Na primeira temporada, vimos um Bojack Horseman decadente, no ostracismo, querendo reerguer sua carreira e voltar aos holofotes. Para isso, contratou uma escritora-fantasma, Diane, para escrever sua autobiografia. Entre problemas de relacionamento e drogas, Bojack finalmente vê seu livro publicado, que faz grande sucesso. Isso trouxe notoriedade ao cavalo, que já foi escalado para fazer um filme. A partir daí, começa a segunda temporada.
Esta animação original da Netflix foi uma grande surpresa do ano passado e consegue se manter em bom nível de qualidade. Enquanto que na temporada anterior vimos um Bojack autodestrutivo, nesta teremos um Bojack tentando ser mais humano, repensando sua vida e fazendo o possível para andar na linha. O ator se esforça para buscar aquilo que falta em sua vida, mas que ele mesmo não sabe ao certo o que é.
Bojack será o protagonista de um filme sobre Secretariat, um famoso cavalo de corrida. No início, tem dificuldades para encontrar o tom do personagem e chega a questionar suas próprias capacidades de atuar. Será que os nove anos à frente do seriado Horsin’ Around o manteve na mediocridade da atuação?
O estilo de humor se mantém firme e forte, talvez um pouco mais ácido. As toneladas de referências continuam a pipocar na tela, em sua maioria de forma sutil, em segundo plano nas cenas, uma sacada muito boa que não se torna cansativa. A série não tenta forçar referências bobas para que o espectador médio se sinta inteligente. Ele simplesmente joga a referência. Quem pegar, pegou. Fique de olho no cenário, nos personagens ao fundo, nos acontecimentos ao redor. Verá que a construção das cenas é muito rica, às vezes chega a ser assustadora a quantidade de detalhes que passará batido pela maioria dos espectadores. Isso mostra a qualidade na produção.
A temporada se arrasta um pouco na primeira metade. Os pontos desenvolvidos são interessantes, o problema é a falta de ritmo. Porém, a segunda metade engrena de uma forma absurda.
Grande parte do elenco da primeira temporada retorna. Will Arnnet (Bojack), Aaron Paul (Todd), Amy Sedaris (Princesa Carolyn), Alison Brie (Diane), Paul F. Tompkins (Sr. Peanutbutter), e todos estão muito bem. Alguns nomes conhecidos aparecem, como Lisa Kudrow fazendo a voz da nova personagem Wanda, e uma aparição inusitada e divertida de Daniel Redcliffe interpretando ele mesmo (e tirando um sarro da própria cara). Importante dizer que a dublagem brasileira continua excelente, mantendo o espírito adulto da série, não poupando palavrões e termos grosseiros.
Bojack Horseman é um favor à cultura pop. Uma animação adulta, repleta de referências que não subestimam o espectador. Nem tudo é extremamente inovador e genial, mas o conjunto da obra é maravilhoso. Quem gostou da primeira temporada pode assistir à segunda sem medo.