Depois que analisamos as sagas do Santuário – Guerra Galáctica, Cavaleiros de Prata e a Saga das Doze Casas –, Asgard e Poseidon, chegou a hora de bancarmos os ranzinzas ao falar dos piores fillers existentes em Os Cavaleiros do Zodíaco, ou seja, os episódios que preenchem espaço para a animação não alcançar o mangá de Masami Kurumada. Vou deliberadamente ignorar a saga de Asgard que, por mais que existam muitos problemas, ainda acaba sendo melhor pensada que todos esses eventos juntos.
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Dócrates
Entre a batalha com os cavaleiros negros de Ikki, e a chegada dos cavaleiros de prata alguns (na verdade foram muitos) eventos fillers ocorreram, entre eles, a aproximação de Dócrates, que em algumas traduções era chamado de Cavaleiro de Hércules, fato que contradiz o cavaleiro de prata Algheti, de Herácles (ou Hércules, em algumas traduções). Seu visual é horroroso, sua armadura parece um abre alas de carnaval e ele também não se parece nem um pouco com Cassius, seu irmão, que disputou com Seiya a armadura de bronze de Pégaso. O arco dele envolve até mesmo uma bizarra aparição da polícia, que jamais conseguiria fazer mal sequer a Ban de Leão Menor, quanto mais a um sujeito capaz de fazer frente aos quatro cavaleiros de bronze. Sem falar nos problemas de perspectivas, que em cada cena Dócrates surgia em um tamanho diferente.
Os Cavaleiros Fantasmas de Geisty
Pouco depois de enfrentar Dócrates, e ainda enrolando para a chegada dos cavaleiros de prata, Gigas (outro personagem exclusivo da Toei Animation) e o Mestre do Santuário conversam sobre os cavaleiros de bronze, e decidem apelar par alguém de fora dos domínios gregos. Shina, a mulher cavaleiro (não seria melhor traduzir logo como amazona?) é chamada pra tentar remediar a situação, e ela indica Geisty, uma antiga amiga sua. Ela tem alguns capangas, Golfinho, Serpente do Mar e Medusa (não o monstro grego, e sim a água viva). Fora Geisty, que tem um design muito bonito, os outros vilões possuem um visual horroroso, que remete muito mais à fantasias de halloween do que uma armadura. Mesmo as mais feias indumentárias que Kurumada desenhou ficaram melhores que essas. Sem falar ainda que nesse arco muitos erros de concepção, como o rapto no navio, a descida de helicópteros… isso tudo não faz muito sentido nesse universo dos CdZ. As lutas são horríveis, e Seiya passa por cima de sua própria promessa de não bater em mulher, sendo um covarde com Geisty, batendo na vilã quando ela ainda está caída e de costas… Muito se teoriza sobre Geisty, se ela seria uma amazona de prata banida, e possível mestra de Shina, mas nada se sabe, e a Toei também não se interessou por aprofundar isso, nem mesmo em seus spin-offs.
3. Cavaleiro de Fogo
Esse personagem é introduzido para tentar resgatar o capacete da armadura de ouro de Sagitário. Seu visual é péssimo, e lembra as armaduras dos soldados rasos gregos. Ele tem um mini-flashback mostrando seu passado, como um menino salvo pelo já citado Gigas, e por isso há uma divida implícita ali. O plano mirabolante envolve até um rapto do coadjuvante careca Tatsume, e termina com o clichê do combo Shun e Ikki. O design e poderes do vilão são dignos de riso, para dizer o mínimo, e ele ainda estufa o peito como se fosse um baiacu humano.
2. Cavaleiro de Cristal
Uma das coisas mais legais no mangá de Kurumada, é a proximidade que alguns dos cavaleiros de bronze possui com os de ouro. Shiryu por exemplo, é treinado pelo Mestre Ancião na China, que é Dohko de Libra, Seiya por estar na Grécia tem contato direto com Aiolia de Leão, enquanto Hyoga é treinado por Kamus de Aquari… Na verdade não. No anime, puseram um mestre novo para o Cisne, chamado Crystal. Sua aparência é andrógena e faz parecer um dos cosplays que a Ana Maria Braga usa no Mais Você e além dessa pataquada, ajuda a matar o impacto do congelamento de Hyoga na casa de Libra, assim como a relação vista na luta ocorrida na casa de Aquário. Crystal também não é um personagem profundo, ao contrário, é genérico e a abordagem ao momento em que aparece é muito melodramática, mesmo em comparação com o restante do anime.
- Ágora de Lotus e Shiva de Pavão
No meio da pressa em salvar Saori dentro das doze horas da Saga das 12 Casas, a Toei Animation decidiu dar uma explicação (para idiotas) para a chegada de Ikki, com a ida de Shiva de Pavão e Ágora de Lotus até a ilha onde Fênix repousa. O principal problema aqui é, Shaka talvez seja o mais forte dos cavaleiros de ouro, e suas capacidades são muito acima dos reles mortais, no entanto, seu impacto é diminuído no anime, com dois episódios longos, apresentando seus supostos discípulos, que só fazem o papel errado de torturar os aldeões pacíficos, fato que fica muito estranho, sendo que essa é uma ordem de um cavaleiro de ouro, considerado a reencarnação de Buda e o homem mais próximo de Deus… Nada aqui faz sentido, Shaka sequer tinha noção de quem eram os cavaleiros de bronze.
Menção Desonrosa
Aracne de Tarântula
A aparição de Spartan, que sequer tem constelação ou classificação, ocorre junto a outros cavaleiros de prata, mas apesar de ser péssima, ela nem se compara com a presença de Aracne de Tarântula, que mais parece com um robozão, desengonçado e mal construído visualmente. Ele infla o peito, como o Cavaleiro de Fogo e consegue ter movimentos ainda mais bizarros. Além disso, Tarântula sequer é uma constelação, e as teias em que Aracne fia são esquisitíssimas. A cor de mostarda causa náuseas nas crianças e o episódio em que ele aparece não leva a lugar nenhum. Enfim, ele só não irrita mais pois sua importância é ínfima.
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