A morte é a única certeza da vida? E se existissem pessoas imortais? Esta é a realidade em Ajin, anime transmitido pela Netflix baseado no mangá homônimo.
Ajin foi a denominação criada para aqueles humanos imortais. Fisicamente, eles não possuem nada de diferente. A única (?) forma de descobrir que humanos são Ajins é pela morte. Foi justamente o que aconteceu com Kei Nagai. O jovem estudante tinha um vida absolutamente normal até ser atropelado. O acidente fatal é presenciado por seus colegas, que ficam horrorizados com a cena… até Nagai se levantar instantes depois como se nada tivesse acontecido.
Neste momento, todos, inclusive ele próprio, descobrem que Kei Nagai é um Ajin. O garoto fica assustado, sem saber o que fazer, enquanto seus colegas e transeuntes já manifestam a vontade de capturá-lo para ser recolhido pelo governo, visto que, segundo boatos, existe uma recompensa para quem capturar uma criatura imortal. Criatura? Monstro? Mas até aquele momento, Kei Nagai era um estudante comum, tinha uma vida comum, rotina comum. Nunc fez mal a ninguém. Nem ele próprio sabia que era um Ajin. O simples fato de ele ter esta “pequena” diferença fez com que fosse julgado como um bicho a ser capturado. Ele não escolheu nascer um Ajin. Por que merece passar por isso? Estes são os vários questionamentos que passam pela mente do garoto.
Os primeiros episódios focam bastante nessa questão de Kei Nagai se ver em uma situação de fugitivo simplesmente por ter uma condição que não escolheu. Tanto que são as melhores partes da temporada. Porém, ao longo dos episódios, o ritmo cai, outras questões ofuscam a trama e acaba se tornando um pouco menos interessante. A aparição de outro Ajin, Sato, será muito importante para a história, visto que tem planos de mostrar que os Ajins são superiores aos humanos, e que não serão subjugados por eles. Semelhante, inclusive, ao que Magneto fez em várias histórias de X-Men: nós somos melhores e mais fortes que os humanos, quem eles pensam que são para querer nos eliminar?
Existe toda uma controvérsia ao redor dos Ajins, visto que, segundo rumores, os governos de diversos países realizam experiências bizarras com eles, ao nível de Josef Mengele na Alemanha nazista. Apesar de imortais, os Ajins ainda sentem dor. Entretanto, por terem sido identificados algumas poucas dezenas de Ajins ao redor do mundo, são “criaturas” raras, e isso faz com que os governos se achem no direito de fazem com eles o que bem entenderem.
Os elementos sobrenaturais envolvendo os Ajins são bem moderados, sem raios e explosões. É algo bem sóbrio para os padrões anime, embora não poupem as cenas violentas.
Toda essa questão ética é muito forte, apesar de ser ofuscada em vários momentos pela narrativa arrastada. Isso fica bem nítido nesta primeira temporada. Apesar dos deslizes, foi um bom início de história que seguirá de forma mais coesa na segunda temporada. Vale destacar a qualidade de animação e da dublagem brasileira.
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