ao chegar, Goku entrega ao príncipe saiyajin uma semente dos deuses já que ele está quase morto retribuindo o bom favor prestado aos seus, de certa forma solidificando uma nova aliança entre eles.

    A saga Freeza não é dita como a melhor à toa, pois ela não se resume a lutas contra o vilão que dá nome a tal parte, mas também nas batalhas contra capangas, e adversários que vão tendo o poder aumentado pouco a pouco, em uma escalada que faz com que a jornada seja acompanhada por um interesse genuíno pelo espectador.

    Vegeta narra a lenda do Super Sayajin, mostrando ali um macaco gigante aloirado dentro desse conto, de certa forma falando do Gold Oozaru, que viria a aparecer em Dragon Ball GT, embora aqui seja só uma fantasia. As pessoas acreditam que Goku é o Super Sayajin, nome que dão a lenda do Sayajin Lendário, mesmo que até esse momento não houvesse de fato a transformação.

    Há momentos graficamente fortes, com Freeza arrancando o braço de Neil na maior frieza e facilidade do universo, ainda que seja bem suavizado, se comparado com o mangá. Quando Goku tem seu corpo trocado com Ginyu, ele ao invés de lamentar o fato de poder até morrer, pensa primeiro nos seus aliados em Nameki – mostrando uma preocupação madura com Kuririn e seu filho – para depois, lembrar das broncas que Chichi poderia lhe dar. Esse formato de mostrar coisas graves e engraçadas em sequência se tornou uma marca do programa, ainda mais freqüente nessa versão Z.

    Quando finalmente vencem Ginyu, Goku vai para uma câmara de recuperação, enquanto Vegeta dá uniformes das tropas Freeza para Kuririn e Gohan, tornando a aliança entre eles visualmente plena. O dragão de Nameki, Porunga, morre graças ao grande ancião, que aparentemente, faleceu por causas naturais – isso na verdade é diferente e melhor explicado no mangá, onde Kaioh explica que a morte do Patriarca foi natural, mas foi acelerada pelo stress causado pela invasão de Freeza, por isso, ele poderia voltar, nem que fosse para viver só mais um pequeno tempo.

    Freeza começa a enfrentar o grupo de herói  sofrendo então sua primeira transformação, em uma cena de metamorfose bizarra, onde seu corpo estica muito. Seu objetivo em evoluir e involuir é controlar melhor seu poder, e, de certa forma, esconder dos adversários seu potencial de luta. Essa parte do anime contém fillers, como as cenas envolvendo o Rei Vegeta e sua morte, mas nada que cause tanto enfado e tédio quanto, por exemplo, os momentos em que Bulma fica sozinha.

    Ao menos é nesse momento que Gohan dá mostras do que poderia se tornar, um exímio guerreiro saiyajin, inclusive usando a indumentária correspondente aos guerreiros de sua raça, claro, sem mostrar o que poderia e viria a se tornar na saga seguinte.

    A terceira forma de Freeza referencia a Alien: O Oitavo Passageiro. Freeza não tem dificuldade nem contra o ressuscitado e bem mais forte Piccolo em sua quarta e final forma, muito menos contra Vegeta, que passa a batalha inteira se chamando de super saiyajin de maneira mentirosa. Freeza era claramente o homem mais poderoso do universo, e ele causa medo e receio não só nos personagens, mas também em seu público, seja se mostrando poderoso ou impiedoso, a exemplo disso quando mata o pequeno Dende, a troco de absolutamente nada. Tudo o que viria depois seria uma cópia desse arquétipo, mais estilosa talvez (em Cell principalmente) mas a essência é a mesma, no entanto, os produtores não souberam parar.

    Pouco antes de sua morte, Vegeta diz acreditar de fato que Goku é o super saiyajin. Por mais que sempre fosse um personagem sabotado por Toriyama, ele se mostra aqui como um ser complexo. Ele prefere que seu rival sobreponha o exterminador de sua raça. Ao enfrentar Goku, o vilão diz que ele foi o único a machucá-lo, fora seus pais. Isso contradiz a fala do antagonista em O Renascimento de Freeza, de que jamais treinou e por isso não tinha desenvolvido todo seu poder. Pior é que esse argumento até casava antes com algumas das ideias , já que o antagonista não tinha noção ou controle real sobre seus poderes.

    Próximo dos vinte/quinze episódios finais, acontecem eventos bizarros ocorrem, visando preencher tempo. Essa quantidade exorbitante de fillers matam um pouco do impacto da luta final, que só melhora a partir da morte de Kuririn. Munido de fúria, Goku  tem enfim uma nova transformação bem diferente do macaco gigante que virava no começo de Dragon Ball, onde fica com cabelos loiros, olhos azuis e muito mais poder, tal qual a lenda do super saiyajin. Ao menos na dublagem brasileira, não fica claro se essa seria a transformação do Lendário Super Saiyajin, que teria esse tema retomado no filme que introduz Broly ou não e essa é uma dúvida que até hoje não é muito bem explicada por grande parte do fandom.

