Nicho de mercado responsável pelas maiores bombas do cinema, os filmes de terror, ano após ano, ocupam espaço no mercado com uma saraivada de lançamentos absolutamente genéricos e com pouca ou nenhuma inovação nas tramas, linhas narrativas e, principalmente, relevância das histórias que contam.
Dominação, que chega aos cinema essa semana é um excelente exemplar da falta de criatividade no terror cinematográfico. Na trama, Seth Ember, vivido por Aaron Eckhart, é um padre exorcista que nega tal denominação, pois acredita ter criado uma maneira alternativa de expulsar demônios de seus corpos hospedeiros. Entrar no subconsciente do “receptáculo” e plantar ali a ideia de que nada daquilo seria real. Sim, a semelhança com A Origem é real, mas se encerra aí, já que o quê se vê na tela é uma das piores histórias já filmadas.
Basicamente sem roteiro para sustentar suas duas horas de duração, o filme apela para uma série de clichês de outras obras do gênero e apresenta como resultado uma espécie de filme Frankenstein, composto por pedaços de várias outras obras facilmente identificáveis ali. Algumas sequências são tão sofríveis que nem o talento do protagonista pode fazer algo em defesa do longa.
A parte isso, temos ainda erros grotescos de direção de Brad Peyton. Desde a direção de atores até as áreas técnicas como iluminação, design de produção e etc. São enquadramentos que simplesmente não favorecem a história contada e que dificultam qualquer tentativa de simpatia pelo filme. Acrescente a esta equação erros de continuidade e o que temos é um péssimo começo de ano para o cinema de terror.
Para não citar apenas comentários negativos sobre o filme, o trabalho de trilha sonora confere alguma maturidade para a trama. Sendo bastante modesto, porém assertivo em seus crescendo e silêncios que envolvem e pautam o andamento do filme.
Aaron Eckhart aparentemente padece do mesmo mal que Nicolas Cage na escolha de seus trabalhos. Escrevendo uma curva descendente em sua filmografia que parece não ter previsão de voltar a apresentar possibilidade de melhoria.
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Texto de autoria Marlon Eduardo Faria.