Recentemente pude conferir na grande mídia a expressão que encabeça esse título: “Abaixo à dublagem”. Olhei estranhamente para o título da referida matéria e fui conferir do que se tratava. Infelizmente não era a primeira vez que eu estava lendo aquelas ideias que, basicamente, tentam estigmatizar a dublagem como algo ruim. O ponto de partida é o fato de que nos últimos anos, no Brasil, pode se observar, ao chegarmos nas salas de cinema, que existem muito mais cópias dubladas do que legendadas à disposição do público. Alguns indivíduos que se consideram “intelectuais” começaram a se sentir ofendidos, pois preferiam assistir a filmes legendados do que filmes dublados no cinema. O que passou de uma justa crítica inicial se desenvolveu e ganhou voz como um movimento (aqui entenda como uma ideia em ascensão, não como um grupo organizado) que extrapola os limites da razoabilidade e que busca defender a extinção da dublagem em si, com uma série de argumentos que apontarei mais adiante. Pois bem, meu intuito com esse texto não é atacar ninguém diretamente, mas apenas levantar uma questão importante e que tem sido ignorada no meio de toda essa discussão, pois infelizmente é mais comum vermos pessoas da “grande mídia” defendendo esses argumentos, do que sendo contra eles.
O recurso da dublagem é a substituição da voz original de personagens das mais diversas produções audiovisuais (aqui entram os filmes, seriados, desenhos animados, entre outros) por a de um dublador. Essa substituição pode ocorrer de duas maneiras: a mais comum ocorre quando se muda a voz original para que um dublador mude o idioma original – que é o caso dos filmes estrangeiros que chegam em nosso país, mas com áudio em português; e também temos a dublagem que é realizada no mesmo idioma com intuito de ser utilizada como meio de melhorar a voz original. As primeiras dublagens começaram a ser feitas na década de 30 e, posteriormente, passaram a ter uma atenção maior, pois permitia que através dela fossem cada vez mais desenvolvidos as interpretações vocais dos artistas. Através disso, o que se presenciou foi o surgimento de uma nova forma de arte.
Primeiramente, incorre em erro aquele que desvaloriza a dublagem sob o argumento inicial de que ela é uma espécie de “parasita” de uma outra forma de arte pré-existente. A arte, dentro de todas suas expressões conhecidas, não existe apenas em sua forma única e exclusivamente pura, como muitos se enganam, mas também se expressam através da derivação de outros. Tratam-se de formas de reprodução e que, mesmo sendo reproduções, não perdem a qualidade artística à obra original, mas muitas vezes dão uma nova roupagem àquela (algumas vezes com novos valores inclusive). Basta tomar como exemplo uma orquestra sinfônica que reproduz obras de Bach, Tchaikovsky, Beethoven, entre muitos outros artistas clássicos. Eles estão reproduzindo arte. Apesar de não ser uma espécie de “criação” direta, trata-se de uma forma de expressar os elementos artísticos validamente. O raciocínio que ocorre com a dublagem é o mesmo a partir do momento em que seu objetivo não é o de “distorcer”, “deformar” ou “prejudicar” a obra de arte original – como alguns parecem acreditar, quase como em tom conspiratório -, mas unicamente o de reproduzir de uma forma única a mesma.
A partir desse ponto entramos em outro argumento que merece ser criticado, o de que a dublagem é voltada para um público específico: o das “crianças, analfabetos funcionais e pessoas que tem preguiça de ler”. É extremamente repulsivo ouvir e ler argumentos desse tipo da boca de profissionais que se julgam intelectuais. A dublagem é uma forma de arte ampla e que busca atingir pessoas diferentes. Existe a maior preferência do povo brasileiro em ver um conteúdo dublado pela questão óbvia da proximidade com a língua local. Não é apenas no Brasil que existe o recurso da dublagem, mas em centenas de países do mundo todo. E é completamente racional entender que uma maioria dos brasileiros prefira ver produções audiovisuais em que o áudio está em nossa língua nativa , em detrimento do idioma do local que se originou.
Também é muito comum algumas pessoas subvalorizarem o trabalho dos dubladores. Ao contrário do que essas pessoas pensam, aquele profissional que entra em um estúdio de gravação para fazer uma dublagem não está apenas ali para ler um texto em uma folha de papel conforme as imagens de um filme ou desenho animado estão passando em sua frente. Existe todo um trabalho artístico e de preparação para a realização do mesmo. É muito mais difícil e complicado do que parece, vez que dubladores também são atores. Da mesma forma que os atores que aparecem nos filmes, estes também necessitam “encarnar” personagens, se envolver com seus papéis e realizar interpretações através de sua voz. Desse modo, é completamente razoável defender que dubladores merecem sim serem reconhecidos por seu trabalho. Eles não são “coadjuvantes” e nem “papagaios da manutenção do idioma nacional”, são principais autores de uma forma de expressão artística. Digo mais, no Brasil são pouquíssimos os que possuem seu trabalho reconhecido. Basta questionar para uma pessoa qualquer na rua quantos são os nomes dos dubladores que ela conhece. A minoria vai responder dois ou três nomes no máximo.
