A Flip acabou. E demorei 12 horas para chegar em casa com uma conexão em São Paulo que quase temi não pegar por um congestionamento na Dutra, ocasionado por um caminhão de Skol tombado na pista.
A cobertura do evento se finaliza, não antes de pontuar pequenos acontecimentos que ficaram de fora, tamanha a quantidade de informações.
Paralelos
Há muitos eventos paralelos ao evento principal. O risco de perder alguma boa palestra é alta mas inevitável. Assim como não se deve se espantar caso descubra mais um evento paralelo na cidade que você não tinha ideia que acontecia.
Muita gente bonita
Há uma quantidade incontavel de pessoas, dos mais variáveis tipos. Tanto que, mesmo que saiba que há muitos escritores conhecidos transitando no local, a chance de encontrá-los é quase nula. Isso quando não olhamos diversas pessoas com o pensamento acho que ele é um famoso e eu não sei quem é e nem vou perguntar porque isso é babaca.
FLIP/inha/ona/off
Não vi a Flipinha. Não vi a OffFLIP. Pude ver duas palestras da FLIPZona para perceber que os paralelos também são bons e se destacam também pela informalidde. Vi duas mesas: Grafite, quadrinhos e afins, com Eloar Guazzeli – engraçadíssimo, talentoso e maluco – e Meton Joffilly, grafiteiro normal perto do Guazelli. E Teatro, Música e Literatura, com Paulo Scott – que participou também do evento principal – e falou sobre todas suas conexões literárias com tais vertentes e, tão conectado com os dias de hoje, não parou um momento de tão agitado.
Crachá
Entre a equipe de apoio, parceiros, imprensa e etc, o que mais se vê em qualquer lugar é gente usando crachá. É sempre divertido ver alguém com eles e tentar ler as letras míudas do nome e veículo. Sim, eu fiz isso. Sim, tentaram ler muitas vezes o meu.
Cidade Histórica
Tem que ter muito amor no coração para não se irritar com as pedras históricas do Centro de Paraty. Se precisar correr de um local para outro, mesmo que saiba que a distância é curta, comece a chorar. Vá devagar ou tropece.
Livraria
A Livraria da Travessa foi a responsável pela Livraria da FLIP. Só não entendi por que em um evento de literatura não se fez uma única promoção de livros. No próximo ano, coloque a Submarino lá para comprarmos 5 livros por R$50, por favor, Miguel Conde.
FLIP x Mercado Editorial
Os organizadores da FLIP são mais inteligentes que o mercado editoral brasileiro. Não que precise muito, talvez. Mas muitos dos autores vindos ao evento não tinham nem sequer um livro traduzido no país. O livro de Lydia Davis foi lançado em 2007 e somente agora, menos de um mês antes da FLIP, foi lançado no país. E este é apenas um exemplo.
Mesmo não conhecendo nada sobre os bastidores, imagino que aconteça um lobby para saber qual editora pode contribuir para trazer alguns autores e se estão favoráveis a lançá-los no país. Somente isso pode explicar.
Além do fato de, é claro, a maioria desses autores são literatos com maíscula. E literatura boa raramente vende. Mais fácil publicar best seller do que sanar com alta demanda grandes bons escritores que ficam sem lançamento aqui. Não digo que os populares não tenham espaço. Mas é uma pena que ainda exista essa polaridade.
TOP o que?
O G1 fez um TOP 10 da FLIP e, provavelmente, eles não assistiram ao que eu assisti. Elegeram a palestra improvisada de Tobias Wollf com Juan Pablo Villalobos uma das melhores da festa, dando destaque para Villalobos como carismático. Não que o mexicano não seja, apenas era claro que os autores estavam fora de sintonia e, para mim, isso não faz da mesa uma das melhores.
Agora sim, acabou!
Este colunista agradece a leitura dos textos e pede desculpas por eventuais deslizes. Foi uma oportuna união de espaços a ida à Paraty e a cobertura do evento. Em um mundo ideal, a cobertura seria feita diariamente, mas o dia é curto para ir ao evento, almoçar e jantar, caminhar pela cidade, dormir e escrever a cobertura das mesas. Mas, se querem poucas palavras, a FLIP e todos seus paralelos são excelentes e vale a pena.