    Goku afirma que somente se transformou por conta do seu coração bondoso. Há uma contradição disso arcos depois, já que até os vilões, se tiverem poder suficiente, se transformarão em super saiyajin. No entanto, a pureza retornaria ao conceito, segundo o autor, sendo isso melhor discutido em Dragon Ball Super, quando os personagens se deparam com suas contra-partes de outras realidades.

    Dragon Ball Z é conhecido pela enrolação e falta de dinamismo em suas lutas, e é aqui que isso se agrava pela primeira vez. Segundo os relatos de Freeza, Namekusei explodirá em 5 minutos, mas a temporada ainda dura ali mais de dez episódios, com 20 minutos corridos cada. Na luta final o traço do desenho muda um pouco. O design de Goku fica maior, mais bruto, em alguns momentos, até a imagem fica feia. Talvez a ideia fosse mostrar o personagem como algo mais pitoresco, mais brutal no sentido de selvageria, como se Goku fosse um predador.

    Goku decide ficar em Nameki  mesmo com o planeta em colapso, não por querer se sacrificar a fim de fazer seus amigos sobreviverem e sim por vaidade. Não há motivo para ele lutar com Freeza já que estavam todos salvos. Os dois (em outra óbvia referencia temporal furada) minutos que sobrariam estavam lá só para provar quem era o mais forte. O desfecho é lento demais, há muita coisa que não existe no mangá, como quando Raditz, Nappa e Vegeta são humilhados por Freeza, de maneira extremamente gratuita, basicamente só para mostrar que Vegeta sabia que foi Freeza quem destruiu o seu planeta. Não há impacto, sequer na humilhação de Vegeta, ao contrário, só se força uma auto-humilhação do nobre, que já agia como um imbecil, ao falar que se Kakaroto e Freeza morressem, ele seria o ser mais poderoso do universo.

    Os momentos derradeiros são longos também por conta da luta derradeira, tão extensa que faz perder o interesse do espectador. Torna-se enfadonho. Os instantes finais de Freeza então, são patéticos, ele é retalhado por Goku, sobra só metade de seu torso, e o herói da um pouco de sua energia para que ele possa se mexer, então o vilão decide flutuar, só com a metade que lhe resta, para ser um cotoco voador. Seu final é patético.

    Após a batalha final há poucos momentos realmente dignos de nota, como Muri assumindo o papel de patriarca namekuseijin, e Gohan tentando segurar o ímpeto de Vegeta, lutando contra ele na Terra enquanto o planeta nameki perece. Também há o convite generoso de Bulma aos alienígenas e a Vegeta para morarem em sua casa, ainda que ela avise de modo engraçado ao saiyajin que não é para ele se apaixonar por ela. Há muitas piadas em relação a eles estarem juntos e possivelmente esse era o embrião do casamento que ocorreria no futuro.

    Apesar de ter um final onde pouco acontece – e onde as esferas do dragão são usadas para reestabelecer o status quo – essa é a parte mais divertida do anime e do mangá, onde acontecem mais tragédias, onde menos se usa o clichê dos pedidos ex machina, mas ela, tal qual a saga Saiyajin, peca pelo excesso de preenchimentos, o que é uma pena. As melhores lutas envolvem Freeza, e é nessa saga que ainda há um espírito parecido com o caráter de Dragon Ball Clássico, onde obviamente há um senso de urgência maior e uma escala de poder crescente, não à toa o vilão escolhido para retornar em uma fase vindoura foi o que dá nome ao arco. Claramente DBZ poderia ter terminado aqui, onde a fórmula ainda não estava esgotada, mas ele prosseguiu, e prosseguiu para mais desventuras e mais tragédias.

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  • Review | Dragon Ball Z – A Saga Garlic Jr.

    Review | Dragon Ball Z – A Saga Garlic Jr.

    Após os eventos em Namekusei, com a derrota de Freeza – e com receio de alcançar a cronologia do mangá – foi instituída o primeiro grande filler de Dragon Ball Z, começando no episódio 108, se estendendo por 9 capítulos.

    Claramente os eventos levam em conta os eventos dos filmes, incluindo aí elementos visuais e dramáticos, como o personagem do dragão que acompanha o menino Gohan, além é claro do assobio irritante cantado, especialmente, no filme Dragon Ball Z: O Homem Mais Forte do Mundo. Kuririn ganha maior desenvolvimento, namorando Maron, uma mulher muito parecida com Bulma, se diferenciando apenas pelo tamanho dos cabelos.

    Apesar do preenchimento, há informações valiosas nesses episódios, como a tentativa de Kami Sama em passar o posto de protetor da Terra para sua contra-parte, Piccolo. Garlic Jr. volta da estranha zona da morte sem explicar como chegou ali. Essa micro saga só faz sentido graças ao fato de Goku treinar fora e Vegeta viajar na nave que o pai de Bulma lhe deu, do contrário nenhum dos vilões seriam páreos para os dois.

