Josh Radnor é um ator conhecido por interpretar Ted Mosby na sitcom How I Meet Your Mother. Esta película é sua estreia na direção de longas metragens, Happythanksmoreplease é um filme leve, com pitadas de humor com aparência de filme independente, mas com uma falsa cara de “história despretensiosa”.
Sam Wexley, personagem de Radnor é em muitos aspectos a contraparte evoluída de Ted Mosby: inseguro, busca desesperadamente algo que não consegue alcançar, não sabe aonde quer chegar, distraído, enfim, a diferença básica entre Ted e Sam é a atmosfera, enquanto em HIMYM é o tom jocoso, em Happythanksmoreplease há um quê de subjetividade, o gênero oscila entre dramédia e história de amor e superação.
O protagonista é um escritor que não consegue emplacar um romance, só escreve histórias curtas (contos), e que vai conversar com um editor sobre um dos seus trabalhos. No metrô a caminho da entrevista, ele encontra Rasheen, que se perde de sua família adotiva, e com o desenrolar do enredo, o menino vai morar com Sam. A relação dos dois poderia ser algo bonito e sensível, mas soa muito forçada, Rasheen “ajuda” o sujeito a se aproximar de uma garota e imediatamente depois eles ficam amigos – a transição entre completos desconhecidos que só tem a solidão como algo comum em grandes “amigos de fé” é muito rápida. Se Josh Radnor fosse um ator com uma capacidade dramática um pouco maior, talvez isso passaria despercebido.
Há outros núcleos protagonizados por amigos de Sam, mas estes não são muito bem explorados, essas histórias paralelas deveriam ser melhores pensadas, como com a personagem de Zoe Kazan (Mary Catherine), que é prima de Sam e está numa encruzilhada com o namorado. Poderia ser legal, mas a história e a atmosfera em volta dela são tão descartáveis que se retirassem seu personagem e o de seu namorado do filme, quase não se notaria diferença, parece que eles estão lá apenas para preencher espaço no roteiro.
Já com Malin Akerman – que interpreta a melhor amiga de Sam Annie – é diferente, apesar de seu drama ser ligado a um clichê (ela sofre um tipo raro de câncer, e não tem cabelos graças ao tratamento) e do romance do seu personagem ser meio piegas, sua atuação empresta muita veracidade a história, e o ponto alto do filme, méritos para a atriz, mais reconhecida pela beleza do que pelo talento.
Tudo Acontece em Nova York é passável. Parece uma história pessimista e conformista mas sua máscara cai rapidamente, a mensagem final é extremamente otimista e sugere que o certo é esperar o melhor da vida, mesmo que a realidade momentânea aponte o contrário.
Boa crítica! Tenho uma opinião parecida. Escrevi no meu blog sobre o filme e fiz um vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=FXAXG6MK9Rk