Scott Pilgrim é um jovem roqueiro de Toronto, meio lesado, desempregado por opção e que mora com um amigo gay – os dois dormem na mesma cama, pois só têm uma. Sua rotina consiste em jogar video game, ensaiar com sua banda horrível, namorar uma colegial porque isso é simples (um namoro em que nem pegar na mão rola) e basicamente não fazer nada. Scott está satisfeito com sua preciosa vidinha. As coisas mudam quando ele se apaixona pela misteriosa americana Ramona Flowers: pra ficar com ela, Pilgrim terá que derrotar os sete membros da Liga dos Ex-Namorados do Mal de Ramona.
A maluquice acima é a sinopse de Scott Pilgrim Contra o Mundo, lançamento da editora Quadrinhos na Cia. para livrarias e comic shops. A edição reúne os dois primeiros volumes da série, de um total de seis. Trata-se de uma criação do cartunista canadense Bryan Lee O’Malley, e de obra independente e underground rapidamente se tornou cult, aclamada e premiada. E como não poderia deixar de ser, virou filme. Dirigido por Edgar Wright (de Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) e estrelado pelo onipresente Michael Cera e a coisinha linda que papai do céu botou na terra, Mary Elizabeth Winstead.
Mas qual é a dessa hq, afinal? É até meio difícil descrever, pois é algo diferente de tudo. Uma coisa única. Acho que Scott Pilgrim, no fim das contas, é como as cebolas e os ogros: tem camadas. A primeira, mais visível, é uma comédia romântica. Engraçadinha, bonitinha… e completamente viciante, por conta do carisma dos personagens. O traço, aliás, causa um certo choque à primeira vista, por ser MUITO caricato, tosco até. Mas em pouco tempo você se acostuma e percebe que o autor consegue passar uma expressividade absurda com um desenho tão simples.
A segunda camada é a da diversão non sense. O clima de história realista é quebrado quando chega a hora da pancadaria: superpoderes, elementos de games (os inimigos são derrotados e deixam moedas e itens!), além de um humor insano e incompreensível as vezes… creio seja humor canadense, sei lá. Também há referências mil à cultura pop em geral (quadrinhos, games, música, cinema, etc.) e uma certa metalinguagem, quando alguém pergunta algo do passado e Scott diz “deixa isso pro próximo volume”.
E por fim, mais uma camada, essa nas entrelinhas: o retrato social de uma geração. Aí reside a genialidade de O’Malley, e é o que diferencia as OBRAS-PRIMAS do resto no mundo do entretenimento, a capacidade ser profundo e simples ao mesmo tempo. Scott e aqueles que o cercam estão na fase da vida que alguns chamam de pós-adolescência, vinte e tantos anos. Quando as pessoas estão começando a enfrentar as responsabilidades (e chatices) da vida adulta, com a síndrome de Peter Pan batendo forte. Medo do que vem pela frente, vontade de mandar um f*da-se pro mundo e só se divertir. Fala sério, quem não se identifica com isso? Nosso herói Scott atravessa essa jornada de crescimento e amadurecimento, seja psicológico, emocional, financeiro… HUMANO.
Por tudo isso, é uma obra recomendadíssima para todos, sem ressalvas. Esqueça qualquer preconceito e curta essa viagem. Quer você aproveite só uma, duas ou as três camadas, sem dúvida vai valer a pena.
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Texto de autoria de Jackson Good.
Literatura homonerd.
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passo. =/
Nessa eu discordo também.
Scott Pilgrim é infantil demais… é uma necessidade incrível de re-criar um universo nerd e usar o máximo de referencias possíveis e imagináveis. Os personagens são fúteis.
É o malhação nerd.
Jackson “The Blockbuster Guy” Good gosta de Scott Pilgrim?? WTF??
Eu confesso que sigo a mesma linha sua para qualquer tipo de obra. Se tiver massaveísse coerente, foda-se o resto!
Vou te dizer que já fui até a locadora do Re-refalecido Ultra para “alugar” Scott Pilgrim e voltei na metade do caminho… Talvez seja legal, mas definitivamente não é pra mim…
ˆ_ˆ
De qualquer forma, parabéns pela coragem de ler e de escrever aqui, Jackson.
Ja ne!
gente scott pilgrim é só uma coisa engraçadinha e nada mais do que isso…