Alguns ainda vão dizer que a maioria dos trabalhos dublados que assistem são de uma péssima qualidade e por isso não deveriam existir. Eu particularmente acho extremamente interessante esse comentário, pois por essa lógica, entendo que todos os outros profissionais do mercado (jornalistas, engenheiros, advogados, professores, arquitetos,…) estão cumprindo seu trabalho com 100% de eficiência. Da mesma forma que existem excelentes trabalhos de dublagem, existem também os ruins. De igual modo, como uma profissão qualquer, podemos encontrar excelentes jornalistas e péssimos jornalistas. Excelentes médicos e péssimos médicos. Enfim, toda e qualquer profissão, inclusive a dos dubladores, possui variações de qualidade. Desse modo, tal argumento não passa de uma hipocrisia.
Assistir ou não um filme dublado deve partir de uma escolha pessoal e ninguém quer obrigar ninguém a vê-los, porém não adianta em nada querer ”cortar o mal pela raiz”, como alguns defensores do movimento dizem querer fazer. A dublagem não é um mal e nunca foi. É uma forma de arte e entretenimento extremamente válida e louvável. Por outro lado, entramos em conflito a partir do momento que os ânimos se inflamam e gritam “abaixo a dublagem” como uma bandeira a ser vangloriada. Digo que essa bandeira deveria ser motivo de vergonha por aqueles que a levantam, pois serve, muitas vezes, como uma forma de política de intolerância. Podemos ver atitudes semelhantes quando uma pessoa incorre em racismo, veja bem, mas não me entendam mal. É óbvio que racistas estão em setores completamente diferentes às pessoas que defendem que a dublagem deva ser “extirpada”. O que ressalto a partir desse ponto é apenas uma coisa que eles tem em comum: o fato de que ambas as atitudes partem de uma ideia cujo núcleo é uma discriminação. Da mesma forma que um racista não tem interesse em respeitar, conhecer a fundo e ser tolerante com as raças contra quem pratica seu preconceito, um defensor do movimento de “aniquilar a dublagem” também parte de um ponto em que não respeita o fato de existirem pessoas que gostam de filmes dublados e também não procuram buscar a fundo o que significa aquilo. É extremamente fácil defender que a dublagem “desvirtua e destrói uma forma de arte” quando não se busca sequer entender o que realmente significa a expressão através da dublagem. Visualizamos uma forte presença, principalmente na mídia, de “profissionais” – e aqui as aspas servem com o intuito de questionar a seriedade do trabalho das pessoas que fazem isso – que se limitam apenas aos achismos, discursos infundados e vazios – muitos já apresentados anteriormente – que no fim das contas refletem mais um tipo de discriminação.
No fim das contas, o que podemos perceber é uma incoerência crítica. O que deve ser criticado -e eu concordo – é a ausência de opção que as distribuidoras tem nos dado. O errado é chegar ao cinema e não possuir a opção de poder assistir a um filme dublado ou legendado, mas também é errado partir do pressuposto de que esse fato é culpa da dublagem. Devemos nos atentar para a questão de que por opções de estratégias e modelos de negócio das distribuidoras nacionais – por aquilo que é mais rentável e lucrativo – é que chegamos ao cinema e não encontramos nosso direito de optar. Portanto, a crítica que deve ser feita são a tais modelos das distribuidoras, não o trabalho dos dubladores. Reitero que devemos sim defender a opção, inclusive com o intuito de exercermos nosso direito de liberdade de poder escolher se queremos ver filmes dublados ou legendados, porém toda defesa deve ser pensada racionalmente e com fundamentos razoáveis.
Por fim, vários são os profissionais do ramo que estão diariamente trabalhando em estúdios de gravação com o intuito de buscar nos levar produtos de qualidade para nossas programações de TV e cinema. Guilherme Briggs (foto acima), Orlando Drummond, Garcia Junior, André Filho, Darcy Pedrosa, entre muitos outros, são apenas alguns dos exemplos de dubladores brasileiros que fazem um excelente trabalho, sempre com o intuito de proliferar essa forma de arte fantástica e que merece ser valorizada. Uma forma de arte que, antes de mais nada, deve ser respeitada como tal.
