Peitos enormes em decotes inacreditáveis, micro-saias, personagens seminuas sem motivo aparente, personagem central com um sex-appeal mágico. Faltou alguma coisa? Faltou! Calcinhas… Calcinhas para todo lado, de todas as cores, tamanhos e mostradas de todos os ângulos imagináveis. Com estes atributos que listei acima, podemos ter uma ideia do teor de Highschool of the Dead e, num geral, dos ecchis como um todo. O Japão possui uma lista infindável de maluquices que ainda serão demonstradas aqui no Vortex, por hoje ficaremos apenas no Ecchi.
E, na verdade, acho que o ecchi (lado-a-lado com os tentáculos) é a expressão máxima da bizarrice japonesa nos animes. Boa parte do material produzido no Japão flerta com a sensualidade e com a sexualidade, seja através de seios avantajados em decotes que desafiam a física, seja através de insinuações ou piadas sexuais. Provavelmente, se você está assistindo algum anime, em algum momento vai se deparar algum tipo de situação como essa.
No ecchi, não há sexo explícito (quando há, o produto passa imediatamente à categoria Hentai). Há, entretanto, uma pesada carga de sensualidade expressa através do desenho ou dos diálogos libidinosos. Em Highschool of the Dead não é diferente.
A obra original, escrita por Satou Daisuke e desenhada por Satou Shouji, foi publicada na revista Dragon Age, da Kodankawa Shoten (casa de outros mangás famosos como Slayers, Tenchi Muyo! e Neon Genesis Evangelion) em 7 volumes no ano de 2006. Em 2010, ganhou adaptação para as telas japonesas (e de computador, mundo afora) pelo estúdio Madhouse (o melhor estúdio de animação japonês, responsável por animes como Death Note, Gungrave, Trigun e Hunter X Hunter, dentre outros) através das mãos de Tetsurou Araki (de Death Note).
O estória de HotD começa com Komuro Takashi, um aluno do 3˚ ano do colegial japonês, refletindo sobre alguns acontecimentos de sua vida na escada de acesso ao telhado do prédio escolar. Durante seu momento de reflexão, Takashi presencia uma cena inacreditável que envolve alguns membros da diretoria e um rapaz que aparenta estar bêbado. Quando o chefe da segurança vai expulsar o arruaceiro da frente da escola, entretanto, ele é mordido e vem a falecer em menos de cinco minutos. Takashi estremece ao perceber que o homem morto não permaneceria naquele estado por muito tempo. O homem morto levanta-se e ataca os funcionários da escola, dando inicio a infestação zumbi no colégio.
Imediatamente, Takashi parte para a sala do segundo ano para buscar Mynamoto Rei, uma amiga antiga por quem ele tem uma queda. Em alguns minutos apenas, os zumbis tomam conta da escola e matam praticamente todos os alunos, tornando a tarefa de escapar da escola muito mais difícil. Takashi e Rei juntam-se à Busujima Saeko (uma campeã nacional de kendô), à enfermeira Mirakawa Shizuka (única adulta do grupo, mas meio lesada), a garota-gênio Takagi Saya e ao otaku militar Hirano Kouta. Juntos, os seis precisam enfrentar os desafios oferecidos pela escola e continuar sobrevivendo num mundo completamente infectado pela ameaça zumbi.
O anime possui boa animação (não esperaria menos da Madhouse) e um enredo que lembra muito a famosa série da AMC, The Walking Dead. Na verdade, parece muito claro que a dupla de mangakás buscou muita referência para a série na HQ que originou a série da AMC, quando criou a história e os personagens de Highschool of the Dead. É muito evidente a mudança de comportamento dos personagens no decorrer do anime e essa alteração é dada pela situação em que se encontram, exatamente como o grupo liderado por Rick em TWD. Num primeiro momento, eles esperam ajuda para retornar às suas famílias mas, quando percebem que a ajuda não aparecerá, tomam as rédeas de seus próprios destinos e decidem enfrentar seus próprios desafios.
O enredo trabalha muito bem a questão social e como os valores pregados por nossa sociedade são frágeis. Em diversos momentos da trama, o grupo central encontra-se em um dilema quando precisa ajudar alguém ou algum outro grupo de sobreviventes. Takashi e Rei são os primeiros a descobrir que os zumbis não são seus únicos inimigos e que para sobreviver eles precisam alterar sua visão de mundo completamente. Em alguns pontos, os personagens questionam sua própria humanidade frente aos perigos de um mundo ocupado por zumbis comedores de carne.
