Eu Vi o Diabo (I Saw The Devil), ou em seu título original Akmareul Boatda é o sexto filme da carreira do diretor sul-coreano Jee-woon Kim, o mesmo de Medo (Janghwa, Hongryeon ou A Tale of Two Sisters) de 2003 e que recentemente se arriscou no mercado norte-americano com o filme O Último Desafio, com Arnold Schwarzenegger.
O cinema oriental e sul-coreano estão na moda faz alguns anos, e boas produções têm sido feitas neste país, principalmente nos gêneros suspense e terror. Eu Vi o Diabo, de 2010, vêm nesta mesma toada. A sinopse é a seguinte: Um policial de uma agência de elite da Coréia do Sul (que não é especificada) tem sua esposa (filha de um policial local) assassinada brutalmente por um serial killer. O marido então jura vingança e, com a ajuda do sogro, parte em busca dos suspeitos até encontrar o assassino e dar a ele uma dose de seu próprio veneno, até as coisas saírem do planejado. Até aí a premissa flerta com o desejo secreto de praticamente todos os seres humanos: a vingança nua e crua que todos desejariam colocar em prática caso algum membro de nossas famílias sofresse o mesmo destino da mulher do policial.
Com 2h23 de duração, o longa estabelece muito bem os personagens, o conflito e a trama logo na primeira meia hora. O que segue a partir daí é o plano do marido, Kim Soo-hyeon, em perseguir o assassino como ele persegue suas vítimas. Porém, apesar de no início a premissa ser empolgante, as sequências de perseguição e violência vão aumentando e causando um certo desconforto, não só pela apelação gráfica, mas sim pela falta de tensão. De um cenário de mundo real, o filme vai adquirindo contornos mais americanizados de super-policiais que conseguem fazer de tudo a toda hora, desde manejar vários tipos de armas até lutar de várias formas com várias pessoas ao mesmo tempo, o que faz o filme destoar da proposta inicial.
A fotografia, que mostra uma moderna Coréia do Sul em pleno desenvolvimento em contraste a uma pobreza tradicionalista que teima em sobreviver frente ao furacão do capitalismo, é interessante e ajuda a entender o embate entre o comportamento brutal de um lado dessa sociedade com a civilização, que falhou em compreender e cooptar as contradições desse processo.
As cenas brutais de violência no começo também conseguem chocar pela maneira crua e fria que são filmadas, mas este mesmo excesso causa, no decorrer do filme, uma banalização dessas cenas, que ao invés de chocar, passam a incomodar, pois deixam de acrescentar algo que faria diferença na história e soa mais como apelação do que efeito narrativo. A suposta lição dada ao policial pela sua hesitação tanto em resolver o caso por conta própria, quanto para abandoná-lo e deixar nas mãos dos policiais, soou infantil, além de mal resolvida, pois sua vingança contra o assassino passa a atingir outros níveis, mas em momento algum oferece redenção ou mesmo uma explicação para as ações do protagonista, que deixa de ser um justiceiro passional para ser outro fora-da-lei sem razão.
Em geral o filme possui bons momentos e uma boa premissa, mas o fetiche sadístico do diretor acaba prejudicando a excelente ideia inicial e o foco de sua narrativa.
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Texto de autoria de Fábio Z. Candioto.
Hahahaha… Na boa, esse filme tem que ser vangloriado, se vc e um zé bunda que entende tudo como apelação, fique longe, O filme e simples de facil entendimento, com uma lição clássica sobre vingança, ate na porra do chaves do SBT já falaram disso, se não entendeu… tem mais e que voltar a ver seus filminhos bundas feito no estados unidos mesmo. ahahahahahhaa…
Acho que não dá pra encarar como “sadismo”, pelo menos não puro e simplesmente. Isso é uma característica do cinema oriental e acho que de maneira alguma isso deve ser levado como um fator negativo.
Quando é usado em função da história sim, como em Oldboy, por exemplo. Nesse caso penso que ficou sem rumo.
Não acho que seja questão de ser usado em função da história. Os livros de roteiros de filmes orientais apontam isso como algo cultural e típico deles, não acho que isso seja algo que diminua o filme, apenas um detalhe daquele povo maluco… hehehe
Bom, discordo da nota. Esse filme é foda e me deixou sem respirar, como diria o falecido Alboquete
concordo com kinglotar. Otimo filme, muito vioklento.