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Texto de autoria de Pedro Lobato.
Eu concordo que existem alguns casos de intolerância exagerada, como o exemplo recente do texto da revista época. Porém, sou um dos que critica a dublagem, e faço isso por 3 motivos:
– A qualidade técnica do som fica consideravelmente pior nas versões dubladas.
-Está se retirando uma parte da interpretação de um ator (a voz) e substituindo pelo
trabalho de outro ator. Seria como se pegasse uma música, tirasse o som guitarra e colocasse outra pessoa tocando, mantendo os outros instrumentos.
-Por mais que se esforcem, o dublador tem horas pra trabalhar uma voz que um ator por vezes demora meses.
Felipe, concordo com 2 dos seus 3 pontos. Porém quando você diz que “Está se retirando uma parte da interpretação de um ator (a voz) e substituindo pelo
trabalho de outro ator. Seria como se pegasse uma música, tirasse o som guitarra e colocasse outra pessoa tocando, mantendo os outros instrumentos.” eu acho que estamos sendo um pouco exagerados.
Em primeiro lugar, a analogia com a guitarra foi infeliz, já que trocar uma pessoa por outra tocando guitarra resulta num produto final muito parecido, se não idêntico.
Já no caso da Dublagem, o trabalho é muito maior, tendo que adaptar o texto do mesmo para que a dublagem case o máximo possível com os lábios do ator e ainda assim transmita emoção.
Eu, assim como você, não sou fã de filmes dublados. Mas pegue, por exemplo, minha avó. Minha avó adora assistir filmes, mas tem problemas com a legenda. Banir completamente a dublagem iria privar a minha avó de assistir os filmes que ela tanto gosta. Eu, sempre que posso, opto por ver o filme legendado, com áudios originais, pelos motivos que você relatou acima. Mas a dublagem não é esse monstro todo que o pessoal prega. Claro que banir filmes legendados seria tão estúpido quanto banir filmes dublados, então eu voto pela opção de escolha. Assim, quem prefere ver legendado não sofre com o aúdio piorado ou a “falta de interpretação” como você mesmo disse. E quem não gosta de ler legendas, que veja o filme dublado. Acho que permitir que o espectador escolha é a melhor forma de fornecer, para ele, e melhor experiência possível e, assim, fazer com que ele tenha uma opinião bem mais positiva sobre o produto em questão 🙂
O exemplo pode não ter sido dos melhores, mas da pra entender o que eu quis dizer… E eu não disse em momento algum que defendo o fim da dublagem, apenas coloquei os pontos principais que me fazem assistir apenas filmes legendados…
Entendo seu ponto de vista, Felipe e discordo de alguns, mas o que discutimos é apenas a opção de escolha do espectador e não o “fim da dublagem” como alguns defendem. Se eu gosto ou não gosto de filme dublado é problema unicamente meu… As coisas não devem ser encaradas desse modo.
Eu sei, também vejo desse modo, da escolha. Principalmente na questão dos canais a cabo, que é perfeitamente possível colocar as duas possibilidades para o espectador. Apenas queria deixar a minha opinião sobre o porque preferir filmes legendados.
Amigo, quem produz o som não é a guitarra. É a figura humana. Se você troca o artista, o profissional, o ser humano por trás de qualquer ação, você obviamente vai alterar o resultado final. Acho que você não tem idéia o quanto orquestras (que são reconhecidas por reproduzir fielmente obras em seu estado original) têm trabalho ao escolher cada integrante para que seja o mais próximo possível não exatamente da obra mas do que as pessoas reconhecem como sendo. Existem vários casos de gravações muito difundidas que mudaram tom de canções clássicas e hoje as orquestras têm de tocar as canções de forma diferente pra evitar estranhamento…
Enfim, excelente texto!
Felipe, só um adendo:
Em relação à qualidade técnica, a “culpa”, se é que podemos colocar assim, não é da dublagem quando o som fica pior. Isso aí é problema de mixagem. E, acredite se quiser, muitos dos filmes que estão sendo lançados dublados no cinema são mixados na sede dos próprios estúdios que estão sendo produzidos. Por exemplo, os filmes dos Transformers foram mixados na própria sede da Paramount nos EUA, pela MESMA equipe de som que mixou o áudio original.
O problema é que por preconceito e preguiça de procurar saber como funciona o processo, as pessoas colocam essa “falha” na conta da dublagem.
Em relação à escolha das vozes, mais uma vez citando o exemplo de Transformers, sabe quem escolheu o elenco dos dubladores para os três filmes? O próprio Michael Bay, que dirigiu a trilogia. Ele não só escolheu as vozes brasileiras como acompanhou todo o processo e instruiu o diretor de dublagem dos filmes sobre como queria que fossem as interpretações de cada personagem.