    O plano é o de ressuscitar o Garlic Sênior, através das esferas do dragão. Os capangas de Jr convertem os amigos de Gohan, na casa de Kame, em uma técnica bastante deus ex machina, e dizem que o modo de libertar Bulma, Yamcha, Kame e os outros seria por meio de uma água ultra sagrada, ou seja, mais um item mágico genérico nunca antes citado na série.

    A neblina maligna não captura a consciência de Gohan, Kuririn e Maron, e não existe qualquer justificativa para isso. A parte que cabe a Vegeta durante a série é passear pelo espaço em busca de Goku, obviamente sem sucesso. Ele transita entre planetas sem usos de nave, novamente desafiando a lógica de Akira Toriyama de que os Sayajins não sobreviveriam no espaço vazio.

    Há momentos constrangedores, como Maron malhando na Torre Karin, onde as proporções tanto dela quanto de Mestre Karin e Yajirobe estão todas mal encaixadas. Também é bastante ofensiva a sexualização da personagem.

    A questão do Planeta Maligno, assim como a força de Garlic Jr. simplesmente não faz sentido, assim como também não faz sentido a dificuldade que Gohan, Piccolo e Kuririn têm em enfrentá-lo, depois de tudo que passaram na Saga Freeza. O trio não deveria ter tanto trabalho ao enfrentar um vilão com tão pouco poder.

    Ainda assim, se perdeu uma oportunidade para colocar Yamcha, Tenshinhan e os outros heróis Z para lutar, já que claramente esses não eram vilões tão fortes, e poderia se dar alguma importância mínima a eles, que perdem muita importância desde o início da fase Z. Ainda assim, falta qualquer coisa interessante nessa micro saga, que consegue ser a mais malfadada de toda a série.

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  • Resenha | Jaco: O Patrulheiro Galáctico

    Resenha | Jaco: O Patrulheiro Galáctico

    Akira Toriyama se tornou conhecido pela obra Dragon Ball. Além disso, ganhou um certo reconhecimento por Doutor Slump, obra essa mais ligada ao humor. Jaco: Patrulheiro Galáctico, consegue mesclar um pouco desses dois universos do autor. O mangá teve onze números e mostra a história do personagem-título, narrado por um cientista misterioso – que o leitor não sabe quem é num primeiro momento.

    Na trama, somos apresentados a estranha nave de Jaco chegando a ilha do narrador, em vias de ser consumida por um tubarão gigante. O narrador é um velho engenheiro, que a princípio não acredita que Jaco seja um alienígena, tampouco que ele tem toda a pompa que diz ter, e acha estranho tanto a composição do veículo quanto a aparência do extraterrestre, que remete demais ao visual dos tokusatsus, em especial Ultraman, Ultraseven e o restante da família Ultra.

    Jaco revela que sempre existiu pesquisas extraterrestres na Terra, e uma em cada 100 mil moscas são robôs de pesquisa, e por isso ele sabe alguns dados do planeta, como por exemplo os alimentos terráqueos que se parecem com os seus. O velho se apresenta, com o nome de Oomori, e uma das primeiras perguntas que faz para o ser mais evoluído é se é possível viajar no tempo, recebendo a resposta de que há uma lei galáctica muito rígida que proíbe tais viagens.

    Oomori é um sujeito solitário, trabalha na tal ilha e graças as condições do local acabou perdendo sua amada enquanto ali vivia. O fato de ninguém do governo – para quem trabalhava – ter lhe dado qualquer ajuda com sua a situação o tornou cético, e ele fala a Jaco que a humanidade tem muitos homens maus, fato que faz o patrulheiro não lamentar então a vinda de um alienígena que chegará a Terra.

    O quadrinho além de possuir um humor bem ácido, também carrega um conjunto de referências muito grandes. A composição de 38 patrulheiros espaciais faz lembrar um pouco da Tropa dos Lanternas Verdes, assim como a insegurança de Jaco com sua baixa estatura faz lembrar um bocado dos receios de Goku e Kuririn no início da série Dragon Ball. Mas o mangá também mantém vivas questões críticas ao governo e a grandes corporações, a descrença de Oomori deixa de parecer paranoia para se tornar algo maior, com a ordem do governo para que ele se retire da ilha – o mesmo local onde está o túmulo de sua falecida esposa e também de seus projetos de construção de uma máquina do tempo.

    O ritmo de leitura da revista é bastante dinâmico, Toriyama dosa bem as revelações com as conversas entre os personagens centrais. Os acontecimentos são revelados aos poucos, dando tempo do leitor digerir os acontecimentos, assim como o humor ocorre na medida certa. O último número, ao contrário dos outros, é repleto de revelações bombásticas, inclusive com referências diretas à Dragon Ball.

