Se há dois gêneros cinematográficos que ninguém pode negar que estão tendo bons momentos é o horror e os tão populares filmes de super-heróis. Então, não parece tão utópica a tentativa de unir os dois em um só, já tivemos Blade nos cinemas e o tão adiado Os Novos Mutantes que deve sair ano que vem, porém o representante este ano é Brightburn: Filho das Trevas, filme dirigido por David Yarovesky e com produção de James Gunn, o responsável por Guardiões da Galáxia. Mas mesmo tão promissora, essa reimaginação da história de Superman é tão rasa e sem graça que no fim é difícil se lembrar se queríamos mesmo essa mistura.
Um jovem casal, interpretado por Elizabeth Banks e David Denman, escuta um pequeno meteorito cair próximo a sua fazenda no meio da noite e descobrem que na verdade o pedaço de pedra especial carrega uma nave alienígena com um bebê. Anos depois, após suspeitar de sua origem, o rapaz desperta fortes poderes alienígenas e, vestido com uma capa vermelha e uma máscara, passa a espalhar um rastro de morte.
Os primeiros minutos do longa logo denunciam que de fato a produção não é muito inspirada, as cenas não funcionam entre si dando a impressão que a versão final está faltando partes pontuais, problema que reverbera na montagem de todo o longa. Personagens somem da narrativa, cenas com efeitos visuais sofrem de cortes bruscos e nem os momentos de suspense têm sucesso em criar tensão.
E mesmo que o elenco não esteja exatamente afiado, Jackson A. Dunn no papel desse “super-herói do mal” funciona na maioria das vezes, principalmente por conta da violência gráfica de seus ataques que dão o único senso de gravidade do filme, pois se afasta da ideia de filmes de super-heróis que o público está acostumado. Porém, no fim, o longa acaba sendo só o resquício de uma boa ideia que não conseguiu ir além disso, nem as pistas descaradas no final para novas sequências ou universo compartilhado conseguem animar por conta do gosto amargo da boca. Não diverte e não instiga, Brightburn: Filho das Trevas acaba saindo como imemorável.
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Texto de autoria de Felipe Freitas.