Resenha | Hell NO!: Uma Busca dos Diabos – Bem-vindo ao Inferno
Hell NO!, do autor brasileiro Leo Finocchi, é uma HQ independente produzida graças a um financiamento coletivo. A trama se desenvolve em apenas quatro volumes que foram produzidos pouco a pouco. Quando analisamos os dois primeiros volumes, o terceiro ainda estava em produção. Finalmente poderemos falar do desfecho deste épico (?) quadrinesco saído de uma mente de sanidade duvidosa e lançado em duas partes pela Balão Editorial.
Vamos relembrar o enredo? O Diabo reinava normalmente no Inferno até que um de seus aliados próximos decide tomar o poder. Para evitar essa tentativa de golpe infernal, os três filhos do Diabo partirão em uma grande aventura em busca de relíquias que têm poder suficiente para fazerem frente ao subversivo demônio.
A interação entre os irmãos continua a mil por hora. Lúcio tenta levar as coisas da maneira mais lúcida possível, até porque é o único que possui mãe humana, então não possui uma alma completamente diabólica. O brucutu Satã, por outro lado, é um lunático que age por impulso. Por isso que Bel vive mediando as encrencas e brigas entre Lúcio e Satã, mas nem sempre ela é tão equilibrada.
Nossos “heróis” percorrerão vários locais para coletar as relíquias capazes de fazer frente ao poder do Tridente do Diabo, poderosa arma que está em posse do “vilão” que pretende tomar o poder no Inferno. No final do segundo volume, os irmãos chegam em uma igreja e possuem o corpo de um padre. O resultado disso está no início do terceiro volume em que já conhecemos uma das poderosas relíquias.
Depois eles vão até um templo isolado e lá conhecem alguém bem inusitado: Deus. O Todo-Poderoso, inclusive, tem uma ligação inesperada com eles. Ali conseguirão outra relíquia que, digamos, é esdruxulamente blasfêmica. Deus é retratado como um tiozão do churrasco, todo gente boa mas um tanto bobão.
Em seguida, os irmãos finalmente enfrentarão o demônio usurpador do trono demoníaco, voltando ao Inferno (o que justifica o nome do quarto volume, Bem-vindo ao Inferno).
Confesso que o desfecho da trama dividiu minha opinião sobre a obra. Obviamente não irei revelar o desfecho, mas tentarei explicar sem revelar nada. Houve uma espécie de anticlímax bobo, bem esdrúxulo, que praticamente tornou aquela aventura inútil. Ao mesmo tempo, isso até que faz sentido tendo em vista a pegada desta obra. O fator inusitado foi um ponto positivo, e por isso fiquei dividido quanto ao final. Isso faz com que eu recomende a leitura, pois é garantia de diversão, e presumo que essa é a principal missão desta HQ.