Infelizmente, grande maioria das pessoas que condenam a dublagem, acham que o filme ou o desenho, quando vem para cá ser dublado, fica à mercê exclusiva da direção de dublagem e que os dubladores é que escolhem quais os personagens irão dublar. Quando a realidade é exatamente o oposto, a dublagem de filmes não só é acompanhada de perto pelos executivos dos estúdios que os produziram, mas também, são eles que dão a palavra final em tudo.
Perfeito! Maravilhoso o seu argumento. Concordo que o que mais perdemos com as dublagens é exatamente a interpretação singular de cada ator. E se uma interpretação envolve gestos, voz e expressões faciais, estamos realmente perdendo algo em torno de um terço da eficiência de um ator estrangeiro quando assistimos a um filme dublado. Concordar que todos devam aceitar a estas substituições apenas porque a maioria prefere ouvir a língua materna é desmerecer o intenso e dedicado trabalho de cada ator durante todo o processo de filmagem de um filme. E considero preguiça sim, de ler e de aprender a conviver com outras culturas, com exceção, óbvio, daqueles de não tem opção, como no caso dos deficientes visuais. Fico triste quando leio expressões como a que li acima: “pessoas que se julgam intelectuais” , ao se referir àqueles que não toleram assistir a um filme legendado em tom de deboche, querendo desmerecer o um provável conhecimento em relação aos filmes em geral..É fato que, em geral, aqueles que preferem os filmes com sua interpretação de voz original são mesmo pessoas intelectuais, não com o sentido pejorativo colocado no texto do site, mas por possuírem sim um conhecimento maior em relação à qualidade das interpretações do cinema. Penso que se as dublagens reproduzissem com eficiência as interpretações originais, quem sabe estes mesmos dubladores já não deveriam passar a requisitar dos atores que eles interpretam, no mínimo, uma parte da premiação do Oscar quando estas acontecem? É algo que merece uma reflexão menos superficial de todos. Afinal, onde fica o respeito ao trabalho dos atores e as premiações mundiais quando a dublagem de filmes estrangeiros nos é imposta da forma como está sendo atualmente pela televisão brasileira?
Sou a favor da dublagem dos filmes, mas acho que deve haver possibilidade de escolha por parte do espectador.
Acho muito ruim por exemplo que alguns canais de TV estejam com séries e filmes dublados e sem opção de legendas.
Além disso, um mal constante atualmente na TV brasileira é a dublagem made in Miami. São dublagens de péssima qualidade, que algumas vezes impossibilitam até mesmo o entendimento do programa a que assistimos.
Ah, posso fazer um adendo?
Passo agora um link de um artigo escrito por Fran Briggs, esposa do Guilherme Briggs, um dos maiores dubladores do Brasil.
http://jolyrouge.blogspot.com.br/2010/01/dublagem-no-made-in-brazil.html
A dublagem me traz muitas boas recordações. Aprecio muito o trabalho dos dubladores, principalmente na área de animação. Acho que, de fato, deve haver ambas as opções (dublado e legendado) disponíveis, para que cada um tenha acesso ao que prefere ou necessita (já ouvi relatos de deficientes auditivos que não podiam ir ao cinema em sua cidade porque só haviam cópias dubladas). Mas não se deve desmerecer o trabalho de uma BOA dublagem (sim, BOA, porque existem dublagens medíocres aos montes), especialmente se lembrarmos que DUBLADORES SÃO ATORES., devidamente registrados, e muitas vezes os pontos negativos de algumas dublagens NÃO são culpa dos dubladores.
Desculpe, mas eu tenho que refutar os argumentos do Felipe Nunes em não gostar de dublagens.
– dependendo do filme, e da época em que esse filme foi feio – logo sua dublagem pode ter uma qualidade de áudio inferior, mas me parece generelizado seu julgamento. Vi recentemente aquela merda do Battleship – A Batalha nos Mares e em se tratando de som não deveu a nada ao original, hoje com o Bluray acho que a qualidade melhorou e muito. Claro que existem exceções, mas não é por isso que deve-se generalizar.
– Você está falando de um ator (dublador) que reinterpreta o outro ator. Se reinterpretação é sinônimo de estrago, como se explica o sucesso de releituras de Hamlet, O Fantasma da Ópera nos teatros, ou os famosos remakes no cinema (bem, alguns não devia ter existido mesmo…) e regravações de músicas onde as vezes fica melhor do que a original (particularmente acho a versão de ‘A Little Help From my Friends’ do Joe Cocker melhor do a dos Beatles)? E no mais, o gosto do público é o que deve prevalecer, não gosta daquela voz? Veja a original.