    A  revista não é refém dos produtos anteriores, e na verdade até alimenta a mitologia da série maior, não só com eventos óbvios como com a chegada dos saiyajins a Terra, mas também ao explicar que um intercâmbio de tecnologia pode ser a fonte da genialidade e riqueza da Corporação Cápsula, e toda sua fortuna e influência. A construção do ideário dos personagens é interessante, Oomori é um sujeito rabugento mas dócil e prestativo apesar da sua idade, além de muito inteligente, Jaco é engraçado e orgulhoso e Tights é descolada e assertiva. Cada um dos três tem personalidade e tempo para desenvolver seus dramas e vontades, e por mais que exista um sem número de referências a outras obras de Toriyama, há  também muita personalidade e graça nessa história do membro da elite da patrulha galáctica. 

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  • Os 5 Melhores Capangas de Dragon Ball Z

    Os 5 Melhores Capangas de Dragon Ball Z

    Para essa lista, resolvi ignorar vilões óbvios como Cell, Freeza, Majin Boo e Vegeta, e privilegiar os vilões que em algum momento do anime/mangá conseguem roubar a cena para si, apesar de obviamente não serem tão poderosos quanto seus chefes. Abaixo, alguns desses capangas e as justificativas para eles serem tão queridos.

    Nappa

    Os sayajins são guerreiros muito poderosos e os primeiros  adversários reais dos guerreiros Z no seriado. O primeiro a aparecer é Raditz, o mais fraco dos três restantes – excluindo é claro Goku/Kakaroto – logo depois, a dupla Vegeta e Nappa chegam a Terra, barbarizando os humanos e Piccolo. Nappa é sádico, trata mal seus adversários, humilha Yamcha mandando os saibaimen matarem ele, ARRANCA o braço de Tenshinhan, permite que Chaos se mate para tentar detê-lo, obviamente sem sucesso, assassina Piccolo e quase mata Kuririn e Gohan. Nappa é detido por Goku e morto por seu antigo parceiro, Vegeta, e certamente é mais cruel e vilanesco até que Vegeta, apesar de sua curta passagem na fase Z.

    Zarbon

    Apesar de pouco forte e atrapalhado, Zarbon é um personagem imponente. Ele e Dodoria formam a dupla de soldados de elite de Freeza, e o alienígena verde humilha Vegeta na primeira vez que luta. Ele seria um dos primeiros personagens a mostrar uma segunda forma, tal qual os sayajins e os membros da raça de Freeza, e ainda capturaria a atenção sexual de Bulma, quando ele enfrenta o sayajin baixinho. Teve um fim um pouco menos glamouroso do que deveria, vencido por Vegeta depois da utilização do zenkai, a técnica que faz com os que os membros da raça se tornem após se recuperarem de ferimentos quase fatais.

    Recoome ou Rikum

    Das Forças Especiais Ginyu, o mais mortal entre os cinco certamente é Recoome, um guerreiro ruivo, muito louco e que gosta de batalhas e de tomar sorvete. Ele luta muito bem contra Gohan, Kuririn e Vegeta, e não tem dificuldades contra eles, ao menos num primeiro momento. Precisa chegar Goku para o quadro mudar e ele levar uma surra. O sayajin criado na Terra o deixa quase morto, jogado no chão, e quase o poupa, se Vegeta não o executasse de maneira covarde. A coisa mais engraçada e curiosa ocorrido com o vilão aconteceu em sua luta contra os sayajins e Kuririn, onde ele tem sua roupa rasgada, inclusive deixando sua bunda à mostra, pagando um belo de um cofre. Do quinteto que imita os tokusatsus antigos, ele é o mais carismático, e possivelmente mais poderoso até que Ginyu, ainda que isso possa ser discutível.

    Androide 17

    Misto de humano com ser robótico – o que deveria ser chamado de Cyborg e não androide – ele é tão adorado pelos fãs que foi repaginado em Dragon Ball GT, como Super 17 e retornou a ribalta em Dragon Ball Super onde teve uma boa participação no Torneio de Poder. Seu nome original era Lapis. Ele foi programado para matar Goku, mas jamais conseguiu enfrentá-lo, pois no futuro de Trunks – onde ele é bem mais cruel – o herói já estava morto, e na linha oficial do anime/mangá, ele estava se recuperando da doença que na outra linha o matou. Supostamente ele é mais forte que sua irmã gêmea, Número 18 (ou Lazuli). Para muitos, 17 é considerado infantil, por não pensar em nada a não ser matar seu adversário, mas a realidade é que esse traço tem mais a ver com a alienação e frieza típica de um sociopata. Ele é o primeiro a ser absorvido por Cell, e gera a versão quase perfeita do vilão, além disso, luta contra Piccolo depois dele se fundir com Kami-Sama. Curioso é que todo carisma do personagem resulta somente nessa luta, ao menos na linha do tempo comum.

