Os dez anos em atividade de Los Hermanos foram o suficiente para transformar a banda de um promissor grupo de rock, fundamentado pelo hit radiofônico Anna Júlia, a uma banda que flertava com o rock alternativo e uma mistura de estilos variados que lhe proporcionaram dois grandes álbuns. Após anunciar um recesso em 2007, a banda retornou após cinco anos para uma turnê comemorativa do 15º aniversário da banda, feito realizado novamente em 2015 com um sucesso semelhante que demonstra a devoção de seu público.
Dirigido por Maria Ribeiro, Los Hermanos – Esse é Só o Começo do Fim da Nossa Vida é um registro que compartilha com o espectador a afeição pela banda, motivo que revela parte da intensão deste longa-metragem que vai além de registros de shows mas pouco se expande como um documentário. A câmera acompanha in loco a banda durante a turnê comemorativa por diversas capitais do país como um observador natural, inserido no cotidiano das viagens, registrando conversas, momentos de lazer e o antes e após dos espetáculos.
Há poucas falas diretas dos envolvidos para a câmera, exceto em pequenos momentos para pontuar acontecimentos que marcaram a banda, como um breve resumo da trajetória, cujo primeiro passo importante foi no evento Abril Pro Rock em Recife; o retorno aos palcos após o hiato e, talvez, uma das dúvidas que mais incomodaram os fãs: os motivos de encerrar a banda. Depoimentos que, mesmo importantes, não configuram um estilo narrativo devido a sua escassez.
O registro se sustenta fundamentalmente como um observador da intimidade da banda, com canções filmadas na íntegra no palco, além da reação dos fãs. Como tais shows foram realizados somente em capitais, podem ser representativos para a parcela que não conseguiu estar presente nestas apresentações. Ainda que nada de novo se apresente, o documentário confirma a boa integração da banda e a adoração de seus fãs que ainda continuam fervosoros mesmo após quase dez anos do encerramento do grupo.
Como o documentário segue a cronologia da turnê, o final é eficiente ao registrar na íntegra a última canção do último show comemorativo. Simbolizando a trajetória da banda por estes shows e encerrando a obra no momento preciso em que as cortinas se fecham após o último espetáculo, uma estratégia pontual para demonstrar a intenção do registro, bem como trazer ao público a emoção catártica do encerramento.
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