Batman vs Robin, de Jay Oliva, é continuação direta de O Filho do Batman, e se inicia com o Robin de Damon Wayne agindo sob a supervisão do Morcego, que o lembra a todo momento o quanto ele deve ser racional e indulgente. Obviamente, o atrito entre pai e filho mora na sede assassina da criança, criada pela Liga das Sombras, de seu avô, Ra’s Al Ghul, além de lidar com esse cenário familiar novo.
Há momentos curiosos e interessantes no plano de fundo do filme. Inicialmente, Bruce julga ser melhor para o filho manter segredo sobre isso, supostamente por sua vida já ter sido muito difícil junto à Liga das Sombras, e ter de lidar com a imprensa naquele momento, mas a realidade tangencial é bem diferente, pois o novo Robin não era um garoto qualquer, e esse cuidado acaba sendo revertido, causando rejeição nele, que claramente tem saudades de sua antiga família e não encara Bruce como um pai para ele.
Este é o quinto volume das adaptações pós-novos 52, e nela já se nota um desgaste na qualidade da animação. Há alguns momentos em que os movimentos soam de uma artificialidade monstruosa, além de imagens estáticas mal acabadas ou até mesmo inacabadas, dado que há falhas crassas nas definições de corpos, rostos e cenários em diversos quadros do longa.
A parte dramática da animação é fraca e sem um ritmo mínimo que prenda o espectador. Há muitas semelhanças da história com o arco recente de Scott Snyder, A Corte das Corujas, mas também não há muito peso no modo como os elementos da história são retratadas. A ação também não funciona bem, as lutas não são plasticamente interessante, mas genéricas, sem dinamismo e qualquer traço de originalidade até mesmo na troca de socos e pontapés.
O roteiro do quadrinista J. M. DeMatteis é possivelmente o maior equívoco do filme, por não conseguir dar liga para a história como um todo, o que é uma pena, verdadeiramente, fazendo desse uma versão um pouco menos atabalhoada que Batman: A Piada Mortal que também foi adaptado por um quadrinista famoso, Brian Azzarello, ainda que as diferenças entre quadrinhos e animação não soem tão ofensivas quanto na adaptação do quadrinho de Alan Moore.