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  • Resenha | Vingadores Sombrios #1

    Resenha | Vingadores Sombrios #1

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    Escrita pelo premiado Jeff Parker (de Batman 66 e Red She Hulk), os Vingadores Sombrios eram um grupo financiado pelo antigo antagonista do Homem-Aranha, Norman Osborn, renovando a questão proposta nos anos clássicos pelo Esquadrão Suicida da DC, que reunia malfeitores em torno de um viés de justiça, e claro, da diminuição de suas penas carcerárias. O grupo de detratores estava em crise, apesar do ímpeto de seus participantes em se readequar à mesma sociedade que sofreu com suas ações.

    O começo da trama mostra o supervisor do grupo, Luke Cage lavando suas mãos por causa dos fracassos de suas empreitadas, praticamente entregando seu cargo. Logo, seus antigos subordinados o encontram, com Ragnarok, Flecha Certeira, Aranha Sombrio e Dama Tóxica, que funcionam quase como clones “bizarros” (outra referência a DC Comics) dos originais Thor, Gavião Arqueiro, Homem Aranha e Feiticeira Escarlate, respectivamente.

    Mesmo querendo se desvencilhar da pecha de ser uma equipe ligada aos Vingadores – ainda que suas ações sejam muito mais escusas – Cage é impedido de se retirar por seus superiores, decidindo então inserir mais um personagem acessório chamado Skaar, que era supostamente o único filho do Hulk.

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    O fato de explorar dramas unicamente de “vilões” e ex-malfeitores abre uma nova gama de assuntos a serem discutidos dentro da revista: desde o uso indiscriminado dos que estão à margem da sociedade até a desfaçatez do governo estadunidense em inserir o time reserva dos Vingadores para executar toda sorte de trabalho sujo, provando a descartabilidade de cada um de seus membros. Além disso, o roteiro faz referência à briga entre as contrapartes, focando na questão de serem parecidos os grupos de protagonistas e antagonistas com Os Thunderbolts, que também estão sempre no limiar entre o banditismo e o heroísmo forçado.

    Impressiona as semelhanças entre o modus operandi desta parte do grupo dos Avengers, e um outro paralelo alegórico, organizado pelo escritor inglês Warren Ellis nos primeiros arcos de Authority, ainda que os detalhes de “escravização governamental” sejam muito mais arbitrários neste Vingadores Sombrios. A utilização de outras figuras vilanescas, como Fanático, além de figuras underground como Homem-Coisa; mesmo com figuras tão diferentes entre si, o script segue coeso e despretensioso, divertido em cada página e reflexivo.

    O desfecho do roteiro abre um precedente óbvio para a continuação das aventuras dos subordinados de Cage, mas revela também uma coesão poucas vezes vista em histórias escapistas da Marvel, tanto em entrosamento quanto em inspiração no mentor, que sequer estava de acordo com os desígnios iniciais da famigerada equipe, que seguiria seu destino a partir das lacunas éticas do principal grupo de vigilantes da editora, explorando tramas escusas com galhardia. Tudo isso obviamente bem orquestrado pela narrativa visual intensa de Declan Shalvey.

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  • Resenha | Batman ’66

    Resenha | Batman ’66

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    Algumas representações do Homem-Morcego nestes 75 anos, desde sua criação, se destacaram a ponto de se transformar em ícone pela popularidade. A série de 1966 ainda é uma destas referências conhecidas pelo público como as aventuras repletas de SOC! TUM! POW!

    Esta representação do Batman refletia a percepção da época, em que a realidade estava em segundo plano para a realização de um programa feito para o divertimento. Não faltavam histórias aventurescas com intrigas promovidas pelos maiores inimigos do herói e que, quase sem limites, desenvolviam as maiores artimanhas a favor do crime.

    Batman ’66 retoma o estilo característico da série em uma edição em capa dura lançada pela Panini Comics com as quatro primeiras edições desta série, lançadas originalmente em dezembro de 2013, com três encadernados e mais um crossover com Besouro Verde lá fora. São sete histórias que seguem à risca a narrativa televisiva contando com a presença de famosos vilões, como Charada, Pinguim, Mulher-Gato, O Chapeleiro, e outros desconhecidos e improváveis como Cabeça de Ovo, criado para a série e interpretado por Vicent Price, sendo incorporado na cronologia do personagem na década de 90.

    As histórias mantêm um aspecto inocente da série, vilões planos que não tinham nenhum objetivo além de ganhos próprios e o costumeiro desejo de dominar o mundo. A criatividade dos roteiros dependia da capacidade de cada escritor em desenvolver argumentos e traquitanas para as situações apresentadas. Nesta homenagem, Jeff Parker assina os roteiros sem perder a mão no processo criativo, resultando em uma dupla de heróis com um arsenal invejável de Bat-objetos para cada e qualquer situação apresentada. Os recursos televisivos de mudança de cenas e a narrativa em off também permanecem, emulando a agilidade do seriado. Bem como as soluções que revelam o modus operandi dos heróis, sempre escalando os prédios com a bat-corda e utilizando o simples mas essencial cinto de utilidades.

    Os desenhos, assinados por Jonathan Case, Ty Templeton, Joe Quiñones e Sandy Jarrell, garantindo a vertente um tanto lúdica da série, fogem do realismo em traços mais cartunescos, capazes de representar os personagens da série e manter uma caracterização próxima dos atores que os representavam, sem desenhá-los de fato, algo que provavelmente encareceria o projeto devido aos direitos autorais de imagem de cada um. Case acrescenta um sombreado azul em suas cenas, como se simbolizasse um ruído comum às transmissões analógicas de outras épocas, demonstrando o decalque e a homenagem à série sessentista.

    A reverência a um período anterior do Morcego funciona como uma leitura mais leve, e deve atrair um público mais velho interessado em rever o Batman popular de sua época. Esta representação talvez não seja a única a ser revisitada. Rumores dizem que Joel Schumacher pretende escrever uma história dentro do universo de suas produções, cheias de cores e luzes.

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