Highschool of the Dead é o típico enlatado japonês que talvez não faça muito sentido para o espectador médio aqui no Brasil. As relações dos personagens, suas motivações e respostas para os problemas enfrentados são tipicamente japonesas e estão inseridas num anime de gênero que não é fácil de assistir. As atitudes dos personagens (como, por exemplo, a mania que as personagens femininas têm de tirar a roupa sem motivo aparente, ou ficar se insinuando para o personagem principal o tempo inteiro) são meio inverossímeis demais, mas são muito populares entre o público deste tipo de obra.
Os desenhos são muito bonitos e os personagens são muito bem desenhados, com a animação fluida e sem confusão. As sequências de ação do anime são bem fáceis de compreender e a única diferença para a maioria dos animes mais populares é a posição da “câmera”. Em todos os episódios alguma das personagens de saia será filmada de baixo, ela cairá no chão e sua calcinha aparecerá ou um diálogo mais importante será exibido em segundo plano para deixar um par de seios ou uma bunda em evidência na tela. Os personagens do desenho passam boa parte do tempo cobertos de sangue e os desenhistas não economizaram, também, nas mortes violentas.
A dublagem japonesa é boa, com vozes bem delineadas e sem muitos diálogos corridos que prejudiquem a interpretação (ou leitura das legendas…). Da trilha sonora, posso destacar a abertura que é muito boa, as OSTs durante os episódios são pouco empregadas. Uma diferença interessante em HotD é que a trilha de encerramento não termina o episódio, como a maioria dos animes fazem. Em todos os episódios há uma cena extra após os créditos que faz a ligação com o próximo episódio.
Highschool of the Dead é um anime diferente dos outros que já vi. Possui diversas camadas de observação mas acaba fazendo mais sucesso entre os otakus pornográficos mesmo… Uma pena que uma boa estória como essa não tenha a devida atenção do público.
A segunda temporada do anime foi confirmada numa convenção no ano passado, mas ainda não tem previsão de estreia nas telas japas.
Aoshi-Senpai seu burro, como assim HOTD tirou referências de TWD, kkkkkkkk, você “nem” citou a porra do George Romero, TODOS elementos que HOTD usam estão lá, sempre estiveram, com adição e claro essa parada deliciosa do Ecchi e altas referencias a cultura pop. (nem considero isso um adjetivo, mas tenho que citar)
Mesmo TWD, todos elementos que eles usam já foram usados nos Filmes do ROMERÂO.
Normalmente eu não responderia, mas gostaria de agradecer pelos seus comentários em todos os meus posts. Não sei se é uma perseguição ou idolatria, mas muito obrigado de qualquer forma…
Sobre seu comentário com relação a Romero, gostaria de explicar que não sou um especialista nas obras do cara. Devo ter assistido uns dois filmes dele mas faz muito tempo e não me lembro bem não. Para mim, pareceu mais correto comparar HotD a uma obra que eu vi como, por exemplo, The Walking Dead. Como não conheço muito bem as obras de Romero, comparei com a série de TV.
Como eu disse, a transformação dos personagens e a estruturação do grupo e seus conflitos internos e com outros grupos de humanos é um detalhe que é visivelmente comparável a TWD.
Mas, se você está falando que acontece as mesmas coisas com a mesma estrutura de roteiro nos filmes do “Romerão”(coça no ânus…), então tudo bem.
Faço saber então, aos nobre que ainda lerão o post, que Highschool of the Dead é comparável a The Walking Dead e aos filmes de George Romero.
Obrigado, Angry_Kid, pelo complemento ao meu post, tenha sido ele movido por vontade de acrescentar ou mostrar aos visitantes que sou péssimo colunista… ˆ_ˆ
Ja ne!
No problemm man, a internet está cheio de gente sem o devido conhecimento dando parecer ou criticas sobre diversas coisas. ^^
Não consigo ver graça em obras com excesso desse tipo de fanservice… Várias personagens de jogos (como a Ivy de Soul Calibur ou a Bayonetta) são um esforço tão grande em serem um fetiche ambulante, que se tornam bizarras…