Valerio Massimo Manfredi é um historiador e arqueólogo italiano, também jornalista e escritor. Nesta trilogia, conta a história do príncipe macedônio que, depois de adulto, passaria a ser conhecido como Alexandre Magno – ou Alexandre, o Grande. O primeiro volume aborda do nascimento à adolescência de Alexandre. No segundo volume, o rapaz, agora general Alexandre Magno, desafia e enfrenta o exército persa e parte para a conquista do Extremo Oriente. O terceiro volume fala de suas últimas aventuras, até sua morte precoce aos 33 anos.
Mesmo com um tom mais de professor e menos de contador de histórias, o narrador consegue levar consigo o leitor. Não há como negar que os livros são muito mais agradáveis de ler do que a Wikipedia – ou uma enciclopédia (leitores com mais de 30 anos entenderão). Ter optado por uma linguagem um pouco menos acadêmica foi uma boa escolha, caso contrário a leitura se tornaria cansativa demais, apesar de o enredo ser bastante interessante. O macedônio tem uma personalidade forte e coleciona tantas aventuras que o tornam o sonho de consumo de qualquer biógrafo.
Como toda trilogia, o segundo volume não é tão bom quanto os demais. Talvez o fato de os eventos serem um pouco repetitivos – Alexandre reúne um exército, trava algumas batalhas, expande seu império, que não é o bastante, então ele avança novamente; reúne um exército, trava batalhas, expande o império, e ainda não é o bastante; e por aí vai. Há ainda o agravante de que a descrição das guerras é um pouco imprecisa, não conseguindo criar tensão suficiente para que o leitor não pense em abandonar a leitura.
Fica claro o cuidado do autor em contar a história de Alexandre com o máximo de detalhe possível, querendo imergir o leitor na narrativa. Contudo, na maior parte do texto, o tiro acaba saindo pela culatra. O narrador assume um tom professoral desnecessário, e o texto acaba soando didático demais. Tem-se a impressão de estar lendo a biografia dentro de um livro escolar. Talvez agrade a alguns leitores. Porém, pode-se afirmar com certeza que não agrada a muitos outros – principalmente leitores habituados a um estilo narrativo similar ao de Bernard Cornwell, especialista em novelizar eventos históricos.
Para quem gosta de romances históricos – ou história romantizada – a trilogia é uma boa leitura, apesar de seus altos e baixos, desde que o leitor não se incomode com a descrição “morna” das batalhas. Também é uma ótima opção para apagar da memória aquele filme de 2004, Alexandre, dirigido por Oliver Stone, em que Colin Farrell interpreta o imperador.
–
Texto de autoria de Cristine Tellier.