Recentemente, a clássica série de RPG Dragon Quest se aventurou no estilo musou, onde toneladas de inimigos aparecem na tela para você vencê-los com golpes e magias mirabolantes em combates rápidos e frenéticos. A fórmula deu certo e resultou em um bom jogo, Dragon Quest Heroes. Neste segundo jogo, eles mantiveram a essência do anterior e trouxeram boas novidades.
O visual continua simples e estilizado, o que não tira a beleza do jogo. Preferiram manter o visual mais cartunesco, um enorme acerto. Os cenários também são muito bonitos e bem elaborados, melhor que o jogo anterior. A história mantém a simplicidade habitual da série: não se destaca, mas não ofende.
Aliás, vale mencionar desde já a grande mudança: agora o jogo é um gigantesco mundo aberto. Sim, as “arenas” não estão mais isoladas. Temos uma cidade central e, a partir dela, podemos ir andando para todos os lugares. No caminho, há dezenas de monstros que podem ser facilmente ignorados, o que é bom para quem quiser ir mais rápido para seu destino. Os ambientes são bem variados e trazem aquela atmosfera de “estou em uma grande aventura” dos jogos clássicos. A magia de teleporte Zoom ainda existe, possibilitando viajar instantaneamente para os locais já visitados.
O combate se manteve praticamente o mesmo. Toneladas de inimigos, chefes bem fortes, magias exageradas. Porém, tive a impressão de que a esquiva ganhou maior importância. Também foram adicionadas diversas magias, possibilitando combinações variadas para serem usadas nas batalhas. É possível selecionar quatro magias por vez, então escolha a combinação que melhor lhe atenda.
Os personagens também são bem variados, cada um com sua classe e habilidades específicas. Agora é possível mudar a classe de seu herói, possibilitando variações de jogabilidade. Porém, tal como em Dragon Quest III, ao mudar a classe do personagem, seu nível voltará ao 1. Só é possível utilizar 4 personagens por vez, então será difícil usufruir de todos, e certamente você terá dúvidas de quais personagens utilizar. Felizmente, todos os personagens recebem experiência, permitindo troca constantemente de grupo sem haver diferenças grandes de níveis entre eles.
Outra novidade são as “moedas de monstros”. No primeiro jogo, você coletava algumas moedas durante a batalha que permitia invocar o monstro para te ajudar. Foram adicionados outros dois tipos de moeda: uma que invoca o monstro para um ataque único (geralmente uma magia ou golpe poderoso) e outro tipo que transforma você no monstro! Isso traz ainda mais dinâmica e estratégia às batalhas.
Apesar das possibilidades de estratégias, este jogo não exige tanta habilidade. É aquele tipo de jogo que não traz um enorme desafio, mas que também não subestima o jogador. É necessário um mínimo de estratégia, sendo algumas poucas fases bem difíceis.
Finalmente implementaram um multiplayer online. É possível chamar pessoas para te ajudar nas missões, algo parecido com as invicações de Dark Souls. Experimentei esse modo de jogo pouquíssimas vezes, mas pareceu funcionar bem. Eu e meu companheiro, nas duas vezes em que joguei cooperativo online, utilizamos a heroína principal. Devido à dificuldade de encontrar pessoas online, não pude explorar o modo online com muitos detalhes, então, ficarei devendo maiores informações.
Desde já, preciso elogiar a versão de PC, que se mostrou melhor otimizada que o primeiro jogo. Mesmo assim, para conseguir fazer o jogo rodar satisfatoriamente, precisei fazer algumas configurações meio avançadas na placa de vídeo. Então, se você tem um PC com as configurações necessárias, porém o jogo está rodando lento, busque informações na internet para configurar sua máquina.
De resto, temos todos aqueles elementos que agradarão os fãs de Dragon Quest: as músicas fantásticas de Koichi Sugiyama, os monstros e personagens carismáticos de Akira Toriyama e, claro, a mente criativa de Yujii Horii. O fan service está explodindo neste jogo, é um prato cheio pra quem gosta do universo da franquia, em especial do Dragon Quest IV.
Temos aqui um bom jogo, divertido, bem feito, ótimo para passar o tempo. Quem gostou do primeiro vai adorar o segundo. Dragon Quest Heroes II melhorou bastante a proposta do primeiro, aumentou o escopo e conseguiu trazer algumas inovações. Temos um “mais do mesmo” com pitadas de novidade. Recomendado para os fãs da franquia clássica, para quem gostou do primeiro Heroes e para quem quer fugir de jogos mais exigentes e frenéticos como Dark Souls e Bayonetta. Disponível para PC, PSVita, Playstation 3, Playstation 4 e Nintendo Switch.