– Nesse caso, sou obrigada a retificar o que eu disse acima. O dublador, antes de tudo, é um ator, mas ele interpreta dentro da sua arte. Ele não precisa de se preparar como o ator do filme fez. É claro que, uma má dublagem estraga a interpretação do personagem, mas isso, cabe de melhorias técnicas e lógico, a repercussão do público.
Enfim, o importante é usar do debate como o Pedro e o Felipe fizeram, e não da ignorância como esse dito jornalista da Época escreve, tentando juntar seu clube de haters só porque não tem culhão de apontar o dedo pra quem merece; as distribuidoras que realmente não dá a opção pro espectador.
Debate sempre é bom e acrescenta muito ao tema, mas só fazendo um adendo em questão ao segundo ponto que levantei. Uma dublagem difere da regravação de uma música ou do remake de um filme pois, nesses casos, está se dando toda uma nova interpretação da obra. No caso da dublagem está se alterando um único aspecto da atuação, mantendo o resto.
Muito obrigado pelo comentário, Tatiana. Precisamos mostrar esses fatos para essa dita “elite intelectual” do país, que no fim das contas apenas acabam incorrendo em egoísmo e elitismo exacerbado. Infelizmente, são às opiniões dessas pessoas que a maioria dos brasileiros tem acesso.
Foda-se tudo, quero um abacaxi pra enfiar no cú do Guilherme Briggs.
A voz do saudoso Darcy Pedrosa é, definitivamente, A VOZ do Coringa. Digo o mesmo para o Márcio Seixas e o Batman.
E Chaves, alguém consegue assistir com o áudio original?
Em geral, eu prefiro assistir filmes e ´series legendados, porém é burrice condenar a dublagem. Concordo plenamente que a solução é dar possibilidade de escolha.
A voz do coringa é o Mark Hamill é a do batíma o Kevin Conroy.
ps. chaves é melhor no audio original, basta ver no youtube.
pq vc existe? vc tem problemas intestinais?
Eu posto aqui, logo existo.
E não tenho problemas intestinais, só quando cago de rir aqui nesse site, adoro todos, beijo na sua bunda.
Concordo com o Angry, retiro tudo que eu disse.
Almighty, me engana que eu gosto =D. hahahhahahah
Fui anotando mentalmente os argumentos pra tentar discutir depois, mas ficou impossível. Não sou contra a dublagem. Acho que taxar de metidos a intelectuais as pessoas que defendem os filmes legendados é tão ridículo quanto achar que todo mundo que vê filme dublado é analfabeto funcional. Na verdade, nunca vi esses casos de defesa do fim da dublagem pela mídia, tão citados durante o texto. Mas honestamente, não entendo o motivo de defender a dublagem como melhor ou, pelo menos, tão boa quanto o filme legendado. A dublagem é um processo muito mais caro, demorado, que exige muitos profissionais e que sempre tem um resultado final ruim. No caso de animações, acho que a dublagem não chega a prejudicar o filme original, como acontece nos outros casos, mas mesmo assim costumo optar pelo áudio original, já que é péssimo ficar evitando contato com a cultura de outros países como acontece na maior parte dos cinemas na Europa e nos EUA. Não acho uma discussão tão relevante assim, pra falar a verdade. Mas alguns casos me preocupam e o que não falta é gente que não vê filme legendado porque tem preguiça de ler.
Aí o link do texto em questão
http://revistaepoca.globo.com/cultura/luis-antonio-giron/noticia/2012/06/abaixo-dublagem.html
Felipe,
se você ler o texto com atenção verá que em nenhum momento adotei um ponto de vista extremista de que “dublagem é o melhor”. Eu particularmente prefiro em muitos casos ver a filmes legendados. O que estou condenando no texto é exatamente as posições que querem resolver a falta de opção exterminando a dublagem. Essa ideia, como deixei claro no texto, é desproporcional e beira o nível de patético. Eu defendo sim que todos devemos ter opção de optar entre legendado/dublado, mas acho que condenar a dublagem é um desrespeito a esta que é uma forma de arte. Os “metidos a intelectuais” são esses que querem rechaçar uma forma de arte apenas para atender os seus pontos de vistas pessoais. E digo mais, são egoístas.
E, por fim, se você não entende o por que de defender que filmes dublados são (ou podem ser) tão bons quanto filmes legendados é porque você não compreende totalmente o que significa toda essa arte. Independente disso, você tem sua opinião e todos devemos respeitá-la. Basta você não ir ver os filmes dublados.
