Tag: Jim Abrahams

  • Crítica | Top Gang 2: A Missão

    Crítica | Top Gang 2: A Missão

    Hot Shot – Part Deux foi traduzido no Brasil para Top Gang 2 – A Missão, fazendo alusão ao nome do primeiro Top Gang – Ases Muito Loucos, e claro a Top Gun. Não faz muito sentido, afinal, a referencia em paródia do filme de Jim Abrahams são os filmes de ação de brucutus, em especial Rambo 2: A Missão. No entanto, toda a parte dublada da tradução brasileira é magistral, melhorando em muitas partes o roteiro de Abrahams e Pat Proft, e claro, ajudando o Topper Harley de Charlie Sheen soar ainda mais engraçado.

    O longa começa com uma ação americana, via submarino para logo depois, brincar com a imagem de Saddam Hussein, que já havia sido “bombardeado” pelo herói no primeiro filme. O ditador iraquiano é  mostrado como fã da cultura americana, um bufão, e usa biquíni e se masturba com um aspirador de sujeira. A crítica social é baixa e rasa, e não poderia ser mais engraçada dentro desse escracho, uma vez que a ideia da filmografia do cineasta é apelar para o ridículo sempre.

    Há um bocado de discussão política no filme, muito mais que no anterior, incluindo a crise de reféns, que foi mote em Braddock, Fugindo Para o Inferno e Rambo 2, corrida presidencial tendo Tomas ‘Tug’ Benson (Lloyd Bridges) que era almirante no outro filme como candidato a reeleição, e claro, uma tentativa de resgate de Topper Harley, com Sheen fazendo as vezes de Sly, incluindo aí até o mesmo mentor, com Richard Crenna fazendo Denton Walters, uma versão mais abilolada de Trautman, que reúne falas do personagem em Rambo 2 e Rambo 3, algumas literalmente iguais.

    Top Gang 2 reaproveita de certa forma o Chris de Platoon, o recruta  que Sheen fez, além de ter paralelos também com os canastrões filmes de brucutu de Chuck Norris, como Invasão USA e Braddock: O Super Comando, no entanto o melhor dos comentário é exatamente zoando esse segmento do cinema, quebrando a quarta parede fazendo referência a volúpia masculina por  se provar o mais agressivo dos machões, fazendo troça com todo o homo erotismo dos action movies populares.

    Sheen está ainda mais à vontade e mais engraçado, não se leva a sério de maneira nenhuma, principalmente quando age como predador sexual. As piadas mais lascivas fazem Debi e Loide parecer um filme sério. Os reencontros que Topper sofre e a inserção  que fazem na floresta dão chance de realizar alguns confrontos, incluindo até a participação de Martin Sheen. Apesar de aludir há um secto de filmes maior que o do primeiro capítulo, esse tem piadas um pouco menos inspiradas, mas que são compensadas pela galhofa que o elenco se mete.

    Os momentos finais envolvem Saddam  e imitações baratas, como a luta de Ben Kenobi e Vader em A Nova Esperança, as cenas de reconstrução de T-1000 em Exterminador do Futuro 2, e obviamente, a filmes de resgate dos soldados estadunidenses em antigos territórios inimigos. O filme fica hilário nos vinte minutos finais, não só na luta entre Hussein e Benson, mas principalmente na discussão sobre Bungee Jump entre Michelle (Brenda Bakke) e Hamada(Valeria Golino), eu fazem insinuações sobre lesbianismo e bissexualidade das moças, que obviamente, causam alvoroço nos machões inseguros que formam o corpo militar americano. O final de Top Gang 2 é otimista, em atenção ao visto nos filmes ditos sérios da década passada, aludindo muito bem ao gênero que o originou, sendo até inteligente levando em consideração todo o besteirol que impera em seus pouco menos de 90 minutos de exibição.

    Facebook – Página e Grupo | TwitterInstagram | Spotify.
  • Crítica | Top Gang!: Ases Muito Loucos

    Crítica | Top Gang!: Ases Muito Loucos

    O começo de Top Gang!: Ases Muito Loucos, combina demais com o do filme que ele parodia, Top Gun: Ases Indomáveis – na verdade, o filme de Jim Abrahams tem nome original bem diferente, Hot Shots – e a música inspiradora, Sea Maneuvers, de  Sylvester Levay toca enquanto o porta aviões é ocupado por muitos palhaços, pessoas que jogam futebol, fazem churrasco, fazem coreografias ou simplesmente fazem baliza com as aeronaves como se fossem carros.

