John Ottway (interpretado por Liam Neeson) é um atirador contratado por uma empresa petrolífera para defender os campos de trabalho contra lobos. O local de trabalho localizado no Círculo Ártico é descrito rapidamente pelo protagonista como o próprio inferno. Os que estão ali querem se distanciar da sociedade assim como John. Tudo muda após um acidente de avião em que Ottway e mais algumas pessoas sobrevivem, porém devem enfrentar a sobrevivência em um lugar gélido e cheio de lobos famintos à espreita.
Liam Neeson lidera o filme do começo ao final. Seu personagem com tendências suicidas se vê na obrigação de ajudar os seus colegas frente a uma situação de sobrevivência em que é claramente mais experiente. O ator realiza um excelente trabalho guiando um personagem que acaba buscando sua redenção lutando contra sua própria natureza.
Em um filme que se busca sufocar a humanidade frente o natural, todos os personagens acabam tendo sua importância. Tirando o destaque de Liam Neeson, os outros sobreviventes tem suas próprias naturezas e personalidades sendo exploradas de maneira modesta, mas ainda assim considerável. O roteiro possui esse pequeno buraco, porém essa falha acabou sendo camuflada dando abertura para que boa parte do desenvolvimento desses personagens secundários se dessem por mérito dos atores.
O diretor Joe Carnahan tenta levar a essência do ser humano ao limite. Apesar de achar que isso poderia ter sido levado em um patamar mais acima, de uma forma que sentiríamos a “claustrofobia” causada pela natureza sufocando o ser humano, acredito que o filme realiza um pouco dessa sensação de forma justa e satisfatória. Boa parte disso se resolve até mesmo pelo habitat gélido que está ali presente, quase como um personagem opressor que castiga os personagens.
A Perseguição nos leva aos limites da tensão dramática. Os indivíduos presentes no filme não estão apenas enfrentando lobos, que quase que estrategicamente se aproveitam do clima para enfraquecer os homens e matá-los um a um, mas suas próprias naturezas e instintos. Como o próprio pai de John Ottway escreveu em uma poesia quando jovem: “você vive e morre neste dia”.
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Texto de autoria de Pedro Lobato.
– Texto de autoria de Pedro Lobato.
Não é um filme pra qualquer um ver.
Longe de ser um entretenimento pra toda família, mas vale a pena.
Esse Joe Carnahan fez ‘Narc’ um dos melhores filmes policiais que já vi. Depois começou a fazer umas merdas por aí, mas voltou com decência dirigindo ‘Esquadrão Classe A’. Vamos ver se esse é bom.