Pedro, eu entendi teu ponto no texto. Mas acho que o problema tá nisso que tu disse. Entender a dublagem como forma de arte. É bem complicado respeitar a dublagem como arte se ela, para existir, desrespeita completamente uma outra forma. A gente não pode esquecer que dublar um filme, por melhor que seja o resultado final, é um tremendo desrespeito com quem trabalhou no original (que o digam os atores e principalmente o pessoal da mixagem de som). Eu não consigo desconsiderar isso quando o assunto é esse. Mas concordo totalmente contigo na questão da opinião. Eu não gosto de dublagem e detesto esse pessoal que fica reclamando de canais dublando séries e filmes. Nunca tive problema de falta de opção pra ver legendado e acredito que enquanto a internet existir não vou ter.
Não consigo entender esse seu ponto de vista, de que para respeitar a dublagem como expressão artística. Você tem que desrespeitar o cinema, como tal. Não vejo onde uma coisa possa ferir a outra. São partes de um todo.
Você ainda diz que no caso de animações, a dublagem não chega a prejudicar?
Animação é pensado pra ser dublado. E não necessariamente você tem um casting fechado, inspirando os seus personagens neles. Um exemplo que pra mim é claro nisso. É Up, da pixar. O trabalho de dublagem do Chico Anisio, é tão bom, que parece que o personagem foi feito inspirado nele.
E isso não é uma forma legítima de arte?
Rafael, sinceramente, não vejo como isso não possa ser um grande desrespeito a todos os artistas envolvidos no original: http://youtu.be/b5rqWKZZXw8
Você pegou um exemplo ruim para generalizar o ramo.
Desrespeito ao cinema é fake 3D. Isso sim, é desrespeitar e ainda cagar na cabeça do público, cobrando mais caro.
Não é um tremendo desrespeito, pois a versão original sempre vai estar disponível A dublagem apenas é uma outra versão daquela obra…
Ué, mas a Época fez uma matéria impressa defendendo a dublagem com unhas e dentes. Essa é só uma coluna de internet, acho que a posição do veículo ficou bem clara na outra reportagem.
Tá na cara que essa matéria foi comprada, em nenhum momento a Época “defendeu com unhas e dentes”, pelo contrário, ela foi desonesta e anti-ética pois quis sobrepôr o dublado em função do legendado. Isso tudo pra tentar legitimar perante o público a falta de escolha que as distribuidoras nos tem dado.
Pablo, foi isso mesmo que eu disse. Acho que só me expressei mal.
Um ponto que não foi falado é que o argumento de “adulterar a obra e o trabalho do ator” vai por água abaixo porque os filmes são redublados 2 ou 3 vezes EM SEU PRÓPRIO PAÍS DE ORIGEM, ou vocês acham que o stallone falando palavrão vai passar ao meio dia nos EUA?
Um grande problema que enfrentamos aqui no Rio de Janeiro, é que cada vez mais os cinemas estão exibindo apenas as versões dubladas dos filmes. Vc sai de casa pra assistir o filme da sua preferência e qd chega ao cinema, só encontra aquele filme dublado em todos os horários disponíveis.
O problema não é a dublagem brasileir, que aliás é excelente, mas sim a política dos cinemas.
Concordo com essa sua crítica. É isso o que sustento. A ausência da opção é totalmente errada! Mas também é errado colocar a culpa disso na dublagem, que é o que o “movimento” faz.
Eu não gosto de assistir filmes dublados, porque? Gosto pessoal.
Também não sou a favor do movimento Contra Dublagem, embora ainda ache escroto ser obrigado a ver um filme que eu quero dublado por não ter uma copia legendada dentro das 4 salas que tão exibindo o filme. Ou pior, como foi no Vingadores, ser obrigado a ver em 3D(não gosto tb, ainda mais pelos fakes 3D, só peguei isso) pq a unica sala legendada era 3D. Eu apoiaria esse movimento de “contra dublagem” se fosse algo temporário, pois há pessoas que falam que filme legendado deveria sumir, então para essas pessoas verem o que é ter que ficar catando onde tem uma copia que você quer ver.
QUanto ao “analfabeto” e “preguiça de ler”, não é maioria, mas tem isso. Eu mesmo ja escutei VARIAS vezes ‘não gosto de filme legendado, não consigo acompanhar as legendas’, “não gosto de filme legendado, não gosto de ler” e afins, e como qualquer pessoa que quer ofender sem argumentos pega alguns poucos fatos aumenta e usa isso contra.
As distribuidoras querem só dublado? Eu baixo.
