Uma extensa ponte dá acesso ao antigo templo. O jovem Wander, junto de sua égua Agro, carrega o corpo de uma mulher, Mono. Quando chega ao templo, Wander clama pelos espíritos antigos e implora para que revivam a mulher. Os espíritos aceitam o encargo em troca de uma “simples” tarefa: matar os 16 colossos daquele mundo. Quem é esse jovem rapaz? E a garota morta? Os espíritos são malignos? E o que é um colosso?
Shadow of the Colossus, desenvolvido pelo Team Ico, trouxe uma aventura épica ao Playstation 2 que, posteriormente, foi remasterizada no Playstation 3. Os conceitos artísticos, aliados às batalhas grandiosas, fazem deste jogo uma obra única. O jogador precisará explorar aquele vasto local, encontrar os colossos e matá-los impiedosamente. Cada monstro possui uma forma e ações diferentes. É preciso observar seus comportamentos para descobrir um meio de eliminá-los. Cada monstro possui diversos pontos fracos espalhados pelo corpo, indicados por símbolos brilhantes. O jogador precisará, na maioria das vezes, escalar o corpo gigantesco e encontrar estes símbolos para golpeá-las até ceifar a vida da criatura. É interessante notar que os colossos têm pêlos em seus corpos, os quais serão necessários para a escalada.
A jogabilidade não é um primor. Ela funciona bem para a proposta do jogo, mas algumas coisas são estranhas, em especial o pulo extremamente lento e a câmera. Os comandos respondem bem, apesar de serem um pouco travados. Apesar disso, as batalhas são inesquecíveis e propiciam uma experiência única.
Wander utiliza uma espada para matar os monstros. Esta mesma espada emite um feixe luminoso que aponta a localização dos colossos, mas isso não facilita tanto a busca pelos monstros. O feixe aponta em uma linha reta, e não mostra o caminho exato que você deve percorrer. Isso torna alguns colossos um pouco difíceis de encontrar. Wander também carrega um arco e flecha, que será mais útil para caçar lagartos (que servem para aumentar sua resistência), pegar frutas (que aumentam seu life) e auxilia na batalha de alguns colossos.
O mais interessante é que o jogo se resume a batalhas de chefes, mas possui um apelo artístico gigante. O design de cada colosso é bem peculiar, apesar da semelhança entre alguns. Os personagens se comunicam em um idioma fictício e a narrativa é minimalista, entregando apenas o essencial para que o jogador monte a história em sua cabeça. Não há pontos muito definidos, tudo é subjetivo, cabe a você interpretar da sua maneira. É tão bem feito que até hoje, uma década após o lançamento, os fãs debatem infinitas teorias sobre o jogo. As cavalgadas pelas vastas planícies da Terra Proibida criam momentos de solidão entre uma batalha e outra, levando o jogador a refletir “Por que eu estou fazendo isso?” enquanto vislumbramos os belos cenários. E que trilha sonora! Impossível ouvir as músicas de batalha sem vir à mente algum dos colossos.
Este é um daqueles jogos obrigatórios que trazem uma experiência singular. Improvável que o jogador saia incólume após terminar esta grande obra de arte que resistiu bravamente ao tempo e ainda é capaz de emocionar. Fumito Ueda, junto de sua equipe, deu à luz a um dos jogos mais autênticos de todos os tempos. Os defeitos são esmagados pelas inúmeras qualidades. Um jogo de ação que exige paciência e raciocínio. Artístico e não pedante. Grandioso e minimalista. Uma verdadeira experiência.
Esse é bão!