Confesso que não sou fã dos formatos das histórias de Martin Mystère. Os arcos que duram várias edições ainda vão lá, mas alguns que duram uma edição e meia como esse O Exército de Terracota não me são muito atraentes. De qualquer forma, o arco que se iniciou no primeiro volume, O Mistério em Pequim, encontra uma conclusão bastante divertida, já que abraça de vez o absurdo e a galhofa.
Com roteiro de Alfredo Castelli e ilustrações de Salvatore Deidda, Os Guerreiros de Terracota corresponde à edição 74 das aventuras do Detetive do Impossível lançada em 1988. A trama complicada e de certa forma clichê se iniciou na edição anterior onde Martin e sua trupe viajam até a China e se metem numa enrascada política e se vêem as voltas com mercenários, artefatos místicos, espionagem e eventos que podem ter conclusões catastróficas. Ao final dessa primeira edição, Martin se vê tendo que enfrentar um dragão e a grande vilã da história que foi rejuvenescida após uma baforada dele.
A conclusão da história é um tanto mais movimentada e divertida do que seu início e meio que pareciam um tanto arrastados. Aqui, Martin tem que usar de todo o seu repertório para escapar até mesmo dos Guerreiros de Terracota que em um determinado ponto ganham vida. É interessante observar como que o roteiro joga abusa dos predicados do Detetive do Impossível, visto que a todo momento um novo evento mágico ou absurdo surge para ele enfrentar. Enfim, a conclusão é por demais divertida e salva uma história que parecia fadada a ser apenas razoável.
Já a segunda história, que conclui na edição seguinte, coloca Mystère e sua equipe em uma trama onde eles vão investigar uma série de crimes violentos e inexplicáveis que aconteceram na fronteira da Califórnia com o México. Impossível não traçar um paralelo com Arquivo X e Supernatural, principalmente com a primeira, pois o clima de mistério que permeia a trama em muito lembra os episódios de “Monstro da Semana” do já clássico seriado. Porém, a interrupção da história me faz lamentar, pois a curiosidade pra saber o seu desfecho é muito grande.
Enfim, ainda que eu tenha uma certa preferência por seus companheiros de editora como Dylan Dog e Nathan Never, essa edição de Martin Mystère me fez olhar com mais carinho para as suas aventuras.