    Dabura

    Dabura acompanha Babidi, no início da Saga de Majin Boo, ele é chamado de rei do reino dos demônios. É cruel, estiloso, bem desenhado e tem “grandes” poderes, como um cuspe que transforma o que for tocado em pedra. O vilão dá bastante trabalho a Gohan e quando é derrotado tem uma vida pós-morte curiosa, pois vai para o paraíso, já que sendo rei do inferno não poderia retornar ao seu lar, e no céu acaba se tornando uma boa pessoa. Se fosse ressuscitado, certamente lutaria pelo lado do bem. Seu poder acredita-se ser equivalente ao de Cell em sua forma perfeita, o que faz perguntar porque ele não veio a Terra quando apareceu o bio-androide. Conveniências de roteiro.

    Espero que tenham gostado da lista e não esqueçam de deixar outros vilões de segunda categoria que vocês gostam.

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  • Review | Dragon Ball Z – A Saga dos Saiyajins

    Review | Dragon Ball Z – A Saga dos Saiyajins

    A Terra vivia tempos de paz, cinco anos após Ma Junior, a reencarnação de Piccolo Daimaoh derrotada por Goku, o status de tranqüilidade seria interrompido. Acompanhamos o pequeno Gohan, filho de Goku, é tratado com muito zelo por sua mãe, Chichi. Antes mesmo de mostrar o pequeno menino, que inclusive tem um rabo como seu pai tinha, antes de Kami-Sama cortá-lo para todo o sempre.

    Gohan é batizado assim por conta do avô falecido de Goku, e é apresentado aos amigos de seu pai, Mestre Kame, Kuririn e Bulma, quando o menino já tem quatro anos. Enquanto isso, chega ao planeta um sujeito de armadura e cabelos enormes, que se diz parte da raça Saiyajin , segundo o próprio os mais fortes guerreiros do universos. Ele grita por Kakaroto. Esses momentos demonstram algumas coisas já de início, primeiro, que ele é um sujeito relapso com suas amizades já que demorou tanto tempo para apresentar seu filho aos mais chegados, segundo que Bulma ainda sente falta das aventuras atrás das esferas, e do que foi visto desde Dragon Ball, e o terceiro é que apesar de Chichi insistir para que seu filho estude, ele tem um poder oculto enorme, tanto que é ele que atrai os olhares de Raditz, irmão do tal Kakaroto. O personagem misterioso reconhece Goku como o tal procurado, e diz que ele é igual ao seu pai.

    Por conta de um golpe forte que levou em sua cabeça ainda criança, Goku esqueceu de sua programação e origem (isso sofreria um novo retcon, feito pelo próprio Akira Toriyama). Aparentemente, Kame sabia que Goku tinha chegado em uma nave, e de sua origem alienígena, ainda que obviamente não soubesse de grandes detalhes. Raditz  revela qual a função dos Saiyajins e de suas ambições de escravizar planetas com bons ecossistemas. Aos planetas com pessoas poderosos, eles enviam adultos, aos mais fracos como a Terra, enviam crianças. As discussões entre os familiares são engraçadas, Raditz acha Kakaroto um imbecil, por ter perdido a cauda e não ter subjugado a todos – isso seria revisto em Dragon Ball Super. O primogênito, fala que Goku precisa se juntar aos seus conterrâneos, para continuar o avanço imperialista, dizendo que a situação se agravou com a destruição de seu planeta natal, sobrando então somente quatro da raça, incluindo os dois irmãos.

    Até esse momento, Raditz é o ápice dos lutadores da saga, e derrubando portanto o herói com um só golpe. Sua crueldade é tanta que até suborna Goku, levando Gohan como refém, pedindo que mate seis humanos como prova de lealdade. O herói se vê sem poder contar com Kame e Kuririn, pois eles já foram ressuscitados pelas esferas, e não se pode pedir a mesma coisa de novo. Isso já determina o quanto mais catastrófica e complicada é essa nova fase, mais voltada para o público adolescente.

    A prova material de que as coisas mudaram, é que Piccolo, o antigo vilão da série, decide fazer uma aliança com Goku para derrubarem o inimigo mais forte em comum, ainda que o demônio esverdeado não se importe com o filho de Goku. Há algo engraçado na dublagem brasileira. Tal qual na época do final de Dragon Ball, Wendel Bezerra já fazia a voz de Goku, e segue aqui, mas a tradução dos episódios era no mínimo curiosa. Na versão em inglês, o quarto capítulo chama Piccolos Plan, ou seja, O Plano de Piccolo, ou algo que o valha, mas no Brasil, era Piccolo Usa Sua Melhor Estratégia, Gohan é Um Garoto Muito Chorão, um título e subtítulo, tudo para resumir a surra que Raditz dá em Goku e Piccolo.

    Quando o vilão cai, em meio a um sacrifício do personagem principal longe de seus familiares (e tendo até seu filho em perigo), ele faz questão de passar todas as informações sobre as esferas do dragão para seus amigos Saiyajins, e que em um período curto, certamente dois novos vilões se aproximariam, sendo eles o príncipe Vegeta, e seu companheiro inseparável, o careca e bigodudo Nappa. A ideia do membro da realeza é ir a Terra, pegar os artefatos para conseguirem o dom da imortalidade. Além disso, eles elucubram que, se Gohan é poderoso como diz o relatório, então misturar o sangue de sua raça com a humana pode gerar descendentes ainda mais fortes.