    Um tempo se passa até que a ação finalmente começa, e graças como aves desviando do avião e falando. Topper Harley personagem de Charlie Sheen é um piloto, que está escondido e que sonha o tempo inteiro com seus feitos da época que seu pai pilotava naves. Seu novo nome indígena, Tukanchilla é mais um argumento de deboche, que o faz esquecer (de certa forma) o trágico destino de Buzz seu pai. Logo, um superior o encontra e oferece uma segunda chance para ele, retornar a marinha.

    O roteiro de Abrahams e Pat Proft não tem qualquer vergonha em fazer troça, com um humor pastelão, contendo muitas piadas de peido, graça com a voz de personagens alterada por uso de gás hélio etc. No entanto, Topper não é tão diferente de Maverick, sua contra parte do filme de Tonny Scott, a diferença é que Charlie Sheen se leva menos a sério que Tom Cruise, principalmente por lançar mão de um humor típico do cineasta, o mesmo que fez Apertem os Cintos O Piloto Sumiu.

    A apresentação do personagem Jim “Wash Out” Pfaffenbach é curiosa, pois seu interprete, John Cryer, que faria dupla com Sheen em Two and a Half Men – também há um pequeno papel para Ryan Stiles que fez Herb Melnick na mesma série, um dos personagens recorrentes mais engraçados da mesma – infelizmente os dois tem poucas cenas juntos, mas já se nota uma química entre os dois. A essa altura, eles mal tem a química que teriam. Além de Top Gun, o filme alude a Nascido Para Matar, de Stanley Kubrick, além de resgatar elementos de Águia de Aço, de Sidney J. Furie, a imitação barata  do filme de Cruise, especialmente no que toca a questão de uma nova geração de pilotos surgir a partir dos filhos da anterior, embora aqui, mesmo com as piadas, seja mais plausível no outro filme. Há referências também a Rocky, Superman- O Filme e histórias românticas do cinema clássico, como Casablanca.

    Há muitas piadas nos fundos dos cenários, é preciso estar atento para perceber todas, além de repetir sempre a gag dos homens sentando em cima de um cachorrinho. Os flertes e o sexo são apresentados de forma caricata, exagerada  e muito engraçada. A primeira delas envolve uma festa gastronômica excêntrica e nojenta, em que o homem usa todo tipo de alimento para estimular o seu par, em um momento grotesco ao extremo.

    A ideia de humor de parodia dos anos 90 agravou o tom de besteirol da outra década, tudo é muito mais artificial e galhofeiro, e certamente Top Gang só funciona pelo fato de Sheen se levar pouco (ou nada) a sério, mas ainda assim, há críticas bem ácidas, como no que toca o Almirante Benson de Lloyd Bridges, um oficial antigo e bastante confuso em cada uma das suas ações, uma representação caricatural do homem velho da marinha, o senil, o sujeito que não tem qualquer noção de civilidade, de trato ou de comportamento humano básico.

    O paralelo que Topper faz, de que jogar para perder – ou seja, trair seu país – é errado como dormir com sua irmã (que apesar de ser uma boa moça e ter seios fartos, ainda assim é ilegal) é a síntese do quão descompromissado com a seriedade é o filme de Abrahams, que não se leva a sério sequer em seu combate final. Talvez se Tonny Scott assumisse um caráter parecido para o seu Top Gun, certamente ele seria menos vergonhoso, pois toda a estética da Marinha e dos aviões que a servem é patética ao extremo. Mesmo sem ter o intuito de fazer um comentário político, há uma reflexão sobre o quão mal preparados podem ser os militares dos Estados Unidos.

    Top Gangue Ases Muito Loucos é um filme de amigos, onde o elenco é formado basicamente por camaradas, conduzido por um Abrahams inspirado tanto em direção quanto nas tiradas cômicas, que conseguem ser ainda mais malucas e extravagantes que seus filmes anteriores, além de fazer uma troça bem justa com os clichês com o gênero de Ação e Aventura escapista que permeavam o cinema na segunda parte da década de 80.

    Facebook – Página e Grupo | TwitterInstagram | Spotify.