Sou contra extremismo de qualquer tipo, mas sinceramente, dublagem não é algo que me faça sentir a menor vontade de defender. A verdadade é que de uns tempos pra cá surgiu uma onda de pagar um pau absurdo pra dubladores, por isso muita gente se posiciona a favor deles. Mas na hora do vamo ver, quem aqui vai no cinema e ESCOLHE VER DUBLADO?
Acho que o valor da dublagem tá na nossa memória afetiva, de coisas vistas na tv. QUANDO NAO HAVIA OPÇÃO. Hoje, ainda há necessidade? Claro, pra uma parcela do público, mas eu nao estou nela, e acho que a maioria aqui também não.
Muito mais interessante seria uma campanha contra o “ABAIXO O 2D LEGENDADO”, que é o que parece que as distribuidoras/exibidoras de cinema estão promovendo.
Nunca pensei que fosse dizer isso, mas eu concordo com o nosso querido fanboy da depressão…
Abaixo o 2D legendado? Não entendi.
Na linha do que alguns comentaram antes. Tá se proliferando sessões 3D, ou dubladas, ou ambas. Tá cada vez mais difícil achar uma 2D legendado, entao PARECE que os cinemas adotaram isso de “Abaixo o 2D legendado”.
Se você reclama de dublagem, eu o desafio ver Chaves com a voz original
Original sempre é melhor! sempre, sempre!
“Por isso, não acho que os dubladores devam ser banidos. Ao contrário, o serviço deles é útil e, não raro, artístico”
Trecho extraído do texto que original este post, que acaba de se tornar irrelevante e apenas uma tentativa de angariar acessos através de um assunto polêmico.
E você descobriu isso só agora? Tsc tsc tsc…
Você deveria ler o texto inteiro pra tentar entender onde reside a crítica.
É o velho, veja bem, eu não tenho problemas com (vitima do preconceito), eu até tenho amigos (vitima do preconceito). Mas temos que admitir que a maioria dos (vitima do preconceito). São isso, aquilo e aquilo outro.
Você não honra o nome que usa.
Existem, sim, pessoas mais “radicais” que se opõem completamente à dublagem, mas creio que a maioria dos que defendem as legendas são a favor da opção. O tal movimento que você citou busca justamente isso.
E outra coisa. Assim como alguns que defendem os legendados generalizam as coisas e dizem que todo mundo que gosta de filmes dublados é preguiçoso, muitos que defendem os dublados generalizam o outro lado, dizendo que quem assiste filmes legendados é “intelectual”, coisa que você faz nesse seu texto, Pedro.
Tenho plena consciência (assim como, creio, a maioria dos que preferem legendados) de que, se os filmes legendados estão perdendo espaço, a culpa não é dos dubladores. Respeito esse trabalho, mas não pagaria para assistir a um filme dublado. Infelizmente, vejo que logo não terei mais a opção de assistir a um legendado, e a alternativa será esperar o lançamento em DVD. Uma pena.
Silvana,
Primeiramente, gostaria de ressaltar que você faz parte de um grupo seleto frente às pessoas que preferem filmes legendados. E gostaria de acrescentar que eu mesmo faço parte desse grupo, pois apesar das ideias que eu defendi, assisto filmes legendados em uma maior proporção do que a filmes dublados. Sim, e isso por si só já mostra que você se equivocou em sua interpretação quando diz que eu “generalizei as pessoas que assistem a filmes legendados como intelectuais”. Na realidade, quanto a essa parte, minha crítica reside única e exclusivamente para as pessoas que se dizem intelectuais e propagam as idéias extremistas, as quais aponto no texto, em veículos de grande circulação. Condeno são essas pessoas. E, repito, eu mesmo assisto mais filmes legendados, portanto, faço parte do mesmo grupo que você.
Não. O tal movimento não busca apenas a opção. Como o próprio nome do movimento diz (“ABAIXO À DUBLAGEM”) eles querem a opção através do cerceamento (ou do fim, sem preferir, da dublagem). Condeno esse movimento porque ele é desproporcional. Infelizmente, são vários os indivíduos que condenam sim à dublagem como se essa fosse a razão para que encontremos cada vez menos opção nas salas de cinema. Repito, são apenas esses indivíduos que estou criticando.
Por fim, acho que você tem que ser um pouco mais otimista, pois apesar de defender a continuidade da existência da Dublagem, EU MESMO quero a opção de poder assistir filmes legendados. Portanto, estamos no mesmo time e queremos a mesma coisa, Silvana. O único ponto que fiz no meu texto é contra o extremismo supracitado (e tentei contra argumentar esse extremismo com uma defesa ao que eles atacam). =)
Ah, mais uma coisa. Gostei bastante do site “Boca do Inferno”! Parabéns! =)
Falou e disse! Concordo plenamente com o seu texto 🙂
Vi seu comentário no texto daquele rapaz ignorante da revista época que nem vale dizer o nome. Fiquei muito indignado com o texto dele, ele ofendeu o trabalho de várias pessoas sem nem uma razão, sendo que a culpa da dublagem ficar no lugar das legendas é culpa das distribuidoras.