    Kami-Sama toma o corpo de Goku para fazer algo especial, enquanto os saiyajins mais fortes não chegam a Terra. Essa espera pela chegada de novos e mais fortes inimigos é outro dos clichês do seriado, que se repetiria em outros momentos da série. Outro fator interessante é que Bulma também tem importância na trama, consertando o visor que calcula o poder dos oponentes e os encontra, aqui chamado de Ki. Ainda acontece o treinamento de Piccolo a Gohan, ainda que no inicio, a tutela seja ocorrida a força, graças ao poder oculto do rapaz. Esse foi o início de uma relação paterna bem mais desenvolvida até do que com o pai biológico, Goku.

    Mesmo nos episódios em que a maior parte do enredo é repleto de fillers, se vêem coisas interessantes, como a severidade de Piccolo com o discípulo. Kami-Sama também fala sobre o destino das vítimas do demônio, que supostamente vagavam pelo deserto das almas, enquanto Raditz foi direto para o outro mundo, fato que invocaria alguma bondade nele. Isso basicamente serve para esfregar na cara do espectador que o personagem está mudando.

    Nos fillers, de importante mesmo, só a vinda de Yajirobe, que convoca Kuririn e os outros para que treinem com Kami-Sama. Também é nessa sequência de capítulos que Gohan vê a lua cheia e se transforma em um macaco gigante, em uma transformação que faria lembrar a de um lobisomem. De resto, os enchimentos são muito chatos, mostrando Gohan vivendo nas planícies, Yamcha jogando baseball, Vegeta e Nappa contradizendo o fato de os Saiyajins não sobreviverem no espaço ao destruírem um planeta que para eles é inútil. Considerando que do episódio 7 até 20, há apenas um capítulo completamente canônico, e já no vigésimo segundo há outro que também se mune de fillers, sendo essa a maior sequência de momentos que não está no mangá, mesmo que mais a frente existam algumas microssagas inteiras inéditas além dos quadrinhos.

    O final do caminho da serpente é o décimo oitavo episodio, e finalmente Goku chega ao seu destino, no pequeno planeta em que mora Kaioh. Lá ele tem dificuldade de andar, por conta da gravidade, e a narrativa também tem dificuldades em seguir fluida, uma vez que o episódio é sensacionalista, e só mostra o mestre no final. É aqui que se estabelece a mudança de gravidade como método de treinamento para aumentar o ki dos lutadores.

    Da parte inédita, Kaioh conta quem habitava o planeta Vegeta, os Saiyajins e os Tsufurujins, com os primeiros agindo mais como bárbaros enquanto os outros eram mais tecnológicos. A predação dos Saiyajins aconteceu obviamente por conta da lua cheia e das transformações em símio. A versão que Kaioh conta seria desmentida depois, mas ainda assim é válido assistir isso – ainda que não esteja assim no mangá – principalmente graças as técnicas que o mestre ensina.

    A Genki Dama, técnica que reúne a energia de tudo que é vivo tem um conceito filosófico muito belo, de que a cooperação mútua entre todos os seres viventes, é capaz de gerar uma energia tamanha que faz gerar um poder destrutivo capaz de consumir o mal localizado. De todo o treinamento de  Kaioh, esse é o que tem maior diferencial e o que marca mais.

    Há algumas coisas cômicas dignas de se pontuar, primeiro que Kaioh erra a hora que Goku deveria voltar, o que ocasiona um numero grande de perdas dos defensores da terra, outra são títulos de episódios com spoilers, como Yamcha Morre, por exemplo. Vegeta é poderoso e manda matar o atual pretendente da sua futura esposa, e também sabe a que raça Piccolo pertence, fato que nem o próprio ou Kami sabem. Há também um acréscimo de violência repentino, com Nappa arrancando o braço de Tenshin com um golpe certeiro. Em Cavaleiros do Zodíaco: A Guerra Galatica, acontece uma cena parecida com Nashi de Lobo, no mangá, mas no anime, suprimiram isso, a coragem por parte dos produtores foi grande, porque o antigo Dragon Ball desde o arco de Goku era mais apreciado por crianças.

    Piccolo é bem severo com Gohan ao perceber que ele se acovarda, em meio a luta contra os Saiyajins, e não é à toa, os amigos de seu pai estão morrendo um a um. Essa sequência mostra o quão inúteis foram os fillers a respeito da sobrevivência do menino nas planícies, pois ele pouco pareceu aprender, até o ponto de ruptura que o faz liberar um pouco do seu poder.

    Tal qual no Arco de Piccolo em Dragon Ball, Goku está muito acima dos outros guerreiros do lado bom, e mesmo se comparados aos Saiyajins também é superior. Após tentar encurtar o caminho atrasado para o lugar onde está acontecendo a luta, Piccolo é nocauteado e aparentemente morto por Nappa, ainda que depois o namekusei volte. Vegeta teme a aproximação do herói ressuscitado, e levanta já aí a possibilidade de haverem esferas mais poderosas que as da Terra, como as do próprio planeta dos seres verdes, explorada na próxima saga.

