Review | Parasyte: The Maxim
Parasyte: The Maxim, de Kenichi Shimizu, apareceu somente este ano na Netflix, mas é um anime originalmente exibido em 2014. E mais, seu mangá, idealizado por Hitoshi Iwaaki, foi publicado mais de duas décadas atrás (recentemente publicado no Brasil pela Editora JBC).
O anime conta a história de Shinichi, um estudante japonês comum que mora com seus pais. Porém, alienígenas parasitas chegam à Terra e começam a tomar os humanos como seus hospedeiros, dominando completamente suas consciências e fazendo com que seus corpos se tornem armas bizarras (aquele body horror que só os japoneses sabem fazer, aliado à animação sempre impecável do estúdio Madhouse). Esses parasitas são pequenos e parecem vermes. Um deles tenta parasitar Shinichi, mas ele não consegue tomar seu cérebro. Esse parasita acaba tomando conta apenas da mão direita de Shinichi, e a partir daí eles viverão em uma espécie de simbiose (ou parasitismo?).
Esta série foi uma grata surpresa. Conseguiram criar uma história de narrativa ágil, intrigante e altamente “maratonável”. A cada dia Shinichi vai conhecendo melhor a forma de pensar de seu parasita, e o próprio protagonista acaba mudando de personalidade. Por diversas vezes, o jovem se vê tomando atitudes e pensamentos frios, mas nem se dá conta disso (ou será que sim?), o que leva a crer que, cedo ou tarde, ele pode perder sua consciência. Os parasitas têm um pensamento puramente racional, sem princípios éticos, até porque eles veem os humanos como mero alimento. E mais do que parasitas, eles são predadores impiedosos. O personagem também irá usufruir de algumas habilidades sobre-humanas e terá vários embates sensacionais.
A trama é repleta de reviravoltas, momentos engraçados e acontecimentos estarrecedores. A dualidade de Shinichi entre humano/parasita e os assassinatos brutais causados pelos alienígenas tornam a série muito interessante. Há muita violência explícita e momentos fortes. O estúdio caprichou na animação, e provavelmente você assistirá aos 24 episódios em poucos dias. Vale destacar a dublagem brasileira, bastante caprichada e surge como uma boa opção para quem quer evitar legendas, então fica a dica pra quem curte. Anime excelente, divertido, maduro e que pode trazer boas discussões. Ah, e mais um com música de abertura da banda Fear, and Loathing in Las Vegas.