Afastando-se do tradicional costume de produções com desastres e catástrofes mundiais, Roland Emmerich se volta para uma teoria a respeito da origem do dramaturgo William Shakespeare, polêmica fundamentada por um estudioso em décadas passadas, afirmando que um dos maiores da literatura mundial era apenas um ghost writer de um nobre inglês.
Antes que o absurdo gere protestos ou reclamações, Anônimo é um interessante exercício shakespereano. A trama inicia-se no próprio teatro com um ator apresentando a importância do dramaturgo e pedindo ao público um pouco de audácia para ouvir uma outra história sobre a origem deste mito. É a partir dessa história dentro da história – elemento clássico do autor – que conhecemos seu argumento.
Um dos fundamentos principais para afirmar que William Shakespeare foi apenas um objeto de um escritor desconhecido se relaciona ao pouco material histórico encontrado do dramaturgo. Como um mero ator de teatro, há quem afirme que William não teria formação suficiente para escrever as peças e o fato de ter morrido sem nenhuma posse confirmaria sua função de fantasma. Afirmações que vão contra uma gama vasta de escritores que, mesmo iletrados ou sem uma formação acadêmica, produziram grandes obras literárias.
No filme, o autor das conhecidas histórias mundiais viria da pena de Conde de Oxford, um apaixonado pelas letras mas que, oprimido pela família, prefere compor suas obras as escondidas. Encontrando na figura deste dramaturgo a possibilidade para escoar, de tempos em tempos, sua produção, alimentando a lenda de William Shakespeare.
Leitores que possuem afinidade com o bardo podem reclamar do exagero da narrativa mas não devem deixar de admirar diversas cenas famosas de suas peças que, mesmo entrecortadas, aparecem em cena em diversas apresentações. Pois, a potência de Shakespeare foi tão grandiosa que atraiu a própria Rainha além das massas populares que lotavam o teatro para assistir suas obras.
A produção de Emmerich tem um figurino tão apurado que mereceu a indicação ao Oscar. É curioso compreender porque diretor tenha se interessado por uma história que nada tem a ver com seu projeto constante de destruição mundial. Mesmo valendo-se de uma teoria fraca que tem mais imaginação do que realidade, a história é divertida e não deixa de ser um exercício de questionamento sobre a potência de grandes escritores. Mais importante é que o público saia deste filme desejando saber mais sobre Shakespeare, debruçando-se em sua obra única e ilimitada. Mesmo que Shakespeare não tenha sido este que conhecemos, a força de suas histórias falam por si só.
Deu vontade de assistir ^^
Assista, esse filme é bacanissimo. nem parece ser desse diretor tosko ai. rsrsrs
Lembro-me de assistir a este filme sem saber de que se tratava. A história possui um embasamento em conteúdo histórico tão bem escrito que poderia se passar por fatos verídicos. As cenas de guerra nem são tão épicas como mostradas no trailer, e a trama não fica piegas nem destoante num objetivo de uma contra proposta à arte de Shakespeare. Pelo contrario, tona-a ainda mais atraente e genial.
Ao contrário de certos filmes, trata-se de uma idéia trazida a tona, de uma lenda baseada em outra lenda. Não tenho capacidade para dizer se esta pode ser dita como real ou como pura ficção, mas o filme convence em certos pontos sem ao menos quebrar a qualidade das obras do autor.
Gostaria de dizer um pouco mais, mas minha opinião não foi feita para mudar os ideais ou os gostos dos outros, apenas para pura diversão.
Vejam o filme.