    Vegeta explica o sistema de castas dos saiyajins, explicando que cada guerreiro tem um grau, e que os que estão abaixo são mandados para planetas inferiores, como foi o caso de Kakaroto e a Terra. Já dá para perceber antes mesmo da luta começar a rivalidade que se estabeleceria entre os dois, mesmo que para Toriyama, o plano para o príncipe dos saiyajins fosse morrer ali, e não ser mais aproveitado nas sagas futuras como aconteceu.

    O príncipe luta bem contra o herói de Dragon Ball, mas ainda assim perde para ele, tendo de apelar para a transformação em Ozaru, o macaco gigante, como Goku fazia quando criança. Duas coisas são engraçadas nesse ponto, a primeira é a explicação técnica que Vegeta dá, de que ondas específicas refletem a energia do sol, fazendo com que o poder dos Saiyajins se maximize e obviamente Goku não entende a explicação, assim como o segundo ponto cômico, em que Kakaroto ainda não percebe que foi se transformando que matou seu velho avô de criação. O ardil de Vegeta inclui colocar uma esfera artificial que emularia a lua cheia.

    Goku multiplica seu poder com o Kaioken, mas não é páreo para Vegeta transformado dessa forma. Kuririn é obrigado a voltar por Gohan, mas ainda assim o personagem sem cabelos se mune de coragem, para tentar arrancar a cauda do saiyajin, enquanto Yajirobe foge, covardemente. Obviamente que isso dá errado, e o massacre continua. Essa talvez seja uma das lutas mais acirradas de todo o anime, incluindo até outras batalhas entre os dois saiyajins.

    O acréscimo de Yajirobe, cortando sorrateiramente a cauda do vilão é um uso bem encaixado de um personagem que claramente não tem força e poder para bater de frente com os opositores. Os que não pereceram se juntam, para uma longa luta, que envolve até outra transformação, fato que viraria a ser um clichê também da série. Mesmo com quase todos mortos, há um momento filosófico, começando com Kaioh dizendo que a origem do mal deveria ser cortada, depois com Goku implorando a Kuririn que não termine de matar Vegeta, para que possam voltar a batalhar.

    O final da saga mostra os personagens desolados, mas ainda com uma esperança de ir em direção a outro planeta onde também haveriam esferas do dragão, para reviver seus amigos. O final agridoce faz lembrar o clima de Império Contra-Ataca, mas o resultado final é de um tomo que contém uma quantidade gigantesca de episódios de preenchimento em comparação com o que está no mangá, sendo quase todos completamente inúteis. Ainda assim, a ideia de Goku em ter sempre com quem batalhar é solidificada e explicitada aqui e bem enquadrada, e Dragon Ball Z já aqui se demonstra um anime de muita aventura e lutas épicas.

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  • Crítica | Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses

    Crítica | Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses

    DBZ

    Você não precisa ser nenhum profundo conhecedor de animação japonesa para conhecer esse desenho. Dragon Ball é um dos animes mais famosos do mundo tanto no oriente quanto no ocidente e seus personagens são reconhecidos dentro da cultura pop com uma facilidade incrível. Durante o início dos anos 2000, os personagens do desenho criado por Akira Toryiama eram uma verdadeira febre entre as crianças brasileiras e as aventuras de Goku e seus amigos permanecem até hoje na minha memória e na de outras milhares de pessoas da minha geração. Dragon Ball, sua fase “Z” e até mesmo a controversa série “GT” animaram as manhãs de crianças (e de alguns adultos) durante quase uma década no Brasil mas, feliz ou infelizmente, chegou ao final.

    Por se tratar de um produto deveras lucrativo e com uma legião de fãs gigantesca, o desenvolvimento de OVAS e longas-metragens nunca ficou completamente estagnado. A notícia de que, em 2013, Goku e seus amigos voltariam às telas de cinema em uma aventura inédita fez muitos fãs aguardarem ansiosos e implorarem à distribuidora para que uma cópia do filme fosse exibida em suas cidades. O filme de animação japonesa mais esperado do ano finalmente chegou ao Brasil, quase seis meses depois do tremendo barulho que fez nos cinemas japoneses, e minha expectativa quanto ao filme finalmente foi posta à prova mas, adivinhem só, mais uma vez ela não foi correspondida. E não foi pouco.

    Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses acontece entre os eventos de DBZ e DBGT. Nele, o Deus da destruição, Bills, acorda depois de 30 anos de descanso e busca um adversário à altura de seu poder. Durante seu sono, Bills sonha com um novo deus que pudesse bater de frente com o seu próprio nível de poder: o Deus Super Sayajin. Quando descobre que Freeza destruiu o planeta Vegeta e que quase todos os sayajins do universo foram exterminados, Bills decide encarar o assassino de Freeza em uma batalha um contra um. Certo de que um dos sayajins restantes já deveria ter despertado o poder supremo da raça, o Deus-cachorro parte em uma viagem pelo universo checando todos os guerreiros em busca do suposto Deus Super Sayajin. Na Terra, Bills finalmente se encontra com seu adversário e promete destruir o planeta caso vença a batalha contra ele. Mais uma vez, Goku deve despertar o poder supremo dos sayajins e vencer Bills para proteger a Terra e todos os seus habitantes.

