Tag: Xavier Gens

  • Crítica | Exorcismos e Demônios

    Crítica | Exorcismos e Demônios

    A primeira coisa que é dita em Exorcismos e Demônios é que ele se baseia em fatos reais. O longa de Xavier Gens é mais um do filão de filmes de exorcismo, que se tornaram um sub gênero após o clássico O Exorcista de William Friedkin. Esse no entanto passa longe de parecer com o filme de 1974, ao contrário, pois o que mais chama atenção é o quão pobre é a produção em muitos sentidos.

    A história mostra Nicole Rawlins (Sophie Cookson), uma jornalista jovem e bela q investiga o estranho caso que envolve a morte de uma freira, e que recaiu sobre um padre. A questão é que assim que ela trava contato com um episcopal mais moço, se nota uma escolha por elenco muito parecida com o que aconteceu com Smallville, The OC e outras tantas series do final dos anos noventa e começo dos anos 2000, onde os corpos sarados e rostos bonitos passavam por cima da dramaturgia. Este filme ainda chega ao cúmulo de mostrar um padre vivido Corneliu Ulci com aspecto e aparência meio hispter, só faltando uma blusa de flanela por baixo da batina, mas ainda assim, o longa se leva bem a sério, apelando inclusive para jumpscares sem qualquer classe.

    Até os camponeses em volta da igreja misteriosa parecem ter saído de uma passarela de desfile, de tão parecidos com modelos. O suspense em volta do caso é mal construído, basicamente só jogam uma música edificante para esconder a total falta de preparação em matéria de clima. A tentativa de causar medo e receio são sabotadas pela forma que Gens conta sua história, repleta de lamentos em meio a slow motion, tornando toda a atmosfera irreal e saturada.

    As cenas de possessão são raras e tão caricatas que causam riso no espectador, tornando impossível levar a sério ao longo dos 90 minutos que se arrastam pela projeção. Há ainda mais algumas tolas tentativas de causar medo no espectador, com batalhas da mocinha contra o demônio se manifestando invisivelmente, além de um resgate do par romântico dela, que se lembrou há dez minutos de acabar o filme que tem um compromisso com o sacerdócio, apesar de obviamente ter cedido aos prazeres da carne com a nada carismática protagonista.

    O modo como Exorcismos e Demônios tenta causar incomodo e temor no espectador é através de vocalize nos possessos, uso indiscriminado de água dentro das casas (como se chovesse nesses lugares), além de dezenas de tomadas com câmera lenta, que fariam até Zack Snyder morrer de inveja. Sua falta de qualidade faz perguntar até se os membros de sua produção consideraram que esta cópia está realmente finalizada, visto a quantidade enorme de erros narrativos que ela comete, não acertando em praticamente nada.

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  • Crítica | Hitman: Assassino 47

    Crítica | Hitman: Assassino 47

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    Baseado na lucrativa franquia de video-games, Hitman – Assassino 47 resgata temas clichês como clonagem, máquinas humanas de matar e, claro, muita violência, na primeira tentativa de adaptar para o cinema o papel do Agente 47, executado por Timothy Olyphant, que se dedica de modo muito esmerado ao papel do matador de aluguel geneticamente modificado, que faz lembrar o modus operandi de um James Bond genérico com doses cavalares de violência.

    A direção de Xavier Gens garante boas cenas de ação, emulando os melhores momentos dos filmes oitentistas de brucutus, sofisticando claramente sua estética para algo que funcione melhor para as novas plateias. No entanto, a bela urdição dá lugar a momentos de execução irreais e genéricos, especialmente quando 47 pisa em solo estrangeiro. As ações do assassino junto a máfia fazem com que fique no encalço de Mike Whitier, vivido por Dougray Scott, o vilão de Missão Impossível 2, ligado aos altos patamares de criminalidade na Europa.

    O diretor não consegue conduzir seu filme sem lançar mão de maneirismos enfadonhos, com cortes secos que fazem lembrar os enquadramentos de video game, mas que ficam risíveis em uma tela grande de cinema. Como deleite para o público masculino, há a apresentação da personagem Nika Boronina, da estreante em filmes norte americanos Olga Kurylenko, antes até de ser uma bond girl. Sua personagem é uma mulher forçada a se prostituir, possuindo em si a premissa mais séria e adulta do roteiro simplista de Skip Woods.

    A discussão relacionada à identidade, fomentada pelo embate dos agentes “gêmeos”, que deveria ter um cunho de contestação falha, por se tornar apenas mais um momento de adrenalina genérico sequer empolga o espectador como deveria. As batalhas pelas quais o assassino passa fazem dele insensível, mesmo a nudez sedutora de Kurylenko, o que faz perguntar quais são os limites de concentração do protagonista, focado somente no que deve fazer, alheio às situações mundanas e corriqueiras.

    A tentativa de humanizar o anti-herói soa esdrúxula e ridícula. A repercussão dos pensamentos culposos que sofre não causa qualquer pesar no espectador que assiste às desventuras do matador, graças ao fraco argumento que não gasta tempo algum construindo uma atmosfera de reflexão, não despertando curiosidade, em quem assiste, sobre a origem do homem misterioso, dando nenhuma importância para o que ele julga ser importante, piorando demais ao retratar o cuidado que o personagem-título tem com sua pretensa amada. Hitman: Assassino 47 não diverte, tampouco faz seu público pensar, pelo contrário, só faz repetir porcamente poucas coisas positivas do game.

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