Uma nave americana retorna ao planeta Terra e cai próxima à costa americana (coincidências acontecem). Com isso, o exército resgata a nave e a surpresa ocorre com os astronautas que saem de dentro da nave. Macacos. E assim começa o terceiro filme da saga clássica, seguido de Planeta dos Macacos e De Volta ao Planeta dos Macacos, em 1971 chega às telas Fuga do Planeta dos Macacos.
O filme começa meio “sem pé nem cabeça” e você percebe com o decorrer do longa o quão caça-níquel ele foi. Ele parte de uma premissa um tanto inverossímil se analisada os dois filmes anteriores, já que a sociedade dos macacos apresentada apresentada anteriormente sempre foi primitiva e pouco desenvolvida. Três macacos conseguem recuperar a nave dos astronautas que caiu no “lago morto” no primeiro filme, como também consertá-la, fazê-la funcionar (indicando que pra uma nave daquela, naquela época, ter saído da terra ela deve ter usado tanques de propulsão que são deixados para trás logo que se sai da atmosfera, LOGO, “a tecnologia de lançamento” estava faltando ali) e com isso, escapar da iminente destruição de seu planeta retornando ao passado.
Em termos de personagem, o filme se prende aos dois macacos Zira (Kim Hunter) e Cornelius (Roddy McDowall), já vistos nos primeiros filmes. Embora as personagens sejam carismáticas e tudo, é difícil você querer segurar o filme em atores que, tecnicamente, não podem atuar. Afinal, por melhor que fosse as maquiagens, ainda assim havia uma grande deficiência em “atuação”, contudo, o trabalho dos atores é excepcional, já que os dois conseguem fazer milagre e deixar o filme divertido e dramático na medida certa.
Como não podia faltar, o filme tem um texto que busca uma reflexão, mesmo que rasa, sobre questões morais, sociais e políticas, como é de costume na saga, o que acaba tornando-o mais atrativo. O medo da humanidade ao se deparar com a questão “da futura destruição” do seu Planeta, até que ponto são responsáveis por isso, o quão ambíguo é o fato de Zira fazer experiências com humanos no futuro e nós fazermos o mesmo com animais nos dias de hoje, entre outros detalhes são o que tornam o filme uma experiência mais interessante.
No terceiro filme da série ainda temos a primeira explicação do que indica ter sido o motivo para a criação do que viria a ser o Planeta dos Macacos. Cornelius faz uma explanação sobre a história e cultura dos macacos que embora um tanto forçada, é o que faltava para “fechar” o caixão.
Com tudo isso, Fuga do Planeta dos Macacos é o filme mais fraco da saga clássica, e o segundo mais fraco da franquia (perdendo apenas para o remake pavoroso do Tim Burton em 2001). Começando com uma tentativa frustrada de resgatar a saga, que havia sido dada como morta, pois o segundo filme culmina com o fim de tudo, e terminando com um gancho para uma possível sequência que não forçasse tanto a barra quanto ele. Mas ainda assim é um capítulo essencial para quem gosta da saga, viagens no tempo, paradoxo temporal e que traga algum conteúdo para reflexão.
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Texto de autoria de André Kirano.
Fazer continuações desnecessárias somente pra arrecadar dinheiro já acontece à tempo, esse filme é a prova disso.
É cara, eu até discordo um pouco, eu acho o do Tim Burton menos fraco que o terceiro – o que nem de longe, significa que é bom.
Sem contar, que na primeira metade do filme, a porra toda parece uma sitcom, e da pior qualidade.
As questões levantadas tem a profundidade de um pires. Enfim, foi uma batalha vencer esse filme no meio da maratona, que eu fiz pra gravarmos o podcast. Devia ter tentado ESCAPAR hahaha.
POIS É! Eu tb fiquei nessa por causa da maratona, e pra mim o do Tim Burton fica mais fraco pq começa do nada e termina do nada. Aquele final Deus Ex eu achei MUITO forçado.
Poxa! Considero este um dos melhores filmes da primeira série cinematográfica da macacada! De certa forma, é o que mais se aproxima do romance original de Pierre Boule (ainda que com os sinais invertidos). E não me incomoda nem um pouco as supostas incoerências quanto aos macacos não possuírem capacidade para operar uma nave com tecnologia mais desenvolvida ou mesmo a falta de tecnologia de lançamento. Isso é o de menos para o filme. O mais marcante mesmo é o estranhamento de vermos Cornelius e Zira vivenciando uma vida cultural e material de uma sociedade ocidental moderna. É o nosso olhar como o “outro” sobre alienígenas desempenhando nossas ações cotidianas.
Conheci este site há pouco tempo e estou curtindo muito os podcasts sobre cinema e resenhas e críticas em geral. Parabéns pelo trabalho como um todo!