O conceito do multiverso sempre existiu no universo da DC nos quadrinhos. Para quem ainda não está familiarizado, o multiverso é uma teoria onde existem diversos mundos paralelos com diversos tipos de realidade. No caso da DC Comics, existem diversas Terras, onde heróis como Superman, Batman e etc podem ser vilões, ou até mesmo heróis sob outros nomes, assim como vilões podem ser heróis, sendo as possibilidades infinitas. No universo da DC nas telas, capitaneada pela CW, não foi diferente, sendo que o multiverso já foi introduzido há tempos no seriado do Flash e o mega crossover do canal, nesse ano de 2018 veio pra mostrar que o multiverso é real e coloca praticamente tudo que já vimos sobre a DC Comics, seja nos seriados, seja nos cinemas, dentro do deste mesmo conceito e isso inclui de maneira espetacular o Flash do seriado dos anos 90; Smallville; o Superman vivido por Christopher Reeve e, até mesmo, os filmes do Batman, que foram dirigidos por Christopher Nolan, claro que nas suas devidas proporções, algumas delas apresentadas apenas como easter eggs.
Elseworlds começa na Terra 90. Vemos um campo de batalha onde diversos heróis (que parecem ser da Sociedade da Justiça) estão mortos. O último sobrevivente é o l do seriado que foi ao ar nos anos 90 e novamente vivido por John Wesley Ship (velho conhecido dos fãs, uma vez que, além de ser o Henry Allen numa das Terras, é também o Flash Jay Garric de outra Terra). Flash confronta o Monitor, que aparenta ser um poderosíssimo vilão, porém, antes de ser derrotado, o velocista consegue fugir.
Daqui para frente, vemos parte do universo da CW mexido de maneira intencional. Barry Allen/Flash, em vez de ser vivido por Grant Gustin é vivido por Stephen Amell e Oliver Queen/Arqueiro Verde é vivido pro Gustin. Claro que o verdadeiro Oliver e o verdadeiro Barry sabem que tem algo de errado, contudo, seus colegas do team Flash e team Arrow não acreditam numa só palavra que eles dizem e o que vemos aqui são situações típicas daqueles filmes e episódios ondem existem trocas de corpo, o que mesmo sendo clichê, é algo hilário. Um dos pontos interessantes é que Oliver Queen precisa ser o Flash e Barry Allen precisa ser o Arqueiro Verde, sendo que a personalidade violenta de Queen não se encaixa com a personalidade do velocista escarlate, assim como a personalidade pacífica e brincalhona de Allen, não se encaixa com a do arqueiro esmeralda, e isso acaba interferindo de maneira interessante no episódio.
Não demora muito para termos o próximo surto da noite, onde os heróis vão até Smallville da Terra 38 procurar a ajuda da Supergirl (Melissa Benoist) e do Superman (Tyler Hoechlin). A pequena cidade é introduzida com o tema de abertura de Smallville – As Aventuras do Superboy, e se passa exatamente na mesma Fazenda Kent usada no seriado. Se Tyler Hoechlin não tivesse aparecido algumas vezes no seriado da Supergirl, seria perfeito que Tom Welling retornasse ao papel e seria então a primeira vez que o ator viveria, de fato o Superman.
Esse tipo de homenagem permanece o tempo todo pelo crossover, até quando a investigação de Barry e Oliver os levam a Gotham City, também introduzida nesse universo pela primeira vez. Batman/Bruce Wayne abandonaram Gotham e as Empresas Wayne estão sob o comando de Kate Kane (Ruby Rose), que ajuda os heróis na busca de um psiquiatra do Asilo Arkham. Lá podemos ver alguns embates bacanas como o da Nevasca (Danielle Panabaker) enfrentando Nora Fries (a esposa de Mr. Freeze), vivida por Cassandra Jean Amell, esposa de Stephen Amell. Nesta cena, podemos ver uma espécie de museu sinistro com alguns artefatos interessantes, dentre eles, a máscara de Bane (Tom Hardy), de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge. E vemos também a Batwoman pela primeira vez em ação. O jeito largado de Ruby Rose serviu perfeitamente para interpretar Kate Kane e a heroína e existem grandes chances da personagem voltar em outras participações e até mesmo ganhar um seriado próprio
Porém, nem tudo pareceu ser bom em Elseworlds. Apesar de fazer a alegria dos fãs e de ter um roteiro bacana, a coisa fica muito feia quando a terceira e última parte começa. Apenas para esclarecer, apesar do crossover ser um único bloco, o primeiro episódio foi um episódio de Flash, o segundo, um episódio de Arrow e o terceiro, um episódio de Supergirl. Embora a realidade tenha sido gravemente alterada, onde o Superman é um ditador, que usa uniforme negro, o que vemos em tela soa cafona e sem vida alguma, o que deixa o crossover com uma mancha. Nem mesmo as participações do Caçador de Marte (David Harewood) e de Brainiac 5 (Jesse Rath) e o esperado embate entre dois Superman faz com que o espectador se prenda na cadeira e o que se vê, na verdade, é uma torcida para que o episódio acabe logo, o que é uma pena.
De qualquer forma, ainda assim, Elseworlds é o quinto crossover da CW, e o melhor até aqui, mesmo limando sem dó os personagens de Legends of Tomorrow e reduzindo drasticamente a participação dos personagens centrais de cada seriado, o que foi acertado, já que Invasão e Crise na Terra X tinham personagens e heróis em demasia deixando os roteiros confusos e com alguns furos. Além disso, o crossover desse ano prepara para o que vem em outubro de 2019: Crise Nas Infinitas Terras, uma das maiores histórias da DC Comics e aqui no Vortex você saberá sobre todas as curiosidades deste grandioso evento.
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Texto de autoria de David Matheus Nunes.