    A ideia central contida nessa sinopse não é ruim, e não foi isso que me incomodou. Que conste, nessa crítica, que um fã de DBZ como eu nunca esperaria mais do que um adversário muito mais forte que o anterior impulsionando o poder do personagem principal ainda mais. Há muito tempo, o clássico “mais de oito mil!”, que Vegeta profere ao medir o poder de Goku no início da série Z, ficou para trás. Ao longo de toda a série animada, a estrutura do roteiro se repetia incansavelmente e era comprada por nós com muita facilidade. À medida que o nível dos inimigos de Goku ia subindo, o próprio sayajin ia adquirindo novas transformações que sempre o faziam superar os desafios. Isso tudo era manjado, mas nunca chegou a contar como um ponto negativo porque era muito benfeito. Este último longa de Dragon Ball é preguiçoso, mal construído e envergonha o cânone das séries em vários pontos.

    O antagonista de Goku, Bills, é um personagem raso e completamente imbecilóide. Não que o Majin Boo, vilão do último (<polêmica> e melhor </polêmica>) arco da série Z, tenha sido um personagem cheio de motivações, críticas e pensamentos, mas o vilão deste novo filme não representa absolutamente nada. Nem me incomodou o fato de ele ser desenhado como um gato bípede da raça Sphynx. O que irrita é sua posição na trama: uma entidade cósmica que destrói planetas e extermina civilizações sem nenhum critério, temido por todos os outros deuses sem qualquer explicação e sem nenhuma motivação real para fazer o que faz da forma que o faz. Serve apenas como uma forma fácil demais de trazer Goku de volta à ativa, mas que, na prática, acaba não demonstrando nem 1% da ameaça anunciada por todos os outros personagens do roteiro.

    E por falar em outros personagens do roteiro, com exceção de uma cena de luta do Vegeta (que não dura mais do que 1 minuto do filme), nenhum deles serve para mais do que um alívio cômico de baixa qualidade. No final, suas aparições se limitam a ocupar o tempo de filme com piadas de humor imbecilóide em sequências de comédia que tentam te fazer gargalhar o tempo todo, mas, pela qualidade dos diálogos e ações descritas no roteiro, conseguem apenas arrancar um ou dois sorrisinhos forçados. O filme poderia muito bem remover todos os personagens secundários que não têm absolutamente nenhuma utilidade na trama e deixar apenas Goku e Bills em um embate de 90 minutos pelo destino do universo, o que talvez atingisse um resultado melhor. É difícil de acreditar que personagens tão bem utilizados nas séries regulares tenham sido reduzidos a um alivio cômico que, de tão vergonha alheia, me entristeceu de uma forma que não achei que fosse possível.

    Como eu já citei nesse texto, Dragon Ball sempre foi sobre um alienígena que aumenta cada vez mais os seus poderes para salvar o planeta de inimigos cada vez mais fortes. Quando achávamos que a série já tinha atingido o ápice de sua escala de poder, decidem comparar Goku a um Deus. A ideia, a princípio, me deixou muito empolgado. Uma transformação de Super Sayajin Deus deveria ser uma coisa de parar o universo, mas nesse ponto o filme desanima também. Uma resolução fácil muito (MUITO MESMO) ridícula é utilizada para deixar o personagem principal em uma situação de igualdade com seu antagonista. O cuidado com esses minutos finais do filmes é tão podre e o design do famigerado Super Sayajin Deus é tão porco, que você sente pela representação em tela que o Deus Goku é ainda mais fraco que o Goku Sayajin. O que vem após a transformação ridícula é uma batalha entre os dois personagens principais que é animada numa sobreposição mal feita de animação tradicional e um cenário feito em CG que regride bastante em relação à batalha Boo X Gogeta, por exemplo. A transição dos cenários é feita também de uma forma porca, e a luta não empolga nem quando Goku ataca Bills com seu tradicional Kamehameha (algo que, na versão DEUS deveria ter sido muito mais massavéio).

    Um desserviço à série original, DBZ: A Batalha dos Deuses falha em praticamente todos os quesitos técnicos, tem um roteiro extremamente mal feito, cheio de remendos que emburrecem os fãs da série, e não cumpre seu único propósito: me mostrar que a evolução do poder do personagem principal não tem limites. A batalha de Bills contra Goku não se mostrou mais impressionante que o primeiro embate de Goku com Vegeta, por exemplo, que é uma das primeiras lutas da série animada. O roteiro recheado de humor nonsense de baixa qualidade trai tudo o que a série construiu para cada um dos personagens secundários durante os anos que ficou no ar.