Retsuko é uma jovem trabalhadora japonesa de 25 anos extremamente mediana. Tem uma vida razoável, sem grandes conquistas, trabalha por um salário baixo e deseja uma situação melhor. Para aliviar suas frustrações e descarregar um pouco do stress cotidiano, a simpática panda vermelha vai a um karaoke para cantar seu estilo de música preferida: DEATH METAL!
O maior elemento de humor deste anime é o contraste das atitudes de Retsuko. Diante das pessoas ela tenta ser a maior chapa-branca do mundo. Porém, ao cantar seu death metal no karaoke, aquela aparência fofinha se torna algo totalmente agressivo e raivoso, daí o título da série (Aggressive Retsuko). O contraponto utilizando o death metal lembra um pouco Detroit Metal City, e pode agradar os fãs deste.
Todos os personagens são animais antropomorfizados e, em sua maioria, seguem o padrão kawaii da protagonista. Não à toa, uma vez que a animação é pela Sanrio, a mesma criadora da Hello Kitty. Uma das exceções a este visual é o chefe da empresa, um porco que, enfurecido, fica com olhos vermelhos. O fato do chefe da empresa ser um porco nos remete, inevitavelmente, à obra de George Orwell, A Revolução dos Bichos, mesmo não havendo um debate sócio-político na série.
Ao longo dos dez episódios desta primeira temporada lançada pela Netflix, Retsuko tenta encontrar formas de ter mais sucesso, e geralmente pensa em escapismos ou métodos cômodos. Este é um ponto interessante, mostrando uma personagem fraca e insegura que, aos poucos, amadurece, mas nem tanto.
Os episódios são um pouco mais curtos que o normal, tendo 15 minutos de duração. O tempo reduzido dá mais celeridade ao ritmo da narrativa, sendo bem tranquilo maratonar a temporada em pouco tempo. O ritmo acelerado talvez seja uma herança dos curtas animados que estrearam dois anos atrás.
Por mais que a série traga aquele humor exagerado e, por vezes, boboca, existem alguns subtextos interessantes sobre a vida adulta. Nada muito pesado ou filosófico, mas ainda assim interessante. Quem não gostar desse estilo de “humor com japonesices” ou mesmo do visual bichinhos-kawaii certamente vai odiar. Aggretsuko não se propõe a ser uma série profunda ou extremamente elaborada, mas diverte e pode render boas risadas.
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