Crítica | Inferno na Fronteira
O cinema western sempre se caracterizou por trazer histórias épicas, majoritariamente de mocinhos corretos ou de personagens ambíguos. Inferno na Fronteira, lançado em 2019 mistura esses dois estilos e usa como base avida do lendário cowboy afro-americano Bass Reeves, primeiro vice-marechal negro dos Estados Unidos, enquanto residia no oeste do Rio Mississipi. Durante sua longa carreira entre Arkansas e Oklahoma, foi creditado a ele a prisão de mais de 3000 criminosos.
Nessa versão conduzida por Wes Miller, Reeves é interpretado por David Gyasi, e a trama se passa no ano de 1875. A produção bastante barata conta com um elenco interessante, como Frank Grillo e Ron Perlman, mas não possui na direção de atores um grande trunfo. Boa parte dos diálogos e interações são tão mal pensados que parecem emular as peças de teatro do ensino fundamental.
De positivo, existe a forma como a violência é representada, mas que certamente não agradará a todos. Para o fã de filmes de terror que busca uma produção com muito sangue e gore há um certo apelo neste longa. No entanto, isso é muito pouco e o filme soa um bocado trash. Sua narrativa se arrasta ao longo dos quase 90 minutos e faz o filme parece bem mais longo do que realmente é graças as cenas tão mal exploradas e a falta de ritmo. Isso fica bastante claro nas cenas de ação, a maioria delas bastante lenta, fazendo parecer que os pistoleiros estão todos lesionados de tão vagarosos que são os embates.
O fim de Inferno na Fronteira se dá com uma musica no estilo hip-hop, mas até esse apelo estilístico é tardio, caso fosse lançado antes e na trama principal ao invés de estar nos créditos poderia causar nas cenas algum caráter de inventividade maior e dinamismo. No final, toda a sequência de fatos soa genérica, sem qualquer traço de personalidade ou alma.
https://www.youtube.com/watch?v=zLKFPrIpHo0