Reuben Atlee, um velho juiz da pequena cidade de Clanton, Mississipi, envia uma intimação aos filhos, Ray e Forrest, convocando-os para uma reunião de família em Maple Run, a mansão decadente em que passa os dias recluso desde que perdeu as eleições para um candidato mais jovem. Ray, o filho mais velho e formado em Direito, é professor universitário e mora em Charlottesville, Virgínia. Forrest, o mais novo, é um ex-viciado que salta de um emprego a outro. Ray é o primeiro a chegar para a reunião, e encontra o pai morto no sofá e um testamento recém-escrito na escrivaninha. Ao vasculhar os armários em busca de documentos, encontra dezenas de caixas repletas de dinheiro em espécie. E a decisão sobre o que fazer com o dinheiro definirá o que acontecerá com Ray dali em diante.
Exceto pelo fato de pai e filho serem formados em Direito, a trama não explora muito os meandros do mundo da advocacia, diferentemente da maioria das obras de Grisham. Não há grandes batalhas travadas dentro e fora dos tribunais, nem discursos inflamados dos advogados, nem estratégias explorando brechas nas leis. Mas nem por isso a intriga e o mistério que cercam os personagens são menos interessantes. Aliás, talvez por isso o livro consiga ser mais atraente para aqueles que não se interessam por thrillers jurídicos.
O suspense do livro é criado por dois mistérios. O primeiro — “de onde veio o dinheiro?” — é bem explorado e se desenrola aos poucos. Afinal, a renda de um juiz, ainda mais um juiz aposentado, não justificaria aquela fortuna. E o leitor, assim como Ray, vai recebendo e seguindo algumas pistas falsas até finalmente encontrar o fio da meada. O outro mistério, o clássico “whodunnit” — quem está perseguindo e ameaçando Ray — revela-se bem menos interessante e de resolução quase óbvia a partir de certo ponto da narrativa.
Apesar de pouco explorada no livro, a questão sobre o que fazer ao encontrar tal montante de dinheiro naquelas circunstâncias é bastante cativante. Impossível não parar alguns minutos, várias vezes durante a leitura, e ponderar sobre qual seria nossa reação. Possivelmente daí advenha o maior atrativo do livro, já que em termos de suspense e originalidade da trama ele fica bem aquém de outros romances do autor.
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Texto de autoria de Cristine Tellier.
Eu já tentei ler um livro do Grisham (O Corretor), mas não gostei da escrita dele. Apesar de criar um enredo interessante e bons personagens, ele enrola demais, tornando a leitura bem cansativa em muitos pontos. Isso acontece neste (e nos outros) livros também? Pelo menos a história parece interessante.
Almighty, não li “O Corretor”, mas li esses e mais alguns (O Advogado, O Recurso e Inocente), gostei de todos eles. Logicamente, segue uma fórmula, mas é bem escrito, ágil e com temas interessantes. Infelizmente “A Intimação” é o pior dos que eu já li. Mas enfim, desses livros, nenhum deles achei uma leitura cansativa.
Bom saber.
Alguém poderia me ajudar e fazer um comentário a respeito deste livro para que eu entenda o que ocorreu? Digo, um breve resumo…obrigado.
Nao entendi o que você quis dizer.
Li este livro e fiquei um tanto decepcionado, pois gosto muito deste autor e fiquei fascinado com livros como O Juri e Dossiê Pelicano. Entretanto, após lê-lo e procurar resenhas, entendi que o autor não queria mesmo escrever um thriller jurídico e quis criar uma história de mistério e investigação, por isso, compreendo a história e até posso dizer que é razoável, porém faltou ao autor maior exploração das relações entre os personagens e dramatizar mais a vida dos principais, creio que ai sim teríamos um grande livro.