Não tenho muito o que acrescentar ao seu texto, ele é bem completo. Você está de parabéns, colocou exatamente o ponto em que aquele “ignorante” deveria ter chego.
O único problema é que ele não pode expressar algo pessoal dele, pois ele é formador de opinião para milhares de pessoas.
Tem mais um texto que vale à pena ser visto que é bem semelhante ao seu: http://jurassicast.com.br/2012/06/14/a-estupidez-do-elitismo-legendado/
Sou muito fã da dublagem brasileira, eles fazem o trabalho deles com muito carinho e nos traz trabalhos de alta qualidade, ainda mais os que você citou em seu texto.
É muito triste ver pessoas como o “ignorante” que nem sequer foi conhecer o trabalho destas pessoas para depois colocar o assunto em pauta.
Obrigado pelo texto, um grande abraço!
filme dublado é castigo
A solução é uma só: dar sempre a opção da legenda para quem assiste, mantendo o filme em sua originalidade,uma vez que a dublagem MUTILA A OBRA. Não precisa ser nenhum amante da sétima arte para perceber isso.
Prezados, é um exagero tambem achar que só devemos ter cinema dublado. Todos os paises estimulam o 2º, 3º e 4º idioma, e ai eu escuto que devemos valorizar a lingua do pais, rsssss não é possivel, os caras traduzem errado, falam errado.. alem do mais vai aprender a lingua na escola.
E quem disse isso?
Leia o texto novamente.
Boa tarde a todos!
Infelizmente vivemos em um época onde a cultura da preguiça é vangloriada, concordo que pessoas mais velhas, crianças, (quando digo crianças, me refiro abaixo de doze anos, pois um pessoas de treze ja tem capacidade de ver um filme legendado , se ela quiser é claro,) tem o direito de ver o filme dublado, quer dizer , todos tem o direito, mas se pararmos um pouco pra pensar, talvez seja um direito que nos prive de trabalharmos um pouco mais a nossa leitura, a nossa valorizaçao da arte, ver filmes dublados vicia, a pessoa fica preguiçosa, so quer assistir dublado, quando um filme é legendado, torce o nariz , não assiste o filme, perde a oportunidade de apreciar de fato aquele trabalho, a maioria opta pela versão dublada por preguiça mesmo, ninguem quer fazer um esforço sequer, que futuro guarda uma juventude que tem preguiça de ler, qualquer pessoa pode ver o filme que quiser, na versao que quiser, dublado ou não, mas essas pessoas deveriam pensar um pouco sobre optar pelo que é mais facil, mastigado, ou pelo mais prazeroso, satisfatorio, entendo que isso é relativo, mas quando se trata de cultura devemos nos esforçar um pouco para aprendermos a valorizar a arte como ela é realmente feita. Não desvalorizo o trabalho do dublador, só não gosto do resultado, por mais bem feita que seja uma dublagem, ela ainda fica bem distante do original, não importa se a culpa é do estudio, dos empreendedores, o resultado final para qualquer amante de cinema é insatisfatorio, mas nem todos são amantes de cinema, por isso a dublagem se alastra pelo pais nao nos dando opçoes de vermos o filme legendado. O que me deixa triste é ver as pessoas optando pela dublagem sem conhecerem de fato o outro lado, para fazermos escolhas coerentes devemos conhecer bem as duas partes das quais uma vamos optar, do contrario vamos sempre escolher a de mais facil assimilaçao. Se qualquer critico de cinema postar que só assiste filmes dublados,coitado, sua carreira vai pro lixo. Não sou contra dublagem, mas sou contra a preguiça de ler, principalmente dos jovens. A verdade é que com a chegada do dvd, e as opçoes de audio, ter a opçao de assistir ao filme sem precisar “fazer um esforço colossal para ler aquelas legendas tão rapidas” se tornou a nova moda. Que me perdoem os dubladores, mas espero que essa moda passe, quem se beneficia com isso são os donos de cinema e afins, voce que está indo ao cinema ver o seu filminho dublado está perdendo uma opotunidade de exercitar o seu cerebro. Abaixo a preguiça.
ESSES DUBLADORES COM VOZES MEDÍOCRES,DESTRUINDO O TRABALHO DOS ATORES.